Coluna
4015-03.10.2015- edita@rnasser.com.br
Renault Duster Oroch,
picape, outro nível
O Duster Oroch não é apenas mais um picape concorrente em
segmento expansionista – 900% entre 2010 e 2014, vendendo 450 mil
unidades, e no período as cabine duplas expandiram vendas em 50%. Na
América Latina, mercado visado, em 2014 venderam-se 1,2M de unidades. É
ferramenta para cumprir meta e dever: conquistar 8% do mercado brasileiro
– hoje tem 7,5% -, e chegar aos 10% cobrados por Carlos Ghosn, o
presidente mundial.
É boa fórmula, liderada pela Renault, e logo seguida pela Fiat.
Ambas apostam num picape intermediário entre os pequenos, derivados de
automóveis com estrutura monobloco, e os médios, construídos sobre chassis
com longarinas. A posição é tão invulgar quanto boa, pois com clientela
para uso em serviço; serão ponto de ascensão para os desejosos em bom
espaço interno; e de descenso prático aos donos dos trambolhosos picapes
médio com cabine dupla e SUVs desmesurados, incômodos no trânsito,
irritantes na procura para vagas.
No caso do Oroch – a pronúncia é oroque –, nome de tribo russa
com 300 membros..., o fato de utilizar a sólida plataforma do Duster,
reforçada na parte de carga, garante duas características importantes aos
clientes: bom espaço interno, e caçamba como um grande porta-malas.
Ao lançamento a conformação é em cabine dupla, motorização 1,6
litro e 110/113 cv, gasálcool e álcool, transmissão mecânica de 5 marchas,
e 2,0, 143/148 cv importados, assim como o câmbio mecânico de 6
velocidades. Automático e tração nas 4 rodas virão em 2016. Porta
característica de relevo, a suspensão independente nas 4 rodas, com molas
helicoidais, oferecendo grande estabilidade e insuspeitado conforto de
rolagem – implementando pelo aumento de 15 cm na distância entre eixos –
2,89m. O Oroch não é um Duster com teto seccionado.
As características do mercado exigiram abandonar o projeto do
Picape Dacia, de origem rumena – lá um Duster cortado -, e em cabine
simples. Daí usar o conhecimento do Tecnocentre, a área de desenvolvimento
na França, e do escritório da Renault Design America Latina, criando
produto para as características continentais, com destaque ao desenho e
aos arremates, atendendo a demandas de público variado. Amplo público:
desde a senhora apreciadora da posição superior de conduzir e das largas
portas traseiras para entra-e-sai de meninos, hábil para andar no trânsito
da cidade e conseguir estacionar em vagas de shoppings, quanto atender aos estancieros
argentino, uruguaio, ao fazendeiro brasileiro, cansados de direção pesada,
dos sacolejos e de corrigir o curso de seu picape grande. Inclui clientela
jovem, e quem nele vê dois veículos num só. Para cargas compridas há um
extensor para a caçamba, permitindo, por exemplo, carregar moto em posição
transversal. É amplo o leque de clientes, e a diferença está em ter
rodagem de automóvel e capacidade de carga de um picape pequeno.
Neste
setor, o peso permitido é de 650 kg, entre passageiros e carga. Apesar de
o perfil do usuário de picapes deste porte nunca os utilizar para
trabalho, a caçamba é revestida por berço plástico, e há ganchos para
ancorar eventual carga. Para público divergente entre as capacidades do veículo
e seu uso, confortos interativos, conectividade, incluindo versão
atualizada do Media Nav, sensor de ré, piloto automático e computador de
bordo.
O Oroch será disponível para test-drive
nos revendedores a partir de outubro, e Preços vão de R$ 62.290 para a
versão de entrada, Expression 1,6, a R$ 72.490 pela versão de topo,
Dynamique 2,0.
Fumaças do Dieselgate
O problema da Volkswagen com as emissões poluentes de seus
motores diesel apenas começam seu nublado caminho. Similares recentes,
como descombinação entre pneus Firestone e Fords Explorer, o nunca
explicado caso dos tapetes Toyota, ou a economia porca nos interruptores
de ignição dos Chevrolet serão economicamente residuais.
