sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Conversa de Pista com Wagner Gonzalez

A série “Chovendo no molhado” teve mais um capítulo neste final de semana com a confirmação que a Ferrari e a Sauber renovaram o acordo de fornecimento de motores iniciado em 2007 e interrompido entre 2006 e 2009 quando o time foi controlado pela BMW. O anúncio valoriza o passe de Felipe Massa para ocupar um dos cockpit do time suíço em 2014 em uma concorrência que inclui até mesmo Rubens Barrichello. Em Paris a FIA informou que a possibilidade de usar seus direitos para impor um único fornecedor de combustível para todos os concorrentes da F1 foi incluída em um comunicado de maneira equivocada e não está em seus planos adotar a medida.No mercado de pilotos duas notícias movimentaram os boletins da Radio Paddock nos últimos dias: a confirmação de Jules Bianchi na Marussia e uma declaração da executiva principal da Sauber, Monisha Kaltenborn, sobre Rubens Barrichello:


“Há algumas opções no mercado e sabemos que ele tem experiência e quer voltar. Vamos ver, por quê não?”
Kalterborn não revelou outros nomes sobre quem pode chegar e quem deve ir.  Enquanto isso, o russo Sergey Sirotkin está cada vez mais próximo de ser confirmado com um de seus pilotos apesar de ter completado 18 anos no último 27 de agosto e ter limitada experiência em competições. Apesar do impacto destes fatores ser relativo – Räikkönen estreou na F1, também pela Sauber, vindo direto da F-Renault 2.0 -, a grande vantagem do jovem russo é o aporte financeiro que ele traz de entidades governamentais do seu país.


Assim como o anúncio que Jules Bianchi também será mantido na Marussia tem a ver a com o fato que o time russo-britânico usará trem de força Ferrari – Bianchi integra a Academia de Pilotos de Maranello -, a renovação do acordo entre Sauber e Ferrari – que vai fornecer o conjunto motor-câmbio e o sistema de recuperação de energia (ERS na sigla em inglês) -, afeta o Brasil. Assim como Bianchi, Massa tem fortes ligações com a marca italiana e tem sua carreira administrada por Nicolas Todt, filho do presidente da FIA. Em um contexto onde experiência será importante para acertar e desenvolver os novos carros e 2014 suas passagens anteriores pela Sauber certamente contam muito. Barrichello também passou pela Ferrari e também é experiente; seu retorno, pela Sauber, estaria mais próximo?
“Vamos anunciar nossos pilotos na hora certa”, foi o máximo que Kaltenborn concedeu além de descartar a possibilidade de Barrichello disputar o GP do Brasil em um dos seus carros.  

Vale lembrar que Mais uma vez Bernie Ecclestone declarou que Massa deve continuar na F1 e que a Toro Rosso – segunda equipe da estrutura bancada pela Red Bull – é uma boa opção. “Essa equipe precisa de um piloto experiente para crescer”, indicou Ecclestone.





Gasolina única ainda não
A proposta de estipular um fornecedor único para o Campeonato Mundial de F1 anunciada em comunicado da FIA na semana passada derrubou mais que as árvores usadas para produzir o papel onde o documento foi impresso e queimou mais carvão para produzir energia elétrica que alimentasse os roteadores de internet. Ainda que uma fonte da FIA tenha comentado, sob garantia de anonimato -, que o termo “combustível” foi incluído por engano no texto, a idéia que ficou é que a declaração foi um balão de ensaio.
Ainda estão na memória de muitos os custos e consequências de combustíveis que marcaram época na F1, como aquele que a Basf preparou para a BMW em 1983 e o que a Elf entregava para a Williams; este último fez tremer todo o paddock de Barcelona quando a transferência de um recipiente para outro acabou em explosão durante um treino de início de temporada. A história que envolve o mecânico da McLaren, então responsável pelo abastecimento morreu por causa do contato com a gasolina preparada pela Shell, nunca foi confirmada, mas o cidadão nunca mais foi visto no circo e, diem as más línguas, teria contraído uma doença decorrente do contato com combustíveis especiais.
Para controlar a criação de misturas mais do que simplesmente explosivas e que evitem o uso de elementos de alta toxicidade a FIA estabeleceu que os combustíveis usados pelas equipes sejam identificados por algo semelhante a uma impressão digital, algo que deve ser reconhecido durante a temporada. Isto coíbe uma das práticas mais comuns no esporte: o uso de fórmulas mágicas que ajudam a produzir mais potência, ainda que em detrimento da durabilidade. Certa ocasião uma equipe que disputava uma temporada de monopostos no Brasil ganhou uma quantidade de combustível de um time de F1. Ao experimentar o mimo acabou ganhando um motor danificado para sempre, consequência da destruição causada “gasolina”.
Ao tentar estabelecer um fornecedor único para combustível certamente todas estas possibilidades foram consideradas, além obviamente da chance de faturar algo extra. Só deixaram de lado as implicações comerciais: subestimou o prejuízo comercial aos concorrentes e superestimou seu próprio poder de fogo.

A gente não quer só comida
Outra história que revive nos dias atuais é a cruzada dos pilotos em busca de melhores condições de trabalho, particularmente nas dimensões internas dos carros de F1. Muita gente lembra que Nigel Mansell não se adaptou ao McLaren MP4/10 Mercedes de 1995 por um problema de base: seu traseiro era gordo demais para encaixar no assento do carro. Agora se fala que Nico Rosberg não foi para essa equipe, em 2012 por causa dos seus 74 quilos e Jenson Button declarou que antes das corridas chega a jejuar:
“Afinal, cinco quilos a mais significam dois décimos por volta, o suficiente para enterrar sua carreira...”, declarou o compatriota de Mansell.
Mark Webber, australiano cuja estatura lhe garante no Brasil o apelido de “varapau”, não estará na F1 em 2014, mas comprou a briga, que deve ficar mais acirrada porque no ano que vem os carros terão limite máximo de capacidade de combustível.

Autódromo do Rio mais longe

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou novamente o pedido de recurso da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) para suspender o licenciamento ambiental e garantir o início das obras de construção do circuito que substitua o demolido Autódromo de Jacarepaguá, informa a Agência Brasil. Dados sobre o processo estão disponíveis no site desse tribunal e visualizados clicando aqui. Segundo o desembargador da 11ª Câmara Cível do TJRJ, Desembargador Claudio de Mello Tavares, "inexiste obrigatoriedade à menção de todos e quaisquer teses e dispositivos legais que a embargante entende ser aplicáveis à espécie". Cada vez mais fica mais distante a construção de uma nova pista no Rio e mais claro que a negociação feita pela CBA com os envolvidos na desapropriação de Jacarepaguá não foi das mais eficientes no que se refere aos interesses do esporte.

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