edita@rnasser.com.br - 61.3225.5511-Coluna 4112 10.10.2012 |
Enfim,
começa um projeto industrial para os veículos.
Baixando o Decreto 7819 aos 3 de outubro –
DOU de 04.10 -, o governo federal iniciou regrar impostos e importação de
veículos. Na prática significa que produzir no Brasil, criar operações
industriais, aplicar-se em pesquisa de produto, peças, sistemas, como obriga a
adesão ao pomposamente denominado “Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica
e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores”, o “Inovar-Auto”, escapar
ao peso dos 30 pontos percentuais sobre o IPI, ganhar crédito prêmio e reduções
no IPI.
As normas a ser regulamentadas
pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, obrigarão às
montadoras instaladas, em novos produtos, novas montadoras ou importadores,
fazê-los mais econômicos e menos poluentes. Num pico de otimização até quase
24% em 2017 gerará redução de 2% no pagamento do IPI do veículo. E impõe lenta
adesão ao Programa de Etiquetagem do mesmo Ministério – 36% em 2013 a 100% em
2017.
O compromisso exige, ainda,
investir em pesquisa e tecnologia, por si só, entidades, universidades,
inventores, aplicando o pequeno percentual de 0,15% em 2013 e 2014, e meio
ponto percentual em 2015/6/7. Na soma significa ampliar no Brasil a
inteligência no processo de melhorar ou projetar veículos, implementando laboratórios
que algumas marcas, como Fiat, Ford, GM, PSA, Mercedes e Renault mantém no
país. Quem desinteressado, pode recolher os valores ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do Ministério da Tecnologia.
Importados
Para lembrar, o carimbo
oficial para criar a barreira adicional de 30 pontos percentuais sobre o elevado
IPI foi deter as importações. Razões verdadeiras não são claras. A lógica,
entretanto, mostra proteção exacerbada aos produtos nacionais, um andar adicional
ao muro de 35% aplicado aos estrangeiros. O Imposto de Importação neste
percentual era simplória barreira protecionista, protetora da incompetência e da
falta de competitividade locais, isolando o Brasil com veículos superados.
Nova montadora com programa de
investimentos e de industrialização aprovado, poderá importar quantidade igual à
metade do comprometido a produzir, sem pagar a barreira dos 30 pontos
adicionais. A adesão pode se dar posteriormente, mas seguindo a regra de dois
anos anteriores. É o caso da Chery e da JAC que avisaram re engatar o projeto
de implantação.
Importados por empresa sem
projeto industrial, esta deve aplicar localmente os percentuais de pesquisa e
desenvolvimento, e submete-los ao programa de controle de consumo e emissões. Força
a BMW, a Jaguar/Land Rover, a Kia, a Mercedes, a reavaliar o futuro do mercado nacional
e decidir se irão aderir em busca de conseguir preço menor e fazer presença num
dos poucos mercados em expansão no mundo.
Critério
A nova legislação supera o projeto
inicial, agregando exigências para economia e emissões. E aplicou no Brasil o
conceito de nacionalidade prevalente no Mercosul, de considerar apto a
exportações no bloco, veículos formados por 60% de compras regionais. Não há
nacionalização restrita ao território físico do país, mas do bloco econômico.
Peças ou serviços comprados no âmbito do Mercosul formam o conceito, no caso
elevado a 65%. Facilitou a mensuração exumando um conceito criado para regrar a
atividade industrial na Zona Franca de Manaus, o Processo Produtivo Básico,
flexível, maleável.
A operação listou processos
industriais, e a classificação far-se-á pelo seguir maior ou menor número de
degraus. Na prática separará o que é fábrica de veículos, e as maquiadoras de
processo.
O Inova-Brasil também se
estende às autopeças.
Nem tudo está errado ou
raquítico. Finalmente descobriu-se, o país só tinha legislação tópica, sem
entrar no problema do fabricar veículos e o que isto pode representar. Incentiva
nosso bom nível de engenharia, e acaba com a insegurança jurídica que causa
arrepios com seus remendos. Como disse Marcos de Oliveira, ex presidente da
Ford, ouvido pela Coluna: “ – Tinha que começar de alguma forma.
Exigirá muitos passos posteriores. Mas começou.”
Autoclásica 2012. Nem bala deteve Stutz ser o melhor
Quase 1.000 veículos antigos
entre 30 e mais de 100 anos de produção, automóveis de passeio, carros de
corrida, utilitários, motocicletas, ônibus, lanchas; portentosa feira de peças,
a 12a. Autoclásica é a mais variada e
rica exposição de automóveis antigos na América Latina. Sem comparação com os
eventos nacionais pela quantidade, qualidade, variedade de veículos, tudo
costurado pelo fio da história exibindo verdade histórica e suas consequências
sociais, da Argentina rica em bom período na linha do tempo dos veículos lá
expostos. Tinha meios, elegância, educação, cultura. Na prática, a escolha de
veículos refinados, sua manutenção, a construção para as corridas e, principal,
sua guarda e, acredite, resgate ao exterior das unidades antes em solo e na
história argentina e foram exportados.