De objetivo a empresa, como a Coluna antecipou, pinçou Matthias Mueller da presidência da
Porsche, elevando-o à holding VW AG,
e aplicou medidas como garantir os veículos; prometer sanar os problemas
com rapidez.
Administrativamente separou as marcas por grupo; criou diretoria
para os negócios no continente norte americano. Para lá deslocou Winfried
Vahland, presidente da Seat, fabricante dos VW espanhóis, abrindo espaço à
promoção de Luca de Meo, 48, ex diretor de vendas da Audi. O presidente da
VW of America foi mantido mas sob novo chefe direto. De surpresas, demissão
de Christian Klinger da poderosa direção de vendas da marca VW. Bom para
o Brasil. De longe fazia o comando comercial da nossa VW, enviando
diretores fugazes ou fora de sintonia, causando enorme e onerosa perda de
mercado.
Contra Klinger se insurgiram Thomas Schmall, ex presidente, e
David Powels, Em situação incômoda ficou Ulrich Rackenberg, espécie de
professor Pardal do grupo. Visto como conhecedor do problema dos diesel,
não foi demitido, mas afastado de funções, junto com seu sucessor,
Wolfgang Hatz, então o chefe
Futuro
No discurso de posse Mueller prometeu todos os esforços para
desenvolver e implementar atos de compliance,
o relacionamento público institucional, de máxima transparência, e cobrar
conclusões corretas para a situação, resgatar a confiança pública. Internamente
agrupou marcas: carros esporte e motores entre eixos: Porsche, Bentley e
Bugatti. Lamborghini, apesar de seu motor entre eixos, e as motos Ducati,
formam grupo com a Audi, acionista de ambas.
Marca VW, por produtos congêneres, está com Seat e Sköda.Terá
quatro chefes regionais, para conter o egocentrismo antes tolerado,
mas agora criticado pelo poderoso Conselho Supervisor.
Para entender
A EPA, poderosa agência norte americana de proteção ao meio
ambiente declarou, motores diesel VW emitiam poluentes em medidas
superiores ao limite máximo. Explicou, quando submetidos à avaliação,
identificavam o protocolo, e se auto regulavam para enquadrar-se aos
parâmetros legais.
Volume de vendas nos EUA é grande e, no total mundial, incluindo
VW, Audi, Seat e Sköda, supera 11 milhões de unidades, e a desfeita
pública provocou a saída de Martin Winterkorn no passo mais elevado de sua
carreira – extensão do contrato como CEO, e posse no Conselho Supervisor.
A origem do problema estaria em 2007, quando concluiu-se, nova
geração de motores diesel não se enquadraria nos padrões de emissões da
EPA, exigindo gastos de 300 Euros/unidade para solução petroquímica, o uso
de ureia para lavar os gases – o ARLA utilizado por alguns caminhões -, e
a VW desistiu. Era época da assunção do ora demissionário Winterkorn, e um
de seus projetos era ampliar presença no mercado dos EUA, com poucas
vendas pela Volkswagen. Definiu-se concorrer em raia própria, longe de
Toyota e Honda, com os sedãs a diesel, não disponível nos sedãs orientais
lá produzidos.
Uma das teorias do início do desrespeito legal, situação nublada
ao público, ligam Winterkorn a Rackenberg, um querendo, e o outro sabendo
conduzir o problema das emissões. O futuro dirá a realidade.
Tamanho do prejuízo é imensurável, e a VW AG separou metade do
lucro presumido, 6,5B de Euros para despesas nos EUA. Com o susto,
semana passada as ações da empresa caíram 22,4 B Euros, metade de seu
valor. O varejo começa com 11 milhões de veículos necessitando substituir
um chip ora inexistente;
prolonga-se com o governo dos EUA querendo receber a renúncia fiscal
superior a US$ 1.000/unidade diesel; e também a multa por poluição.
Idem para outros países. Há, ainda, o varejo do varejo, com
revendedores VW nos EUA proibidos de vender os automóveis diesel em
estoque –, buscando ressarcimento; e inquantificada reação dos
consumidores. Após aplicar o chip
obediente à legislação, proprietários verão cair a disposição de
seus veículos pela redução da potência. Ficarão com eles? Irão
devolve-los? Vende-los-ão indo acionar a VW pela diferença perdida?
