Coluna
1415-04.04.2015- edita@rnasser.com.br
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Amarok em série contada
Volkswagen criou série
especial Dark Label para seu picape Amarok. Moda mundial, à venda na Argentina,
Europa e Brasil. Na prática, cota nacional de 1.000 unidades sobre a versão
intermediária Trendline, coisa para arranhar os R$ 140 mil. Detalhes pintados
em preto fosco – Santo Antônio, estribos, maçanetas, vidros e lanternas
escurecidos, faixa externa indicando a versão. Interior refinado combina couro
Alcantara e tecido.
Amarok, hoje 3º. picape
mais vendido, intocado há cinco anos, faz séries especiais enquanto se re
estiliza, necessitando atualização ante seus concorrentes.
Veículo de dotação
curiosa, com corajoso motor diesel da marca, 2.0 bi turbo, gerando 180 cv, e 46
kgfm de torque, transmissão automática de 8 velocidades para as versões
luxuosas, cabine dupla, e caixa mecânica de 6 marchas para as de trabalho. Há a
curiosidade de, como informa a VW, ter a maior capacidade de ascensão – sobe a
48 graus de inclinação, proeza de jipe. Além, o maior pacote de eletrônica em
seu segmento. De tais dotações avultam o freio ABS especial para estradas sem
pavimento; outro para permitir arrancar em piso sem aderência; o bloqueio da
transmissão por 2s para arrancar em subidas; bloqueio eletrônico para o
diferencial, travando a roda sem aderência, uma compensação ao eixo rígido
traseiro; luz estática para conversões. É safo e valente.
Dentro do cenário de
incoerência pintado nos picapes grandes e caros, o pacote de decoração é
automobilístico, cuidado, à altura do comprador, usualmente condutor pelas
agruras dos shoppings e restaurantes. Talvez por isto os
comandos para tração e regulagens específicas sejam botões eletrônicos, a meu
ver coisa femino-boiola.
Carro com testosterona deve usar ferros para engatar e desengatar diretamente,
anulando os mil contatos, sensores, fiozinhos, conexões, todos sujeitos a panes
e avarias desconhecidos nos sistemas por alavanca. No tema, a mudança de
marchas na caixa automática faz-se na alavanca, exigindo tirar a mão direita do
volante. Pelo preço e pretensão deveria ser em alavanquinhas sob o volante.
A desitalianização do automóvel
Governo chinês
confirmou, uma de suas empresas, a China National Chemical Corp (ChemChina)
comprará os 26,2% detidos pela holding italiana Camfin, controladora da
Pirelli. Após irá a mercado comprar o restante, e sairá da bolsa de valores.
Estima-se o valor em E 7,1B, mais dívida de E 1B.A Pirelli faz parte da
identidade automobilística da Itália. Longa história de tecnologia e
esportividade, primeira sócia na formação da Ferrari.
Mais
Pininfarina, ícone de
projeto, design e construção automobilística, conta a
agência Bloomberg, negocia a venda da holding Pincar, acionista maior da empresa.
Que não vai bem de finanças, escriturando prejuízo em 10 dos últimos 11 anos.
Os outros sócios são banqueiros detentores de ações criadas por créditos
irrecebíveis. A interessada na aquisição é a indiana Mahindra.
Pininfarina era a
última independente entre as grandes casas de estilo italianas. Sobrevivente
anterior, a Italdesign, ex do mago Giorgetto Giugiaro, agora é Volkswagen.
Muito trabalho a fazer.
Mahindra produz utilitários baseados nas velhas Rural Willys, ônibus,
caminhões, tratores, todos com, digamos generosamente, descompromisso estético.
A SSangYong, coreana, é recém controlada pela Mahindra, mas tem independência
em design e conteúdo.160 milhões de Euros, entre
dívidas e empréstimos, puxam a empresa para baixo.
Esvaziamento
O que resta à Itália de
seu passado glorioso em estilo e performance ?
