Coluna 5216 - 23.12.2016
- edita@rnasser.com.br
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2016. Sem saudades, porém educativo
Quais tenham sido suas experiências no
cruzar dos dias de 2016, boas, sofríveis, más, com ganhos, a sensação de tempo
apenas passado, ou perdas aferíveis, a todos nós terá ficado a certeza de
termos vivido período único. O processo politico/econômico recheado pelo
impedimento da ex-Presidente; sua pífia lembrança; o fim do ciclo polularesco,
trocando a esperança pela estrutura de assalto ao país, a surpresa do deficit
público; os processos de punição transformando-se na questão do dia pela
variedade e agentes; as condenações e prisões; a teatralidade exibida por réus ou
por condutores do processo; o patinar pela busca de terreno firme para a
retomada do desenvolvimento; a desarmonia dos poderes, tudo ficará marcado em
nossas experiências.
Tomara a massa dos pagantes de imposto
de renda, os leitores de jornais, formem consciência de mudanças, passando
tratar política e seus agentes como coisas de seu universo, com preocupação de
participar, desde o saber passado dos candidatos, ligações, interesses, até
ficha penal e folha corrida. E pós voto assumir postura de cobrança de ética no
comportamento, a começar por rever e dar ao país estrutura proporcional para
impedir o mal feito. E isto só ocorrerá se o mecanismo de educação da
sociedade, a punição aos desvios de comportamento, tiver estrutura para
funcionar e atender ao universo da população. Polícia e Judiciário precisam ter
volume proporcional às demandas. Policia que não apura e Justiça que não julga,
não geram estabilidade social.
Sem mudar a base apenas estaremos
pagando cada vez mais para recompor as contas dos cíclicos métodos de assalto
ao país – que vão do descontrole dos super salários, ao varejo dos gastos
desmesurados dos Legislativos e do Judiciário, à indicação do assessor sem
qualificação, das compras públicas superfaturadas e sem qualidade, tantas
mazelas.
O país não pode continuar esquecendo o
escândalo de ontem pela novidade do escândalo de hoje.Esta farra que vai do
pequeno município aos palácios brasilienses, tem que acabar - ou nosso futuro
sempre será o de país do inatingível futuro. Exemplo pode se iniciar com a
revogação das inexplicáveis vantagens concedidas à ex-presidente varrida do
poder. Meu imposto seria mais útil com escolas, hospital e polícia que pagando
as contas da defenestrada dona Dilma. RN
Sobre rodas, como foi 2016
Teve de tudo, mas com certeza a maior
referência setorial terá sido o insólito: executivos da indústria
automobilística processados, presos e condenados pela busca de vantagens oficiais
por caminhos espúrios. Fora do registro a merecer estudo de risco para explicar
tal noção de superioridade à lei, no geral e numericamente o ano não foi bom.
Ao contrário, ante previsão de estabilização aos maus níveis de 2015, o país
piorou 19% em consumo de veículos. Mal indicador, veículos de trabalho como
caminhões e ônibus tiveram queda de 50 e 70%, mesmos índices de ociosidade
industrial. Setor de auto peças com resultado semelhante, e a rede revendedora
se desmilinguiu – investiu para vender 5M de veículos e o volume caiu abaixo da
metade, inviabilizando operações. Expansão apenas nas placas de Vende-se,
Aluga-se, Passa-se o ponto, e distribuição de currículos…
Indústria manobrou rápido e
desvalorização da moeda fez crescer exportações, mandando 500.000 veículos
portos a fora.
Negócio
Investimentos mantiveram-se aplicados e
novos foram anunciados, ante a certeza de bons dias e da estratégia de ter
produtos novos para surfar quando a onda aparecer. Fábricas com olhos puxados,
sempre imunes a crises, proceder diferente: chinesa JAC não levantou paredes
para fábrica, em meio a intensas mudanças, de sociedade a projeto. Deixa a
dúvida se terá operação industrial, ou limitar-se-á às importações. Chery,
primeira a se instalar, tem operação mercurial, traçada pelo humor do sindicato
de metalúrgicos de Jacareí, SP. No tema dificuldades de relacionamento com
representação sindical, a HPE, ex-Mitsubishi, enfrentou greve. Sindicato ainda
não entendeu ser para valer o aviso dado ao estado de Goiás no princípio do
ano: empresa ameaçou mudar-se e governo tremeu. Fábrica é o esteio do pequeno
município de Catalão, e a responsabilidade pelo desemprego de 4.500 pessoas
periclitará para o lado dos líderes sindicalistas.
Em situação assemelhada porém de origem
diferente, o Grupo Volkswagen enfrentou mundialmente problemas com fornecedor
de bancos. De pensamento soviético o fabricante de tal componente resumiu e
sustou o fornecimento, forçando parar a produção.
Fornecedor tem filiais no Brasil,
problema se repetiu, e Volkswagen daqui patrocinou surgimento de novos
fornecedores para reatar a produção após de enormes prejuízos pela fabricação
suprimida.
Crença
Honda mantém instalações 0 Km fechadas
em Itarapina, SP, à espera do aumento de demanda no mercado, e Toyota investe
para aumentar capacidade de fazer motores na também paulista Porto Feliz.
Hyundai surpreendeu apresentando o SAV Creta; Mercedes-Benz e Jaguar Land Rover
inauguraram fábricas para cumprir os acordos com o programa Inovar-Auto.
Regra
oficial foi responsável por investimentos para tornar motores antigos mais
econômicos, lançar nova geração marcada por engenhos 1,0 e três cilindros, e o
uso do turbo como novo caminho para motores mais leves e menores. Balanço do
programa ao final de 2017 dirá se o caminho furcado entre investimento e
punição aos importados mais baratos, valeu a pena ou apenas favoreceu algumas
marcas. Assuntos liderados pelo então ministro e hoje indiciado governador
mineiro Fernando Pimentel exigem cautelas e cuidados. Dentre montadoras CAOA
está envolvida em processo com o citado.
