Fernando Calmon |
Ao
termino do melhor primeiro semestre da história, houve mudanças significativas
em alguns dos 16 seguimentos em que esta coluna Alta Roda divide o mercado.Com
a dinâmica de lançamentos e o redirecionamento das preferências dos
compradores, stations pequenas saíram da classificação porque apenas dois
modelos estão disponíveis: Palio Weekend e SpaceFox. Três opções é o mínimo
necessário. Peruas médias e grandes, embora vendam menos que as compactas,
ainda têm oferta de oito modelos.
Utilitários esporte avançaram sobre stations, monovolumes, sedãs e até hatches.
Por isso, sua base foi subdividida entre compactos (ainda crescerá bastante) e
médio-compactos. Também mudou o critério classificatório de carros esportivos e
puramente esporte. Estes precisam de chassis específicos, sem derivar de
automóveis comuns. Curiosamente, o esportivo líder, Veloster, dispõe no
exterior de motor de 204 cv, mas a Hyundai-CAOA se limita a oferecer aqui
apenas o mesmo motor do HB20 (128 cv). Mesmo assim, vende bem.
Há ainda novos campeões ou que recuperaram posições: Honda Civic, Ford
EcoSport, BMW Série 5 e 6, Porsche Panamera, JAC 6 (único chinês a liderar) e
BMW Z4. Segmentos cujas vendas mais encolheram foram os de stations médias e
grandes, 80%; modelos de topo, 59%. Importados, de modo geral, tomaram grandes
tombos. Desde o mexicano Fiat 500 (queda de 65%) até o recordista, o chinês
Lifan 320 (menos 94%).
Ranking a seguir, que Paulo Garbossa, da ADK, compilou, classifica por
distância entre eixos, largura e, secundariamente, preço. Baseia-se em
percentual dos emplacamentos e inclui apenas modelos e segmentos mais
representativos.
Compactos:
Gol/Voyage, 16%; Palio/Siena, 13%; Uno/Mille, 9%; Onix/Prisma, 7,4%; Fiesta
hatch/sedã, 6,7%; HB20/X/S, 6,6%; Fox/CrossFox, 6,3%; Logan/Sandero, 5%;
Classic, 4%; Celta, 3,5%; Etios hatch/sedã, 2,8%; Cobalt, 2,7%; Punto/Linea,
2,4%; March/Versa, 2%; C3/DS3, 1,6%; Ka, 1,59%; 207/208, 1,57%; City, 1,52%;
Agile, 1,42%; Clio, 1,41%. Gol/Voyage continuam firmes.
Médio-compactos:
Civic, 18%; Corolla, 17%; Cruze hatch/sedã, 16%; Focus hatch/sedã, 10%;
Golf/Jetta, 9%; Peugeot 308/408, 6%; Fluence, 5%; i30/Elantra, 4%;
C4/Pallas/DS4, 3,4%; Bravo, 3,3%. Civic retoma a ponta.
Médio-grandes:
Fusion, 29%; BMW 3, 22%; Mercedes C, 18%; Azera, 9%. Preço ajuda o Fusion.
Grandes:
BMW 5/6, 35%; Mercedes E/CLS, 23%; Jaguar XF, 12%. Boa arrancada do BMW.
Topo:
Panamera, 47%; BMW 7, 15%; Jaguar XJ, 12%. Panamera recupera liderança.
Stations
médias e grandes: Freemont/Journey, 76%; Passat, 7%; Jetta, 4%.
Líderes pelo preço.
Monovolumes
pequenos: Fit, 32%; Spin, 29%; Idea, 18%. Fit
ameaçado.
Monovolumes
médios: J6, 30%; C4 Picasso, 29%; Mercedes B, 25%. Liderança
incerta.
Picapes
pequenas: Strada, 51%; Saveiro, 28%; Montana, 18%. Strada
imbatível.
Picapes
médias: S10, 31%; Hilux, 23%; Amarok, 14%. S10 ainda avança.
Utilitários
esporte compactos: EcoSport, 60%; Duster, 35%; Jimny, 1%. Como
previsto.
Utilitários
esporte médio-compactos: Tucson/ix35, 33%; Sportage, 13%; ASX,
12%. Líderes folgados.
Utilitários
esporte médio-grandes: Hilux SW4, 40%; Santa Fe, 13%; Sorento,
10%. Hilux consolidada.
Utilitários
esporte grandes: Pajero
Full/Dakar, 44%; Edge, 21%; Discovery, 11%. Liderança tranquila.
Esportivo:
Veloster, 65%; Camaro, 20%; SLK, 8%. Definido pelo preço.
Esporte:
BMW Z4, 50%; Boxster/Cayman, 26%; 911, 12%. Líder bastante firme.
RODA VIVA
PRODUÇÃO da indústria automobilística continua em
forte recuperação. Alavancada por substituição de importações e recuperação de
exportações, teve primeiro semestre recorde: 1,86 milhão de unidades. Vendas
internas de 1,8 milhão de veículos também em nível inédito. Estoques subiram
para 39 dias, quatro além do limite normal. Ano será bom, porém menos do que se
esperava.
IMPORTADO do México, Fiesta sedã 2014 recebeu
atualizações de estilo e no interior. Colocado no topo do segmento de
compactos, mantém preços competitivos entre R$ 49.990 e R$ 58.990, na versão
Titanium, câmbio automatizado de duas embreagens e seis marchas, além de sete
airbags. Linhas harmoniosas e fluidas acabam por limitar espaço no banco
traseiro e no porta-malas (465 litros; concorrentes, mais de 500 litros).
DIREÇÃO de assistência elétrica, suspensões
bem calibradas e motor de 1,6 l/130 cv (etanol) – mais potente entre os
compactos e ainda assim com nota A/Inmetro de menor consumo – proporcionam
realmente prazer ao dirigir o Fiesta sedã. Seu câmbio automatizado se destaca,
mas os bancos dianteiros têm assento curto, o que em viagens longas causam
desconforto.
RENAULT também entrará na onda de câmbios
automatizados. Terá ainda novo motor de 3 cilindros, que ajudará na recuperação
do antes hegemônico motor de 1 litro, hoje estabilizado em 40% de participação
no mercado total (já foi 71%, em 2001). Junta-se a VW, Hyundai, Kia, Ford, PSA
Peugeot Citroën e, possivelmente, GM. Fiat não dispõe dessa configuração no
portfólio atual.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em
assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua
coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma
rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no
Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:
www.twitter.com/fernandocalmon
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