Coluna
4115 - 09.10.2015 - edita@rnasser.com.br
Sobrevivência da Kia depende de cota e mexicanos
Maior importadora do país,
pagando pelo segmento não ter-se feito representar institucionalmente em
Brasília, a Kia Motors foi a maior penalizada pela legislação do Inovar-Auto.
Criada para incentivar produção local, na prática inibiu a produtividade, pela
ausência da arrasada concorrência.
A legislação impôs aos importados
espécie de imposto-multa, 30 pontos percentuais aplicados sobre o IPI,
insuflado sobre o imposto de importação. A diferença, entre importados e
nacionais, é de 80% na formação do preço. Tal delta, com a base de cálculo em
dólar elevado, catapulta preços, muda produtos de segmento, tornando-se sem
competitividade, reduz vendas, arrisca as importadoras em perigo, faz fechar
concessionárias. Aos importadores resta a esperança de, ao revisar o
Inovar-Auto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
amplie cotas sem o imposto-multa.
Kia desenha acelerada curva
descendente. Emplacou 29.139 unidades em 2013; 23.793 ano passado; e presumidas
15.000 em 2015 – 50% de perda em dois anos. Ou seja, não há capacidade de
sobrevivência no depender apenas da onerada produção coreana.
José Luiz Gandini, representante
da marca, vê 2016 com esperança, e chances de manter-se à tona com início de
produção de 300 mil Kia/ano em enorme fábrica, em terreno sáfaro, próximo a
Monterrey, México. De lá, três modelos destinados ao Brasil.
Sem números, quanto mais receber,
melhor. Afinal, por conta de acordo comercial, parte destes veículos será
importada sem ônus do imposto de importação. Modesto, acomodado, Gandini diz,
se conseguir trazer 15 mil veículos em 2016 – mesmo número de 2015 -, terá
condições de sobrevivência, detendo a queda de negócios para a importadora e
para a rede de concessionários, contraída no período de 180 para 135 lojas.
Los mexicanos
Com mecânica padronizada em motor
1,6 Flex, 139 cv, câmbio automático ou mecânico com seis velocidades,
coincidindo com o ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, chegarão três
modelos Rio, compacto Premium, concorrente de VW Fox e Ford Fiesta.
Tal fato, automóvel batizado Rio em data importante à cidade, ocorreu em 1965 pela
Vemag, com a linha DKW, nas comemorações do 4º centenário. Curiosamente a
família Gandini revendia DKWs Vemag à época.
Outro produto será o sedã Cerato.
Fechando o leque, novidade maior, agora apresentada pela Coluna como
primícia: o KX3, pequeno utilitário esportivo, concorrente do próximo Renault,
abaixo de Ford EcoSport, Renault Duster. Lançamentos entre junho e dezembro.
Beline e Ketter |
FCA. Ketter novo
no. 1. Belini em posto sob medida
Fiat Chrysler
Automobiles N.V. informa ascensão de Stefan Ketter, brasileiro, engenheiro, 56,
à Presidência da FCA América Latina em 1º de novembro.
Antecessor
Cledorvino Belini, paulistano, administrador, 66, co-autor no escrever a
história de lucros e liderança das empresas Fiat no Brasil terá cargo honroso,
criado sob medida: Presidente de Desenvolvimento América Latina, para relações
institucionais. Reportar-se-á ao CEO mundial da FCA, e será conselheiro
gracioso para a Fiat no Brasil. Período de permanência nessa Diretoria será
decisão pessoal.
Aposentadoria
previsível. Aos 66 ultrapassara a linha marcada por Sergio Marchionne, CEO da
FCA, declarando sua retirada quando atingir 65.
Ketter, como
a Coluna previu, seria o sucessor. Antes a sucessão pendia
para Vilmar Fistarol, mas em 2013 ele assumiu a presidência da Fiat Industrial
na América Latina. Ketter tem 10 anos menos que Belini, é brasileiro, mescla
duas diferentes culturas empresariais, a flexível latinidade e a rigidez
germânica. Responde a demanda clara – a presidência da FCA no Brasil seria,
mandatoriamente, de brasileiro.
Como currículo, aqui construiu a fábrica da
Volkswagen no Paraná; na Fiat, em todas as suas marcas, aplicou o WCM,World Class Manufacturing,
de apuro de qualidade, e saiu-se muito bem respondendo pela construção da
fábrica da FCA para fazer Jeeps em Pernambuco. Nela foi o anfitrião da festa de
inauguração, efeito público de unção anterior, sedimentada por não ser
transferido ao término da construção. Perguntei isto a ele em Milão, no jantar
de re lançamento da marca Alfa, mas escafedeu-se à desnecessária resposta.
Manterá a Vice
Presidência Mundial de Manufatura e assumirá o lugar pioneiramente ocupado por
Belini no board mundial da FCA NV, o GEC.