Institucionalmente, a agência Dow Jones, premiando a VW como líder em
sustentabilidade, cassou a láurea.
Outros lados há: promotores da Baixa Saxônica, antes acusando
Martin Winterkorn, recuaram, dizendo ter uma investigação no início e sem
base concreta para acusar quem quer que seja. Projeções indicam queda
econômica entre 1% e 1,5% na República Tcheca e na Hungria. Na primeira
opera a grande fábrica da Sköda. Na outra, produz e exporta os motores VW
diesel. E, por registrar, a holding Porsche SE, maior acionista da VW
AG, aproveitou ocasião, a recente ruptura com a Suzuki, a queda do valor
das ações, e adquiriu o 1,5% detidas pela pequena nipônica na maior das alemãs.
Negócio aumenta o mando da SE, com 52,2% da VW AG.
Como se imagina, desdobramentos difíceis de listar e de projetar
o prejuízo, mas sem dúvidas grande, o maior já enfrentado pela empresa em
seus 78 anos de vida.
Autoclasica, grande festa do
antigomobilismo no Mercosul
Na América do Sul não há encontro de veículos de coleção tão
rico quanto o Autoclasica,
Buenos Aires, 9 a 12 de outubro. Automóveis, carros de
corridas, motocicletas, motores antigos, desfiles em trajes de época – no
dia 10, sábado -, corridas entre expositores, e neste ano atração
especial, o Junior Prix, corridinha
de carrinhos infantis de época, para crianças entre 4 e 6 anos – um fino
investimento para conquista de futuros colecionadores.
Expansão do evento ampliou horário de funcionamento, agora de 9h
às 18h30, e re diagramar o espaço interno no Hipódromo de San Isidro,
beiradas de Buenos Aires.
Feira de Peças, lá chamada Autojumble,
dividida entre automóveis e motos, e a ala de Motojumble conta com atrações idênticas, incluindo venda de motos
e veículos antigos, bancas de peças, acessórios, literatura. É um dos
pontos fortes do evento – consome um dia para percorrer. Organizado pelo Club de Automóviles Clasicos da República Argentina, sua décima quinta
exitosa edição reunirá 900 veículos clássicos e históricos.
É aula em organização, e má constatação de como os vizinhos
preservaram seu bom acervo automobilístico transformando-o em história, o
que não ocorreu aqui. A exposição é uma festa de clubes.
Topo do evento, premiação por categorias pelo padrão
internacional da FIVA, entidade reguladora do setor, incluindo glória
suprema, almejada por todos os expositores: ser escolhido o Best of Show. Domingo, 11, 14h.
Entrada 120 pesos – entre R$ 40 e 50, dependendo do câmbio,
oficial ou Blue, paralelo
institucionalizado. Melhor acesso é por trem suburbano, partindo
da estação Retiro. San Isidro fica 45 minutos de Buenos Aires.
Este ano as marcas homenageadas serão Bugatti, Ferrari, Citroën
por seu modelo DS e Peugeot pelo 403, primeiro da marca fabricado na
Argentina.
Roda-a-Roda
Elétrico – Dongfeng Renault
Automotive Company, joint venture
entre sino-francesa anunciou produzir carros elétricos, baseados sobre a
plataforma do Fluence Z.E. Venderá apenas no mercado chinês.
E ? – Pode parecer
curioso, pois a Dongfeng é sócia de outra francesa, a PSA, reunindo
Peugeot e Citroën. Mas em negócios não há fidelidade de marcas.
Lista – Citroën informa,
abriu reservas para o novo C4 Picasso importado. Tem design forte e bem marcado, com dedicação ao espaço interno,
poltronas com apoio de pés e massageador, tela com 30 cm, motor 1.6 THP,
turbo, câmbio de seis marchas. R$ 110.900.
Fim – Para instalar fábrica
na Argentina e fazer sólida base na América do Sul, Nissan Corporation
comprou a Nissan Argentina S.A, a NASA, desde 2012 sua representante.
Iniciará fazer picapes nas instalações da aliançada Renault.
