Coluna
0215 - 07.01.2015 edita@rnasser.com.br
As boas novidades de 2015
Previsões para este ano indicam será pareado com o exercício passado:
equilíbrio numérico em vendas e em lançamentos. Olhando o painel significa
briga intensa em dois segmentos opostos: o de entrada, com Gol buscando
recuperar a liderança perdida ao Palio, este mante-la, e a presença de
concorrente insuspeitado, o Ford Ka. No outro extremo, as marcas caras aos
brasileiros, tanto no sentido de custo elevado, e como admiradas, Mercedes,
BMW, Audi, Jaguar e Land Rover, Toyota Camry e Lexus, preveem crescimento.
Na prática numérica significa em torno de meia centena de novidades
durante o ano novo. Um lançamento por semana, confuso para público, intenso
para imprensa, atrapalhado como mídia. Cada centímetro e cada segundo de mídia
deverão ser bem considerados.
Nos segmentos mais alcançáveis ao público, o mercado nacional indicará
expansão no de atual moda, o sav/suv – ditos erradamente jipinhos.
Nos SAV – Sport Athletic Vehicles, maior crescimento - são
maioria dos ditos utilitários esportivos, apenas carros de diversão, sem
direcionamento a aplicações duras fora de estrada, os SUV. De relevo, as
novidades principais, Jeep Renegade, com a marca voltando ao Brasil, e a
Pernambuco, onde iniciou ser montado há exatos 50 anos; Honda HR-V, feito sobre
a plataforma Fit/City; Peugeot 2008. Primeiro com comercialização prevista para
abril, demais em junho.
Semi novidades, Ford EcoSport, case de rentabilidade
anteriormente solitária, e concorrente Renault Duster passarão por leve revisão
estética.
Picapes
Em picapes, Renault e Fiat afiam seus produtos e argumentos. Ambos criam
novo segmento, o dos picapes intermediários, prensado entre os de entrada no
mercado – Fiat Strada, VW Saveiro, GM Montana -, e os grandes – Ford Ranger, GM
S 10, Toyota, Nissan Frontier, Mitsubishi Triton, VW Amarok. Curiosidade, as
novidades em porte se assemelham aos grandes, porém pelo uso de tração
dianteira se alinham aos menores. O da Renault, chamado Oroch, foi mostrado no
Salão do Automóvel e está pronto à produção.
Da
Fiat, conceito disfarçado em automóvel esteve na mesma mostra. Nos picapes VW
Amarok, Ford Ranger sofrerão atualização estética, e Toyota Hi-Lux terá modelo
novo.
Automóveis
No segmento duas novidade disputam a primazia de lançamento: New Versa,
variante expandida do pequeno March, produção iniciada pela Nissan nacional,
motores 1.0 e 1.6, lançamento no segundo trimestre; e o chinês nacionalizado
Chery Celer. Junho apresentação de duas outras novidades no Salão do Automóvel
em Buenos Aires: Ford Focus – e se espera política comercial capaz de
valorizá-lo, como não ocorreu nas gerações anteriores; e VW Jetta – a pronúncia
adotada para o Brasil não interpreta o “J” como “I” ou “Y”.
Bravo
revisto será lançado em janeiro/fevereiro; VW terá novidades com o Gol; e
aplicação de turbo em motores pequenos produzidos no país – Honda 1.5, VW 1.4,
Ford 1.0 - gerarão atrativos e versões. Renault finaliza versão Sandero GT com
acertos de suspensão, direção e, talvez, no motor 2.0.
Em agosto lançamento do sedã Audi A3 1.4 produzido no Paraná.
Importados
Jaguar XE, modelo de entrada, de sucesso dependendo de preço concorrente
com Audi A3 e 4, BMW serie 3 e Mercedes C. BMW terá Mini alongado, 4 portas,
o Activer Tourer, com tração dianteira, concorrendo com Classe
B Mercedes. Esta trará novo Smart- sua visão sobre o Renault Twingo, dividindo
plataforma, e motor traseiro. Já mostrado, Suzuki S-Cross, substituirá o bom
sedã SX4.