EcoSport, novo fôlego
Surpresa, perdendo histórica
liderança, caindo à quarta posição em vendas com a chegada do Renault Duster, e
recentes Jeep Renegade e Honda HR-V, Ford reagiu com lentidão. Sem mudanças
externas – sequer a opção do pneu de estepe sob a carroceria mostrada há dias
no Salão de Frankfurt -, optou oferecer ganho mecânico: o bom motor Sigma, 1.6,
16v, 129/131 cv, gasálcool e álcool, identificado pela sopa de letrinhas
Ti-VCT, somado à transmissão sequencial de seis velocidades, antes conhecida
pela agora banida denominação PowerShift.
Processo comercial, diferencia-se
no oferecer transmissão automática a preço dos concorrentes com sistema
mecânico e, em manobra positiva, com a versão de entrada SE Direct, bem
equipada, em vendas diretas a R$ 68.990,00. Quer clientela latente: portadores
de necessidades especiais, aptos a adquirir veículos com transmissão
automática, com redução tributária, sob teto legal de R$ 70 mil.
Acima do SE Direct, versões SE,
com rodas em liga leve aro 15”, a R$ 71.900; FreeStyle, com vidros elétricos,
rodas leves aro 16”, sensor de estacionamento e itens pintados no cinza
Troller, a R$ 76.900; e a FreeStyle Plus, com seis almofadas de ar e bancos em
couro por R$ 80.300.
Roda-a-Roda
Conversível – Em elegante
volta às origens, a 1948, quando o primeiro jipe Land Rover foi apresentado com
capota removível, em lona o Evoque terá versão Cabrio, conversível.
Evento – Mostrou-o em pontos
de Londres, de grande concentração, em especial turistas: Harrod’s, Burberry, Brompton Road, Mayfair e Knightsbridge. Criou
modelos com linhas e contornos por frisos de alumínio, como esculturas.
Lançamento em 2016 e preço projetado em 36.600 E.
Elétrico – Dongfeng Renault
Automotive Company, joint venture sino-francesa produzirá o
Renault Fluence Z.E. Venderá apenas no mercado chinês.
Re-call – Re-call mundial da Volkswagen para trocar
o chip da injeção de combustível nos motores diesel fora de
especificações, tem data e período previstos ante a monumentalidade dos
números: janeiro2016 - dezembro2017.
Tentativa – Num mundo em
afunilamento contra os automóveis, Mary Barra, presidente mundial da General
Motors, declarou sua empresa companhia de mobilidade pessoal. Sinaliza
o futuro: veículos autônomos, programas de uso compartilhado, motores e
transmissões alternativos. Aplicará US$ 5B para enfrentar novos competidores,
os carros da Apple, Google e Tesla.
Autônomo – O autônomo,
espécie de carro contra o carro, transformando ativo motorista em passivo passageiro,
chega rápido. Para o seu, Nissan coleta dados sobre culturas, cidades, meios de
transporte, etnografia e design.
Caminho – Quem viu, garante:
Volkswagen prepara novo Gol: espécie de Golf em escala menor e conteúdo rico em
conectividade. No Salão do Automóvel, outubro 2016. Próximos dias, Golf
produzido no Paraná e versões do Gol.
Agilidade – Aproveitando
ocasião e fatos geradores de divulgação no Salão 2 Rodas, Mitsubishi se compôs
com a fábrica de motos KTM. Criou versão KTM Series sobre seu picape L200
Triton, na cor laranja KTM até nos pontos da costura dupla dos bancos, e
extensor de caçamba com rampa de acesso, para transporte de motocicleta. 200
unidades. R$ 123.900.
Freada – Estoque de
automóveis e comerciais leves superam 50 dias. A partir da próxima semana este
é o número de dias úteis faltantes para acabar o ano.
E – Assim, aritmeticamente,
exceto japonesas e coreana, as demais podem parar a produção para vender o
estoque antes que se transforme em encalhe. Tempos difíceis para os
revendedores, hora de comprar.
Aliás – Vontade de
importado ? Compre agora! Estoque com valor em dólar abaixo da cotação
atual para viabilizar negócios. Logo iniciará galgar novos patamares até o
valor praticado nas importações.
Festa – Fábrica Honda no
município paulista de Sumaré comemora 18 anos. Produção de Civic, Fit, City e
HR-V arranha 4M de unidades.
Marca – Em Curitiba Volvo
produziu unidade 300 mil, caminhão extra pesado FH 4x2, motor de 540 cv,
iniciando em 1979 com ônibus. Caminhões depois, com o modelo B58 e 260 cv. Diz,
investimentos dão-lhe liderança tecnológica.
Outra – Também no Paraná, em
Ponta Grossa, a DAF, ex holandesa e hoje do norte americano Paccar, festeja
segundo ano de produção do extra pesado XF 105. Linha de produção terá modelo
pesado, o CF 85.
