Wagner Gonzalez |
Como está, fica
Permanência de Kimi Räikkönen na
Ferrari parou a música da dança das cadeiras na F-1, levanta dúvidas sobre a
formação de novos pilotos e abre possibilidade para surpresas de equipes que
estão na penumbra.
Brinquedo
caro
Os
departamentos de RH das grandes e médias equipes parecem ter descoberto que o
custo da operação de uma equipe da F-1 anda alto demais para arriscar em trocar
seus pilotos experientes por novatos. Das 11 equipes confirmadas para a
temporada de 2016 nada menos de seis — Ferrari, Force India, McLaren, Mercedes,
Sauber e Williams — adotaram o lema do “em time que está ganhando não se mexe”,
adágio que não coaduna com todas, que fique isto bem claro. Das outras, três —
Lotus, Red Bull e Toro Rosso — já confirmaram pelo menos um enquanto a
estreante Haas é a única a anunciar novas contratações, algo óbvio.
Não faltam bons nomes para
revigorar o plantel de pilotos: o alemão Pascal Wehrlein, o belga Stoffel
Vandoorne, o francês Esteban Ocon e o inglês Jolyon Palmer apresentem boas
credenciais para assumir algumas das seis vagas em aberto. A concorrência,
porém, é forte e inclui o dinamarquês Kevin Magnussen (com passagem pela
McLaren), o francês Jean-Éric Vergne (três anos de Toro Rosso), os espanhóis
Carlos Sainz Júnior (atualmente na Toro Rosso) e Roberto Mehri (Manor), o
estadunidense Alexander Rossi (faz cinco provas pela Manor este ano), o
mexicano Estebán Gutiérrez (com passagem pela Sauber e atual piloto de testes da
Ferrari) e o russo Daniil Kvyat (Red Bull), levam alguma vantagem nessa
disputa.
Pelo que
se viu nas últimas provas, Kvyat é o que aparece melhor no filme para seguir
onde está e fazer uma segunda temporada ao lado de Daniel Ricciardo. Como que
por passe de mágica, seus desempenhos recentes melhoraram a ponto de andar à
frente do australiano, situação que indica não só seu progresso como piloto,
como a busca da Red Bull para atrair empresas russas em condição de preencher o
espaço que a Infiniti deixará vago em seus carros, conseqüência direta do
divórcio entre a equipe austríaca e a Renault.
Já na equipe júnior da
marca de energéticos a situação de Sainz Jr. é mais complicada. O espanhol,
filho do “El Matador” do rali mundial, não tem a mesma simpatia que Helmut
Marko nutre e demonstra por Max Verstappen, ainda que seja eficiente e tão
competitivo quanto. Nesta disputa, o arrojo do holandês faz a diferença. Pode
haver mudanças no pedaço.
Complicada
por complicada é a situação da Lotus, que faz pole-position, faz a volta mais
rápida e vence de ponta a ponta na corrida do desespero. Afundada em dívidas e
envolvida em uma negociação onde a Renault não mede esforços para readquirir a
equipe no que outrora se convencionou chamar de bacia das almas, a equipe que
nasceu como Benetton luta contra o tempo e favor dos santos de plantão para que
Carlos Ghosn resolva por um fim nesse sofrimento e ponha um fim nesse calvário.
Embora
Pastor Maldonado esteja confirmado para o ano que vem, não estranhe se o
venezuelano e o apoio da PDVSA (Petróleo de
Venezuela S.A., a Petrobrás deles) for parar em outro endereço. Os
franceses Jean-Éric Vergne e Esteban Ocon são favoritos para ocupar a vaga
ainda em aberto, quem sabe até as duas vagas da equipe, cortesia do apoio que a
Total deverá exibir nos carros construídos em Enstone.
Suíço de
Genebra e francês por conveniência, Romain Grosjean poderia ser o primeiro
piloto dessa reentrada da Renault no mundo dos construtores, cansou de esperar
por um milagre preferiu aceitar a proposta da Haas, de olho na chance de ir
para a Ferrari em 2017. O favorito para ocupar a segunda vaga é o mexicano
Estebán Gutiérrez, conseqüência da sua experiência como piloto de testes da
Ferrari e do apoio que recebe do megabilionário Carlos Slim. Os interesses
deste empresário nos Estados Unidos deverão falar alto na escolha da Haas em
favor do mexicano.