Roda-a-Roda
Mais – Hyundai e Kia construirão duas fábricas na China elevando
capacidade industrial a 300 mil unidades/ano. Querem aumentar participação no
maior mercado do mundo, seguindo as maiores concorrentes. Em 2014 Hyundai
vendeu mais de 1M de unidades na China.
E mais – Francesa PSA Peugeot Citroën e cazaquistanesa AllurGroup
acordaram montar veículos na fábrica SaryarkaAutoProm, em Kostanai. Começa em
2016 com Peugeot 301, mais vendido da marca no país. Mercado pequeno, 12.000
unidades em 2016, mas para quem está nadando contra a maré, qualquer venda é
conquista.
Outro – O mercado do Cazaquistão expande-se quase geometricamente.
De 45.000 unidades em 2011 prevê-se 200.000 unidades em 2015.
Ching ling – Acredite, o Jaguar XE será produzido na China, em joint
venture entre Jaguar Land Rover e a matriz da Chery.
Mudança – A Jaguar sempre vendeu contadas unidades e o atual
proprietário - grupo indiano Tata – informa terem sido 80.000 em 2014. Com o XE
chinês, e possível produção no Brasil e na Arábia Saudita, quer mudar o desenho
da marca e vender 850 mil unidades em todo o mundo até 2020.
Pretensão - Formidável salto de uns 1.050%. O XE é o modelo
de entrada, e concorre com Mercedes C, BMW 3 e Audi A3 e 4.
Roda – Indústria automobilística continua se movendo, apesar dos
comandos momentâneos para se adequar à velocidade do mercado. Lançamentos se
iniciam em janeiro, 27, com Audi apresentando novos motores para A4 sedan e
Sportback: 1.8 Ambiente TFSI – injeção direta com turbo de dupla injeção, 170
cavalos de potência.
Razão – Motorização era 2.0 com 180 cv, mas a Audi reduziu-o em
cilindrada e em 10 cv de potência, rendimento assemelhado, menor consumo e
emissões. Integra ação para enfrentar BMW série 3 e Mercedes Classe C.
Mais - Fiat exibirá Bravo 2015 em data lindeira. Nissan New Versa
iniciou ser produzido, com apresentação em março. É feito sobre plataforma
March.
E + - Jeep Renegade faz série inicial na nova fábrica FCA em
Pernambuco. FCA é Fiat Chrysler Automobiles. Lançamento final de março.
Agenda – Férias natalinas encerradas com entrevista no Dia de Reis,
Carlos Ghosn, presidente da aliança Renault-Nissan, anunciou início da produção
de motores 1.0 tricilíndricos, poli válvulas, bloco em alumínio, em Resende,
RJ.
Projeto – Inicialmente os 77 cv de potência e 10 m.kgf de torque
moverão o New Versa. Logo após, March novo e antigo e, naturalmente, Renaults
com opção 1.0: Clio, Logan e Sandero, substituindo atuais 1.0 Renault. Não há
razão econômica para dois motores com a mesma cilindrada na mesma Aliança.
Líder – Em vendas Fiat superou Volkswagen entre Natal e Ano Novo.
Líder desde julho com Palio frente a Gol, em dezembro VW conseguiu fazer grande
venda e voltou a liderar. Fiat respondeu com esforço e descontos, passando o
Gol em 385 unidades – em torno de 0,4%. Quebrou 27 anos de liderança
.
Sem graça – Governo Dilma 2, ambicioso no reduzir despesas e
aumentar receita, não fará graça ao grande público. Assim, a extensão do IPI
reduzido para os automóveis, encerrada dia 1 não volta. Por cilindrada, o
imposto sobre produtos industrializados voltará a ser:
era
é
|
até 1.000
cm3
3% 7%
|
de 1.000 a
2.000 cm3
9% 11% (se gasolina, 13%)
|
Cenário – A redução do IPI foi arma governamental para insuflar
venda de veículos – e garantir empregos. Porém o mercado em 2014 exibiu queda –
e não recolhimento de impostos. Assim, na dúvida se a medida fomenta vendas, ou
se é corte adicional à receita, acabou.
