Por Fernando Calmon
Em Hamburg, Alemanha
Em Hamburg, Alemanha
Agora chegou a vez das versões
Coupé e Cabriolet que, ao lado da station wagon, completam a família E. Esta é
penúltima da gama de automóveis que inclui, por ordem de tamanho, A, B, C e a
de topo, S, que teve sua avant-première mundial (estática), também em Hamburgo,
Alemanha.Quase todas as peças metálicas da carroceria, para-choques, grades e
conjuntos óticos estão renovados. O Coupé mostra a elegância clássica da marca:
capô longo, atraente desenho em arco do teto e traseira de linhas robustas.
Acrescentou pitadas de ousadia, pois se trata do único modelo nessa categoria
sem coluna central e janelas traseiras que abaixam totalmente.
Por sua vez, o Cabriolet oferece quatro lugares, capota
de lona de alta qualidade como manda a tradição da marca no segmento, janelas
de trás de todo recolhíveis e linha de cintura que sobe de forma suave até a
tampa do porta-malas.Houve intenção de manter
os tradicionais quatro faróis do Classe E, no caso dois focos de luz atrás de
cada lente. No facho baixo, de série, exclusivamente LEDs (diodos emissores de
luz) e no facho alto, são opcionais. Grandes tomadas de ar nos para-choques e
friso horizontal cromado na grade, interrompido pela estrela de três pontas,
vinculam claramente as diferenças para o sedã.Capricho foi
especial na escolha de materiais de acabamento interno (madeira e alumínio
autênticos). Destaques para quadro com três instrumentos circulares e a tela
multimídia colorida central de seis polegadas. Sem esquecer o toque nostálgico
(em moda) do relógio analógico no meio do painel.
TECNOLOGIA DE PONTA
Capítulo à parte é o
poço de tecnologia que aproxima os Classes E e S. Começa pela câmera estéreo,
colocada na seção elevada central do para-brisa, com visão tridimensional 50
metros adiante e monitoramento adicional de 500 metros. Suas informações e mais
as de radares e sensores detectam tráfego à frente e transversal, pedestres e
sinalização pública vertical e horizontal para criar uma classificação espacial
do que se move em torno do automóvel.
Riscos de colisão com o
veículo à frente são prevenidos por esses recursos, aliados ao sistema
adaptativo de freio. Também permite seguir outro carro de forma semiautônoma,
pois comanda a direção desde que em ângulos de esterço pequenos. Até 50 km/h os
freios atuam para evitar atropelamento, se o motorista não reagir a tempo. Em
risco de colisão iminente na traseira do Classe E, o pisca-alerta é acionado de
forma automática. Pouco antes de um choque inevitável, também o freio de
estacionamento autoatua a fim de diminuir solavanco aos ocupantes (risco de
lesão cervical) e acidentes secundários, quando o carro é empurrado para frente
ou para os lados.O assistente de permanência na faixa
agora monitora o tráfego contrário ou paralelo (em rodovias multifaixas). Se há
hipótese de colisão, os freios de apenas um lado são autoacionados. Assim não
depende mais apenas de pintura no asfalto, vigiada pela câmera, para manter a
trajetória, se o motorista erra ou se distrai. Aliás, o monitoramento de
atenção ou cansaço ao volante foi aperfeiçoado: age em velocidades mais altas
que antes e informa nível de distração e tempo acumulado de direção desde a
última parada.Agora, a reprodução no painel das placas indicativas de
velocidade, que funciona muito bem na Europa, inclui
sinais de proibição de ultrapassagem e de restrição de acesso. O Classe E só
deve ao Classe S o sistema de visão noturna com mais recursos e a possibilidade
da câmera estéreo vislumbrar buracos ou desníveis na pista, seguido de comando
para prévia adaptação das suspensões pneumáticas do modelo topo da linha.
MOTORES E
CÂMBIOS
Com objetivo de cobrir
todas as opções de mercado, a Mercedes-Benz oferece seis motores a gasolina, de
quatro cilindros em linha, V-6 e V-8, todos com turbocompressor (potências
entre 184 cv e 408 cv), além de três a diesel (de 170 cv a 252 cv).
Para o Brasil, o motor de 4
cilindros do E200 (2 litros/184 cv) pode abrir as escolhas, mas o E400, novo V6
com dois turbocompressores (3 litros/333 cv), deve atrair interessados.
Há dois câmbios
possíveis: automático convencional, sete marchas, de funcionamento eficiente e
manutenção estendida; em breve, versão manual de seis marchas de acionamento
suave e curso curto, para público específico. Por aqui, nem pensar em câmbio
manual. O mercado permanece focado em automáticos, quando se trata de modelos
acima de R$ 100.000.A fábrica destaca que se o motorista usar
as hastes de comando atrás do volante para subir ou descer marchas, o sistema
volta, depois de certo tempo sem manuseio, para o modo automático, mais
eficiente em economia de combustível. Não é novidade, pois outros modelos de
várias marcas apresentam recurso igual.
AO VOLANTE
Foram duas
viagens de testes, de 250 quilômetros cada: uma com o Classe E Coupé e outra
com o Cabriolet. A primeira entre Hamburg e a ilha de Sylt, aonde se chega
depois de colocar os carros em vagões de trem, numa travessia de meia hora. No
dia seguinte, de ferryboat até a vizinha Dinamarca e volta a Hamburb, Alemanha.O Coupé
foi construído para dar conforto a quem viaja nos bancos dianteiros. Atrás, o
espaço para as pernas é bem pequeno, embora o acesso, facilitado: banco
elétrico desliza automaticamente para frente ao destravar o encosto. Sem a
coluna central, a ancoragem do cinto de segurança fica muito atrás. Mas, os
ocupantes ficam dispensados de qualquer ato de contorcionismo graças ao suporte
elétrico deslizante para o cinto, logo ao fechar a porta.
A exemplo dos novos Mercedes-Benz, a alavanca do câmbio
automático migrou do console para a coluna de direção. Isso simplifica o acesso
aos comandos e, claro, significa uma volta ao passado. Alguns acham que retira
“esportividade”. Nada de errado: outras marcas não aderiram, mas no Ferrari 408
Itália também é assim. Caixa de direção dispõe de variações de assistência
elétrica com a velocidade e de relação de redução em função do ângulo de
esterço. Na prática, melhora a estabilidade direcional e mantém conforto em
qualquer situação. Por enquanto é opcional, mas de série no futuro, informa o
fabricante.Firmeza correta em qualquer superfície mostra a qualidade das
suspensões, com amortecedores adaptativos. Mas pode-se encomendar o sistema de
controle eletrônico que, ao comando de um botão, ajusta as suspensões para uma
condução mais esportiva ou mais voltada ao conforto.
Ao E400, estavam reservadas as maiores emoções, claro. As
sensações, pelas respostas do acelerador, são de um V-8 e não de um V-6. Os
quases 50 kgf∙m de torque surgem a apenas 1.400 rpm e se mantêm nesse nível até
4.000 rpm. Segundo a fábrica, o Coupé acelera de 0 a 100 km/h em 5,2 s e a
velocidade máxima é limitada a 250 km/h (acordo entre marcas alemãs).Grau de
isolamento acústico do Cabriolet é de alto nível. Para reduzir o incômodo do
vento, ao recolher a capota, há o recurso (opcional) de diminuição de
turbulência: pequeno painel entre os encostos de cabeça traseiros, acionado
automaticamente acima de 40 km/h. Sem esquecer, como em outros conversíveis da
marca, do insuflamento de ar aquecido na região do pescoço do motorista e
acompanhante.
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