Coluna
2415-13.06.2015 - edita@rnasser.com.br
Qual a próxima fusão? com a FCA? ou sem ela?
A Fiat Chrysler Automobiles continua sendo o eixo para
tentativas uniões entre fábricas de veículos. Sergio Marchionne, CEO, o ítalo
canadense autor da corajosa investida de sobrevivência sobre a Chrysler, somou
as duas companhias e projeta vender 7M de unidades em 2018. Aposta na expansão
mundial da marca Jeep, no ressurgir da Maserati e da Alfa Romeo. Tal volume
colocará a FCA em 6º. lugar mundial de vendas.
Em 2009 Marchionne vaticinava, a disparada na competição
pelo mercado, a insustentabilidade dos custos de desenvolvimento, e a queda de
rentabilidade, apenas permitiriam a sobrevivência de grupos com vendas anuais
de 5M. Tempo passou e hoje projeta, tal volume para o nível de equilíbrio tenha
dobrado. Na prática repete, décadas após, movimento no mercado norte-americano
e no europeu - fusão de marcas em nome da sobrevivência.
Para união ou fusão somar 10M de unidades anuais listagem
descarta atuais líderes Toyota, Volkswagen, GM, Ford, Hyundai-Kia,
Renault-Nissan. Maior entre as menores, Peugeot e Citroën - PSA, em fase de
arrumação entre gerir prejuízos, quedas no mercado e o convívio do impensável:
empresa familiar sócia do estado francês e da chinesa Dongfeng.
Indiana Tata, insondável, é de produtos antagônicos: os Tata
para início de motorização, e os Land Rover e Jaguar, destinados a Sahibs e Bwanas.
Na primeira página da agenda da FCA estão Honda e Suzuki. Entretanto, fusões
entre ocidentais com orientais tem a separá-las a pantanosa área do desencontro
de filosofias. Assim os contatos de pro atividade são mantidos, mas não excluem
outros como Mercedes e BMW. Negócios com a Volkswagen, objeto de muita mídia há
dois anos, fora do campo prático: seu no. 1 se demitiu, sacudiu a empresa, e
substituto formal apenas em outubro.
Outro caminho já sugerido pela FCA é associar-se, para
fornecer a parte automobilística aos magos da eletrônica Apple, Google,
querendo entrar no mercado de automóveis -; e Tesla, maior dos produtores de
elétricos.
Enfim, se nos últimos anos o mercado mundial passou por
grandes mudanças – perda da liderança norte americana para a Toyota;
encolhimento da GM; absorção da Chrysler; pânico na PSA -, a globalização e a
competitividade prometem novas e rápidas mudanças. No funil da economia entram
muitos, saem poucos – e isto significa, a FCA não é a única noiva da temporada.
Mercado parado, mas com novidades
Para o Brasil, o ano de 2015 é o ano do Trem
Fantasma: cada curva um susto. Índices anti econômicos em crescimento e a
mais absoluta falta de consciência, direção e ideia consistente do governo para
mostrar iniciativa de corrigir as trapalhadas lulopetistas do governo Dilma1. O
poder pelo poder, exercitado sem educação, cultura ou conhecimento, custa caro
aos pagantes.
Mercado de veículos novos anda igual. Vende mais apenas em suvs
e veículos premium, os
de elevado preço e consequente status. Nos
outros, queda.
A indústria, no oposto ao governo investe e cria novidades,
mesmo pequenas, em aparente contra senso. Mas é esta a diferença entre a
iniciativa privada, pagando contas e impostos, e os governos, em lado oposto,
apenas recolhendo e reclamando. À base do lamento a economia do medo e da
tristeza não reage. Só o fará com novidades e atrativos para vender e rodar a
roda da economia – como instiga a indústria do automóvel.