Na prática – Deveria continuar. O total de impostos nacionais já é
muito alto e nada justifica aumentar a carga tributária ante os maus serviços
públicos oferecidos aos contribuintes. O retorno ao patamar anterior significa
corrigir preços dos carros 1.000 em 4,5%.
Questão – Decisão delicada. Redução significou não recolher R$ 6,5B
ao caixa do governo desde 2011. Quantos empregos garantiu e a que custo?
De outro, quem não usufruiu deixou de ter transporte, saúde, infra
estrutura melhores.
Sinal – Discurso de posse presidencial sinalizou o futuro. Foi
atrapalhada junção de frases; manteve como meta projetos não cumpridos; por ele
a economia andou bem; e na Petrobrás a culpa dos mal-feitos é apenas de
funcionários e inimigos externos. Aqui tudo foi e vai muito bem.
Já vi – Fez par com a justificativa de Nicolás Maduro, da
Venezuela, para a situação catastrófica de seu país: os EUA baixaram o preço do
petróleo para prejudicá-la... Culpa por problemas é sempre dos outros.
Governantes são sempre dedicados sábios.
Ocasião – Dois de janeiro, primeiro dia pós posse, na página de
editoriais do Correio Braziliense, lido fisicamente nas mesas do
Poder, Cledorvino Belini, presidente da Fiat, conseguiu publicar artigo – “O
Brasil depois das eleições”.
Recado - Visão prática do empresário de talento reconhecido
mundialmente: estratégia de crescimento e sustentação de ciclo de
expansão em longo prazo; retomada dos investimentos produtivos focados em
inovação e ganhos de produtividade. Consultoria graciosa.
Processo – Ante a queda de vendas montadoras vem dando férias,
folgas remuneradas, incentivando demissões com prazo e vantagens. Pós volta de
folga remunerada Volkswagen quis demitir 800 funcionários – menos vendas
significam menor produção e menores insumos e mão de obra. Sindicato não gostou
e conduziu greve geral. Parece tiro no pé.
Sonho – Desejo secreto dos fabricantes é de greve. Afinal, a
produção é interrompida sem remuneração, cessa a formação de estoque enquanto
este escoa. Pode haver enzima política na paralisação: testar o novo presidente
da Volkswagen para medir o peso do Sindicato.
Freio – Ministro das Cidades Gilberto Kassab, a quem estão afetos
Contran e Denatran, sustou por 90 dias vigor da Resolução obrigando troca de
extintores e multa por vencimento ou ausência. Equipamento é difícil de ser
encontrado.
Ocasião – Boa ocasião de o Ministro avocar os estudos que
recomendaram a obrigatoriedade do uso de extintor, para saber quantos
incêndios/ano há na frota nacional. Há mais de 20 anos esta utiliza injeção
eletrônica e com isto eventual risco de incêndio tornou-se nulo.
Obrigatoriedade do uso e troca do extintor é de suspeita insensatez.
Vida real – Não interessa à sociedade, ao contribuinte, mas apenas
aos fabricantes de extintores e policiais corruptos. É medida injustificável,
merece ser revogada, e a hora é esta. Ministro novo deve mostrar serviço. Bom
serviço.
Proximidade – Está perto o carro autônomo, o capaz de auto
condução. Audi realizou test-drive em 900 km com imprensa
especializada, levando um A7 ao Consumer Electronics Show, o CES
2015. Motorista será figura decorativa.
Como - Carros autônomos recebem sinais externos, saem, andam, mudam
de rota e chegam sem interferência do motorista, presente por imposição legal.
Tre-le-le – Confusão entre a revendedora Caramori Veículos, e a representada
Jaguar Land Rover em Cuiabá, MS por cancelamento da concessão. Revenda alega
ter sido notificada fora do prazo contratual.
Sucesso – Diz, além da impropriedade jurídica, superou em 60% metas
ditadas pela concedente, vendendo quase 1.000 veículos em cinco anos; e
trabalhará até o final da discussão judicial. JLR quer encerrar em maio.
Produtividade – Raizen, associada da Shell iniciou produzir álcool
celulósico a partir de bagaço de cana de açúcar. Nova fonte amplia volume
produzido em até 50%.
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