edita@rnasser.com.br - 61.3225.5511Coluna 3612-05.09.2012 |
UV grande, alemão, Touareg é mais por menos.Como individualizar-se contra marcas identificadas com a impalpável noção de produto Premium ? E como faze-lo se, pontos diferenciativos, como a solidez da construção alemã, ou a irresponsabilidade comercial, não servem de comparativo pois os concorrentes são primos, sob o mesmo guarda chuvas? É a questão da Volkswagen com o Tuareg, concorrente com o mundo em utilitários esportivos, e em casa com Q7 e Cayenne feitos pelas associadas Audi e Porsche. Todos utilizam a mesma plataforma.Durante a entrevista de apresentação, sobre o tema acicatei Henrique Sampaio, gerente de marketing da Volkswagen. Tratei-o com reverencia adicional, pois o camarada trabalhara todo o dia em São Bernardo do Campo, SP, cruzara S Paulo, dirigira até São Carlos do Pinhal, lindeira a Campos de Jordão – umas 3 horas de volante –, para fazer a apresentação sem direito a jantar, para não subtrair horas de sono, pois estaria em sua sala em SBC na manhã seguinte às 8 da manhã. Delicansado Sampaio saiu-se com explicação amena incluindo fidelidade de marca.
Acresci-a ao meu raciocínio. A Volkswagen partiu para o óbvio, dando mais conteúdo, oferecendo maior rede de vendas e assistência. Para diferenciar seu produto, aplica motor em alumínio, V8, 32 válvulas, comandos sobre as bancadas, sadio em 4.1 litros, produzindo 360 cv, robusto por 45,4 m.kgf de torque, preso a transmissão automática, 8 velocidades, com tração nas quatro rodas, sob demanda, da japonesa Aisin. Por preço assemelhado aos R$ 333.700 Audi e Porsche oferecem motor menor, V6.Outro diferencial de charme mecânico-comportamental, é o fato de ser versão R. Não é um embleminha comercial, mas significa ser um desenvolvimento da R GMBH, empresa da Volkswagen, hábil a isto. Equivale ao charme performático do emblema AMG nos Mercedes, ou M nos BMW.
O pacote R inclui rodas em liga leve, 20 polegadas, bancos e volante esportivos, acabamentos inferiores nas laterais da carroceria. Muito bem composto visualmente, para o tipo de cliente que não precisa chamar atenção, mas sabe estar competentemente sentado.
A harmonia mecânica, o volumoso torque e a transmissão longa, overdrive por 7ª e 8ª velocidade, permitem andar bem e em baixas rotações. A 120 km/h o motor gira a 2.200 rpm. A troca das marchas não é rápida como nas atrevidas transmissões com dupla embreagem, mas a vitalidade do conjunto supera as exigências dos interessados ao fazer da imobilidade aos 100 km/h em 6,5s, tempo de automóvel vitaminado.Bom trabalho na suspensão, cujo elemento elástico não é mola em ferro, mas o ar. Está a 30 cm do solo e tem regulagens nas multiplas funções hoje permitidas pela informatização. Consumo sem medir ou sem informação porém imagináveis 5 km/l na cidade e entre 7 e 8 km/litro na estrada.
Bem equipado em segurança, em especial pelo controlador automático de velocidade de cruzeiro, item eletrônico apresentado pela Volvo há alguns anos e permedado a todas as marcas sérias. O sistema freia-o automaticamente ao aproximar-se de barreira frontal. Há alerta de sono, úteis retrovisores que indicam proximidade lateral de carros nas faixas próximas.Se eu compraria ? Não. Estes SUVs grandes são trambolhosos para nossas ruas, estradas, entradas de garagens e shoppings. Comprar ? Iria com outro VW, o Tiguan, como já dito aqui, a meu ver o melhor da turma.
Uma boa troca pelos impostos não cobrados ?