Mitsubishi
Nesta semana novidades em três marcas. De maior expressão,
Mitsubishi tropicalizando o Lancer
montado/produzido em Catalão, Go, aplicando vivencia e competência da marca
para elevá-lo do solo a 17 cm, e re acerto de suspensão. Diz Robert Rittscher,
brasileiro, presidente da Mitsubishi,“para quem busca mais conforto,
mantendo qualidade, segurança e ótimo custo x benefício.”
Aumento de altura sugere maior volume, acertos melhorarão
convivência com o meio ambiente nacional e, no visual, novo para choques
dianteiro, com centro na cor do veículo, e molduras cromadas nas grades. Rodas
em liga leve, aro 16”, calçando pneus 205/60, verdes – de menor abrasão ao
solo.
Rico em confortos, dentre eles sensores de falta de luz, de
chuva, piloto automático, controles de áudio e telefone no volante, multi media
por toque em tela de 17,5 cm. Teto solar e bancos com insertos de couro
arrematam. 9 almofadas de ar. 5 estrelas nos principais testes de segurança.
Motor quatro cilindros, frontal, transversal, 2 litros de
cilindrada, 16V, 160 cv e 20 quilos de torque para acionar transmissão
automática CVT em 6 marchas virtuais, ou mecânica com 5 velocidades. Suspensão
independente nas 4 rodas, Mac Pherson frontal e Multilink traseira.
Lancer, quanto custa
Versão
|
R$
|
Lancer
2.0 MT
|
68.990
|
Lancer
2.0 HL
|
73.990
|
Lancer
2.0 HLE
|
85.490
|
Lancer
2.0 GT
|
89.490
|
Peugeot
Segue a nova postura da marca no Brasil, produtos refinados
e bom conteúdo. Três versões em gradação, até a Griffe, com seis almofadas de
ar.
Mantém diferenciais: teto panorâmico e i-cockpit, conceito
de ergonomia pelo painel com instrumentação elevada, volante de pequeno raio, e
enorme agradabilidade para a condução.
Quilômetros à frente de sua turma. Pesquisa com proprietários indicou as
mudanças em conforto, segurança e tecnologia, e a revisão no 208 marca o fim da
primeira fase do corajoso reposicionamento da marca, comandada por Miguel
Figari, chileno, diretor geral. Com 208 e o 2008 quer firmar os pilares de sua
recuperação em vendas.
Motorização 1,5 litro, 8V, flex, 93 cv e 14,2 quilos de
torque e transmissão mecânica de 5 velocidades. Versões superiores com motor
1,6 litro, 16V, 122 cv, 16,4 quilos em torque, e opcional de caixa automática
antiga, com 4 velocidades.
Peugeot 208. Quanto custa
Versão
|
R$
|
Active
|
45.990
|
Active Pack
|
49.990
|
Allure
|
53.290
|
Allure Automática
|
57.390
|
Griffe
|
59.190
|
Griffe Automática
|
62.890
|
Honda Fit
Como problema, Honda enfrenta o sonho de todos no setor:
vender acima das previsões. Lançou o HR-V – baseado na lucrativa plataforma do
Fit, também base do City. Colheu acima do previsto: há dois meses suas vendas
superam a soma dos principais concorrentes. O HR-V é o Fiat Strada no segmento.
Para faze-lo ocupou parte da produção de Fit e City, e o monta em Campana, na
Argentina, fábrica para motocicletas.
Pós êxito, cria atrativos aos demais produtos. Começou pelo
Fit.
Ampliou conteúdo, mudou o painel nas versões superiores,
aplicou itens de conforto: chave canivete, volante com controle de som às
versões iniciais, coluna de direção ajustável em curso e, para agradar aos
seguidores de Bob Sharp, editor do bom sítio Autoentusiastas, para brisas dégradée.
Motor comum às quatro versões, 1,5 litro, abertura variável
para as válvulas, 116 cv, 15,3 quilos de torque, transmissões mecânicas de
cinco marchas ou CVT.
