quarta-feira, 3 de julho de 2013

Renato Pereira -Derrubando Mitos: Óleo Lubrificante – Final


Renato Pereira
Bom, agora que já entendemos tudo de Petróleo, motores, funcionamento etc, vamos então chegar na parte do Óleo Lubrificante que o consumidor vê mas, quase nunca, sabe o que significa aquele monte de letrinhas...

4 –Depois de tudo o que lemos até aqui sobre os Óleos Lubrificantes, sabemos portanto que as principais características dos óleos lubrificantes são a viscosidade, o índice de viscosidade e a densidade; sabemos que a viscosidade determina a dificuldade para que o óleo escorra, que quanto mais viscoso for um lubrificante – grosso –, é mais difícil escorrer e, portanto,é maior sua capacidade de manter-se entre as peças móveis lubrificando-as. Essa viscosidade não é constante, variando com a temperatura que, quando aumenta, diminui a viscosidade e o óleo escoa com mais facilidade. O Índice de Viscosidade aponta a variação da viscosidade com a temperatura, ou seja, quanto maior o índice, menor será a variação de viscosidade do óleo; e a densidade indica a massa de um volume de óleo a uma certa temperatura, sendo importante para indicar se há contaminação ou deterioração de um lubrificante. Para facilitar a identificação do Óleo Lubrificante, existem várias classificações, sendo as mais usuais a SAE e a API.

A Classificação SAEfoi estabelecida pela SocietyofAutomotiveEngineers– Sociedade dos Engenheiros Automotivos dos Estados Unidos, classificando os Óleos Lubrificantes pela viscosidade, indicada por um número e, logicamente, quanto maior este número, mais viscoso é o lubrificante,que é dividido em três categorias:
Óleo de Verão: SAE 20, 30, 40, 50, 60. Os números indicam o grau de viscosidade.
Óleo de Inverno: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W. Os números indicam a temperatura que suportam antes de congelar.

Óleo Multiviscoso (Verão e Inverno): SAE 20W-40, 20W-50, 15W-50. A letra W é do inglês Winter, que significa Inverno. Os números indicam a viscosidade e a temperatura de congelamento.

A Classificação APIfoi desenvolvida pelo AmericanPetroleumInstitute– Instituto Americano do Petróleo, também nos Estados Unidos, e baseia-se em níveis de desempenho dos óleos lubrificantes, ou seja,no tipo de serviço do qual o motor estará sujeito, sendo classificados por duas letras, a primeira indicando o tipo decombustível e a segunda o tipo de serviço. São elas o S – de Service Station ou Posto de Gasolina em inglês, para uso em motores a Gasolina, etanol, Etanol e GNV, ou C – de Compression, para motores a Diesel. A segunda letra é por ordem alfabética, iniciando-se pelo A, e indica o grau de evolução do Óleo, sendo então o Óleo classificado como SA, SB, SC, SE, SF, SG, SH, SJ e SL.A classificação mais atual é a API SL; então, quando é indicado um Óleo com classificação SJ, pode-se usar um Óleo SL, mas o contrário não é recomendado.Essa regra vale para os motores a Diesel também, somente até a classificação CD, seguindo a evolução das letras do alfabeto: CA, CB, CC, CD, CE, CF, CG, CH e CI.Há também uma separação da categoria em mais dois ramos, o CD-II e outro mais recente CF-2. Por último, temos o Óleo Lubrificante para motores a gasolina 2 tempos, que abrangem 3 níveis de desempenho: API TA, TB e TC.

Basicamente, para que não haja problemas decorrentes de contaminação ou envelhecimento, o Óleo Mineral do motor deve ser substituído a cada 5.000 km, o Óleo Semi-Sintético a cada 7.500 km e o Óleo Sintético a cada 10.000 km. Pense, no entanto, que o tempo em que o carro fica em marcha lenta ou parado no trânsito, colabora com os 17% de perda de energia gerada pelo motor nessas condições. Isso significa que o fato de o carro estar parado com o motor em funcionamento quer dizer que o tempo de vida do Óleo Lubrificante está sendo reduzido. 

PERFIL:

Renato Pereira




Jornalista, designer técnico, projetista, ilustrador e piloto formado pela Escola de Pilotagem Interlagos com especialização em Proteção Empresarial. Atua há mais de 20 anos no setor automotivo e automobilismo, com passagem pela Editora Abril, entre outras. Atualmente escreve para o Portal Autopolis e contribui com diversas outras redações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário