Inversão térmica
Wagner Gonzalez |
Como em uma inversão
térmica, temporada da Stock começou com play off fora de época. Após três
corridas atípicas, a categoria mais importante do automobilismo brasileiro
encara etapa em Curitiba, dia 31 de maio, como início da temporada. Não é exagero
dizer que as provas de Goiânia, Ribeirão Preto e Velopark foram como se o play
off de anos atrás tivesse acontecido fora de época.
A busca por soluções que ajudem a trazer o público de volta às arquibancadas
e o equilíbrio técnico à Stock Car nunca param e isso é louvável: afinal,
qualquer autoentusiasta que se preze sabe apreciar uma boa disputa nas pistas e
sente-se motivado a pagar ingresso para ver bons pilotos disputando posições a
cada curva. O que se viu nas três primeiras provas deste ano contribui para que
isso aconteça: cinco pilotos e três equipes diferentes ocuparam o lugar mais
alto do pódio, entre eles Tuka Rocha e a equipe Bassani Racing, (Ribeirão Preto
2), até então fora do círculo de vencedores da categoria. Completam a lista
Ricardo Maurício/RC-Eurofarma (Goiânia); Cacá Bueno/A.Mattheis-Red Bull Racing
(Ribeirão Preto 1) e Daniel Serra/A.Mattheis-Red Bull Racing e Max
Wilson/RC-Eurofarma (Velopark 1 e 2, respectivamente).
No campo técnico-desportivo, porém, algumas soluções não puderam ser
completamente avaliadas. Os efeitos da volta à gasolina como combustível dos
V-8 de 6,2 litros não puderam ser totalmente avaliados, assim como o desempenho
dos novos pneus, de estrutura mais rígida e, em princípio, mais eficientes e
duráveis. Além disso, um novo formato de classificação foi implementado, o que
implica na busca de acertos ainda mais radicais na comparação com o set up de
corrida.
Com o novo combustível (assunto abordado nesta matéria), o
consumo diminui e deu maior autonomia aos carros, mas ao fazer o motor
trabalhar em temperaturas mais alta ainda há pequenas controvérsias sobre o
perfeito arrefecimento e escoamento aerodinâmico na parte dianteira do veículo.
Já com relação aos pneus o problema é mais claro: disputada em duplas, a etapa
de Goiânia envolveu pilotos convidados e minimizou a avaliação e demanda do
equipamento; Ribeirão Preto é um traçado de rua e de baixíssima velocidade
média e Velopark, bem, o Velopark… Curvas de baixa velocidade e uma corrida
marcada por várias intervenções do Safety Car não ajudaram.
“Teremos o
primeiro grande teste em Curitiba” diz Jonathan Wells, líder da equipe da
Pirelli que acompanha a categoria brasileira. Ele completa seu raciocínio ao
lembrar que “a curva que dá à reta de chegada é longa e rápida o suficiente
para exigir muito dos pneus”.
Com o novo
sistema de classificação, onde os pilotos saem à pista em grupos de quatro e
tem duas voltas para marcar os tempos que o posicionarão no grid, o acerto dos
carros para essa finalidade será bastante crítico em relação à regulagens ideais
de corrida, onde o desgaste de pneus e freios serão prioridade 1 para ter um
carro competitivo em toda a prova.
Mesmo assim
tanto a Pirelli quanto chefes de equipe não acreditam que tal situação
justifique a inclusão de uma sessão de treinos ou um jogo extra de pneus para a
corrida curitibana. Contribuem para isso o fato que os testes de pré-temporada
foram realizados nessa pista e há um extenso banco de dados para servir de
referência de set up. É
uma questão que será esclarecida dentro de um mês: a quarta etapa deste ano
está marcada para o dia 31 de maio.
Os resultados da etapa do Velopark
Corrida
1
1) Daniel
Serra, Red Bull Racing, 47 voltas em 47min08s923; 2) Marcos Gomes, Voxx Racing
Team, a 0s691; 3 Júlio Campos, Prati-Donaduzzi, a 3s630; 4) Rubens Barrichello,
Full Time Sports, a 12s213; 5) Cacá Bueno, Red Bull Racing, a 21s813;6) Ricardo
Maurício, Eurofarma RC, 22s876; 7) Allam Khodair, Full Time Sports, a 24s810;8)
Diego Nunes, Vogel Motorsport, a 26s113;9) Sergio Jimenez, C2 Team, a 26s833; 10)
Max Wilson, Eurofarma RC, a 27s939.
Corrida
2
1) Max
Wilson, Eurofarma RC, 26 voltas em 28min06s567; 2) Cacá Bueno, Red Bull Racing,
a 1s343; 3) Júlio Campos, Prati-Donaduzzi, a 3s024; 4) Daniel Serra Red Bull
Racing, a 3s774; 5) Rubens Barrichello, Full Time Sports, a 5s327; 6) Felipe
Lapenna, Schin Racing Team, a 11s440; 7) Gabriel Casagrande, C2 Team, a 11s930;
8) Ricardo Zonta, Shell Racing, a 12s299; 9) Vitor Genz, Boettger Competições,
a 13s418; 10) Thiago Camilo, Ipiranga-RCM, a 14s219.
Classificação
do campeonato após três etapas:
1º) Cacá
Beuno, 62 pontos; 2º) Júlio Campos, 59; 3º) Marcos Gomes, 54;
4º) Rubens Barrichello, 51; 5º) Allam Khodair, 41; 6º) Thiago Camilo, 39; 7º)
Sergio Jimenez, 38; 8º) Daniel Serra, 36; 9º) Max Wilson, 33; 10º) Ricardo
Maurício, 27.
WG
Nenhum comentário:
Postar um comentário