Às vésperas de encerrar seu vigor, o Governo Federal renovou o corte ao IPI dos veículos. Medida esperada, usual no Brasil, onde as soluções não planejadas sempre tem sobrevida para medir resultados. O pacote incluiu eletrodomésticos. E até o final de 2013, materiais de construção. Razões iguais.Aparentemente a decisão da renúncia fiscal temporária troca a base econômica pela política. Trata-se, afinal, de festejar o único dado econômico positivo, em especial quando, no comparativo com os outros BRICS o Brasil teve crescimento vergonhoso, vezes menor que África do Sul, Índia, Rússia e China. E terá PIB rasteiro. Crescer as vendas da indústria automobilística, um dos setores de maior reflexo e influência na visão do público, tornou-se imperativo para referenciar crescimento. Período e época justificam pois auxiliarão nos índices econômicos apurados em 2012.Na prática a argumentação oficial de manter economia crescendo e o nível de empregos pouco vale. O governo sabe mas torce o nariz a reconhecer que nossa carga tributária é brutal, em especial a cadeia sobre os automóveis. Conhece o cálculo oficial entre baixar preços, aumentar empregos, vendas, recolher impostos. E seu acordo de proteção à indústria automobilistica aqui instalada, barrando os importados em nome do desenvolvimento de tecnologia nacional para diminuir o índice de nacionalização, passa pelo compromisso da indústria em manter empregos. Os números de produção, vendas, estoques, nada disto justificaria a medida e a proteção alfandegária que continua vigindo – e atrapalhando a instalação de novas indústrias: JAC Motors suspendeu investimentos, Land Rover e BMW detiveram planos em nome da, digamos assim, dosimetria, expressão tão empregada para a punição dos os réus do Mensalão, condenados por alcance de dinheiro público. Os interessados em instalar-se no Brasil querem saber como será a regra entre investimento em construção x Imposto de Importação x o tijolaço de 30 pontos percentuais aposto sobre o enorme IPI.
E nós, contribuintes, saber, realmente, se vale a pena abrir mão do recolhimento de impostos para fomentar a venda de automóveis em lugar de melhorar o meio ambiente com professor, médico, polícia e transporte.
Roda-a-Roda
Queridinho – A Mercedes-Benz arrancou bem em seu projeto de crescer através de mudar todos os produtos. Sem definir se o próximo Smart terá estrela, o novo Classe A lançado mas ainda sem vender, foi eleito por 100 mil leitores da revista Auto Bild como o carro mais atraente da Alemanha.
Marketing – O projeto de marketing da Ferrari, na gestão Luca di Montezemolo desconhece crise européia, medo de nova recessão nos EUA, ou desaceleração na China. Vendas em 2012 cresceram 7%. Retrato do alheiamento, os modelos V12, mais caros, são 2/3 das vendas. A nova berlinetta F 12, 6.2, 740 cv, custará 274.400 euros e dela a Ferrari quer vender 800 unidades no primeiro ano.
Diversificação – Cansada de exportar apenas petróleo, recurso natural, a Arábia Saudita atrai capitais para diversificar sua economia. Fez joint venture com a Alcoa em produtora de alumínio, provoca a Tata, dona de Land Rover e Jaguar, a montar pioneira linha de produção.
Razão - A energia elétrica barata, gerada por gás natural, é o principal insumo para a produção de alumínio. Como os preços são competitivos mundialmente, a Tata pensa ter fábrica para estampar chapas do alumínio utilizado em seus carros, abastecendo a montagem na Inglaterra. Mudança de eixo econômico.
Quem ? - Toyota e Ford requerem o recorde de vendas no primeiro semestre. A Ford diz, vendeu 489.616 Focus. Toyota contesta, ao vender 462.187 Corolla. Mas aumenta a conta em 140.000 com Verso e Matrix, que diz Corolla – embora sem tal identificação.
Movimento– No tabuleiro onde peças são movidas para os mercados mais promissores, a Ford fará seu produto mais luxuoso, o Lincoln, na China a partir da metade de 2014. Será o Xing-Lincoln ?
Conjuntura – Onde você imagina a Bentley apresentou seu Continental GT Speed ? Na Rússia. Os muitos e perdulários novos ricos consomem com vontade e as linhas sóbrias com motorização de 12 cilindros em W, 6.0, 625 cv, devem conquistar muitos clients.
Re call – A chinesa Chery chama para trocar juntas com amianto colocadas nos coletores de admissão e escapamento dos motores. Gratuito e rápido.
Uma força – Uma olhada no mercado e todas as marcas mudaram, construiram escudo de proteção no segmento do mercado contra as duas novas referências, o Hyundai HB20 e o Toyota Etios. Daí todos os fabricantes se previnem, acertando carros, conteúdo, preços.
Regulagem – No caso da VW com Gol e Voyage o trabalho, contado aqui, adotou esta fórmula e, no caso do motor, aprimorou-o para reduzir consumo, emissões, melhorando valor e faixa de torque para melhores respostas em baixas rotações. É o motor TEC.
