Alta Roda nº 858/208– 15 /10 /2015
Fernando Calmon |
O Japão
destaca-se por investir muito em tecnologia de comunicações e informática (TCI)
e, não por coincidência, conquistou a posição de trânsito urbano e rodoviário
entre os mais seguros do mundo. A cultura nipônica se destaca por planejar
longamente, avaliar tudo o que pode dar errado e, só então, executar com
firmeza e prazos cumpridos à risca.
Pela limitação de espaço viário desenvolveu legislação veicular específica. Só
lá existe a categoria chamada kei-jidosha (carro leve, em tradução literal do
japonês) que recebe vantagens tributárias e de custo de seguro. Exigem-se
comprimento e largura máximos de 3,4 m e 1,45 m, respectivamente, além de motor
de 660 cm³, para ficar livre da obrigatoriedade de garagem, ativo bastante caro
no limitado solo japonês. Nos demais modelos a largura também é tributada à
parte.
Carros importados sempre sofreram algum tipo de cerceamento, chamadas barreiras
não tarifárias. Isso mudou com o os recentes acordos de livre comércio. Tanto
que marcas europeias e americanas voltam agora ao bienal Salão do Automóvel de
Tóquio. Sua 44ª edição será de 29 de outubro a 14 de novembro (17 dias, tão
longo como o de Paris).
Uma das atrações é o projeto temático Smart Mobility City (Cidade com
Mobilidade Inteligente ou SMC em inglês). Trata-se de um enorme pavilhão para
representar uma cidade fictícia, porém real em alguns pontos. Os visitantes
poderão testar protótipos de direção autônoma e antever avanços da mobilidade
individual no futuro. Apesar de sistemas coletivos de transporte funcionarem
muito bem lá, o Japão sabe que nada substitui a liberdade motorizada, seja com
unidades a combustão interna, híbrida ou elétrica.
A experiência gente-carro-cidade promete sensações inéditas nesse tipo de
exibição. Novos meios de locomoção, estilo de vida, mudanças sociais e de
valores se juntam às próximas gerações de veículos. Os organizadores atraíram
fabricantes de autos e companhias dos setores privado e público envolvidas em
telecomunicação, meio ambiente, energia, desenvolvimento urbano, construção
civil e materiais avançados para demonstrar produtos, tecnologias, sistemas e
serviços de ponta.
Mais impressionante será a Estação Principal, no centro SMC. O local
apresentará tecnologias e meios avançados de transporte. As pessoas poderão dirigir
veículos de micromobilidade (apenas um lugar para o motorista) e inclusive sair
do pavilhão para estender a avaliação.
A segunda estação é o Laboratório de Pesquisa de Mobilidade Pessoal. De acordo
com os organizadores, as instalações reproduzem a busca incessante pela
coexistência harmoniosa entre veículos e pessoas. De forma inédita, se
realizarão testes de forma contínua no seu interior e quem quiser opinar ou
colaborar com sugestões terá atenção especial.
Última parada foca nos laboratórios de TCI, porém amplia o escopo para Energia
e Entretenimento. Haverá demonstrações e testes com carros de direção autônoma
em área espaçosa no teto do prédio que abriga a exposição.
A SMC 2015 está em sua terceira edição – começou no Salão de Tóquio de 2011 – e
agora se transforma em polo de atenção para visitante de todo o país e do
exterior.
QUEDA nas vendas vem atingindo ritmo de investimentos em fábricas novas ou novos produtos. Fornecedores acenam que o segundo SUV (Projeto 551) da Jeep, em Goiana (PE), está em compasso de espera. Já o subcompacto da Fiat (Projet X1H), em Betim (MG), confirmado para início de 2016, sairá com motor 4-cilindros. O 3-cilindros (nova geração) só no fim do próximo ano.
SUBARU WRX é daqueles carros feitos para quem gosta de
explorar todas as virtudes de um sedã esportivo de verdade. Desenho pode não
atrair tanto, mas mecanicamente conquista pela tração nas quatro rodas e o novo
motor turbo de 2 L, 268 cv e 37,7 kgfm. Um automóvel totalmente previsível. Seu
câmbio automático CVT é bom, mas em altos regimes não empolga.
APERTO financeiro chegou à ANP, encarregada de
monitorar a qualidade de combustíveis em todo o Brasil. Número de postos
vigiados caiu mais de 50%. Recomenda-se pedir e guardar nota fiscal para
possíveis reclamações contra fraudes. Para piorar, a NGK tem encontrado
contaminação de óxido de ferro em velas de ignição, um desleixo de transporte e
tancagem.
LANÇADO semana passada, sistema online de controle de
autopeças, parte importante da Lei do Desmanche, do estado de São Paulo, para
inibir furto e roubo de veículos. Agora se pode consultar por QR Code de
celulares e tablets a procedência a partir de etiquetas afixadas em cada peça
com número único de série. Uma garantia de compra com origem legal.
POUCOS sabem que a GM colocou na internet versões
digitalizadas de manuais de proprietário de todos os seus modelos produzidos ou
comercializados no Brasil de 2008 a 2016. Mão na roda para quem extraviou o
livreto. E em outro site www.reparadorchevrolet.com.br há manuais completos de
reparação com vista explodida para identificação de códigos das peças
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos
técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna
automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede
nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do
site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:
www.twitter.com/fernandocalmon
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