edita@rnasser.com.br - 61.3225.5511 Coluna 4213 16.10.2013 |
13 a. Autoclasica. Rolls ganha, mas
Fiat e Bentley mereciam
Maior encontro sul
americano de veículos antigos, a argentina Autoclasica, realizada no largo –
para eles – final de semana, incluindo um feriado segunda feira, 14, mostrou
sua característica principal: reunião renovada de participantes deixando seus
esconderijos, expondo-se à luz, acercando-se do evento. Renovação de muita
qualidade, inquantificável acervo. Quatro dias radiosos, de frio com sol, sem a
chuva que volta e meia a referencia, tempo e situação de vegetação primaveril,
belíssimos plátanos nas alamedas do Hipódromo de San Isidro, a 20 km de Buenos
Aires. Grande maioria, por raridade ou estado mereceu tratamento sintético por
vogais: ah, eh, ih, oh.
Uh talvez tenha havido, mas
terá sido protesto mudo quanto à escolha do Best
of Show.
Rolls é Rolls,
especialmente nos modelos pré II Guerra, quando automóveis de luxo permitiam
receber carroceria especial. No caso, o RR Phantom Sedanca de Ville, 1926,
vestido por carroceria Baker. Vencedor, ao mesmo tempo servia para referenciar
Alberto Lichenstein, segundo dono e atual proprietário que, decente, em fervor
nacionalista, adquire veículos em chão pátrio, salvando-os de exportação, como
aconteceu em quantidade industrial na Argentina e Uruguai em décadas passadas.
Brasil também e, pior, continua exportando tesouros de nossa história.Reúne todas as
características para a láurea, mas haviam dois outros exemplares, em condições
de levar a escolha maior. Um Fiat Tipo 53 de 1911, carroceria belga Van den
Plas, chamando Coupé enorme e altíssimo automóvel. Outro, britânico
Bentley, carroceria especial e peculiar em suas linhas posteriores.
Best of naturalmente indica o melhor exemplar
exposto dentre a enorme quantidade de veículos preciosos. Na relação de
categorias premiadas, moto BMW R32, de 1925.
Eleição interessante,
pelos jornalistas presentes ao evento, do melhor esportivo, dando-lhe o Prêmio Germán Sopeña, homenagem a
profissional especializado e recém passado. Levou-o a quarta unidade de
Lamborghini Countach LP 400, 1974.Foram 600 automóveis,
300 motos, e barcos, carros de corrida. Crescentes os veículos nacionais,
abrindo espaço na premiação, como os curiosos Citroën 3 CV furgão e um Zunder,
de fibra de vidro sobre plataforma de Volkswagen. Característica importante,
premiação de veículos originais, não restaurados.Como usual, prestígio a
marcas com datas comemorativas: Mercedes SL Pagoda,
Lamborghinis, meio século do Porsche 911, século da Bentley com impactante
exposição da sóbrio-faceira inglesa. E homenagem a categorias de corridas.
Quantidade exposta diminuiu,
mas o público foi recorde apesar do esvaziamento da cidade por conta do
feriado. As bilheterias indicaram 50 mil visitantes. Em compensação a feira de
peças, AutoJumble, como
chamam, e a MotoJumble,
obviamente dedicada às motos, se expandem com brio, vendendo desde preciosa
literatura – Carlito Quintana, da Bi Albero, usual vendedor em Lindóia e
em Araxá, conseguiu-me o exemplar 2 da revista Autos de Época, completando a
coleção do Museu Nacional do Automóvel! E coisas inacreditáveis como um colar
de magnetos refeitos para Fords Modelo T – quase 90 anos após ter encerrado a
produção; cabeçote para motor V de Justicialista, da meia dúzia produzida;
volantes em quantidade industrial; www.tecnopiezas.com.ar vendia peças e reposições para carros
ingleses, latas O km, ainda em primer de
fábrica, para Jaguar XJ, e aceitava encomendas para reparos de carburador SU, e
calços para motor, câmbio, desenvolvimento de peças. Outra barraca, El Aleman -sisolancia@ciudad.com.ar - dispunha-se a receber faróis e seus
vidros para reparação, coisas impossíveis no mercado de reposição brasileiro.
Habilidades
A Argentina possui
habilidade por nós perdida: o trabalho com alumínio. Soma-se a isto enorme
coragem e o resultado tem sido o renascimento de veículos primorosos, grande
parte exportada. Lá, legislação federal acabou com a produção por marcas não
registradas – e não há registro. Assim, um credenciado fabricante de Lotus 7
não pode faze-los. Um industrial produz o Pur
Sang, cópia do Bugatti T 35. Faz tudo: eixos, motor, câmbio, chassis,
carroceria ... Inatacáveis como originais. Agora embrenhou-se pelo caminho dos
Alfa. Uns US$ 150 mil permitem te-los e usá-los. São carros O km com
especificações de época porém metais com tecnologia atual. Nestor Salerno, ex
piloto, mago na recomposição e construção manual de carrocerias, foi empreitado
para fazer série do Cisitália, projeto de Piero Duzio que revolucionou o mundo
aerodinâmico. Mas nenhum deles pode ser utilizado localmente. Sem licença, são
exportados.
