Coluna - 0717 17.02.2017 - edita@rnasser.com.br
2017: Renault começa bem com o Captur
Se há uma temporada para apresentação de novos
produtos, Renault abriu-a e o fez bem com o Captur. É mais um SAV para
frequentar a fatia de maior demanda, atenção e perspectiva de crescimento
no mercado, e bem coloca suas credenciais: maiores medidas em tamanho, entre
eixos, porta malas, espaço para motorista e passageiros, distância livre do
solo. Na prática significa dizer uso confortável, posição elevada de condução,
sensação de proteção, fechando o pacote das demandas e desejos dos
consumidores. Desconsidere o termo usado no masculino pois na realidade o
mercado segue os ditames – ou dependendo do relacionamento, as ordens… - do
gosto feminino. Hoje mulheres compram diretamente 50% e influenciam muito na
metade restante.
Em paralelo impacta pelo estilo, a volta do design francês
e, noção mais sutil, encanta pelo detalhamento construtivo, a partir da
qualidade da pintura, do atrativo visual de dois tons – a velha moda do saia-e-blusa inicia
novo ciclo, banindo o inexplicável preto e o insosso prata.
A descrição exibe ser um divisor de águas, um
retorno ao francesismo, pois os demais produtos da marca no Brasil são de
origem Dacia, sua segunda marca.
DAQUI
O Captur brasileiro difere do europeu, pois
aproveita a resistente plataforma de Logan, Sandero, Duster e Oroch, de boa
fama, sem intimidades com oficina ou manutenção cara. Do original usa poucas
partes e todo o trabalho de adequacão da carroceria à base de maiores dimensões
foi feita no Brasil. O desenvolvimento mecânico para obter conforto de rodagem
e direção mais precisa também foi realizado pela engenharia nacional, incluindo
o cálculo para novos braços de suspensão para elevar a altura do solo sem
prejudicar o conforto. Boa execução, é utilizado na Russia, onde vendido como
Kaptur e 80% de preferências para a versão 4x4, possível por técnica mas pouco
provável por demanda no mercado latino americano, sua base de atuação. Projeto
também será aplicado na India.
O projeto dá status institucional à engenharia
brasileira e valorização no mundo Renault.
Dois motores, 1,6 SCe, 16 válvulas, 120 cv,
atualizado, feito no Paraná e 2,0 litros, 148 cv, importado. Inicialmente dois
câmbios: mecânico 5 velocidades para 1,6, e automático, 4, ao 2,0. Próximo
trimestre, opção de transmissão CVT, operando como automática no 1,6.
Internamente perceptível cuidado construtivo, ótima
ergonomia em especial para o conductor, plásticos harmônicos em superfícies e
encaixes, bancos planejados, opção entre tecido e aplicações em couro.
Preocupação com interfaceamento por sistema multi media aprimorado, capaz de
cumprir funções com apenas 4 toques, dispensando a ajuda de Nerds,
indispensáveis em algumas marcas.
Muito bem definido em preços, entre o Duster, a
quem não deseja canibalizar, e os outros novos concorrentes, New Tucson,
Hyundai Creta, líder Honda HR-V, futuro WR-V … O Duster foi o quarto colocado
em vendas no ano passado. A Renault não vê concorrência doméstica entre versão
de entrada, com motor 1,6 e transmissão mecânica, a R$ 67 mil, mas projeta
contração de vendas no modelo superior, o Duster automático, a R$ 84 mil,
tentando focá-lo para vendas a frotistas e clientes hábeis aos descontos legais
por deficiência física – enorme mercado, pouco explorado por falta de
informação.
Duas versões: Zen, 1,6 câmbio mecânico,
R$ 78,900, + R$ 1.990 para multi media e câmera de ré. Outro opcional, pintura
bi ton, outros R$ 1400. E Intense, de topo, 2,0 câmbio automático,
R$ 88.890, + R$ 1500 para estofamento com aplicações de couro e + R$ 1.400.