Honda Fit, quanto custa
Versão
|
R$
|
DX MT
|
51.600
|
DX CVT
|
56.600
|
LX MT
|
55.900
|
LX CVT
|
60.800
|
EX CVT
|
65.900
|
EXL CVT
|
68.900
|
Roda-a-Roda
Martelo – Volkswagen,
Audi, o italiano Ministério do Desenvolvimento Econômico e a agência de
desenvolvimento Invitalia, acordaram produzir o utilitário esportivo Urus na
fábrica Lamborghini em Sant’Agata Bolognese. Fixarão na Itália os empregos a
ser exportados para Bratislava, na Eslováquia.
Futuro – Com o Urus a
Audi, controladora da Lambo, quer sair das atuais
2,6 mil unidades/ano entre os esportivos Huracán e Aventator, dele fazer 3.000
u/a.
Conta - De bases pouco
conhecidas, o governo italiano e o estado da Emilia Romana criaram facilidades
tributárias, a Invitalia financiou, mas cobraram, além dos 300 empregos para a
linha industrial, outros e um centro de pesquisa e desenvolvimento no local.
Pós duplicação fábrica criará 500 empregos, em custo unitário bem inferior aos
E 330.000 inicialmente projetados.
Fórmula – Produção do
Urus padronizará plataformas entre VW, Audi e Porsche e, em especial com
Bentley, marca refinada do grupo VW, em seu Bentayga (que
nome ...) a
surgir neste ano. O Urus é para 2018, marcando-se pela tradição Lamborghini –
estilo chocante, rendimento performático.
Mudanças – Tabuladas
vendas de automóveis e comerciais leves no Uruguai em 2014, surpresas por
origem. 53% asiáticos – 28% chineses, 14% indianos, 11% sul coreanos. Brasil
21%, 11% do México, 7% franceses, 4% argentinos, e 4% resto do mundo.
Excepcionalidade ou nova verdade ?
Mini Uno – Nome não será
este, mas promessa e objetivo miram nesta direção: rodam em testes finais
exemplares do Projeto X1H, espécie de Uno encurtado, para ser o carro de
entrada da Fiat. Lançamento ao final do ano.
Enfim – Motor de três
cilindros, quatro tempos, 1.0 e previstos 80 cv, idêntica à do concorrente VW
up! Início 2016.
Dúvida – Versão TSI do
up! com motor 1.0, tri cilíndrico e turbo compressor a ser lançado em julho, é
anunciado pela imprensa como produzindo 105 cv. Na Alemanha, mesmo motor faz
115 cv, e é nova opção para o Golf.
Variedade – Fácil ser
bisada aqui. Seus 20 quilos de torque, até pelo menor preço e enquadramento
tributário em alíquota inferior. O motor é nacional.
Contração – Anfavea,
associação dos fabricantes de veículos, reviu expectativa de queda no setor
para 2015: 20,6% no licenciamento e 17,8% na produção. Setor mais afetado, o de
caminhões, menos 40%.
Período – Em maio FCA
manteve a liderança, com 39.158 unidades vendidas, 19,1% do mercado. Destes,
2.793 Jeeps Renegade, 1,4% do mercado.
Explicação – Jeep diz não
ser hora de comparação com o Honda HR-V, lançado em conjunto, vendendo igual a
Ford EcoSport e Renault Duster juntos. Pondera, o de fazer o HR-V está na linha
de produção do Fit, enquanto o Renegade é inteiramente novo e a aceleração
industrial a partir do zero é mais lenta.
Questão - Há outra ponto:
a Jeep projetava versões diesel em torno de 10%, mas demanda é muito superior à
disponibilidade de componentes.
Fórmula – Trabalho pela
JD Power, agência de pesquisa no universo do automóvel, no tema satisfação no
processo de vendas manteve a Toyota como líder. Seguindo-a, Hyundai. Após,
Hyundai CAOA, a Hyundai
do B.
