terça-feira, 29 de julho de 2014

Wagner Gonzalez em Conversa de pista

SOPA DE LETRINHAS NA TERRA DO GOULASH

Os defensores do direitos das minorias viveram um domingo de êxtase durante as quase duas horas que acomodaram o Grande Prêmio da Hungria deste ano. Pista famosa por espetáculos ora surpreendentes, ora modorrentos, o pódio foi ocupado por representantes de RBR, F14 T e W05, para não falar em um FW36 que trouxe novo fôlego a um piloto brasileiro
  
Inaugurado em 1986, quando entrou para a história com uma antológica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre Ayrton Senna, o traçado de Hungaroring é uma pista de extremos. Pouco usada durante o ano, recebe uma corrida marcada por extremos: o Grande Prêmio da Hungria ou é uma corrida modorrenta ou surpreende os mais incrédulos. Na segunda opção destacam-se  a corrida de 1997, que o então campeão mundial Damon Hill esteve próximo de vencer apesar de conduzir um nada confiável e pouco competitivo Arrows-Yamaha.


Ou o GP de ontem, quando os mega dominantes carros da Mercedes Benz  terminaram a prova em terceiro e quarto lugares, atrás do vencedor Daniel Ricciardo (Red Bull RB10 Renault) e de um sempre vivo Fernando Alonso (Ferrari F14 T). Foi o pior resultado da Mercedes na temporada e, em contrapartida, uma lufada de ar fresco na vida de Felipe Massa (Williams FW36, que terminou em quinto, atrás de Lewis Hamilton e Nico Rosberg (terceiro e quarto colocados, ambos com (Mercedes AMG F1 W05).


O fato do circuito húngaro ser pouco usado durante o ano faz com a aderência do asfalto varie bastante durante o fim de semana, o que aumenta as variantes de acertos mecânico e aerodinâmicos. Domingo, nem mesmo a parafernália de aparatos e mandraquices eletrônicas que facilitam (em alguns casos mais atrapalham...) a vida dos pilotos conseguiu resolver da melhor forma as dúvidas criadas com um cenário que teve um primeiro ato marcado por pista molhada e vários acidentes onde nem os fortes escaparam.

Exemplos?  O tetra campeão Sebastian Vettel rodou na entrada da reta e o campeão de 97, Lewis Hamilton, rodou logo após a largada, que cumpriu partindo dos boxes... A água acumulada nas canaletas das zebras e absorvida por revestimentos porosos colocados nas áreas de escape das saídas de curva contribuíram para a maioria desses estragos.

Tudo isso valorizou ainda mais a atuação dos três primeiros classificados: afinal, a quantidade de imprevistos anulou em grande parte os trunfos tecnológicos e deixou os pilotos em uma situação onde o talento ousou prevalecer. As ultrapassagens e o ritmo forte de Daniel Ricciardo, a velocidade que Fernando Alonso extraiu de um equipamento abaixo dos seus rivais e recuperação de Lewis Hamilton, marcada por seu estilo arrojado, são fatos que incluem este GP na pasta “corridas que valem a pena lembrar”.

Como sempre nem tudo são flores, a birra de Nico Rosberg, reclamando que seu companheiro de equipe não o deixava passar não contribuiu para aumentar seu número de fãs; ao contrário, deixou claro que ele insiste em resolver as coisas em equipe e não na pista. Obviamente ele não é o único a cobrar ordens de equipe quando lhe interessa, mas se ao menos fizesse o que fez após disputar duas ou três entradas de curva com Hamilton o sobrenome Rosberg teria sido honrado e não marcado por uma atitude pueril. Felipe Massa bem que poderia ficar fora deste parágrafo, mas suas declarações após a prova foram, no mínimo infelizes.

Após tantos dissabores, azares e que tais nas últimas provas, ter andado em segundo lugar e mantido um ritmo adequado aos ponteiros, terminar em quinto e mostrado um ritmo cauteloso e seguro tinha tudo para ser tudo de bom. Reclamar que o carro perdia velocidade por causa dos pneus e não transmitir nenhum alívio por ter voltado a marcar pontos não foi, nem de longe, a melhor forma de celebrar um resultado que todos aqueles que o apoiam esperavam há tempos. Certamente suas obrigações com fãs e admiradores são discutíveis: como profissional, Massa corre para justificar seu salário. Todavia, o piloto que já deu grandes demonstrações de competitividade – e que ocasião foram elogiadas por este colunista nas mídias contemporâneas -, poderia ter ido mais feliz a comentar seu resultado.

A F-1 se prepara agora para um período de férias e volta às atividades no dia 24 de agosto, quando acontece o GP da Bélgica, na região de Spa-Francorchamps, um dos raros circuitos reminiscentes do início da categoria, ainda que adaptado e adequado às exigências modernas. Enquanto isso você se inteirar de todos os resultados do GP da Hungria e da tabela completa do Campeonato Mundial de F-1 – onde Nico Rosberg segue líder, com 202 pontos, 11 a mais que Lewis Hamilton -, clicando aqui.

Stock Milionária

A Stock Car retorna às pistas no fim de semana com a disputa da Corrida do Milhão, na qual o vencedor leva o prêmio de R$ 1 milhão. Este ano a prova mais importante da temporada acontece no renovado Autódromo Internacional de Goiânia, que foi reinaugurado com a realização da quarta rodada da atual temporada. Por causa da Copa do Mundo o calendário sofreu uma interrupção de dois meses, o que junto com novo hiato de 30 dias em outubro – motivado pelas eleições  - fará com que as oito etapas restantes sejam disputadas a cada duas semanas, o que significará uma carga de trabalho desgastante para as equipes. Vale lembrar que nenhum piloto que largou na pole-position dessa prova conseguiu cruzar a bandeirada na mesma posição, caso de Thiago Camillo (2011/12) Valdeno Brito (2008). Ricardo Maurício (2010) e Ricardo Zonta (2013). Com exceção da prova de 2008, que aconteceu no Rio de Janeiro, as demais foram disputadas em Interlagos.

A classificação atual do Campeonato Brasileiro de Stock Car é a seguinte: 1. Marcos Gomes, 64 pontos; 2. Valdeno Brito, 62; 3. Átila Abreu, 59; 4. Sergio Jimenez, 58; 5. Julio Campos, 55; 6. Thiago Camilo, 52; 7. Cacá Bueno, 51; 8. Felipe Fraga, 49; 9. Rubens Barrichello, 45; 10. Denis Navarro, 42.




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