Wagner Gonzalez |
GP da China confirmou o esperado e nem mesmo as boas
ultrapassagens de Max Verstappen salvaram o espetáculo. Enquanto Nico Rosberg
perdia o sono atrás de um insuperável Lewis Hamilton e liderava o ronco surdo
do Ferrari de Sebastian Vettel, descobri que acompanhar a F-1 atual em uma
corrida que começa no meio da madrugada requer altas doses de cafeína…
No último fim de semana a
temperatura em Xangai estava mais alta do que o esperado, a ponto de alterar
até mesmo o desgaste dos pneus: os traseiros duraram muito mais que o esperado,
ao contrário do que aconteceu com os dianteiros. Apesar do tempo mais quente,
dentro e fora da pista, é difícil esquecer o quão modorrento foi o GP da China,
a terceira etapa do Campeonato Mundial de F-1 de 2015 e terceira vitória de Lewis
Hamilton na atual temporada. Em português claro, não teve para ninguém: o
inglês simplesmente fez barba, cabelo e bigode e deixou seu companheiro de
equipe completamente desestabilizado; o máximo que Nico Rosberg ganhou no fim
de semana, além dos 18 pontos do segundo lugar, foram manchetes dedicadas a sua
bizarra declaração:
“Lewis Hamilton andou
devagar e atrapalhou minha corrida.”
Instado a replicar o
comentário (que você pode ver neste vídeo até que os promotores da categoria
não o tirem da internet…) Hamilton foi curto e grosso:
“Meu trabalho não é cuidar
da corrida do Nico…”
Zz
Ao lado de ambos, Sebastian Vettel simplesmente
confirmou que fez de tudo para andar junto dos dois Mercedes, mas uma
ultrapassagem era impossível. Espera-se um equilíbrio maior entre as equipes
alemã e italiana neste domingo, no Bahrein, um circuito onde as retas são mais
curtas e, portanto, anulam parte da vantagem dos Flechas de Prata, no qual o
alemão de Maranello poderá surpreender, tal qual o fez na Malásia.
Tarefa semelhante se espera da Williams de Felipe Massa
e Valteri Bottas. O brasileiro perdeu duas posições na largada, caindo para
sexto, e ainda na primeira recuperou a posição frente ao finlandês. Terminaram
aí os momentos de emoção na luta pelos primeiros lugares. Mais para trás coube
ao pelotão dos novatos dar algum tempero a uma corrida bem sem graça; o que
salvou mesmo o espetáculo foi a tocada de Max Verstappen, o guri da Toro Rosso,
que fez três ultrapassagens na base do peixinho, mergulhando por dentro em
curvas de alta e de baixa velocidade sem jamais bloquear os freios do seu
carro.
Essa qualidade mereceu
elogios de muita gente, inclusive de Martin Brundle, ex-piloto de F-1 e hoje em
dia comentarista da Sky da Inglaterra. Vítima de um motor que não agüentou o
tranco e travou no início da reta de chegada, Verstappen não completou a prova
e o incidente mecânico fez com que a corrida terminasse sob bandeira amarela. O
holandês, porém, começou a mostrar por que estreou na categoria aos 17 anos e
que tem potencial para ser um herói da sua geração.
Geração que inclui também seu
companheiro de equipe Carlos Sainz Jr. e os dois pilotos da Sauber, Felipe Nasr
e Michael Ericsson. O brasileiro novamente andou na frente do sueco,
terminou num bom oitavo lugar e já soma 14 pontos na temporada; Ericsson parece
melhorar, mas ainda comete erros e não parece à vontade com seu equipamento.
A
corrida teve novamente arquibancadas vazias e,
chinesamente teve alguns torcedores postados estrategicamente para tremular
bandeiras, como mostram cenas do vídeo que você assiste clicando aqui. Embora
tenhamos vivido apenas três corridas da atual temporada já se fala que a
corrida em Xangai é candidata a perder a vaga no calendário do ano que vem.
As três marcas que disputam oficialmente o Campeonato
Mundial de Resistência (WEC) dividiram o pódio na etapa de abertura, as 6 Horas
de Silverstone, competição realizada domingo no autódromo inglês situado a
noroeste de Londres. O brasileiro Lucas Di Grassi tinha condição de ficar entre
os três primeiros mas seu carro teve que parar duas vezes para fazer reparos na
carroceria e a equipe completada por Loïc Duval e Oliver Jarvis ficou em quinto
lugar; a marca dos quatro anéis entrelaçados, porém, garantiu a vitória com o
carro de Marcel Fässler/André Lotterer e Benoît Tréluyer.
Pipo Derani se destaca na
LM P2
Pipo Derani,
estreando na categoria com um Ligier JS P2-Nissan, largou na pole position da
classe P2 e terminou em sétimo na geral, duas posições atrás do outro carro da
sua equipe. O WEC prossegue dia 2 de maio com a disputa da 6 Horas
de Spa-Francorchamps, na Bélgica.
Resultados de Silvertsone
1) Marcel Fässler, André
Lotterer, Benoît Tréluyer (Audi R18 E-Tron Quattro) 201 voltas em 6h0’30”876
2) Romain Dumas, Neel Jani, Marc Lieb (Porsche 919
Hybrid) a 4”610
3) Anthony Davidson, Sébastien Buemi, Kazuki Nakajima
(Toyota TS 040 Hybrid) a 14”816
4) Alexander Wurz, Stéphane Sarrazin, Mike Conway
(Toyota TS 040 Hybrid) a 1 volta
5) Lucas Di Grassi, Loïc
Duval, Oliver Jarvis (Audi R18 E-Tron Quattro) a 4 voltas
6) Roman Rusinov, Julien
Canal, Sam Bird (Ligier JS P2-Nissan) a 16 voltas *
7) Gustavo Yacaman, Pipo
Derani, Ricardo Gonzalez (Ligier JS P2-Nissan) a 17 voltas *
(*) Categoria LM P2
Na Indy sob chuva, Helinho
fica em segundo na corrida em New Orleans
O canadense James Hincliffe foi quem se deu melhor na
confusa prova que inaugurou a presença do Nola Motorsports Park no calendário
da IRL. Disputada num fim de semana marcado pelas chuvas, a competição teve
vários períodos de bandeira amarela — algo comum nos EUA — e terminou por
limite de tempo. Um acidente nos boxes provocado por um errático Francesco
Dracone, que travou rodas no piso molhado e perdeu o controle do carro.
acertando Todd Phillips, mecânico da equipe Dale Coyne, como se pode ver aqui.
Tony Kanaan terminou em sexto.
WG
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