Campanha publicitária se inicia antes do
lançamento, aos 11 de março. Até lá, test-drive nos
revendedores e pré encomendas. Para vendas iniciais, garantia de 5 anos no
produto, maior no segmento.
O Captur ultrapassa a imagem de apenas mais uma
novidade. É demonstração de competencia da engenharia automobilística nacional
e representa o início de novo patamar em estilo, interatividade, segurança. Com
ele a Renault volta a ser Renault.
Roda-a-Roda
Política – Aliança Renault e Nissan não mudará sua
estrutura de capital se o governo francês não se retirar da sociedade, onde tem
20% das ações. Estado tem voto nas decisões estratégicas. Disputa antiga e
anúncio parece balão de ensaio às vésperas da eleição presidencial.
Dieselgate – Nos
acertos finais de indenização aos clientes compradores de VW e Audi com motor
diesel 3,0, e emissões acima do limite legal, uma parcela surpresa: Bosch aderiu
à conta com US$ 327,5M.
Porquê - A companhia desenvolveu o componente capaz
de enganar a avaliação oficial de emissões. Não assume a responsabilidade –
apenas colabora.
Balaio de gatos – Questão externa quase resolvida, com
pagamento de multas, indenizações, recompra de centenas de milhares de
automóveis nos EUA, há grande complicação interna.
Em casa - Ferdinand Piech, ex presidente do
Conselho – e dito maior acionista individual -, declarou à auditoria para
investigações internas, ter avisado a membros do conselho diretor, o ex CEO
Martin Winterkorn, a Wolfgang Porsche, seu primo e acionista, e ao governo da
Baixa Saxônia, também acionista, a respeito dos problemas meses antes do
escândalo. O aviso não foi considerado. O Conselho analisa processar Piech.
Surpresa – Industriais de veículos, autopeças e
representantes laborais foram surpreendidos em reunião ministerial na
Argentina. Pensavam ser busca de sugestões para implementar vendas, mas era o
esboço do Plano Um Milhão, produção pretendida para 2023 – em 2016 Argentina
fez metade.
Projeto – Busca atrair US$ 5B de investimentos
para novos produtos; aumentar o índice de nacionalização a 35%; botar ordem na
relação com os trabalhadores para reduzir o elevado absenteísmo - faltas chegam
a 10% nas quartas-feiras. A estes oferecerá desenvolvimento e capacitação – e
cobrará profissionalismo.
Trabalho – Muita costura para nivelar
entendimentos com tantos setores. Aparentemente não crê em rápida recuperação
da produção veicular brasileira.
Mais um – Em sua política de fazer movimento, inventar
séries especiais, descontos, vendas diretas, mágicas aritméticas e matemáticas
para facilitar aquisição de seus produtos, GM prepara versão do Onix hatch.
GT - Não será aventureira do asfalto, mais
alta e com pretensões de mostrar ausentes capacidades de valentia, mas variável
no sentido de ter promessas visuais de esportividade. Segundo trimestre.
Kwid – Cruza de hatch com SAV,
o Renault Kwid prometido para o final do semestre, apareceu rodando em Córdoba,
onde está a fábrica da empresa na Argentina. Sítio Autoblog registrou.
Leve-Ligeiro – É
para ser degrau de entrada da marca, como o foi o Clio, e de preço assemelhado.
Carro leve, surpreendentes 800 kg e motor 1,0 3 cilindros produzindo 80 cv.
Diretor da Renault disse-me, dada a relação entre o baixo peso e a potência, é
surpreendentemente ágil e econômico.
Segurança – Questão sobre o carro está sobre os
reforços aplicados à estrutura para a versão sul americana a ser construída no
Paraná. Testado, o modelo indiano foi reprovado em teste de impacto.
Negócio – Fábrica da Nissan iniciou exportar à
Argentina, segundo maior mercado da América Latina. Enviou mais de duas mil
unidades dos modelos March e Versa. Antes, quantidades menores aos vizinhos
Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Chile e Costa Rica.