Pouco, muito pouco. A
onda de globalização, o fim do glamour do automóvel com estilo personalizado,
a onda de pasteurização e democratização adotada pela indústria
automobilística, levou ao fim, por inanição, as grandes casas de estilo –
Zagato, Superlegera, Touring, Bertone, Alemano, Fissore, etccc.
De fabricantes, quase
todos os ícones italianos foram absorvidos – a Fiat tomou conta de quase todos
-, ou fecharam. Sobrevivente, Lamborghini agora é Volkswagen, o acervo da De
Tomaso foi comprado por empresa de Luxemburgo, e o movimento chegou às
motocicletas. Para aprender a fazer fundição leve – outro departamento de
brilho para a indústria italiana – de motores e transmissões, Volkswagen
comprou a Ducati; Daimler (Mercedes-Benz) assumiu 25% da MV Agusta; e Peugeot
Citroën associou-se à Bimota.
De situações com
resultados de difícil avaliação, a poderosa Fiat, tendo absorvido a ex terceira
grande norte americana, a Chrysler, não é mais italiana. Mudou seu domicílio
empresarial para a Holanda. Na virada do século a Itália era o quarto mercado
mundial. Ano passado não estava entre os 10 maiores.
O que resta à Itália de
suas marcas outrora identificando sua cultura motor ?
Pouco. Motonetas Vespa,
freios Brembo, Magneti Marelli, Sogefi e suas molas em compósito.
A desnacionalização,
como perda de identidade cultural, ocorre com a Itália, como se deu com a
indústria de auto peças no Brasil há duas décadas. Insensibilidade do governo,
ausente em política pública para o setor, permite fechamento, crises e vendas
de empresas símbolo, presença de capital e, até, decisões estrangeiras em
empresas operando em seu solo.
Mercedes confirma
picape
Notícia da Coluna há ano e meio, foi confirmada por
Volker Mornhinweg, CEO da divisão de vans da Mercedes-Benz: fará picape com
capacidade de carga de 1 t, cuidados de conforto, aparência, decoração e rodar
próximo a automóvel, demanda do nascente segmento mundial. A informação aqui
publicada previa – confirmada por executivos argentinos – construção sobre a
estrutura mecânica da van Vito, em produção no vizinho país,
motor diesel pequeno, vocação para melhor aceleração e velocidade em lugar de
deslocamento de carga. Tração dianteira, possibilidade 4x4. Mercados visados
são Alemanha, Austrália, América Latina e África do Sul.
Novidade confirmada por
Dieter Zetsche, CEO da área de automóveis, com a missão de resgatar o primeiro
lugar nas vendas do segmento Premium. Hoje a Mercedes é terceira posição, em
briga embolada com Audi e BMW. Vans na Mercedes estão sob o guarda chuva
da área de automóveis.
Roda-a-Roda
Alarme – Queda de valor do Real frente ao Dólar dos EUA traz
consequências extra fronteiras. No Uruguai a retração do mercado brasileiro
para automóveis O Km influencia na montagem dos chineses Chery e Lifan.
Operação no vizinho país tem como maior cliente o Brasil, seguido da Argentina.
Tropeço – Crise econômica argentina impõe barreiras de importação, e
assim Chery, por sua associada Socma, parou a produção. Lifan estuda seu
futuro.
Bom – Ruim
para o Uruguai, bom para o Brasil ? Fonte
do setor diz, delegação econômica da Lifan vem ao país analisar cenário, futuro,
eventual fim da operação uruguaia, e investimentos para produção local.
Solução – Na pauta definições sobre o futuro com fábrica própria ou
ajustes com a Chery, outra chinesa às voltas com muita ociosidade na capacidade
de produção em sua usina recentemente inaugurada em Jacareí, SP.
Extremo – Uma das melhores ferramentas da
mobilidade ganhou atualização. É o Unimog, o Mercedes rotulado Extreme Off-Roader. Motor e
tomada de força recuados, cabine mais confortável. 8 marchas para a frente, 6
para trás, velocidade mínima de 2,5 km/h com dedicação total na tração.
