A Associação
Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que representa a indústria de
pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, divulga hoje o balanço setorial de janeiro
a fevereiro de 2016.
Segundo a associação, o volume de vendas de pneus teve queda de -2,8% em relação ao mesmo
período de 2015, com
destaque para os segmentos de pneus de carga, passeio e moto. "Os
resultados negativos do setor como um todo são reflexos da crise em que o país
se encontra. A queda do ritmo produtivo está diretamente relacionada com a
redução da demanda desses mercados", avalia Alberto Mayer, Presidente da
ANIP.
De janeiro a
fevereiro deste ano, a balança comercial dos fabricantes nacionais de pneus
manteve o superávit de U$S 113,55 milhões, com um saldo de 1,68 milhão de
unidades de pneus (exportações menos importações). Outro destaque é a queda de
-40,5% nas importações de pneus, em comparação a igual período do ano passado.
Sempre comparando o 1º bimestre corrente com o 1º bimestre de 2015, temos:
Montadoras
O acumulado de
janeiro e fevereiro foi marcado pela queda nas vendas para montadoras em todos
os segmentos, em unidades de pneus: Industriais (-81,3%), OTR (-55,5%), Duas
Rodas (-53,4%), Carga (-45,1%), Agrícola (-41,1%), Passeio (-29,1%) e Camioneta
(-8,5%). O resultado reflete a queda do ritmo produtivo do setor automotivo em
função da menor demanda do mercado. Segundo dados da Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a retração nas vendas do
setor automotivo no primeiro bimestre deste ano foi -31,3% em comparação com o
mesmo período de 2015.
O gráfico abaixo
traz a queda consecutiva das vendas de pneus para as montadoras de março de
2015 a fevereiro de 2016, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Mercado de
Reposição
Um ponto de
atenção para a indústria nacional de pneus é o fraco desempenho das vendas para
o mercado de reposição no início de 2016. Apesar do aumento de 0,6% nas vendas
dos fabricantes nacionais para a reposição, o mercado total deste segmento caiu
14,2%, em comparação ao mesmo período do ano passado, devido à substituição das
importações, principalmente causada pela desvalorização cambial. Essa
porcentagem representa mais de 1,4 milhão de pneus que deixaram de ser
comercializados. "Este é um dado preocupante, pois de um lado pode mostrar
uma circulação mais baixa de veículos e, por outro pode indicar que o
consumidor está deixando de realizar a manutenção de um item essencial de
segurança" destaca Mayer.
Exportações
Em relação às
exportações, o resultado das vendas de pneus para o mercado externo entre março
de 2015 e fevereiro de 2016, destacado no gráfico abaixo, começou a se
restabelecer no segundo semestre do ano passado e fechou fevereiro deste ano
com crescimento de 33,7% em relação ao mesmo mês de 2015.
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A desvalorização
cambial melhora a baixa competitividade do produto nacional, embora grande
parte dos insumos para fabricação dos pneus seja importada, neutralizando em
parte esta vantagem. Mesmo assim, determinou um crescimento nas exportações,
inclusive graças aos esforços dos fabricantes em aumentar as vendas no
exterior. Para continuar crescendo no mercado externo, a perspectiva para os
próximos meses de 2016 é que os fabricantes nacionais de pneus se concentrem
nos mercados da América Latina, focando principalmente na exportação de
produtos para a Argentina.
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