MASSA É CHAVE PARA BOTTAS IR PARA MERCEDES
Possibilidade de
economizar pelo menos US$ 15 milhões anima equipe a liberar Bottas se Massa
aceitar rever aposentadoria.
Numa época em
que se discute abertamente um período mais longo para o brasileiro obter sua
aposentadoria, o retorno de Felipe Massa à F-1 não deixa de ter uma dose de
ironia. Claire Williams, preposta de Frank Williams na direção da equipe
inglesa, já admitiu claramente que a liberação de Bottas é
bem mais que uma simples
possibilidade e pode ser definida se o brasileiro colaborar: “Nós só
liberaríamos o Valteri caso um piloto experiente, uma alternativa consistente
estivesse disponível. Alguém como Felipe Massa, por exemplo.”
Está mais do que claro que Felipe tem a experiência e a didática
necessária para colaborar sensivelmente no progresso do jovem Lance Stroll,
canadense de apenas 18 anos que vai estrear na F-1 em 2017. A definição dessa
questão deverá ser conhecida logo nos primeiros dias de janeiro e está bem claro
que a solução depende única e exclusivamente de um punhado dólares.
A primeira
oferta, de aproximadamente US$ 12 milhões já foi rejeitada, como era de se
esperar. Ao anunciar que a equipe não se oporia a Bottas se transferir para uma
equipe de ponta, Claire Williams deixou claro que uma proposta mais consistente
pode solucionar um problema que repercutirá em várias outras frentes, entre
elas a presença de um nome experiente que agrade o patrocinador principal da
equipe de Grove (Martini) e garanta a presença de um brasileiro na categoria.
Em meio a isso
tudo a proposta feita por Jean Todt (presidente da Federação Internacional do
Automóvel, a FIA), já foi descartada. Massa não aceitou o convite de ser ser
comissário desportivo na F-1, cargo que vários outros pilotos ocupam em sistema
de rotatividade. Um indício significativo que a chance de reconsiderar a
aposentadoria recém-iniciada pode ser mais do que uma mera e simples
possibilidade…
Enquanto isso, o inglês Lewis Hamilton não sossega e continua marcando
seu território através de declarações e revelações que deixam claro o que
Valtteri Bottas ou Pascal Wehrlein, o outro candidato à vaga criada com a
aposentadoria — até agora irreversível — de Nico Rosberg, poderão enfrentar.
Rumores de que Lucas Di Grassi poderia entrar nessa lista parecem fora do
contexto devido à ligação do brasileiro com a Audi. O finlandês, porém, aparece
como maior favorito até na análise de ninguém menos que Bernie Ecclestone, mas
que não o considera como ameaça ao inglês: “Um piloto que tem laços comerciais
com Toto Wolff, como é o caso do Bottas, tem as maiores chances de pegar essa
vaga. Mas não creio que ele será mais rápido que o Lewis (Hamilton)…
Hamilton tem causado algumas marolas dentro da Mercedes ao revelar que
no início da temporada Toto Wolff e Paddy Lowe (que parece cada vez mais
próximo de voltar a trabalhar para a Williams) designaram seis engenheiros e
mecânicos que trabalhavam em seu carro para ir cuidar do de Rosberg. “Vou
conversar com o Toto sobre o ano que vem e deixar claro que não quero nenhuma
mudanças entre os caras que trabalham comigo. Quero continuar com meus
engenheiros e meus mecânicos. Não há uma única pessoa que precise deixar meu
grupo.”
Na Ferrari e na McLaren as portas de entrada e saída também parecem
movimentadas: em Maranello saiu o anúncio oficial do italiano Antonio
Giovinazzi como piloto-reserva da equipe italiana, o que dá indícios de que uma
das vagas de 2018 já está encaminhada.
No Centro
Tecnológico de Woking dá-se como certa a saída de Joest Capito, alemão que
coordenou a criação da Porsche Cup na Alemanha e a campanha vitoriosa da VW no
Mundial de Rali. Contratado por Ron Dennis, Capito viu-se órfão com a dispensa
do seu patrono e praticamente sequer chegou a exercer a função para a qual foi
contratado em janeiro: executivo-chefe da equipe de competição.
