edita@rnasser.com.br 61.3225.5511 Coluna 4312 24.10.2012
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O Salão da Maioridade
Com o desenho de mostra divulgadora e fomentadora da indústria
automobilística brasileira, o chamado Salão Internacional do Automóvel completa
52 anos. Demorou mas ascendeu a patamar diferenciativo em sua história: o de
evento de respeito internacional.
A conquista não é pela festa, montagem, expositores, mas pela atividade
que representa, a indústria de veículos e de auto peças. Hoje, quarto mercado
do mundo, óptica internacional o vê como amostra desta atividade, reflexo da
saúde econômica do país, liderança continental em cenário de expansão
crescente.
Internacionalmente o Salão brasileiro cresceu de posição no quadro das
mostras mundiais. Agora é B+, uma linha superior, abaixo apenas dos salões de
Frankfurt, Paris, Genebra.
Boa medida para mensurar a importância
foi a realização pela Volkswagen de workshop sobre Economia
Brasileira, Sustentabilidade e VW na América do Sul, com direito a palestra de
Henrique Meirelles ex presidente do Banco Central no governo passado. A
Volkswagen, em crescimento sustentado e superior a seus concorrentes, quer ser
a maior montadora do mundo em 2018, e cuida de seu projeto institucional pelo
esclarecimento aos vetores formadores de opinião. Trouxe 150 jornalistas
especializados dos mercados de seu interesse, Europa, Ásia, Américas para
dar-lhes uma aula de Brasil – ou justificar numericamente porque o Brasil é a bola
da vez em investimentos. À noite fez festa descontraída, a Group Midia
Night, com depoimento dos executivos maiores de sua dezena de marcas, e a
presença da imprensa internacional. A VW só a realiza antes das três mostras
europeias e incluir o Brasil é dar aviso mundial de relevo. Tratou o negócio
como o faz na Europa em eventos onde vai sua diretoria maior. No caso, para ser
à prova de erros, traz tudo da matriz: recepcionistas, crachás, clips, fitas
adesivas, coordenadores, 150 pessoas vindas da Alemanha para a montagem e o
rolar das festas, incluindo o amplo stand da marca no Salão.
Nele, dizia-se, apenas a montagem teria custado R$ 40M.
Outra medida mais ampla, nesta edição haviam CEOs, presidentes, vices
mundiais, sem trocadilho pobre, em quantidade industrial.
A 27a. Edição durará até o 4
de novembro e espera receber 700 mil visitantes. Para freá-los neste número e
evitar desconfortos e problemas relativamente às áreas de circulação, subiu
preços. Aos domingos a entrada custa inacreditáveis R$ 80 – muito superior às
outras mostras famosas. Nos outros dias, quando a frequência é naturalmente
menor, baixa o valor da entrada.
Novidades que interessam
Para nós o interesse maior é a produção
local das novidades estrangeiras, única esperança de elevação tecnológica e de
fuga ao processo de correr atrás do rabo, como tem sido os produtos nacionais,
no mais das vezes carrocerias modificadas ou novas sobre base mecânica antiga.
É a fórmula Mercosul.
Primeiro anúncio de projeto industrial
foi de motocicleta, da italiana Ducati, caprichosa compra pela Volkswagen, a
ser montada em Manaus pela Dafra, montadora multi marcas. No Salão, no estande
da Ford, a Triumph Bonneville de montagem recém iniciada na Zona Franca.
Tantas novidades, pouco espaço, a Coluna faz
uma tabela do que vem por aí, e se dedicará posteriormente a maiores detalhes
sobre produto e sua industrialização.