Do ramo - Operador da marca na
Argentina era Manuel Antelo. Faz a logística fluvial de muitas marcas de
automóveis e, no tema, antes foi o dono da Ciadea, representante Renault,
tendo passado a representação à representada.
Situação – Redução de vendas no
mercado de carros O Km instou Hyundai a mudar estética e mecânica de seu
HB20 – e aumentar preço. Retocou lanternas e para choques, e motores
melhoraram rendimento - reduziu consumo 6,5% no 1,6, levando-o à
classificação A no Programa Brasileiro de Etiquetagem no Inmetro.
Transmissões mudaram. Mecânica e automática com seis velocidades.
... 2 – Hyundai segue o
mercado, aumentando conteúdo dos carros e seus preços. Assim, desde a
versão básica Comfort, há vidros e travas elétricas.
Preços de R$ 39 mil a R$ 63.335 para versão Comfort Premium, motor 1.6, transmissão automática, revestimento
em couro e central multimídia.
Quanto – Talvez o centímetro
de automóvel mais caro no país. Sedã e hatch
enfeitado, o X, sem mudanças.
Promoção – Fiat equipou o Siena
EL nas versões 1,0 e 1,4 ampliando conteúdos de conforto pessoal, com
volante regulável em altura, ar condicionado, travas elétricas, sensor
traseiro de estacionamento, rádio com Bluetooth. Preços, 1,0 a R$ 35.770;
1,4, R4 38.500.
Sem chances – Perguntei a Fabrice
Cambolive, novo presidente da Renault, e o executor do controle da marca
sobre a russa Autovaz, fabricante dos Lada, sobre a possibilidade de fazer
aqui um jipe Niva com as atualizações recebidas recentemente – como se
produz na Rússia. Sorriu. Sem chances.
Mercado – O país sem asfalto
continua sem um jipe simples e adequado à sua realidade no campo.
Situação – Para baixar custos
Audi A3 e Golf, ambos com plataforma MQB e motor TSI 1.4, em produção na
mesma fábrica Volkswagen em São José dos Pinhais, Pr, simplificarão o eixo
traseiro. Sai o evoluído Multi Link, braços múltiplos, entra eixo de
torção, solução do tempo do Passat. Versões 2.0, mais caras, poderão ter a
suspensão original.
Cenário – Em meio ao
lançamento do picape Renault Duster Oroch, jornalistas receberam em seus SmartPhones mensagem da Fiat. Confirmava
Toro como nome de seu picape concorrente, informava lançamento para 2016.
Coerência – Talvez inspirada no
criador de palavras, o também mineiro Guimarães Rosa, enquadrou-o em nova
classificação veicular. Diz, é um SUP (?) Sport Utility Pick-Up ... Estará como o Oroch,
picape nem pequeno, nem médio.
Nome – Tentando corrigir os
defeitos de sua transmissão automatizada dita PowerShift, Ford diz ter sanado defeitos em retentor de óleo e
barulhos internos, e aumentado garantia da série anterior para 5
anos.
Mudança - No novo EcoSport,
com motor Sigma, voltou a garantia para 3 anos, e não o chama mais de PowerShift, mas Transmissão Sequencial de Seis Velocidades.
Razão – Fugiu do nome.
Faziam trocadilho pavoroso, chamando-a PowerShit
– excremento,em inglês.
Democratização – Matéria controversa,
o DPVAT, o seguro obrigatório, Projeto de Lei 558/2015 do Senador José
Medeiros, PPS-MT, quer deixar ao contratante a escolha da seguradora,
escapando à Líder, seguradora comum.
Oposição – Razão principal,
concorrência baixará preço e melhorará serviço. PL aguarda análise da Comissão
de Justiça para saber da juridicidade. Prevê-se oposição poderosa. DPVAT é
uma caixa preta. A base do projeto é a cobertura do texto constitucional
contra o monopólio.
Novidade – Mopar, área de
acessórios da FCA, iniciou vender o triciclo elétrico Trikke. É
curiosidade mecânica prática, segura e divertida, desenvolvido para andar
em espaços fechados, como parques e condomínios. Motor elétrico de
36 volts e 250 watts montado na roda dianteira. Dólar leva-o a R$
5.400,00.