Questões – Instiga o fundo
do espelho, as motivadoras à desistência: atraso nas entregas; falta de
veículos para test-drive;
pressão da equipe de vendas; informações falsas; más instalações. Indicação de
terceiros supera publicidade ou localização. Fidelidade à marca vale apenas em
21% dos negócios.
TV – SBT cobrirá espaço
aberto pelo fim do programa Vrum, pelo Acelerados.
Apresentação de Rubens Barrichello, Cassio Corte e Gerson Campos.
Incubadeira – Inter, nova
categoria do automobilismo, formará pilotos saídos do kart ou categorias
regionais, para carreira na Fórmula 3 Brasil, Europeia, Renault,
Mazda, UFF2000 ou Indy Lights. Funciona como Seat &
Drive.
Fórmula - Pré seleção
curricular de 10 pilotos; pagamento de 10 x R$ 1.149,00, palestras, reuniões
com pilotos, aulas de marketing, vendas, relações públicas, media
training –
o relacionamento com a imprensa -, mecânica, e fazer uma prova com veículo da
Incubadora. Mais: www.formulainter.com.br
TAP – Humberto Pedrosa, empresário de
cargas em Portugal e David Neeleman, brasileiro, acionista maior da aérea Azul,
assumiram a TAP. O governo português resolveu privatizá-la em ação contestada.
Neeleman criou o bilhete eletrônico.
Gente – Abelardo
Pinto, executivo, 32 anos de indústria automobilística, deixou diretoria
comercial Peugeot. Mudou de lado. OOOO Diretor
comercial do Group1 Automotive. OOOO Empresa
norte americana com 24 concessionárias no Brasil. OOOO
Mariana Adensohn, diretora de RH da CAOA, reconhecimento. OOOO Entre
as mais admiradas entre os RHs nacionais. OOOO Integra
a mudança aplicada por Antônio Maciel Neto, novo presidente da empresa. OOOO João
Pimentel, engenheiro, 35 anos de Ford, novo diretor de caminhões. OOOO Pedreira.
Seis lançamentos a fazer em 2015, abrir caminho em mercado em crise. OOOO
Mercedes segue o mercado. Agora é flex
fuel
Abastecimento com gasolina ou álcool é a nova opção da
Mercedes-Benz para seus carros de entrada no mercado: Classe A 200, Classe B
200, CLA 200 e GLA 200, numericamente os mais vendidos. A tecnologia de
consumir os dois combustíveis foi desenvolvida na Alemanha, e o uso de turbo
alimentador nos motores e o sistema de injeção direta do combustível, em muito
facilitaram a nova opção, exclusiva para o Brasil. Marcas de potência e torque
se mantiveram inalteradas, válidas para o uso de etanol puro ou para qualquer
proporção de mistura entre os dois combustíveis. O motor de quatro cilindros,
1.595 cm3 de cilindrada, oferece potencia de 156 cv a 5.300 rpm, e torque de
250 Nm, plano entre 1.250 e 4.000 rpm.
Dado importante, como os motores se mantém inalterados, não
houve supressão de sistemas, como ocorre em algumas marcas. Assim, a
motorização flex
fuel Mercedes
mantém funções como o ECO start/stop – o sistema pelo qual desliga o motor nas
paradas, para economizar combustível e
reduzir emissões -, e os diversos parâmetros de regulagem em função da
escolha dos diferentes modos de condução. No parâmetro de igualdade a Mercedes
manteve o intervalo entre as revisões – primeira com 10 mil quilômetros ou 1
ano de uso.
O esforço para o desenvolvimento da tecnologia exclusiva ao
mercado brasileiro se integra ao grande programa mundial de preocupação deste
fabricante com o meio ambiente, através da redução de consumo e emissões, e é o
primeiro passo de adequação dos modelos Mercedes a ser produzidos na fábrica de
Iracemápolis, SP.
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