Coluna 2515-19.06.2015- edita@rnasser.com.br
Salón, mais novidades na Argentina
Salão do Automóvel em Buenos Aires, 19 a 28, novidades
tanto em veículos lá produzidos, quanto para os a ser fabricados em nosso
país. Dos primeiros, futuro Chevrolet Cruze, com motores 1.5 turbo, 160
cv, geração perdida pelo Brasil pelas abrasões e dificuldades de
relacionamento da empresa com o sindicato de metalúrgicos do Vale do
Paraíba. O Cruze será produzido ao final do ano em corajoso plano de
exportações continentais. Linhas tem toques ocidentalizados, lembrando
partes do novo Malibu. Outro argentino, Renault Fluence em versão GT2, é
evolução com mudanças visuais no spoiler frontal
e rodas com novo desenho. Motor 2.0 turbo – 16V injeção indireta -, potência
elevada a circa 200 cv.
Transmissão mecânica 6 marchas.
Da marca, Sandero RS ainda produzido no Brasil – será
transferido à Argentina a junto com Logan. Versão esportivada por
engenheiros de ambos os países, ajustado ao motor 2.0, 16V, e 140 cv –
potência modesta para a cilindrada.
Mercedes exporá o Vito, multi utilitário, abaixo do
Sprinter, único na categoria.
Produzido na Argentina, será lançado ao Salón. Após, mercado brasileiro.
Ainda importado, porém reunindo porcas e parafusos para
produção no Paraná,
Audi terá sedan A3 em versão estelar: motor 2.0, quatro
cilindros, 16 V, injeção direta, turbo e invejáveis 300 cv de potência,
transmissão sequencial com seis velocidades e tração total Quattro. Carro
de prestígio, concorrente de Mercedes CLA 45AMG. É um sinal. Tal versão
poderá ser montada no Brasil.
Duas chinesas melhor estruturadas na região,
Lifan e Chery se apresentam, e japonesa Nissan chega com impacto – no stand no qual circula pelo
circuito mundial de salões. Implantar-se-á na Argentina, distribuirá
Nissans mexicanos, os nacionais March e Versa, e o cenário é para anunciar
produzir localmente. Leitor da Coluna soube por antecipação, fará base
rolante de picape, fornecendo-a a Mercedes e Renault, cada uma criando seu
produto final.
Também exposto o conceito Kicks, esportivo atlético sobre
plataforma March/Versa, e de próxima produção no Brasil – será o carro
oficial das Olimpíadas 2016.
Volkswagen não exporá o up! TSI, versão turbo, a ser
lançado em julho.
Menor em espaço pela recessão e crise econômica
argentinos, o Salón terá atrações
antigas e, nestas, exposição de acervo pertencente ao cultuado Juan Manuel Fangio, penta campeão mundial
nos anos ’50. Carros de corrida com destaque ao Maserati 250F; carretera Chevolet 1940, o a nós
desconhecido Simca Gordini, e o
Mercedes 300SL, o Asa de Gaivota, de seu uso pessoal. Estes e
objetos pessoais vieram do museu Fangio, em Balcarce, sua cidade natal –
a salvo de vendas por herdeiros, como ocorridas recentemente.
Presença adicional, o sítio Autohistoria, especializado
em automóveis históricos argentinos, terá exposição para comemorar os 60
anos de fundação da IKA – Indústrias Kaiser Argentina -, a gêmea da Willys-Overland
do Brasil. Levará exemplares marcantes da história.
Dia
24, Alfa
Efeitos de marketing,
ou da paixão em torno da marca Alfa Romeo, um dos eventos mais comentados
no mundo do automóvel é o anúncio da volta da marca ao mercado. Novos
projetos – automóvel médio, utilitário esportivo e automóvel grande –,
primeiros de uma renca de oito, todos com tração traseira.
