Gigante por dentro, do tamanho certo para as grandes
cidades quando visto por fora, simpático e de proposta urbana: o MINI nasceu
para correr. Revelado no fim da década de 1950, o modelo clássico mostrou
rapidamente seu talento para as competições, surpreendendo a todos. Mas como um
carro nascido de um esboço feito em um guardanapo de papel alcançaria o sucesso
nas corridas em tão pouco tempo? Concebido pelo designer Alec Issigonis e
aprimorado pelo piloto John Cooper, o clássico Mini trazia a receita que, mais
tarde, se tornaria a marca registrada da fabricante britânica, preservada até
os tempos atuais: a dirigibilidade de um kart ou o go-kart-feeling.
Contudo,
este atributo não seria possível sem algumas características essenciais como o
baixo peso, o entre-eixos proporcional e as rodas posicionadas próximas das
extremidades da carroceria. Desde os primeiros triunfos no Rali de Monte Carlo
no início da década de 1960 à recente hegemonia no Rali Dakar, a MINI criou uma
tradição vitoriosa por mais de cinco décadas. Descubra como as corridas
tornaram-se parte integrante do DNA da MINI.
Mulheres pioneiras
Três anos após o lançamento do Mini clássico no Reino Unido, o modelo
ainda era visto com desconfiança nas competições. Foi quando, em 1962, surgiram
as primeiras vitórias da marca em ralis internacionais e pelas mãos de duas
mulheres: as britânicas Pat Moss, irmã mais nova do lendário piloto Stirling
Moss, e Ann Wisdom.
Os triunfos na Copa das Damas, a categoria feminina
do Rali de Monte Carlo, e no Rali da Tulipa, na Holanda, também entraram para a
história como os primeiros de mulheres na categoria. A bordo de um clássico
Morris Mini Cooper, a dupla ainda venceria o Rali da Alemanha e o de Sderström,
na Suécia, naquele mesmo ano. Wisdom participou das corridas grávida e Moss,
mais tarde, viria a ser conhecida como a Rainha da Velocidade.
Três Mosqueteiros de Monte Carlo
Dois anos após as conquistas de Moss e Wisdom, a dupla formada por Paddy
Hopkirk e Henry Liddon surpreendeu o mundo ao cruzar antes a linha de chegada
do Rali de Monte Carlo com Morris Mini Cooper S. Pela primeira vez, a MINI
tornava-se a campeã indiscutível da corrida mais importante no calendário do
automobilismo da época, um título que seria alcançado novamente nas edições de
1965 e 1967 da prova. O feito garantiu à MINI o seu lugar na elite do
automobilismo mundial. O ano de 1964 também ficou conhecido como o início da
‘Era dos Três Mosqueteiros’, trio formado pelo escocês Hopkirk e pelos
finlandeses Rauno Aaltonen e Timo Mäkinen. Naquele mesmo ano, Hopkirk venceria
o Rali dos Mil Lagos, enquanto Aaltonen levantaria troféus em Genebra (Suíça),
na Checoslováquia, na Polônia, em Munique, na Alemanha e no tradicional Royal
Automobile Club britânico.
Em 1965, foi a vez de Mäkinen subir ao lugar mais alto do pódio. Aaltonen,
por sua vez, sagrou-se campeão nacional na Finlândia e do Campeonato Europeu de
Ralis. Os três mosqueteiros voltariam às manchetes da imprensa europeia no ano
seguinte. Mäkinen, Aaltonen e Hopkirk dominaram o Rali de Monte Carlo desde a
largada e faturaram o pódio, mas acabaram desclassificados por uma suposta
irregularidade nos faróis. A volta por cima veio no ano seguinte com Altonen,
finalmente, levando seu Mini vermelho com motor 1,3 litro e 90 cv à vitória,
tendo ao lado Henry Liddon como co-piloto. O irlandês já havia vencido três
anos antes, ao lado de Hopkirk. As espetaculares vitórias do Mini Cooper dos
anos 1960 mostraram que o manejo ágil do carro pode sempre superar o tamanho
compacto.
Domínio no Rali Dakar
Esta prova não é para fracos. Considerado o rali mais difícil do planeta,
esta maratona de duas semanas e 9 mil quilômetros se estende por montanhas,
desertos, pântanos ou qualquer outro obstáculo que esteja no caminho para a
vitória. A MINI, no entanto, está acostumada ao pódio. A bordo de protótipos
MINI ALL4 Racing baseados no MINI Countryman, as equipes do MINI Motorsports
reinaram vitoriosas em 2012, 2013, 2014 e 2015. Em 2017, três dos dez primeiros
colocados cruzaram a linha de chegada em um MINI. Neste ano, quatro equipes
MINI finalizaram a 40ª edição da competição entre os 20 primeiros lugares.
