terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Wagner Gonzalez em Conversa de pista


Sebastian Vettel foi o destaque do primeiro dia de treinos livres da temporada: o alemão marcou o melhor tempo entre os 11 pilotos de nove equipes que foram à pista catalã, circuito que até quinta-feira será o centro das atenções de quem segue a F-1.

O espanhol Carlos Sainz marcou o segundo melhor tempo do dia (1’18”558, 0”387 mais lento que Vettel), o que sugere bom progresso da equipe McLaren e do motor Renault. Como é costumeiro nesta época do ano, os resultados devem ser tomados com reservas, até mesmo no caso da Williams, cujo carro para 2019 só deverá ir à pista nos testes de amanhã, quarta-feira, claro sinal que o cronograma do time, assim como o modelo FW 42, não corre como esperado. Um casoo típico em que a resistência dos carros economiza tempo, desde que estejam na pista...

As sessões de testes de pré-temporada acabam servindo mesmo para apontar as características básicas de funcionamento e rendimento dos novos modelos e dos novos pneus, item que foi desenvolvido no ano passado e que agora funciona em projetos desenvolvidos para as características desse equipamento. Detalhes mais expostos como os de aerodinâmica e refrigeração são os mais óbvios para notar as alterações que serão avaliadas nesta e na próxima semana; no início da temporada que abre dia 17 de março, em Melbourne, na Austrália, muitos detalhes terão sido alterados. Não se deve esquecer que a possibilidade de uma ou outra equipe montar seus carros com detalhes que não obedecem ao regulamento técnico da categoria, que este ano sofreu alterações pronunciadas nas asas dianteira e traseira.

Um bom rendimento nesta fase do ano pode convencer patrocinadores ainda indecisos a optar por contribuir para o orçamento das equipes. Ironicamente a última vez que uma equipe se mostrou extremamente competitiva e apareceu na pista com seus carros brancos, o bom desempenho não se converteu em sucesso promocional. Em 2009 o time dirigido por Ross Brawn disputou e venceu a temporada sem exibir nenhum patrocinador regular, o que deixou no ar suspeitas de que a própria Mercedes, que adquiriu o time no final do ano, estaria por trás da empreitada: a marca alemã forneceu os motores para o único campeonato que regista presença da Brawn GP e assumiu a estrutura no ano seguinte.

Mesmo assim o resultado do primeiro dia de treinos permite enxergar o grau de desenvolvimento de cada escuderia: Ferrari (169 voltas), Mercedes (150), Red Bull (128), McLaren (119), Alfa Romeo (114) e Renault (109) superaram a simbólica marca de 100 voltas na estreia oficial de seus carros. Toro Rosso (76), Haas (65) e Racing Point (30) foram as menos ativas em uma apreciação que foca na confiabilidade.

Quando se foca no desempenho de cada um desses carros, porém, nota-se alguma vantagem da Ferrari e da McLaren: Sebastian Vettel e Carlos Sainz foram os mais velozes do dia e os dois pilotos que mais andaram. Já o terceiro melhor tempo do dia – Romain Grosjean, 1’19”159, indica que os 998 milésimos de segundo que o separam do piloto alemão são uma referência de que o chassi Haas VF 19 (que é fabricado pela Dallara), ainda deve algo em velocidade se comparado aos seus rivais.

Se a Renault equipou o McLaren que foi o segundo carro mais veloz do dia, seu próprio carro está distante desse padrão: Nico Hulkenberg (1’20”980) e Daniel Ricciardo (1’20”983) foram os mais lentos do dia em que o time francês dedicou-se a validar as soluções do RS 19, atitude típica de fabricantes de automóveis. Não deixa de ser curioso o equilíbrio entre o experiente Hulkenberg e o recém-chegado Ricciardo.

Agora equipado com motor Honda tal qual os STR 14 da Toro Rosso, o chassi RB 15 da equipe Red Bull mostrou desempenho confiável e animou Max Verstappen, que deixou claro sua satisfação:
“Coletamos uma enorme quantidade de dados que vamos analisar durante a noite para ver onde podemos melhorar amanhã (hoje, terça) quando o Pierre (Gasly) vai pilotar

O experiente Kimi Räikkönen mostrou que o tempo não afetou sua resistência e completou 114 voltas com o Alfa Romeo C36; com novo nome da equipe, graças ao maior empenho financeiro e técnico da Ferrari e da Alfa Romeo, a Sauber foi rebatizada para a temporada 2019, que marca o regresso do finlandês são time onde estreou na F-1 em 2001, quando tinha 20 anos de idade. A designação C 36 é um sinal de respeito a Peter Sauber, que adotava o C na designação de seus carros em homenagem à sua esposa Christine.

Valtteri Bottas e Lewis Hamilton, tal como os dois pilotos da Renault, compartiram o único carro disponível, o finlandês ocupado em validar valores de aerodinâmica e comportamento dos pneus e o inglês, que pilotou à tarde, avaliando as reações do carro a cada mudança de set-up. O russo Daniil Kvyat desenvolveu um trabalho de readaptação à categoria em sua volta à Toro Rosso; o mexicano Sérgio Pérez filosofou sobre o fato de ter completado apenas 30 voltas  ao declarar “andamos pouco, mas o suficiente para me sentir à vontade com o carro.”

Os melhores tempos de ontem:
Sebastian Vettel, Ferrari SF90, 1’18”161, 169 voltas
Carlos Sainz, McLaren MCL34-Renault, 1’18”558, 119 voltas
Romain Grosjean, Haas VF 19-Ferrari, 1’19”159, 65 voltas
Max Verstappen, Red Bull RB15-Honda, 1’19”426, 128 voltas
Kimi Räikkönen, Alfa Romeo Racing C38, 1’19”462, 114 voltas
Daniil Kvyat, Toro Rosso STR14-Honda, 1’19”635, 76 voltas
Sérgio Perez, Racing Point RP 19-Mercedes, 1’19”944, 30 voltas
Valtteri Bottas, Mercedes AMG W10, 1’20”127, 69 voltas
Lewis Hamilton, Mercedes AMG W10, 1’20”135, 81 voltas
Nico Hülkenberg, Renault RS 19, 1’20”980, 65 voltas
Daniel Ricciardo, Renault RS 19, 1’20”983, 44 voltas

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