Pneus – Fornecedor exclusivo
e fundamental para os resultados, os pneus da Fórmula 1 tem rigor
administrativo próprio para sua logística. Produzidos, cada um recebe
código de barras fornecido pela FIA, a federação de automobilismo.
Caminho – Prontos pneu e
etiqueta, indicando data, tipo, composição, vulcanização, lista enviada, o
centro de logística os agrupa em jogos de quatro unidades para ser
escolhidos pela FIA para os treinos. A Pirelli garante a produção e todo o
controle é pela entidade do automobilismo. Saber mais? www.pirelliftp.com/share/f1/2015/00_3dvideo/PIRELLI_BarCode_ENG.mp4
Moda – Para apresentar sua
moto Scrambler a público de elevada renda, Ducati inaugura espaço de
entretenimento no cruzamento das ruas Oscar Freire e Consolação, nos
Jardins, S Paulo. Coisa fugaz, vai até 4 de outubro, mescla o design pós vintage da moto com música e
gastronomia.
Gente – Sandra Mariani, nova Diretora Financeira Corporativa, CFO na
Navistar Mercosul, controladora do International Caminhões e MWM Motores
Diesel. OOOO Acumulará com RH e
TI, fala direto com o presidente. OOOO Do ramo,
foi CFO da GM Brasil e assessora da presidência na GM Corporation.
Fazer automóveis no Brasil. Fiat
começou primeiro
Usualmente quando se listam as marcas
pioneiras no país a Ford é citada como a pioneira, tendo aqui chegado em 1919.
Informação carece de fundamento. Por representante montou seus primeiros Modelo
T na Bahia, em 1917. No citado 1919 decidiu vir para o Brasil, instalando-se em
1920.
A Fiat havia chegado antes,
representada pela Grassi, finalizando produtos, distribuindo a marca, e em 20
de agosto de 1907 anúncio no carioca Jornal do Commercio,
estampava:
À praça
a Fábrica Italiana Automobili Torino (FIAT), avisa ao público em geral
que os srs. Tomaselli, Raul Senra & C foram nomeados nossos únicos e
exclusivos representantes para as vendas de nossos produtos em todo o Brasil,
mediante contrato assinado e legalmente registrado.
Protestamos, portanto, desde já
contra aquelas pessoas que possam abusivamente se intitular possuidores de
igual permissão.
Fiat America Latina
Fiat America Latina
Lange & C
Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1907
A Grassi havia montado 275 unidades
de diferenciados modelos Fiat antes de passá-la a Tomaselli e Senra, ponte a
uma das 300 empresas do Conde Francesco Matarazzo, então o homem mais rico da
América do Sul. Matarazzo intuía, automóvel seria bom negócio e arranjou
representações europeias de várias marcas sobressaindo a italiana Fiat e a
francesa Bugatti. Como importador aplicava mão de obra para montar, armar, e se
diferenciava pela pintura, com três demãos, ao contrário dos outros importadores
e montadores, com apenas uma demão.
Negócio se expandiu. Na década de
1950 a pioneira montadora em São Bernardo do Campo, SP, a Varam Motores assumiu
a representação, montando seus veículos na então mais moderna das fábricas
nacionais. A Fiat propôs associação, mas o comendador Varam Keutenedjian, líder
do negócio, declinou de ligação com sócio mais poderoso. Logo em seguida, a
Fiat tentou vir ao Brasil em sociedade com empresa da qual era acionista, a
francesa Simca. Também não deu certo. Quase fechou negócio para assumir a
operação da fábrica Vemag, nacional representante da marca Auto Union DKW,
desistindo na mesa de assinatura do contrato, e insistiu mais uma vez, buscando
juntar-se, barrada pela Governo Federal, com a nacional Indústria Brasileira de
Automóveis Presidente.
Viabilizou o projeto tantas vezes
adiado, associando-se ao governo do Estado de Minas Gerais. Operação pequena,
menor das fabricantes; expandiu-se; industrializou Minas levando seus
fornecedores para lá; assumiu há 13 anos a liderança de vendas; e expandiu-se
para nova fábrica em Pernambuco. Se tivesse como dístico A primeira
continua sendo a primeira, não estaria errada.
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