Nova imagem de qualidade e tecnologia, um Audi italiano,
exemplificam. Novas pretensões: somente no mercado dos EUA quer vender 150
mil unidades em 2018 – hoje vende traços. Novas instalações industriais,
alteradas para o projeto de qualidade. Parece, esta será a base, a partir
do fato que Sergio Marchionne, o CEO da FCA, controladora da marca,
autorizou contratar 800 engenheiros para aumentar o time dos dedicados à
Alfa. Até agora o projeto consumiu US$ 2B e a projeção é de absorver o
dobro.
O primeiro produto deverá ser mostrado em protótipo – a
FCA, boa em marketing quer obter
muita divulgação agora, e outra daqui a meses quando fizer o lançamento.
Dele sabe-se porte e foco: concorrer com Mercedes Series C, BMW 3, Audi 3
e 4. Jaguar XE. Linhas desconhecidas, pois todos os testes tem sido feitos
com carroceria Maserati, sócia na plataforma. Nome indefinido, protótipo é
dito Giorgio. Terá motor longitudinal, tração nas duas ou quatro rodas.
Motores em palpites livres, incluindo versão mais barata com 4 cilindros,
e diesel, e topo de linha, novo V6 3.0. As versões de performance
Quadrifoglio concorrerão com os AMG, M e S.
Alfas serão italianos, como acordado com o governo do
país e, apesar de tudo ser possível na grande fábrica da FCA em Goiana,
Pe, não há planos para descentralizar a produção. No Brasil haverá
distribuição, entretanto sem previsão de data – a Fiat dedica-se a renovar
seus produtos, poupando-se de expender energias para montar a operação de
importar, vender e assistir.
Anúncio dia 24, em Milão, Itália, tendo como segundo
evento a reinauguração do museu da marca.
Motores. Os melhores do mundo
Júri internacional de jornalistas especializados – a
Coluna faz parte -, por votação secreta separou motores por categoria –
cilindrada e combustível – e escolheu os nove melhores para o International Engine of the Year 2015,
1. BMW 1,5-litro,
três cilindros, híbrido elétrico-gasolina. Equipa o BMW i8. 274 pontos.
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2. Ford 999 cm3,
três cilindros turbo – em breve opção no Brasil para Fords Ka e Fiesta.
267 pontos;
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3. PSA Peugeot Citroën
1,2 litro três cilindros turbo – (em breve aplicado em Peugeot 208, 308,
Citroën C3, C3 Picasso). 222 pontos
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4. Ferrari 4,5 litros V8
(Ferrari 458 Italia, 458 Speciale) 221 pontos
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5. Mercedes-AMG 2-litre
turbo (MB A45 AMG, CLA45 AMG, GLA45 AMG).
177 pontos
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6. Tesla elétrico (Tesla
Model S) 157 pontos – não vendido no Brasil
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7. BMW M 3 litros
twin-turbo seis cilindros (BMW M3, M4) 133 pontos
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8. McLaren 3,8 litros, twin-turbo V8 (McLaren 675LT, 650S, 625C).93 pontos
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9. Audi 2,5 litros,
cinco cilindros turbo (Audi RS3, RS Q3) 81 pontos.
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Resultado indica novo desenho tecnológico no ar. Os
motores Ferrari e Mc Laren, obras primas do baixo peso, da alta potência,
e da identificação esportiva, perderam para os pequenos, com 1.0 e 1,2
turbo. Iluminam o futuro: baixa cilindrada, pequenos volume e peso,
potência de motores maiores.
Idem, o mais votado é híbrido, e o totalmente elétrico
ficou em sexto lugar.
Roda-a-Roda
Poder - Contrariando a filosofia vitoriosa de reduzir
tamanho, cilindrada e peso de seus motores, compensando a produção de
cavalos com a aplicação de turbos alimentadores, os EcoBoost, Ford criou
novo motor V8 cilindros.
Detalhes - Alumínio à vontade, virabrequim plano, 32
válvulas, produz iniciais 533 cv. Produção contida para versões do
esportivo Shelby GT350 e Mustang GTR 350. Quem o ouviu diz, o ronco parece
de Ferrari.