Quem já deixou a McLaren é Ekrem Sami, que trabalhava com Ron Dennis
desde os tempos da equipe Project Four, organização que sucedeu à Rondell e
precedeu a consolidação da McLaren como a potência tecnológica atual. Sami
sempre foi homem de marketing e mesmo tendo perdido o posto de diretor
executivo do grupo — foi substituído por John Riches — aparentemente continua
nessa atuando nessa especialidade. Não será surpresa se em breve Sami e Capito
voltarem a trabalhar com Ron Dennis…
US$ 1,55
bilhão, o preço da F-1
Tudo na vida tem
um preço, e o da F-1 é daqueles que entram na categoria dos estratosfericamente
altos, algo como R$ 5,27 bilhões ou 0,3% do PIB brasileiro para este ano. Esse
número é o que o grupo Liberty Media estimou ser necessário para garantir o
controle acionário da holding que detém os direitos comerciais da categoria e é
controlada pelo trust Bambino, da família Ecclestone.
Greg Maffel,
executivo-chefe da Liberty Media, e Ecclestone, admitem que todas as possíveis
formalidades referentes à agencias reguladoras e a própria FIA já foram
completadas com sucesso e o negócio deverá ser concretizado em fevereiro
próximo. Os acionistas da multinacional de entretenimento baseada nos Estados
Unidos deverão se reunir no dia 17 de janeiro para a aprovação formal da
transação. Uma vez aprovado, a mudança de controle deverá causar efeitos
inéditos na categoria, como Monisha Kalterborn, líder da equipe Sauber,
declarou ao semanário americano Speed Week:
“Creio que será
a maior revolução na F-1 nos últimos anos. Nós já tivemos mudanças no
regulamento, nos motores, algumas vezes nos chassis, mas nunca houve nada
parecido com o que vem por aí”.
Ela lembrou
ainda que a última mudança de propriedade (para a CVC Capital Partners) não foi
muito sentida “porque Ecclestone estava sempre lá. Desta vez eu vejo como algo
positivo porque os novos donos vão atacar a área de comercialização.”
Há rumores de
corridas em Nova York e Los Angeles e propostas para limitar os orçamentos das
equipes. “Afinal, não faz sentido ter equipes que gastam algo como US$ 400
milhões por ano”, uma fonte não revelada declarou ao Speed Week.
Saúde de
Schumacher segue em segredo
A empresária de
Michael Schumacher, a jornalista Sabine Kehm, reafirmou esta semana a decisão
da família do piloto em manter sigiloso o estado de saúde do heptacampeão
mundial de F-1. “Temos claro que é difícil para algumas pessoas entender a
nossa posição, mas o máximo que podemos dizer é que agradecemos a compreensão
de todos”, declarou Kehm. A família Schumacher lançou recentemente um programa
de incentivo para apoiar jovens valores com o mote “Keep fighting”(Continue
lutando), expressão que há tempos simboliza a corrente de apoio para a
recuperação do piloto.
MCR Lambo vence
12 Horas de Tarumã
O resultado da
12 Horas de Tarumã, a prova de resistência mais importante do calendário
brasileiro, deu mostras que continua cada vez mais forte. Vinte e quatro carros
largaram e a vitória ficou para o protótipo MCR GrandAm Lamborghini tripulado
por Paulo Fernando Poeta, Fernando Fortes, Marcelo Santana, Anderson Toso,
Pedro Queirolo e Henrique Assunção. Foi a primeira vitória desse modelo, que
deve abrir uma nova frente de negócio para o o construtor Luiz Fernando Cruz
nos Estados Unidos. O Tubarão 8, modelo baseado em outro conceito de Cruz, de
Júlio Martini, Rodrigo Bacher, Franco Pasquale e Marcelo Vianna terminou em
segundo lugar, e um terceiro protótipo, o Tornado 3, de Cali Crestani e Fernando
Stédile, logo atrás.
Equipado com
motor Suzuki Hayabusa, o Tornado é outra criação de Luiz Fernando e até 15
minutos para o final disputava a liderança com o carro vencedor; a quebra de
uma junta homocinética ajudou a definir o resultado e o deslocou para o
terceiro lugar. O Tubarão 8, equipado com motor VW AP, é um dos primeiros
protótipos fabricados por Cruz e desenvolvido pela equipe de Tiel Andrade. Foi
o carro vencedor da edição de 2012.
“Conversa de
pista” terá uma interrupção neste período de Festas e retornará no próximo dia
10 de janeiro. Desejo ao leitor e seus familiares um Feliz Natal e um Ano
Novo proveitoso.
WG
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