Varejo
No varejo país experimentou mais de 100
lançamentos de produtos e versões, incluindo produtos importados, com
utilitários esportivos definindo a pauta de investimentos. Tal morfologia é a
queridinha do mercado, e novidades não faltam: Renault capitaneia o negócio com
lançamento de três SAV neste ano. Do pequeno Kwid, ao médio Captur –
apresentação 17 de janeiro -, e o importado Koleos como mais luxuoso da linha.
Como definição para os próximos anos
carro híbrido, endotérmico/elétrico mostra o futuro próximo, e BMW, Ford e
Toyota buscam ampliar presença de seus modelos no mercado. Primeira leva de
Prius surpreendeu e a marca aumentou volume de importação com novo modelo.
Grande festa setorial, Salão
Internacional do Automóvel deixou as desrespeitosas instalações do Anhembi e
ocupou área particular. Foi para a,. Disposição mais racional e o conforto do
ar condicionado, do restaurante respeitável, das vagas cobertas para
estacionamento.
Política da gasolina tornou-se mais
clara, como exibida ficou posição dos operadores de postos sem repassar redução
de preço no combustível.
Em torno
Na atividade de imprensa especializada
surgimento de sem números de blogs e portais, muitos sem vocação ou
conhecimento, entretanto festejados por fabricantes, montadoras e importadores.
Incentivam grandemente a superficialidade, desconsideram o conteúdo. Lado
oposto, foi-se antes do combinado o culto, bem humorado e polêmico JR Mahar.
Liderança sensível, seu blog permanece.
No cenário dos veículos antigos, preços
subiram, negócios caíram. No panorama, hobby antigomobilístico em expansão,
surgimento de clubes, realização de eventos, mas o negócio continua sem a
filosofia básica da originalidade, contrariando o restante do mundo, onde ser
original é a base definidora de qualidade e valor. Praticamos o Antigomobilismo
do B. Coerente, Federação Brasileira de Veículos Antigos exibe o retrato dos
colecionadores brasileiros: diretoria foi reeleita sem cumprir projeto de
gestão.
Automóvel como tema cultural, mal ano. O
acervo do antigo Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas transferido ao
município de Caçapava, SP, teve cuidados desacelerados. Não foi prioridade da
Prefeitura. ( ver se prefeito foi re eleito. Se, coloque; Espera-se, troca do
Prefeito traga ares de consciência ao novo Alcaide.) Ao final do ano, duas
notícias em direções opostas. Patrícia Matarazzo, gestora do Museu Eduardo
Matarazzo, em Bebedouro, reabriu após obras e notificou Prefeito e Câmara de
Vereadores: ou a Prefeitura cumpre o prometido, assumindo manutenção do prédio
oficial, ou o acervo será transferido para fazenda da família, e o Museu,
fechado após 49 anos. Sem museu de automóveis em Caçapava e Bebedouro cidades
se restringem aos seus limites geográficos. Museu as coloca no mundo. Processo
eletivo necessita ser mudado. Prefeitos devem ter curso de gestão governamental
para entender-se com as exigências da administração municipal, onde Cultura,
bem preservado na Constituição, deve ser respeitada.
Lado oposto, em Brasília, fim do ano
para salvar o Museu Nacional do Automóvel, surgiram três propostas oficiais
para viabilizar o único espaço museal no mundo dedicado à história da indústria
automobilistica de um país.
Exceção em más notícias, o filme Nutz,
por Dino Dragone, a respeito do colecionismo.
Esperança
2017 será melhor. Prevem-se mínimos 10%
de crescimento mensurável a partir do segundo trimestre. O país tem um Norte e
o ministro da Fazenda não é um enganador posando de intelectual.
Compass começou bem
Com auxílio do Compass em soma com os
resultados do Renegade, marca Jeep superou registro de vendas de 50 mil
unidades em 2016, assinalando situação difícil de imaginar há pouco tempo: há
três meses assumiu a liderança de vendas no segmento dos utilitários
esportivos.
Compass vendeu mais de 2.500 unidades em
novembro – cinco vezes mais ante concorrente mais próximo -, e mostra boa
fórmula: liderança tecnológica pelo uso de motores Tigershark 2,0 flex, e a
exclusividade da opção Multijet II, 2,0, diesel transmissão automática com nove
marchas, permitindo rapidez e economia. O DNA Jeep e a pré disposição do
sistema de tração 4x4 para o uso em terrenos ruins o diferencia. Outros itens
exclusivos em tecnologia fazem parte do pacote: o ACC, controle adaptativo de
velocidade; alerta de colisão; monitoramento de mudança de faixa; assistente
para estacionamento, o Park Assist.
Embora para o Compass o mês de novembro
tenha tido 25 dias, resultado já o colocou como um dos 20 mais vendidos. Volume
de vendas quase iguala a soma de todos os concorrentes, e surpreendeu projeções
da Jeep para comercialização de 2.000 unidades/mês. No varejo de balcão
proporções de vendas coincidiram com projeção da marca: 70% com versão Flex, e
30% diesel com tração nas 4 rodas.
Compass e Renegade estão entre os três
primeiros SUV mais vendidos do mercado doméstico, mas há reflexos
institucionais fora do país. Marca Jeep, ausente do Brasil desde 1968 lidera
segmento. Renegade e Compass são produtos globais e foram lançados
pioneiramente no Brasil. No mercado dos EUA Compass substitui dois produtos: a
geração anterior do Compass e o Patriot.
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