Efeito – A árvore de manivelas plana diferencia-se por
ter contrapesos a 180 graus – motores comuns, a 90. Obtém giros mais
elevados, tem berro personalista. É o propósito da Ford, diferenciar-se
desde a exaustão sonora do motor.
Rótulo - Nasce carimbado: o mais potente dos V8 Ford de
aspiração normal, com a maior potência específica, em torno de 102
cv/litro de deslocamento. Gira alto: pico de potência a 7.500 rpm, faixa
vermelha a 8.250 rpm, e elevado torque de 429 Nm, com 90% a partir
de 3.750 rpm.
Quadratura – Diâmetro dos pistões quase igual ao curso,
94x93 mm; taxa de compressão a 12:1. Vai preso a caixa de 6 marchas manual
Tremec, carcaça em alumínio, diferencial Torsen. Freios Brembo, 394 e 380
mm, seis e quatro pistões. Rodas em aro 19” e pneus Michelin.
Ajuda – Com as vendas de veículos novos em declínio, e
havendo no mercado nada menos que 240 mil cartas de consórcios
contempladas, entidades do setor e marcas se reuniram para promover
trocas: carta p’ra cá, carro
p’ra lá.
Prazo – Ação das entidades de produtores, distribuidores
e consórcios, Festival do Consorciado Contemplado vai até dia 31. Além de
carros de várias marcas, motos Honda e a curiosidade da Mahindra, recém
encerrando operação no Brasil, quer passar à frente o estoque restante.
Mercado – Fechadas as vendas nos 5 primeiros meses, dado
oculto: as quatro grandes já não estão tão grandes. Há dez anos eram 82%
no mercado. Ao iniciar 2015, se reduzia a 63%. E neste exercício caiu abruptamente
a 59%.
Extremos – Causas de mercado e econômicas. Marcas
japonesas e coreanas tem bons resultados durante a crise de vendas, ao
contrário das com origem em outros países. E os carros 1.0, nelas
presente, tem sido penalizados em vendas. Seus compradores engasgam com a
explicativa onda presidencial.
Desdobramento – O encolher das quatro grandes e o inflar
das outras pode instar mudança em conceito antigo: o critério de rotação
na presidência da Anfavea, a associação dos fabricantes. Hoje é um giro de
Volkswagen, Ford, GM, Fiat e Mercedes, mas a ascensão das outras marcas
pode mudar a regra, como demandado há décadas.
Desafio – No atual período de pasteurização e perda de
identidade no desenho dos automóveis, Mitsubishi apostou alto: cooptou
Tsunehiro Konimoto, 64, designer40
anos na Nissan. Lá criou o conceito Z, o icônico esportivo. Missão, dar
cara aos Mitsubishi.
Na fonte – Para atender ao crescente mercado colombiano
de ônibus após o sucesso do projeto TransMillenium, organizando o
transporte coletivo nas cidades do país, a Mercedes-Benz deu passou importante:
montou fábrica de ônibus nas beiradas de Bogotá. Mercedes nacional
fornecerá os chassis. Marca é o maior produtor de veículos comerciais na
América Latina.
Preferência – Pesquisa da Postenak-Ifop sobre imagem das
companhias francesas deu Citroën e Michelin em primeiro lugar, à frente de
30 outras empresas de todos os segmentos. Mudança total da linha,
atrevimento em design e
comunicação foram os responsáveis pela simpatia do público.
Pega – A
exemplo da corrida em ruas, como Bullit, em
San Francisco, e Ronin em
Nice, detentores da franquia James Bond atrevidos, em terra de Ferrari,
Lamborghini e Maserati, locaram em Roma disputa entre o famoso agente 007
e seu inimigo do grupo Spectre. Bond andará em Aston Martin DB 10, e Mr
Hinx, com Jaguar C-X75.
Especialíssimo – O Aston DB 10 com motor V8,
possivelmente Mercedes AMG, chegará ao mercado ainda este ano. Mas o
C-X75, vedete da marca no Salão de Paris 2010, nunca produzido, teria sido
o mais rápido dos Jaguar – de 0 a 100 km/h em menos de 3s, final acima de
320 km/h.
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