Novidade maior, entrosamento industrial com os caminhões da marca.
Prêmio – Kias Soul EV e Sorento foram “Vencedor” e “Menção Honrosa” no Red
Dot Awards, maior certame de design no mundo, neste ano com 5.000
concorrentes. Kia já recebeu 13 Red
Dots desde 2009, quando se
diferenciou pela preocupação com o design,
alavancando vendas.
up ! – VW acertou a data de apresentação do up!
com turbo compressor no tricilíndrico motor 1.0: julho. Sob o capô tropa de 100
a 115 cv. Marca não quer deixar o rótulo de fazer os 1.0 mais potentes do
mercado, conquista no lançar os 1.0 turbo no Gol, mas não busca resultado
performático, mas uso prazeroso. Daí, não o batizará Turbo ou GT. Talvez RS.
2º. Tempo – Renault maquiou o Duster, 2º. SAV mais vendido no país, em
para choques, grade frontal e grupo óptico – atrás lâmpadas de LED, retocando o
interior, incrementando a eletrônica de lazer. Motores revistos. 2.0 ganhou 6
cv – agora 143-148. No 1.6, um quilo de torque – 14,5 kgfm. Inicia o segundo de
tempo da vida do produto.
Novo tempo – Segmento será o mais disputado em 2015: expansão prevista em
40%, contra retração nos demais; dois novos concorrentes pontuais, Honda HR-Ve
Jeep Renegade, e do periférico Peugeot 2008. Nada será como antes.
Crença – Unique SG, concessionária SSangYong na
Barra da Tijuca, Rio, RJ, fez festa e apresentou do modus operandi da empresa e nova linha de produtos da
marca. Obras de arte, jardim, conforto ao cliente, sócios Paulinho Peres e Rafael
Bechelin, contornam a retração do mercado com a diferenciação.
Moto –Italiana Ducati exporta mais dois modelos ao Brasil: muita
eletrônica – acelerador, programas de condução, tela contando todos os acertos,
freios, controle de tração. Mecânica comum, V2, 1198 cm3, 4 válvulas por
cilindro. 1200, 135 cv. S, 145 cv. P’ra barato não servem: R$ 64.900 e R$ 73.900.
Motolet – Empresa paulista passa o rodo no estoque de grandes marcas e
cria o primeiro outlet de roupas, equipamentos e acessórios
para motociclismo. Diz, no espírito do negócio, descontos de até 70%. Aqui: www.outletmoto.com.br
Eco – Scania implantou processo de pintura em
prédio com 8.000 m2. Automatizada, reduz perdas, gasto de material menor
em 40%, e tempo. Luz por 400 LEDs, ventilação positiva, eliminação dos resíduos
por queima, com calor reaproveitado em estufas. Tempos novos, de ecologia e
economia.
Talismã – A japonesa de velas de ignição NGK vê-se sob ópticas
diferentes: é apenas mais uma investidora, recente patrocinadora da equipe
Ferrari de Fórmula 1, ou portadora da sorte ?
Cenário - Na primeira corrida com seu adesivo,
Sebastian Vettel vitoriou na segunda prova da temporada, o GP da Malasia.
Vettel nada ganhava há ano e meio, e a Ferrari não via o degrau superior do
pódio há dois.
Retíficas RN – Na Coluna passada duas impropriedades: a tinta
Sikkens, ora aplicada a reparos em Toyotas, não é PPG mas Akzo Nobel; no texto
sobre o Renegade diesel, a 120 km/h o motor gira a 2.000 rpm – a informação da fábrica diz 1.000
giros.
Gente – Carlos
Santiago, engenheiro, 40, sossego. OOOO
Novo diretor de produção de caminhões Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo,
SP e Juiz de Fora, MG. OOOO Antes
era Fiat, tomando conta de tratores e colheitadeiras no Brasil, Argentina e
Venezuela. OOOO
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