Partida – Ninguém entendeu, mas a Volkswagen em vez de adotar o sistema de partida a frio com pré aquecimento da mistura, já presente na marca, manteve o tal tanquinho, otimizando-o com penduricalhos – até filtro para jato de gasolina.
Conserto – Falta algum alemão tomar decisão política – dar um tapa na mesa, falar um palavrão – e mandar esquecer esta história de tanquinhos para partida a frio em motores a etanol. Tal trapizonga é a vanguarda do atraso.
Redução – Isenção de IPI para carros até 1.0, diminuição nos outros, terrorismo para gastar antes de aumento, deram recorde à Fiat: vendeu mais de 100 mil unidades em agosto, mês recordista em sua história de 36 anos no Brasil.
Negócio - Sabe o Nissan Sentra ? Mudou tudo. Modelo 2013 estará no Salão do Automóvel sobre nova plataforma, mais leve 70 kg, mais aerodinâmico, motor 1.8, 16v, 130 cv, substitui o 2.0. A transmissão por polias ficou. Objetiva diminuir consumo – nos EUA anunciado em media de 15 km/litro -, reduzir emissões, dobrar vendas – quer igualar Honda Civic e Toyota Corolla.
… II – A fim do atual modelo ? Negocie.
Salão – Quer dirigir algumas máquinas de sonho expostas no Salão do Automóvel ? Fácil: helicoptero até o circuito da Fazenda Capuava, perto de Campinas: R$ 1.200 – barato pela experiência e pelo muito a contar.
Salão, 2 – A decisão da Ferrari, Maserati, Lamborghini e Rolls-Royce, representações da mesma empresa, estar fora do Salão do Automóvel em represália aos enormes custos de locação de area, terá exceção. A Volkswagen, dona da marca Lamborghini, terá exemplares em seu stand.
De volta – Em tempos de injeção direta, eletrônica, a Nakata voltou a fazer carburadores para VW a ar. Saudosismo ?Não, constatar, nas inspeções de emissões de poluentes, tais peças, com anos de desgaste, podem condenar os carros.
Número – Sabe qual é a frota projetada com mais de 18 anos de uso ? 4 M. A Nakata começou nos VW a ar e pode ampliar os modelos de carburadores. Trocá-los por novos pode dar esperança de não ser barrado no baile oficial.
Complemento – O que, para conter preços. a montadora não aplica, a indústria de acessórios provê. Os Nissan March e Versa tem alarme, faróis de neblina, vidros elétricos desenvolvidos pela Quantum, aprovados pela montadora.
Agencia – Y&R, maior agência de propaganda do país, foi escolhida pela Peugeot para divulger sua marca e produtos. Buscava uma conta de automóveis. Há tempos teve a VW Caminhões.
Sinergia – A Mitsubishi desenvolveu um aplicativo que permite ao usuário baixar o Manual de Proprietário, ao todo ou em parte, em celulares. Bom entrosamento. Mais? www. aplicativomitmanuais.com.br
Racionalidade – Em nove anos a caixa de câmbio I-Shift da Volvo equipa 91% dos caminhões FH. A consciência das vantagens – economia de combustível, e de manutenção, conforto ao motorista – mudou o quadro. Eram 3% em 2003.
Imprensa – Criador, avalista, mola mestra do bom programa Vrummm do SBT, o jornalista Boris Feldman deu um tempo como malabarista chines.
Antigos – Maior encontro de automóveis antigos na América Latina, o AutoClasica, em Buenos Aires, Argentina, 5 a 8 de outubro, tem sério candidato a Best of the Show – prêmio máximo: o Bentley Speed Six Gurney Nutting Fixed Head Coupe de 1939, dos ativos colecionadores locais Daniel e Calilo Sielecki. Em 2011 ganhou o Road & Track Trophy no Pebble Beach Concours d’Elegance.
Gente - Hilário Soldatelli, 53, mineiro, formado em negócios, marketing e administração de empresas, co-optado.OOOO Trocou a Diretoria de Vendas da Fiat por posto igual na VW. OOOO Negócio longo, o mercado a peso de ouro. OOOO Vincent Rambaud, 10 anos de PSA, deixa a Direção Geral da Peugeot, substituído. OOOO Maxime Picat, ex diretor geral da DongFeng, joint venture Peugeot na China, assumirá. OOOO
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