Submetido a testes rigorosos no deserto do Marrocos, em 2010, o MINI ALL4
Racing era capaz de alcançar mais de 200 km/h em percursos de areia, cascalho e
rocha. O veículo foi projetado para poupar os motoristas da fadiga já que eram
dotados de direção hidráulica, suspensão calibrada e assentos de tipo concha
mais envolventes, permitindo a eles suportarem jornadas exaustivas ao volante
de 12 horas por dia.
O MINI ALL4 Racing fez seu primeiro Dakar em 2011, mas foi em 2012 que o
modelo mostrou a que veio, sagrando-se campeão tendo ao volante o francês
Stéphane Peterhansel, dono de nove títulos da competição, e o navegador
Jean-Paul Cottret. A MINI ainda levou a segunda colocação da prova, com o
espanhol Joan ‘Nani’ Roma e o francês Michel Périn, e mais três dos dez
primeiros lugares.
A dupla francesa repetiria o feito em 2013, seguido pelos russos Leonid
Novitskiy e Konstantin Zhiltsov, na 3ª posição. Mais três equipes completaram o
percurso na ocasião. A dupla Joan ‘Nani’ Roma/Michel Périn, que havia terminado
a prova em 4º lugar, no ano anterior, triunfou na edição de 2014 do Dakar, que
ainda teve Stéphane Peterhansel/Jean-Paul Cottret e Nasser Al-Attiyah/Lucas
Cruz completando o pódio. Ao todo 11 times MINI disputaram aquela edição do
rali. Em 2015, foi a vez do catariano erguer a taça do rali, tendo como
navegador o francês Matthieu Baumel. A dupla Krzysztof Hołowczyc/Xavier Panseri
chegou na 3ª colocação. Todos os 10 times MINI que participaram do rali de 2015
completaram a prova, terminando entre os 21 primeiros colocados.
A dupla Nasser Al-Attiyah/Matthieu Baumel voltaria ao pódio no ano
seguinte, assegurando o vice-campeonato. Ao final da corrida, outras sete
equipes MINI conseguiram ficar no Top 15. Na edição 2017 do Rali Dakar, que
marcou a estreia do novo protótipo MINI John Cooper Works Rally, sete dos oito
veículos conseguiram completar a prova, com o argentino Orlando Terranova,
conquistando a 6ª posição e a dupla brasileira formada por Sylvio de Barros e
Rafael Capoani celebrando o 18º lugar geral em sua primeira participação na
competição. Neste ano, sete equipes correram com protótipos MINI, sendo seis
deles John Cooper Works Rally e um John Cooper Works Buggy, este com tração
traseira.
Dupla dinâmica
Quando a genialidade de Alec Issigonis conheceu a paixão pelas corridas de
John Cooper, uma extraordinária combinação aconteceu: a dirigibilidade de um
kart somada à agilidade extrema invadiu o mundo do automobilismo. Mas como um
carro concebido para uso urbano, ágil e de design minimalista consegue dominar
as corridas? A resposta está no toque particular de John Cooper. Apresentado ao
automobilismo desde cedo – seu pai, Charles, era um mecânico de carros de
corrida –, o jovem Cooper deixou a escola aos quinze anos na esperança de
trabalhar como fabricante de ferramentas. Após a Segunda Guerra Mundial pai e
filho se reuniram para construir monopostos de corrida. O sucesso e a reputação
nas pistas vieram com a decisão de posicionar o motor na parte traseira dos
carros. Entre 1947 e 1959, os Coopers conquistaram a Fórmula 3 e tornaram-se o
primeiro britânico a vencer o Campeonato de Construtores de Fórmula 1.
Lançado
recentemente, o Mini chamou a atenção de John Cooper por seu fácil manejo e uma
atitude dinâmica invejável. Ao ajustar o motor, ampliando a potência, e aumentar
o desempenho dos freios, refinando a capacidade de resposta, ele deu origem ao
Mini Cooper. Com sua visão genial, o carro surpreendeu o mundo das corridas,
vencendo o rally de Monte Carlo três vezes entre 1964 e 1967. O DNA original
ainda faze parte de todos os modelos do MINI John Cooper Works. Desde a
emocionante sensação go-kart, oferecida pelo Mini John Cooper Works Hatch de 3
portas, até a versatilidade da tração nas quatro rodas do MINI John Cooper
Works Countryman ALL4 – a paixão de John Cooper vive em cada um deles.
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