Há dificuldade
acadêmica-legal para a exportação de peças e serviços. Assim, em lugar de uma
orientação argentina de como fomentar vendas, e brasileira de como fazer
importações, na prática o que discutia entre interessados eram soluções
criativas, digamos genéricas para receber encomendas aqui. Fomentar este
comércio seria mandatório para o desenvolvimento de pequenos negócios, lá e
aqui, mas governos são pouco preocupados com o varejo da realidade, voltados às
grandes formulações.... Espera-se, o novo governo argentino – eleições no
próximo mês – tenha outra visão.
A brasileirada usualmente presente aos milhares era
inquantificada, pois a valorização do Real frente ao Peso de uma Argentina em
crise, muito reduz custos para a moeda trocada em enorme ágio. Parte do clima
de desvario econômico que assola o parceiro, o comércio, em especial
restaurantes, propõem descontos na nota, desde que à vista ou câmbio paralelo,
Reais a $ 4 pesos ou Dólares a $ 10 P, em pagamento. Para nós, baixos preços.
Para eles, dinheiro oficialmente inexistente, sem recolher impostos, usado para
entesourar os donos, atemorizados com o futuro econômico ante a inflação
manipulada, situação onde o tomate custa mais caro que a boa carne local.
Strada abre frente em sua estrada com
o três portas
Missão, manter e
ampliar a diferença de vendas entre o picape Strada e os demais concorrentes,
que somados não o alcançam. Caso referencial, situação invulgar, posição a ser
mantida, a Fiat evoluiu a versão cabine dupla, aplicando-lhe terceira porta.
Dissimulada, abre ao contrário, cria enorme espaço para acesso pela
inexistência da Coluna central, e se fecha contra a porta dianteira direita. A
junção forma um ponto estrutural, como se fosse da Coluna B.Esforço conjunto de
vários setores da Fiat, não apenas serviço de elegante lanternagem, mas o
produto mudou, com nova linha de cintura e redesenho da caçamba, bordas
elevadas em 8 cm, lanternas traseiras mais elevadas, espraiando-se às laterais.
No visual parece maior. A capacidade de carga aumentou em 200 litros para
a cabine simples, 120 para a estendida e 100 para a cabine dupla. O volume útil
é o maior do segmento.
Seis as versões. Três
de Working, carro de
frotista e trabalho, com novo para choques frontal, e opções cabines curta,
estendida e dupla, motor 1.4 Flex; uma Trekking,
cabine dupla, motor E-TorQ 1.6 16V; e duasAdventure, cabines estendida e
dupla, motor E-TorqQ 1.8 16V. Opcionais automobilísticos mantém-se listados:
Locker, diferencial blocante; câmbio automatizado Dualogic; e 40 opções agora
oferecidas sob a marca Mopar – da Chrysler. 11 cores, incluindo uma, tipo
declaração de auto imponência, o Vermelho Opulence.
E o simplório paquímetro
revoluciona a indústria
Quando
Henry Ford desenvolveu seu primeiro automóvel usou os moldes e formas como base
para a padronização das peças. Era, na nascente atividade, método coerente.
Entretanto, por fatores diversos, haviam discrepâncias e nem todas as peças
eram rigorosamente iguais.
O
sucesso das vendas da marca, no foco de fazer veículos simples, operacionais e
resistentes, provocou críticas sobre a qualidade prejudicada pela qualidade.
Ford era rápido em decisões e soluções, consultando seu braço direito de
técnica, o sueco Charles Sorensen. Este sugeriu uso de equipamentos simples.
No
atacado industrial, aferição de medidas e volumes por JoBlocks, sistema criado por Carl Johansen, também sueco, inspetor
de qualidade da fábrica estatal de rifles, baseado na junção de blocos
metálicos com dimensões padrão. E outro, o uso de Caliper Rule – evolução do paquímetro de Vernier, criado três
séculos antes -, uma régua e suas variáveis, com duas escalas sobrepostas. Com
os JoBlocks equipe de metrologia conferia moldes,
matrizes, ferramentas. Na linha de produção os montadores, paquímetros nas
mãos, conferiam as peças construídas em casa, admitindo-se diferença máxima de
1/100 de polegada – 0,02 mm. Simples, porém uma sub revolução econômico
industrial no processo garantindo processo, apuro, pouco refugo e qualidade no
produto.
Ford
associou-se a Johansen e, maior fabricante do mundo, dinamizou o uso das
ferramentas de aferição, gerando hábito industrial. Até os concorrentes se
tornaram clientes dos JoBlocks e dos
paquímetros, micrômetros e ampla lista de ferramentas produzidas pela empresa
especialista. Seu uso permeou para as indústrias menores, ferramentarias,
torneiros, oficinas, ampliando a qualidade em todos os setores.
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