A Chery Brasil
inaugura uma nova fase da história do setor automotivo nacional, com a
inauguração de suas instalações industriais na cidade de Jacareí, no Vale do
Paraíba, no interior de São Paulo. O investimento totaliza US$ 530 milhões, ou
mais de R$ 1,2 bilhão, em duas novas fábricas: a de automóveis, que recebeu
aporte de US$ 400 milhões, e a de motores, da Acteco, marca pertencente ao
grupo Chery, que contou com investimento de US$ 130 milhões.
Mesmo em momento
delicado vivido pelo segmento automobilístico nacional, a Chery manteve sua
decisão de investir em Jacareí, por considerar o mercado brasileiro prioridade.
“A decisão de ter uma unidade industrial nacional foi tomada em 2009, antes
mesmo do anúncio do aumento dos 30 pontos percentuais do IPI para carros
importados. Desde lá, passamos por uma série de situações, como o anúncio do
Inovar-Auto, e o cenário atual do setor continua não influenciando em nossa
decisão. A Chery Brasil será o headquarter da Chery na América
Latina”, declara Roger Peng, presidente da Chery Brasil.
A aposta e o
compromisso da Chery com Brasil podem ser comprovados com o novo investimento
já aprovado para a filial brasileira: o país contará com um Centro de Pesquisa
& Desenvolvimento, com aporte de R$ 50 milhões. “No futuro, provavelmente a
partir de 2018, a Chery terá um automóvel pensado, desenvolvido e produzido
especialmente para o mercado brasileiro. O centro de P&D também vai atuar
no desenvolvimento de novos modelos para a América Latina”, diz Luis Curi, vice presidente da
Chery Brasil.
Fábrica de Automóveis
Construída em um
terreno de mais de um milhão de metros quadrados, a fábrica de Jacareí tem uma
área construída de 400 mil metros quadrados, onde estão localizadas três
unidades produtivas – montagem, soldagem e pintura, além do prédio
administrativo e da edificação do restaurante. O complexo da Chery em Jacareí
ainda contempla uma pista de testes, que conta com variações diversas de
terreno, possibilitando simular as condições mais adversas de solo.
Com recurso 100%
próprio, a fábrica é equipada com máquinas de última geração, oriundas da
Alemanha, Espanha, Estados Unidos, China, entre outros países. Merecem destaque
o maquinário de medição tridimensional, com tecnologia de ponta, e toda a
instalação do processo de pintura, totalmente robotizada.
Em setembro, os
pré-séries das versões hatch e sedan da nova geração do Celer começarão a ser
fabricados. Em dezembro próximo terá início a produção comercial para abastecer
a rede de concessionárias da marca, que atualmente conta com 67 revendas.
“Com a fábrica
operando – e esperamos produzir 50 mil carros neste primeiro ano de
funcionamento –, teremos uma demanda maior do mercado, o que refletirá também
no aumento da rede. A meta é chegar ao fim de 2014 com 100 revendas Chery por
todo Brasil”, analisa Curi.
No primeiro ano
de operação, além da nova geração do Celer, está previsto também o novo QQ,
totalmente reformulado, que começa a ser produzido no segundo trimestre de
2015. O modelo de entrada da marca passará por uma modificação agressiva em seu
layout, além de contar com motor 1.0 flex de três cilindros.
Em 2016 chega a
vez de um terceiro modelo, um utilitário esportivo. Associada ao início da
montagem deste modelo está previsto o começo das exportações dos automóveis
Chery oriundos de Jacareí. Os três modelos – SUV, QQ e Celer – abastecerão a
rede Chery de países como Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Venezuela e
Peru.
Empregos
Durante as obras
civis, entre setembro de 2011 e agosto de 2013, foram geradas mais de 300
oportunidades de empregos. Atualmente, com a fábrica operando parcialmente, a
Chery Brasil conta com 300 funcionários. Destes, cerca de 30% da mão de obra da
manufatura provém de ex-profissionais da unidade da General Motors de São José
dos Campos.
Neste momento,
há 70 vagas disponíveis, sendo que 40 são para manufatura (operadores, técnicos
e especialistas) e as demais para a área administrativa. Até o final de 2014, a
fábrica espera contar com, pelo menos, 500 colaboradores.O processo seletivo é
feito através dos currículos cadastrados no site da montadora e também através
de parceiros como Catho, Senai, PAT da região e redes sociais, como o Linkedin.
É dada preferência para os candidatos com conhecimento da língua inglesa e com
experiência no setor automotivo.
Fábrica de Motores
Junto com a
unidade industrial de carros de passeio, a Chery inaugura também outra fábrica,
voltada à produção de motores da marca Acteco, que recebeu investimento de US$
130 milhões (mais de R$ 250 milhões).Situada também em Jacareí, próximo à
unidade de automóveis, a fábrica de motores é responsável, a princípio, pela
produção de propulsores 1.0 e 1.5 litros.
“No futuro,
também serão produzidos outros tipos de motores, para abastecer não só a
demanda da Chery em Jacareí, mas como também outras localidades. Por enquanto,
a Acteco fornecerá seus itens para o Brasil, mas planejamos exportar em um
segundo momento”, revela o presidente da marca no Brasil, Roger Peng.No
momento, a Acteco conta com 30 colaboradores, para já atender às necessidades
da Chery Jacareí, mas este número deve chegar a 100 até o fim do ano,
acompanhando a demanda da fábrica de veículos. O processo seletivo da unidade
segue as mesmas normas do da Chery.
Nacionalização
O primeiro
modelo a ser fabricado em Jacareí, o Celer, nas versões hatch e sedan, inicia
sua produção com mais de 50% de índice de nacionalização, graças a parceria da
Chery com diversos fornecedores locais, como Plascar, Metagal, Pirelli, Moura,
Bosch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf, Petronas, entre outros.“Todas
estas empresas estão situadas em um raio de até 100 km de distância, porém, já
contamos com um espaço ao redor da fábrica de automóveis para receber um futuro
polo de fornecedores”, comenta Curi.
O índice de
nacionalização dos modelos Chery fabricados no Brasil será aumentando
gradualmente, podendo chegar a 70% em aproximadamente dois anos, momento no
qual a Acteco também passará a fornecer transmissões, que passarão a ser
produzidas pela empresa.
Centro de P&D
Este número de
nacionalização terá um crescimento gradativo também com o início de funcionamento
do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Chery no Brasil.Ainda sem local
definido para ser instalado, o centro tecnológico já conta com investimento
aprovado de R$ 50 milhões. “Definido e decidido o novo aporte, passaremos agora
para a segunda etapa, voltada ao processo de planejamento para instalar o
Centro de P&D no Brasil”, complementa Curi.A empresa já estuda parcerias
com universidades, como FGV, FAAP, UNIVAP, UNIP e Anhanguera, e com centros
tecnológicos, como o de São José dos Campos e o de Jacareí.
Dados de Interesse
Investimento: U$530 milhões
(fábricas de automóveis e motores)
Novos Investimentos: R$ 50 milhões para
centro de P&D
Área construída: 400 mil m², em um
terreno de 1 milhão de m²
Empregos: três mil
Capacidade de produção: 150 mil unidades/ano
Modelos para produção inicial: Celer e QQ
Vendas Chery em 2013: 8 mil unidades
Projeção para 2014: 15 mil unidades
Nº de revendas: 67 concessionárias
Modelos comercializados no Brasil: Tiggo, QQ, Celer e
Face