Mais uma etapa muito
cansativa no Rally Dakar. Após um deslocamento de 594 km e a travessia da
fronteira entre Argentina e Chile a mais de 4.800m de altitude, as duplas da
Equipe Mitsubishi Petrobras enfrentaram um trecho cronometrado de 315
quilômetros pelo Deserto do Atacama, o maior e mais desafiador do mundo.
Como recompensa ao
chegar em Copiapó, Carlos Sousa e Paulo Fiuza ganharam duas posições na
classificação geral e agora ocupam a 7ª posição. "Foi uma especial
interessante, nosso primeiro contato com as dunas. No início, o trecho foi
rápido, com fesh fesh. Logo depois, as dunas. Largamos um pouco atrás, tivemos
um pouco de tráfego na parte inicial e depois do km 150 fomos sozinhos. Estamos
satisfeitos por chegarmos ao final da especial, pois não é nada bom ficar
parado no meio de um trecho de deserto", brinca o português.
Para o piloto, a
melhor parte do dia de hoje foi andar sozinho pela especial, sem outros
competidores ao redor. Gosto porque ficamos mais concentrados no terreno e
fazemos nossa trajetória. Se pudesse, faria as especiais sempre sozinho, no meu
ritmo", comenta o piloto. Mas seu navegador, Paulo Fiuza, fica apreensivo
quando estão muito sozinhos. "Chego a ficar com o coração na mão até
passarmos pela referência correta", disse. "Não me lembro de um
início tão puxado como está sendo este Dakar", completa
Guilherme Spinelli
e Youssef Haddad fizeram uma ótima prova e ganharam quatro posições na
classificação geral, ocupando agora a 27ª colocação. "Hoje foi uma
especial atípica para o carro, por causa da altitude e o início das dunas. Isso
requer vários cuidados e temos que ficar o tempo todo monitorando. O turbo
compressor do motor fica tentando puxar o ar, que está
rarefeito por conta da altitude, e isso é sempre prejudicial", explica o
navegador, que também é engenheiro da Ralliart Brasil.
"No Brasil,
não temos ralis em dunas, então não é nosso habitat natural. Estivemos nesta
região chilena no fim do ano passado e conseguimos treinar um pouco. Essa foi a
melhor especial em dunas que nós dois já fizemos juntos, Estávamos bem
confortáveis, conseguimos relaxar e até nos divertimos. Foi uma especial bem
completa, típica de Dakar", completa Youssef.
Guiga também
compartilha a sensação do navegador. "Hoje foi um dia muito longo, é
sempre cansativo cruzar os Andes. A especial foi exigente, com muitas estradas,
serras com pedras e areia. Fizemos as dunas sem precisar descer do carro e num
ritmo bom, dentro do nosso objetivo. O ASX Racing estava ótimo", comemora
Guiga. "O fato de termos cruzado dunas difíceis e grandes já é um bom
resultado para nós. A nova configuração do carro ajudou muito. Foi a melhor
especial de areia que fizemos juntos", disse o piloto.
Estratégia de equipe
Com os problemas
enfrentados na terceira etapa, em que perderam um tempo valioso, Guiga e
Youssef optaram por estar perto de Carlos Sousa e Paulo Fiuza, caso a dupla
precise de alguma ajuda durante as especiais. No Rally Dakar, não é permitido
que os competidores recebam ajuda externa, de suas equipes, apenas de
competidores inscritos na prova. E a dupla agora tem papel fundamental para
alcançarem um bom resultado.
"Estamos em
uma equipe e buscando o melhor resultado para o time. Como ontem tivemos um
problema e perdemos muito tempo e o Carlos está entre os 10 primeiros, hoje
largamos na frente e optamos por diminuir o ritmo para deixá-lo passar e ir
escoltando ele o tempo todo. Caso tenha algum problema podemos ajudar",
explica Guiga. "Claro que vamos tentar andar rápido, mas estaremos sempre
pensando pela Equipe", completa.
Etapa 5 - 08 de janeiro
Copiapó /
Antofagasta (CHL)
Deslocamento: 239 km
Especial: 458 km
Total: 697 km
Saindo de Copiapó,
as duplas da Equipe Mitsubishi Petrobras terão pela frente trechos rápidos logo
no início da especial, que exigirá muito cuidado e perícia na condução e
navegação. Nesta região predomina o fesh-fesh, uma areia muito fina que se
assemelha ao talco.
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