Parceiro – Chandon, de champagnes e
espumantes, novo co-patrocinador da equipe McLaren Honda na Fórmula 1. Quer
promover-se, aderir seu espírito de abordagem espontânea ante a vida, e
influenciar consumo de seus produtos feitos na França, Argentina, EUA, Brasil, Austrália,
Índia e China.
Especialidade – Renault
calçou picape Duster Oroch com pneus Michelin LTX Force, oferecendo frenagem em
distâncias menores em pistas molhadas e maior durabilidade - 35 %. Diz a
Michelin, traduz o compromisso da empresa: mais segurança, durabilidade e
eficiência energética.
Salvação – Coleção Bertone,
desta secular casa turinesa de estilo, foi arrematada pelo ASI – Automóvel
Histórico Italiano. 79 veículos, de carruagens aos ícones recentes de estilo –
Lamborghinis, Alfa Giulia Sprint e SS, Montreal, Lancia Stratus Stradale ....
Estavam em leilão, após desentendimentos familiares, crise econômica,
fatiamento da empresa, e decretação de falência.
Caixa – O ASI arrematou o
acervo no quadragésimo lance de emocionante e tenso leilão, ante a
possibilidade do importante registro histórico da evolução do design e
patrimônio italiano fosse exportado. Pagou 3,44M de euros e comprometeu-se com
o Ministério dos Bens e Atividades Culturais, mantê-lo uno, sem vender veículos
separadamente.
Exemplo – Belo ato,
impensável no Brasil onde museus se esboroam sob os narizes públicos, e acabam
sob o olhar ignorantemente omisso das entidades de antigomobilismo.
Aliás – Em clima de risco de
candidatura e eleição de Marta Suplicy, mudando radicalmente de partido,
desconsiderando os eleitores em seu projeto pessoal de voltar à prefeitura de S
Paulo, informação a antigomobilistas eleitores paulistanos: quando ministra da
Cultura, nunca abriu agenda para receber o Museu Nacional do Automóvel,
sofrendo ataques e ameaçado de extinção.
Gente – Fernando
Malvezzi, coordenador de pós graduação em Engenharia Automotiva do Instituto
Mauá de Tecnologia, Destaque em Educação no Congresso SAE 2015, maior fórum de
mobilidade do Hemisfério Sul. OOOO Rafael Schvinger, ex-aluno do Mauá,
prêmio Destaque Novos Engenheiros. OOOO Criou sistema eletrônico
embarcado para monitorar comportamento de motoristas, reduzindo possibilidades
de acidente. OOOO Wilson Bricio, presidente da ZF América do Sul,
generosidade. OOOOFoi explicar, no Best Practice Day, promovido pelo Lean
Management, sua experiência no implantar métodos Lean. OOOO ZF reduziu
idade das máquinas, melhorou uso dos ativos, qualificação e know how de
colaboradores. OOOO Caminho mandatório nos dias atuais. OOOO
Audi de volta
Vinte e cinco meses e R$ 500
milhões de investimentos após, germânica Audi volta a produzir no Brasil.
Local, ala que construiu e aplicou equipamentos na fábrica do grupo VW nos arredores
de Curitiba. Desde o início do mês a empresa iniciou montar o sedan A3,
acelera a produção, forma estoques para distribuir à rede revendedora.
Na linha de
produção curitibana terá outro produto, utilizando a versátil plataforma MQB,
o sav Q3, hoje dividindo com o A3 a preferência dentre os
clientes da marca. Surgirá no primeiro semestre do próximo ano.
Decisão de voltar ao mercado
brasileiro está baseada nos crescentes números de vendas da marca observados há
alguns anos, na necessidade estratégica de ter presença industrial em mercados
com capacidade de expansão, no Programa Inovar-Auto, retirando o imposto extra
de 30 pontos percentuais e ausente o imposto de importação, e pela decisão do
grupo Volkswagen em produzir no Brasil o motor 1,4 TFSI - 4 cilindros, 16
válvulas, duplo comando, válvulas com abertura variável, turbo e injeção
direta, um dos responsáveis pelo excelente equilíbrio entre rendimento e
economia. Certeza está nos números de vendas assinalados neste ano, igualando o
total de 2014, sem as perdas observadas no setor.
Pretensão da
Audi, baseando-se no maior mercado da América do Sul é ocupar espaço local e
fomentar presença no segmento premium.
Em início de ganho de velocidade
industrial, Audi pretende montar 1.500 unidades até o final do ano, e a
capacidade de produção instalada é para 26.000 A3 sedan e Q3 ao ano. Além da
versão 1.4 a Audi terá como segunda variável o A3 sedan com
motor 2.0 TFSi.
A Kia deveria ser proibida de vender qualquer coisa no Brasil depois de ter dado golpe ao fisco no final da década de 1990, quando erigiu pedra inaugural sobre a promessa não cumprida de fabricar no Brasil.
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