No início deste ano, entrou em vigor a fase P7 e L6 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que visa diminuir o impacto ambiental da frota veicular brasileira. Para que isso fosse alcançado, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) selecionou 3.100 postos para distribuírem o S50, diesel com menor teor de enxofre, em todo o Brasil. Estes estabelecimentos se juntaram a outros 1.100, das regiões metropolitanas de Belém, Recife e Fortaleza, que já ofereciam o combustível desde 2009.Apesar desta medida, o diesel ainda não emplacou nos postos. De acordo com o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), que possui mais de dois mil pontos oferecendo o combustível, a demanda ainda não é grande. “Os postos localizados nos grandes centros têm uma saída relativamente boa do S50, mas nas rodovias a demanda tem sido muito baixa até agora”, informou a entidade.Segundo o sindicato, a procura pelo S50 ainda é pequena, pois as vendas dos caminhões Euro 5, que podem ser abastecidos exclusivamente com combustível com baixo teor de enxofre, ainda não decolaram, possuindo menos de mil unidades comercializadas. A entidade prospecta que esta situação deve mudar em dois meses.
Para poder oferecer o combustível, os postos devem seguir as exigências impostas pela Resolução da ANP nº62 de 1/12/2011, que determina que os estabelecimentos possuam maior número de bicos para abastecer motores a diesel do que veículos com motores do ciclo Otto (carros de passeio, comerciais leves, motocicletas movidos a gasolina, etanol ou GNV).
O plano de abastecimento da Agência prevê que o diesel seja disponibilizado em 14 polos de suprimento da Petrobras (refinaria e terminais) e 49 bases de armazenagem e distribuição, bem como por revendedores e distribuidoras de combustíveis e instituições representantes destes segmentos.
Além dos postos filiados ao Sindicom, 900 outros da rede BR, ligada à Petrobras, garantem a distribuição do combustível com baixo teor de enxofre. De acordo com a empresa, os estabelecimentos com o S50 possuem uma distância de no máximo 200 quilômetros entre eles.
No próximo ano, está prevista pela ANP, a entrada de mais um novo diesel, o S10, que substituirá o S50. Esta transição de combustível, pela qual o Brasil está passando, torna difícil prever quando o abastecimento será normalizado, de forma que a demanda e a oferta, de diesel com menor quantidade de enxofre, se equilibrem.
Para o Sindicom não há como prospectar quando o consumo de S50 vai se igualar ao de S500, pois o próprio S500 ainda está em processo de substituição ao S1800, que é muito usado no interior. De acordo com a entidade, o S500 ainda deve prevalecer por muitos anos nestas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Até o final de 2013 estaremos convivendo com três tipos de óleo diesel automotivo: o S10 (que substituirá totalmente o S50 no início de 2013), o S500 e o S1800 que será substituído pelo S500.
Diesel S50 não chega à Transportadora
Diesel S50 não chega à Transportadora
O diesel ainda não está sendo usado nem por algumas transportadoras. A Braspress, que possui mais de 985 veículos, ainda não utiliza o S50 na maior parte de seus caminhões. Urubatan Helou Junior, controller de frota da empresa, explica que o abastecimento da companhia é feito internamente – o combustível é comprado diretamente da Petrobras distribuidora (quantidade superior a 15 mil litros) ou de terceiros (volume inferior a 15 mil litros) – e por enquanto a operadora não tem disponível o S50, apenas o S500, exceção feita aos centros de Recife e Fortaleza. “Não sei por que, mas lá temos conseguido comprar”, afirmou.
Ainda segundo o executivo, também não há tanta pressa, pois a companhia não possui caminhões Euro 5, que podem ser abastecido apenas com o diesel com baixo teor de enxofre, porém afirma que tem interesse no combustível. “O S10 diminui a manutenção, então obviamente temos interesse nele”, declarou.
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