- é + - Novelis, líder mundial em
laminados e reciclagem de alumínio, fornece 75% da carroceria ao novo chinês
Chery Jaguar Land Rover – maior percentual, diz, aplicado num veículo. Liga
Noveliz Advanz torna-o 28% mais resistente a torções ante versão anterior.
Alumínio em lugar da chapa de aço melhora consumo e rendimento.
Refazimento – Ducati de
motos re estrutura e amplia rede de revendedores. Quer dobrar a 12 em 2017,
iniciando com segunda revenda em S Paulo, inauguração no Rio de Janeiro,
Ribeirão Preto, SP, Florianópolis, SC, Porto Alegre, RS e pontos no Nordeste
Troca – BMW substituiu o modelo F 700 GS pelo 800, de
vendas iniciadas. Mudanças cosméticas, escapamento em aço inox; tampas
laterais, refletores no garfo frontal, novo grafismo nos instrumentos.
Importante - Modos de condução Rain &
Road, ajuda comportamento com ABS e controle automático de estabilidade,
acelerador sem cabo adota sinal de rádio. É uma big trail, hábil a
andar no asfalto e fora dele. Preço de automóvel: R$ 50.900. Remanescentes F
700 à venda por valores promocionais.
Bike – Na corrida por veículos autônomos,
Google vai na frente com bicicleta capaz de se equilibrar e andar, entender e
respeitar movimento e sinalização de trânsito, transportar pessoas sem
habilidade a pedalá-las. Revolução para deslocamento em cidades. Lançamento
01.abril.
Mercado – Para abordar mercado dos EUA grupo
Interbrilho de produtos de estética automotiva criou marca específica:
Roadshine – shampoo, ceras, limpa vidros e linha para lavagem a
seco. Já exporta para Ásia e América Latina.
Mudança – Gustavo Schmidt, Vice Presidente Comercial da
Renault, voltou à Volkswagen para cargo idêntico. Fez ótimo e reconhecido
trabalho para os franceses, integrando o time para crescer mais de 50% em seis
anos em tempos de recessão e re divisão do mercado.
Tira Teima – Time de corridas da alemã BMW agregou
brasileiro Augusto Farfus, para dividir condução de M6 GT3 numa das mais
emblemáticas provas de resistência, as 24 Horas de Nurburgring. Vencer no
Inferno Verde – longo circuito fica em floresta preservada – agrega valor.
Faltam 100 dias para a prova.
Gente – Gilberto Vardânega, da Volvo
Bus, foco. OOOO Deixa operação de vendas de ônibus rodoviários
América Latina pelo mercado nacional. OOOO Wolfgang Berhard, CEO em
veículos comerciais Mercedes, saiu. OOOO Alegadas razões
pessoais. Mercado não entendeu pois o via como sucessor de Dieter Zetsche,
turco, presidente do Conselho, aposentado e cumprindo contrato de levar Mercedes
à liderança em automóveis Premium. OOOO Zetsche acumulará a
função. OOOO Presidente da Mercedes no Brasil
Philipp Schiemer, um dos cotados à substituição. OOOO Joseph
Kaban, designer, ex Volkswagen, mudança. OOO BMW
para conduzir o desenho da linha principal da marca. OOOO Liberdade
para aplicar seus conceitos nas próximas gerações. OOOO Súbita
e inexplicada saída de Karim Habib, libanês, da chefia do design da
marca promoveu mudança geral no setor. OOOO Jorge
Portugal, argentino, Vice Presidente de Marketing e Vendas VW, saiu. OOOO Razões pessoais. OOOO Bruno
Hohmann, diretor de Marketing da Renault Brasil, promoção. OOOO
CEO da Renault Holanda. OOOO Carreira sólida. OOOO
Eduardo Regal, 60, jornalista, deixou-nos. OOOO
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