SOPA
DE LETRINHAS NA TERRA DO GOULASH
Os
defensores do direitos das minorias viveram um domingo de êxtase durante as
quase duas horas que acomodaram o Grande Prêmio da Hungria deste ano. Pista
famosa por espetáculos ora surpreendentes, ora modorrentos, o pódio foi ocupado
por representantes de RBR, F14 T e W05, para não falar em um FW36 que trouxe
novo fôlego a um piloto brasileiro
Inaugurado em 1986, quando entrou para a
história com uma antológica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna,
o traçado de Hungaroring é uma pista de extremos. Pouco usada durante o ano,
recebe uma corrida marcada por extremos: o Grande Prêmio da Hungria ou é uma
corrida modorrenta ou surpreende os mais incrédulos. Na segunda opção
destacam-se a corrida de 1997, que o então campeão mundial Damon Hill
esteve próximo de vencer apesar de conduzir um nada confiável e pouco competitivo
Arrows-Yamaha.
Ou o GP de ontem, quando os mega dominantes
carros da Mercedes Benz terminaram a prova em terceiro e quarto lugares,
atrás do vencedor Daniel Ricciardo (Red Bull RB10 Renault) e de um
sempre vivo Fernando Alonso (Ferrari F14 T). Foi o pior resultado da Mercedes
na temporada e, em contrapartida, uma lufada de ar fresco na vida de Felipe
Massa (Williams FW36, que terminou em quinto, atrás de Lewis Hamilton
e Nico Rosberg (terceiro e quarto colocados, ambos com (Mercedes AMG F1
W05).
O fato do circuito húngaro ser pouco usado
durante o ano faz com a aderência do asfalto varie bastante durante o fim de
semana, o que aumenta as variantes de acertos mecânico e aerodinâmicos.
Domingo, nem mesmo a parafernália de aparatos e mandraquices eletrônicas
que facilitam (em alguns casos mais atrapalham...) a vida dos pilotos conseguiu
resolver da melhor forma as dúvidas criadas com um cenário que teve um primeiro
ato marcado por pista molhada e vários acidentes onde nem os fortes escaparam.
Exemplos? O tetra campeão Sebastian
Vettel rodou na entrada da reta e o campeão de 97, Lewis Hamilton, rodou logo
após a largada, que cumpriu partindo dos boxes... A água acumulada nas
canaletas das zebras e absorvida por revestimentos porosos colocados nas áreas
de escape das saídas de curva contribuíram para a maioria desses estragos.
Tudo isso valorizou ainda mais a atuação
dos três primeiros classificados: afinal, a quantidade de imprevistos anulou em
grande parte os trunfos tecnológicos e deixou os pilotos em uma situação onde o
talento ousou prevalecer. As ultrapassagens e o ritmo forte de Daniel
Ricciardo, a velocidade que Fernando Alonso extraiu de um equipamento abaixo
dos seus rivais e recuperação de Lewis Hamilton, marcada por seu estilo
arrojado, são fatos que incluem este GP na pasta “corridas que valem a pena
lembrar”.
Como sempre nem tudo são flores, a
birra de Nico Rosberg, reclamando que seu companheiro de equipe não o deixava
passar não contribuiu para aumentar seu número de fãs; ao contrário, deixou
claro que ele insiste em resolver as coisas em equipe e não na pista.
Obviamente ele não é o único a cobrar ordens de equipe quando lhe interessa,
mas se ao menos fizesse o que fez após disputar duas ou três entradas de curva
com Hamilton o sobrenome Rosberg teria sido honrado e não marcado por uma
atitude pueril. Felipe Massa bem que poderia ficar fora deste parágrafo, mas
suas declarações após a prova foram, no mínimo infelizes.
Após tantos dissabores, azares e que tais
nas últimas provas, ter andado em segundo lugar e mantido um ritmo adequado aos
ponteiros, terminar em quinto e mostrado um ritmo cauteloso e seguro tinha tudo
para ser tudo de bom. Reclamar que o carro perdia velocidade por causa dos
pneus e não transmitir nenhum alívio por ter voltado a marcar pontos não foi,
nem de longe, a melhor forma de celebrar um resultado que todos aqueles que o
apoiam esperavam há tempos. Certamente suas obrigações com fãs e admiradores são
discutíveis: como profissional, Massa corre para justificar seu salário.
Todavia, o piloto que já deu grandes demonstrações de competitividade – e que
ocasião foram elogiadas por este colunista nas mídias contemporâneas -, poderia
ter ido mais feliz a comentar seu resultado.
A F-1 se prepara agora para um período de
férias e volta às atividades no dia 24 de agosto, quando acontece o GP da
Bélgica, na região de Spa-Francorchamps, um dos raros circuitos reminiscentes
do início da categoria, ainda que adaptado e adequado às exigências modernas.
Enquanto isso você se inteirar de todos os resultados do GP da Hungria e da
tabela completa do Campeonato Mundial de F-1 – onde Nico Rosberg segue líder,
com 202 pontos, 11 a mais que Lewis Hamilton -, clicando aqui.
Stock Milionária
A Stock Car retorna às pistas no fim de
semana com a disputa da Corrida do Milhão, na qual o vencedor leva o prêmio de
R$ 1 milhão. Este ano a prova mais importante da temporada acontece no renovado
Autódromo Internacional de Goiânia, que foi reinaugurado com a realização da
quarta rodada da atual temporada. Por causa da Copa do Mundo o calendário
sofreu uma interrupção de dois meses, o que junto com novo hiato de 30 dias em
outubro – motivado pelas eleições - fará com que as oito etapas restantes
sejam disputadas a cada duas semanas, o que significará uma carga de trabalho
desgastante para as equipes. Vale lembrar que nenhum piloto que largou na
pole-position dessa prova conseguiu cruzar a bandeirada na mesma posição, caso
de Thiago Camillo (2011/12) Valdeno Brito (2008). Ricardo Maurício (2010) e
Ricardo Zonta (2013). Com exceção da prova de 2008, que aconteceu no Rio de
Janeiro, as demais foram disputadas em Interlagos.
A classificação atual do Campeonato
Brasileiro de Stock Car é a seguinte: 1. Marcos Gomes, 64 pontos; 2. Valdeno
Brito, 62; 3. Átila Abreu, 59; 4. Sergio Jimenez, 58; 5. Julio Campos, 55; 6.
Thiago Camilo, 52; 7. Cacá Bueno, 51; 8. Felipe Fraga, 49; 9. Rubens Barrichello,
45; 10. Denis Navarro, 42.
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