Quem faz, o que, onde
Marca
|
Produto
|
Onde
|
Quando
|
BMW
|
X1
|
Araguaí, SC
|
2014
|
Chery
|
Celler
|
Jacareí, SP
|
2013
|
Chevrolet
|
Onix
|
Gravataí, RS
|
iniciada
|
Chevrolet
|
Trailblazer
|
S.José Campos, SP
|
#
|
Ford
|
New Fiesta
Sedan
|
Camaçari, SP
|
2013
|
Ford
|
EcoSport 4x4 Auto
|
#
|
#
|
Hyundai
|
HB20X
|
Pirassununga, SP
|
2013
|
JAC
|
J2
|
Camaçari, Ba
|
2013
|
Mitsubishi
|
ASX
|
Catalão, Go
|
2013
|
Peugeot
|
208
|
Porto Real, RJ
|
dezembro
|
Suzuki
|
Jimny
|
Catalão, Go
|
dez 2012
|
VW
|
Gol 2 portas
|
São Bernardo, SP
|
iniciada
|
Importados
A nova regra automobilística brasileira
permite cotas de importação a quem aprovar projetos ou a importadores. A estas
4.800 unidades, bastantes aos de pequenas vendas, mas de insubsistência e
ameaça de inviabilização a importadores de volume, como a Kia. As autorizações
isentam do pagamento dos discutíveis 30 pontos adicionais ao IPI.
Novamente muitos chineses, a ser vistos
com cautela, grupamento de muitas promessas e poucos resultados. De marca, a
Jaguar deixa de ser representada pelo grupo SHC – que trouxe a marca ao país –
sendo substituída pelo escritório da fábrica Land Rover Jaguar.
Marca
|
produto
|
||
Aston-Martin
|
Vanquish
|
||
BMW
|
Sedã-Coupé série 6
|
||
Ferrari
|
458 Spyder
|
||
Fiat
|
500 Cabriolet
|
||
Ford
|
New Fiesta
Sedan
|
||
Ford
|
Focus
|
||
Ford
|
Fusion
|
||
Haima
|
1, 2 GLS, 3 GLS, 7 - SUV
|
||
Hyundai
|
Santa Fé
|
||
Hyundai
|
i30 flex
|
||
Jaguar
|
X-F
|
||
Maserati
|
GranCabrio
|
||
Mitsubishi
|
Lancer GT AWD
|
||
Renault
|
Fluence GT ( turbo )
|
||
Renault
|
Clio frente
nova
|
||
SsangYong
|
Actyon Sports
picape
|
||
SsangYong
|
Rexton W (
SUV)
|
||
SsangYong
|
Chairman W (
sedã )
|
||
Toyota
|
Lexus
|
||
Subaru
|
XV 2.0 ( cross over )
|
||
Subaru
|
Impresa Sedan 2.0i-S
|
||
VW
|
Novo Fusca
|
||
VW
|
CC
|
||
Audi
|
A1 Quattro, A3 Sport, S6, S7, S8 e R8 FT Spyder
|
||
O que virá por aí
Protótipos foram exibidos e com grande
chance de ser produzidos no Brasil. O Mercedes Classe A sedã, surpreendente em
sua conformação, dimensões e motorização 1.6 FSI turbo, e o Taigun, nome para
lembrar o bom Tiguan VW. Será a versão pequeno utilitário esportivo da VW,
montado sobre a plataforma do UP!, de surgimento breve. O Taigun deve ter
produção iniciada aqui.
Novo Fiat 500 Cabriolet resgata
o passado
A Fiat iniciará vender novidade como o
pico do charme de seu rol de produtos: o modelo 500 em versão
conversível, Cabriolet, como o chama. Teto acionado eletricamente,
para em duas posições, opcional também em cores, preto ou vermelho a caminho do
bordô. Combinado com o branco perolizado, há poucos objetos tão simpáticos e
atrativos.
O teto removível é tão adequado ao
desenho e à pretensão mercadológica do 500 no Brasil, ser um veículo
diferenciado, que sugere ter sido o projeto original para automóvel
conversível, ao qual se fez um teto rígido. Apesar do raciocínio, não é. Nasceu
com teto fixo e a versão descapotável é desdobramento.
É novidade, mas não é inovação. No
caso, demonstração de coerência. O 500 é a interpretação, a conceitos atuais,
de um ícone da marca e um de seus sustentáculos, inspirado em seu perfil e
relendo as formas dos detalhes constitutivos – cores, formato do painel de
instrumentos, lanterna de placa. Mais espaço interno, mandatórias atualizações
em conforto e segurança, e o motor não é, como o original, bicilíndrico
deslocando apenas 500 cm3, mas um moderno 1.400 cm3 com 100 cv de potência,
colocado na transversal.
O teto solar também existia no
inspirador, o cinquecento original, nos anos '50. Era,
coerentemente, de movimentação manual, tecido emborrachado, e cumpria a mesma
função – aumentar a integração com o meio ambiente.
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