Na
McLaren não muda nada, para tristeza de Kevin Magnussen e, principalmente,
Stoffel Vandoorne, que sonhavam em ocupar o lugar de Jenson Button. Após um
jogo de cena para manter seu salário atual (supostamente US$ 18 milhões por
ano), o inglês resolveu ficar. Vandoorne poderá permanecer como piloto de
testes e treinar em uma ou outra manhã de sexta-feira; já Magnussen espera por
um milagre
Última das últimas, a
Manor tem tudo para se converter na grande surpresa da temporada de 2016: nos
últimos meses a equipe comandada por Graeme Lowdon e John Booth contratou gente
experiente, como o engenheiro Bob Bell (ex-Mercedes e Renault), o projetista
Luca Furbatto ( com passagens pela McLaren e Toro Rosso) e Gianluca Pisanello,
que passou pela Toyota e foi engenheiro chefe da Caterham. Atualmente equipados
com motores Ferrari na versão 2014, no ano que vem os modelos da equipe baseada
em Banbury serão impulsionados por unidades de potência da Mercedes em versão
2016, o que significa que á muito grande a chance de Pascal Wehrleim assumir o
comando de um dos carros.
Ironicamente, para levantar os fundos para continuar
na ativa, Booth e Lowdon venderam a sede da equipe para a Haas montar sua base
na Europa e, após funcionarem em forma espalhada, voltaram recentemente a ter
uma estrutura centrada em um único local, sempre na pequena Banbury, próximo de
Silverstone.
O mais curioso no comunicado oficial que anunciou o
contrato da equipe com a Mercedes foi a declaração de Toto Wolff:
“Na iminência da Renault assumir o controle da equipe
Lotus F1, temos o prazer de anunciar a Manor Marussia como um novo cliente da
Mercedes-Benz.”
Além de motores atualizados, a Manor terá novamente
uma parceria técnica com a Williams Advanced Engineering, que vai fornecer
componentes de transmissão e suspensão.
Veja aqui os nomes já confirmados e as possibilidades
para a temporada de 2016:
Mercedes: Lewis Hamilton e Nico Rosberg
Ferrari: Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen
Williams: Felipe Massa e Valtteri Bottas
Red Bull: Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat (a confirmar)
McLaren: Fernando Alonso e Jenson Button
Force India: Nico Hulkenberg e Sérgio Pérez
Toro Rosso: Max Verstappen. Carlos Sainz Jr tem chances de seguir
Lotus: Pastor Maldonado. O colombiano, porém poderá entrar em acordo com a
Renault e ir para outra equipe. Jean-Éric Vergne e Esteban Ocon tem boas
chances
Sauber: Felipe Nasr e Marcus Ericsson
Manor: Pascal Wehrleim, Will Stevens, Alexander Rossi, Esteban Ocon e Roberto Mehri
são possíveis nomes, nesta ordem
Haas: Romain Grosjean. Estebán Gutoérrez e Jean-Éric Vergne disputam a segunda
vaga.
Fogaça
e Hot Car se separam
Fábio Fogaça e a equipe
Hot Car, de Amadeu Rodrigues, anunciaram o rompimento do contrato entre ambos
que vigorava para a temporada 2015 da Stock Car brasileira. Aparentemente a
rescisão aconteceu por problemas financeiros, mas Amadeu — que já negocia com
alguns nomes para ocupar a vaga —, anunciou que vai manter os patrocinadores de
Fogaça no carro até o final da temporada. O piloto ainda não definiu seus
próximos passos.
Brasileiros
trocam BMW por Lamborghini
O Team Brasil, que disputa
o Blancpain Sprint Series com carros BMW, deverá deixar a marca alemã no final
da temporada e inscrever dois Lamborghini Huracan GT3 na temporada 2016. A
equipe liderada por Antônio Hermann e Washington Bezerra já testou o modelo
italiano e colocou à venda seus cupês Z4 alemães, que serão substituídos por
outro modelo no ano que vem. No último fim de semana a equipe conseguiu um
quarto e um sexto lugares na corrida principal da rodada disputada em Misano,
respectivamente com Valdeno Brito/Átila Abreu e Cacá Bueno/Sérgio Jimenez. A
vitória foi de Marco Seefried e Norbert Siedler (Ferrari 458 Italia).
Esse resultado mantém os brasileiros no segundo lugar
na classificação por equipes, com 111 pontos contra 153 da Belgian Audi Club
Team WRT. Vale destacar ainda o desempenho dos mecânicos do Team Brasil que
venceram o Pit Stop Challenge e faturaram dois mil euros de prêmio.
GP
Argentino Histórico definido por 4/100 de segundo
Final dos mais
emocionantes decidiu a décima-terceira edição do GP Argentino Histórico,
tradicional competição do país vizinho e aberta a veículos de turismo com o
mínimo de 30 anos de fabricação. Na edição deste ano 185 carros largaram para
um percurso de 3.700 km percorridos em uma semana pelas províncias de Buenos
Aires, Entre Ríos, Corrientes e Misiones. Ao final a dupla formada por Miguel
Gómez Fernández e Álvares Fernández conseguiu sua terceira vitória consecutiva.
Em segundo ficaram Moisés e Maximiliano Osman e em terceiro Sérgio Galleano e
Pablo Bustamante, todas três duplas pilotando Peugeot 404.
WG
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