O colecionismo argentino segue
a cultura européia de antigomobilismo: coleção de poucas unidades, formação de
grupos, uso do veículo como desfrute e capacidade de divulgação do colecionismo.
Num comparativo, com mercado de automóveis novos em torno de 1/5 do brasileiro,
participa ativamente dos calendários externos: neste ano dupla e automóvel
argentinos venceram a Mille
Miglia Storica na Itália, e
um colecionador foi 3o. no Pebble
Beach Concours d’Elegance. Num comparativo, na Mille Miglia apenas uma dupla
brasileira participou – apesar da láurea de convidada para conduzir na equipe
da fábrica Mercedes-Benz. Pebble
Beach ? só visitantes.
Best of Show
Não
podia ser outro: tinha relevo como veículo, história como unidade, e ar pebblebeach iano na restauração, agregando
o máximo de acessórios de época.
Pinçado
entre 600 automóveis, o norte-americano Stutz, de mecânica refinada, acima da média
durante seu período de vida – 1911 a 1935 -, de carros diferenciados pelo
chassi baixo, a superior dirigibilidade, freios ótimos. O vencedor, em
carroceria Roadster Le Baron, de 1929, é impecável, sem intervenções, e
história de ter pertencido a Luis Angel Firpo, famoso boxeador que, ao
aposentar-se, representou a marca. Vendeu-o a político da cidade de Máximo Paz,
mas o endereço não cooperou: o dono foi assassinado a tiros ao conduzi-lo. Os
dois proprietários seguintes, uma professora e um jornalista, respeitaram a
característica diferenciativa, preservando os três buracos feitos pelas balas
logo abaixo da cintura no lado esquerdo. O jornalista Miguel Angel Lastra, de
Mar del Plata, numa dificuldade, vendeu-o a amigo e atual proprietário, o
colecionador Juan Alberto Molinari. Este mandou tapar os buracos – e a história
– aplicando acessórios, pintura refulgente, cromados faiscantes. Um trato de
Pebble Beach.
Os outros Best of Show foram Delage D8S de 1937 e Aston Martin
DB4 GT.
Mais
O evento, com bom patrocínio
de montadoras como a Renault e Mercedes-Benz, operadora de celular, bebidas,
seguros, explorou temas e exposições internas, com estandes de clubes, motos
HRD Vincent, Puma; homenageou os 110 anos da norte americana Cadillac, com rica
amostragem incluindo exemplar de 1906 e conversível da Presidencia de la Nación – o governo argentino, com todas as crises
e mudanças, mantém pequena coleção dos carros mais representativos usados pelos
presidentes. Outra homenagem, aos 80 anos do motor V8 Ford e, principal, aos 90
anos e 65 da vitória de José Froilán Gonzales, em Ferrari – foi o primeiro
piloto com esta marca. Pepe é o único
sul americano vencedor das 24 Horas de Le Mans.
Referência à Carrozzeria
Touring, com exemplar do raro espanhol Pegaso e um Maserati 350. Na ampla
relação de automóveis de nossa pouca intimidade, marcas como Senechal,
Wanderer, carreteras Chevrolet dos
anos 30, autênticas, empregadas nas corridas caracterizadoras do sul do
continente. Um destaque para um vencedor de rallies,
o Lancia Stratus.
O evento se expande em direção
às motos. Neste ano 1/3 do total de veículos expostos, e veículos antigos agora
construídos com arte – um Bentley surpreendia -, modelos reduzidos para
crianças, motores antigos em sinfonia operacional à abertura do evento.
Dois registros necessários em
meio a ampla relação de premiados, um troféu para o Institec Justicialista,
projeto e construção argentinos, esportivo, carroceria em fibra de vidro, rodas
em liga leve, e motor V8 - quatro V2 unidos - em alumínio, refrigerado por ar.
Pela Revolução de lá, não se viabilizou.
Outro nos diz respeito: um
brasileiro Bianco – não premiado como produto nacional mas troféu oferecido por
uma revista.
Poucos expositores
estrangeiros. Razões desconhecidas a Autoclásica
não se divulga durante o ano, nem combina com a administração de Buenos Aires alavancá-lo
como atração turística, buscar visitantes e expositores de outros países.
Personagem constante, a chuva.
A desde o dilúvio de 2009 a organização mudou o evento, locando-o nas laterais
das vias pavimentadas, exceto para a feira de peças, com piso de terra – ou
lama, no caso.
Registro importante, a
premiação seguiu as normas da federação internacional para o setor, a FIVA, o
que padroniza e alinha o evento argentino aos demais supervisionados pela
entidade, mundo afora. No Brasil a federação brasileira da especialidade não
adota tais regras e a consequência nos dá antigomobilismo ilhado, independente
do restante do mundo civilizado.
Classe
B. Mercedes muda tudo para recomeçar
Quem olha, entende. O novo Mercedes
Classe B, já à venda, mudou tudo. Aliás, diz sua diretoria, nunca um Mercedes
mudou tanto.
É resultado das novas exigências de clientes
e legais: abrir o leque de produto, captar novos usuários, para iniciar o
consumo e exercitar fidelidade dentro dos carros da marca, realizar vendas, reduzir
consumo e emissões. Nesta política o B é o primeiro a ser lançado, seguido do
novo Classe A.
