O primeiro ônibus 100% elétrico com tecnologia brasileira
de baterias alimentadas por energia solar (fotovoltaicas) e desenvolvido com
tecnologia brasileira começou a rodar em Florianópolis, SC, esta semana.
O veículo, Marcopolo Torino Low Entry, com plataforma
Mercedes-Benz O500U Elétrico, foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa
Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC.
Possui sistema de tração elétrica com tecnologia da Eletra, responsável
também pelo projeto de integração, com motores elétricos WEG.
Com o inovador conceito de deslocamento produtivo, o
ônibus passou a rodar no trajeto de 25,3 quilômetros entre dois campus da UFSC,
no Sapiens Parque, em Canasvieiras, no norte da ilha, e o Campus Central.
Segundo o professor da UFSC, Ricardo Rüther, o objetivo é demonstrar como é
viável e sustentável aliar a tecnologia limpa e proporcionar sensível ganho de
tempo e eficiência quando se faz uso de transporte coletivo inteligente.
A modernidade do projeto não está somente na adoção de
tecnologia limpa e sustentável, mas também na aplicação do deslocamento
produtivo. “Com mesas de reunião, wi-fi, tomadas de energia e saídas USB, é
possível, durante a viagem, trabalhar e, consequentemente, ser mais eficiente e
produtivo. O nosso objetivo é tornar esta realidade mais clara e concreta para
a população”, enfatiza o professor.
O ônibus tem 200 kW de potência, sistema de tração movido
100% por energia elétrica que garante zero emissões e é uma opção para reduzir
a poluição da atmosfera e também sonora nos grandes centros urbanos. A
tecnologia é totalmente nacional e envolve as empresas parceiras da UFSC,
Eletra, Marcopolo, Mercedes-Benz e WEG.
Segundo Iêda Maria de Oliveira, gerente comercial da
Eletra, em medições realizadas em São Paulo, os ônibus elétricos mostraram-se
até 26% mais econômicos que um convencional a diesel, apenas comparando o custo
da energia elétrica com o custo do diesel. “Além de todos os ganhos para o meio
ambiente e também para a sociedade, a frota com veículos elétricos ou elétricos
híbridos é comprovadamente mais eficiente na operação do que o diesel
convencional”, destaca.
“Temos a dificuldade do investimento inicial e
infraestrutura, mas o ganho ambiental imediato e a rentabilidade que se
comprovará com a implementação de frotas de ônibus elétricos, afloram a
necessidade de políticas públicas e a responsabilidade dos gestores para com o
futuro das nossas cidades”, enfatiza Iêda de Oliveira.
Com comprimento total de 12.710mm, o ônibus transporta 38
passageiros sentados em poltronas estofadas, é equipado com rampa de acesso
para portadores de necessidades especiais e sistema de ar-condicionado. A
geração de energia elétrica é realizada por intermédio de módulos solares
fotovoltaicos integrados.
O ônibus vai realizar quatro viagens por dia, no total de
mais de 200 quilômetros e será recarregado no laboratório da UFSC, no Sapiens
Parque. A recarga completa das baterias leva em média uma hora, mas graças à
tecnologia de recuperação da energia nas frenagens, pode operar em trajetos de
até 70 quilômetros sem nenhuma recarga.
O projeto, coordenado pelo prof. Ricardo Rüther, da UFSC,
foi financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e
custou cerca de R$ 1 milhão.
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