Wagner Gonzalez |
Em meio a lançamentos dos modelos 2019 crises profundas e novos projetos
O dinamismo da época é conhecido, mas as surpresas não
deixam de marcar presença numa sequência de apresentações que remete ao mundo
da moda e o lançamento de suas novas coleções. A comparação ganha mais força
quando se nota que as cores e grafismos mostrados nos novos carros serão o
destaque na indumentária e uniforme dos pilotos, pessoal de box e pintura dos
veículos de cada equipe.
Assim, pode-se notar um look retrô
por parte da Haas – que adotou as cores preto e dourado imortalizadas pela
equipe Lotus nos anos 1970 -, uma releitura de padronagem na Williams – no
inédito FW42 o tradicional azul marinho deu lugar a uma tonalidade mais clara
-, e a Toro Rosso surpreendeu com uma pintura bastante básica para os padrões
da marca ao mostrar seu STR14. Veja aquio clipe do lançamento do novo modelo.
As passarelas da F-1 vivem uma semana de intensidade:
hoje, por exemplo, será conhecido o Renault RS19, na sede inglesa da equipe, em
Enstone. Amanhã acontece uma avalanche de novidades: o Red Bull RB15 e o
Mercedes W10 serão apresentados em Silverstone e em Toronto será conhecido o
modelo da Racing Point, marca que assumiu a falida Force India e ainda não
definiu a especificação dos seus carros. Na quarta-feira será a vez da McLaren
apresentar o MCL34 em Woking. A Ferrari apresenta o SF90 na sexta-feira em
Barcelona, mesmo local onde o Sauber C39 será conhecido na segunda-feira, 18.
Nesse dia será conhecido o novo Haas VF19: o carro mostrado nos últimos dias
era um modelo de 2018 com o grafismo do modelo ainda inédito.
Os modelos 2019 chegam com asas maiores e, no caso da
dianteira, mais simples, tudo em busca de mais ultrapassagens e emoção, receita
básica para recuperar o prestígio abalado por cinco temporadas de domínio da
equipe Mercedes. Como em toda atividade que mistura altas doses de
exposição e dinheiro, as crises não deixam de ter protagonismo no dia-a-dia da
categoria; em meio a novidades de carros e patrocinadores, os donos da F-1
enfrentam uma onda de organizadores ávidos em renegociar seus contratos atuais.
Pelo menos quatro etapas compartem o topo dessa lista, as dos Estados Unidos, Grã-Bretanha,
Itália e México.
Os promotores da corrida de Austin não estão satisfeitos
com as facilidades oferecidas pela Liberty Media para a cidade de Miami, que
pode entrar no calendário de 2020. Os texanos não apreciam em nada o fato de
pagar preço cheio e ganhar um concorrente próximo que receba descontos para ser
agregado à temporada. O pessoal da Florida já começou a fazer contatos para
arregimentar mão de obra especializada para a organização da
corrida. Do outro lado Atlântico, os ingleses responsáveis pela
etapa de Silverstone já declinaram da extensão do contrato atual e as
negociações para um novo acordo patinam nos custos financeiros. Tal como
Silverstone, a tradição da pista de Monza parece não valer tanto na hora de
renovar o contrato atual cuja validade é tão sombria e encoberta quanto os
detalhes monetários que garantem a corrida realizada nos arredores de Milão.
O GP do México segue envolto no clima político que impera
no país após a eleição do populista de esquerda Andrés Manuel López Obrador.
Conhecido por suas declarações impactantes – recentemente passou a chamar de
“fi-fis” os mexicanos com poder aquisitivo acima da média -, ele parece
preparar a prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaun, como sua sucessora.
Shinbaun e López Obrador anunciaram, cada um a seu modo, a não renovação do
apoio financeiro ao GP do México alegando que evento não é popular e que
preferem destinar o dinheiro economizado para a construção de uma ferrovia na
região próxima a Cancún. Ironicamente, a corrida mexicana é uma das mais bem
organizadas do calendário e é o maior evento do calendário turístico da cidade
em termos de geração de impostos, movimentação financeira e utilização da
estrutura turística.
Até certo ponto indiferentes a essas polêmicas as
equipes estão cada vez mais preocupadas com a indefinição do novo regulamento
técnico a ser adotado em 2021. A padronização de equipamentos é um caminho que
Ross Brawn - o executivo maior da Liberty Media para assuntos
técnico-desportivos -, tenta impor há algum tempo. Por ser um contrassenso à
essência da F-1 a proposta patina e afeta o andar da carruagem em tempos que o
mundo se transforma na velocidade da internet. Talvez pelo fato da internet na
Coréia do Sul ser uma das mais eficientes em todo o mundo, a Hankook, fábrica
local de pneus, prepara-se para reiniciar seu programa de desenvolvimento de
pneus para a categoria pensando em substituir a Pirelli dentro de pouco tempo.
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