Apesar da instabilidade política e econômica brasileira,
a indústria náutica aponta casos de crescimento, como o da fabricante de iates
de luxo Azimut Yachts, com unidade produtiva no país desde 2010, e que faz
parte do Grupo global Azimut-Benetti, reconhecido este ano em Cannes, como
Estaleiro do Ano pelo modelo de gestão estratégica com foco em inovações e
qualidade nos produtos. O Grupo, que completa 50 anos de história no próximo
ano, também é líder mundial em fabricação de iates de luxo do mundo pelo 18º
ano consecutivo (Global Order Book 2018/Show Boats International).
Mesmo com estratégias também relacionadas a exportações
para manter a produtividade em alta, as vendas de iates de alto luxo no Brasil
vêm se desenvolvendo. Exemplo é a embarcação de quase 19 metros de comprimento,
Azimut 62, lançada há menos de um mês durante salão náutico na capital
paulista. Com 3 suítes, mais de 150 m2 de área útil e interiores sofisticados
assinados por um dos maiores arquitetos de luxo do mundo, o italiano Achille
Salvagni, o iate começou a ser produzido no início deste ano. Desde então, a
elegante “casa sobre as águas” já tem 15 encomendas apenas para clientes
nacionais e internacionais.
Mesmo em períodos de insegurança econômica, desde 2015, a
fábrica brasileira da Azimut Yachts registrou um crescimento de 40% em termos
de produção. Nos primeiros anos de operação no Brasil, a fábrica tinha uma
participação produtiva na casa dos 8% para a linha de “Yachts” do Grupo
Azimut-Benetti, da qual pertence. Atualmente a participação já está em 12% e a
expetativa é atingir 15% nos próximos anos.
Além do bom desempenho com vendas no Brasil, se mantém
aquecidas as negociações dos barcos fabricados aqui com o mercado
internacional, especialmente aos Estados Unidos. Neste último ano náutico, de
setembro de 2017 a setembro de 2018, quase 50% da produção no Brasil foi
direcionada ao exterior e, dessa fatia, cerca de 90% foram exportações aos
Estados Unidos. A filial brasileira também já começou a abrir outros mercados com
vendas realizadas para os Emirados Árabes e Europa. A comercialização para
outros países da América Latina também apontou crescimento com encomendas já
feitas especialmente para o Paraguai e Colômbia.
Além do modelo de gestão, a justificativa dessa aceitação
cada vez mais expressiva também se refere ao fato da filial produtiva
brasileira acompanhar a evolução da matriz global, localizada na Itália. A gama
de produtos fabricados no Brasil, que foi completamente renovada em 2018, segue
os mesmos padrões italianos e acompanha sua evolução, com uma média de dois
lançamentos anuais no país.
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