Mudou tudo: carroceria mais baixa e larga,
maior distância entre eixos, transmissão automatizada com sete marchas, e
motor. Este, novo, apto a funcionar longitudinalmente – aviso que em vida longa
irá mover algum Classe C ou algum Renault, sua associada - voltou a deslocar
1.600 cm3, quatro cilindros, cabeçote com 16V, na positiva agenda mundial de
otimizar o funcionamento, colocando turbo, injeção direta de gasolina. Faz 153
cv.
Espaço interno melhorado, mecânica harmonizada,
aerodinâmica refinada – Cx de 0,26 - o resultado dinâmico surpreende, pelo
formato familiar, e o acelerar da imobilidade aos 100 km/h em 8,4s, com
velocidade final de 220 km/h.
Duas versões B 200 Turbo e B 200 Turbo
Sport. O numeral nada tem a ver com a cilindrada, agora 1.600 cm3. Inspiração
norte-americana, o comando de marchas saiu do soalho subiu às proximidades do
volante.
Nem tão família, há charmes mecânicos. Rodas
em liga leve, aro 18 polegadas, exibe grandes pinças de freio em cinza prata, e
discos perfurados.
Em segurança, programa de estabilidade,
ajuste automático dos faróis e, conforto maior aos motoristas atuais,
descompromissados com automóveis, o sistema de estacionamento automático.
B 200 Turbo a R$ 115.900 e B 200
Turbo Sport R$ 119.000
Roda-a-Roda
Problema – A
Via Itália, importadora de Ferrari, Maserati, Lamborghini e Rolls-Royce, não
irá ao Salão do Automóvel, desacertada com os preços de locação.
Solução - Mas a Fiat, dona de Ferrari e Maserati,
pela ausência do representante, ajeitou criar atrações em seu estande, com Ferrari 458 Spyder,
570 cv, e Maserati GranCabrio Sport, 450 cv. Não gostou da ausência.
Legal –
Cumprindo compromisso com o governo federal, manter operação e empregados na
pequena e cearense Troller, a Ford exibe a linha 2013 do jipe T4. Novidade,
motor MWM 3.2, 4 cilindros, turbo, 165 cv e 38 mkgf de torque.
Mais –
Mudou também o foco comercial, com vendas por encomendas prévias, a Ford fará
anúncios. Preço em R$ 94.490.
Porque ? – Se a
Troller é da Ford, trocando os MWM de seu picape Ranger por motor próprio,
mesma cilindrada e mais forte, porque o Troller utiliza solitariamente o MWM ?
Equipamento – Seguindo
regra legal, a Fiat agregou almofadas de ar duplas e freios com ABS e EBD ao
Novo Uno Economy, Way e picape Strada CD.
Taxi – Rastreador
brasileiro dá precisão à chamada de taxis. Aparelho permite à operadora saber
exatamente onde está o taxi mais próximo da chamada, abreviando e dando
previsão exata de chegada. Tecnologia nacional, Chipsat.
Melhor – Caminha para a final, em S Paulo,
25 a 27 de outubro, o certame “Melhor
Motorista de Caminhão do Brasil”. Bom projeto da Scania, usa-o para
divulgar e espraiar técnicas. Segundo a montadora um bom motorista é capaz de
economizar 10% em combustível.
Esforço – Faz
parte de arrancada comum para melhorar a qualificação dos motoristas no Brasil,
e o país, acredite, tem enorme déficit no setor.
Atração – O Grupo Petrópolis, fabricante do energético TNT, um
dos patrocinadores desta equipe de Fórmula 1 adquiriu réplica do Ferrari 2003.
Vai utilizá-la para atrair atenções em shoppings e
no Salão do Automóvel.
Renovação – A
GOL Linhas Aéreas assinou ordem de compra para 60 unidades 737 Max à Boeing.
Busca manter frota jovem, iniciando trocar a atual. Entregas a partir de 2018.
Mais –
Podia dar outra ordem: atender para funcionar. É pouco o êxito no atendimento
telefônico, e pela internet o sítio sai do ar em meio às consultas. Exige
perseverança.
Mercado –
Claro, apesar das finanças curiosamente vermelhas, a Gol navega em céu azul,
com clientela nova: 90% dos passageiros dos últimos cinco anos. Mas não deve
prescindir dos clientes antigos e dos menos novos, tratando o atendimento com
desídia e desinteresse. Vender passagem não é favor.
Ecologia – A boa iniciativa da Volkswagen em desenvolver forros
de portas e tecidos de bancos à base de garrafas de PET descartadas, deu prêmio
pela Sociedade de Engenheiros Automobilísticos.
Gente – Marcus de Oliveira, 50,
engenheiro, ex presidente da Ford Brazil, novo desafio.OOOO Quando
pensava cuidar de interesses pessoais, foi atropelado por convite do Grupo
Iochpe para ser Vice Presidente Corporativo. OOOO O grupo tem atuação
mundial e muito a absorver da vivência e experiência internacionais do ex CEO
da Ford. OOOO
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