A Audi mostrou
nesta quinta-feira (4), pela primeira vez, o modelo e-tron FE05, que será usado
pelo brasileiro Lucas Di Grassi e o alemão Daniel Abt no Campeonato Mundial ABB
FIA de Fórmula E, que terá início no dia 15 de dezembro, em Ad Diriyah, Arábia Saudita.
Maior nome da história da categoria, Di Grassi voltará à pista em busca do
bicampeonato. O bólido pertence à segunda geração de modelos do torneio e trará
como principal novidade autonomia suficiente para que as corridas sejam
disputadas por apenas um carro – até a temporada passada, os pilotos faziam uma
parada obrigatória para troca de monoposto a fim de completar a prova.
“O novo Fórmula
E traz uma evolução que mudará toda a dinâmica das corridas, que é a eliminação
dos pit stops obrigatórios para troca de carro”, opina o brasileiro. “Somente
este detalhe mostra como o automobilismo está ajudando a tecnologia a avançar
rapidamente. O nível das equipes e pilotos será ainda mais alto e, por tudo
isso, esperamos circuitos lotados em todas as cidades da nova temporada, como
tem sido rotina na Fórmula E”, resumiu Di Grassi.
A Fórmula E foi
lançada em 2014 e rapidamente se tornou o maior sucesso do automobilismo
mundial das últimas décadas. Para a temporada 2018/2019, as baterias utilizadas
terão capacidade de suportar os 45 minutos de duração de uma prova. A Audi
dedicou grande atenção à preparação do drivetrain do e-tron
FE05 – conjunto que inclui o motor, inversor, câmbio, suspensão traseira e
software específico. “O restante do carro é idêntico para todos os fabricantes
e equipes. Dessa forma a categoria consegue manter um maior equilíbrio e custos
sob controle, permitindo que equipes menores possam disputar o campeonato em
condição mais parelhas com as grandes fábricas”, destaca Di Grassi.
O e-tron FE05 é
uma evolução de seu antecessor. O motor, chamado Audi Schaeffler MHU03, foi
desenvolvido conjuntamente entre a fábrica e sua parceira tecnológica,
Schaeffler. Os engenheiros colocaram uma ênfase particular em fazer o pacote
ainda mais confiável e aumentar seu nível de eficiência. “Nós mantivemos o
conceito básico com apenas uma marcha. Ao mesmo tempo, refinamos os detalhes e
fabricamos todas as peças”, diz Tristan Summerscale, líder do projeto Fórmula E
na Audi. Noventa e cinco por cento dos componentes do drivetrain são
novos, com o conjunto pesando 10% a menos que o anterior.Mudanças não são mais permitidas a partir de agora: apenas o software poderá
ser desenvolvido ao longo da temporada 2018/2019.
Potência e
desempenho – Para o
quinto campeonato da história da Fórmula E, será permitido que os motores
produzam até 250 kW (340 cv) nas tomadas de tempo que definirão os grids. Na
corrida, a potência será reduzida para 200 kW (272 cv). Uma novidade são as
chamadas zonas de ativação: quando os pilotos passarem por este trecho de
pista, poderão momentaneamente utilizar uma potência maior de 225 kW (306 cv).
Os fãs da Fórmula E poderão ainda apoiar seu piloto favorito votando no fan
boost, que dará ao competidor, temporariamente, a potência de 250 kW (340
cv).
Todas as equipes
utilizarão baterias McLaren idênticas, pesando 374 kg. Esta unidade de
lítio-íon está instalada entre o assento do piloto e o conjunto inversor-câmbio
e possui capacidade de 52 kWh, podendo ser totalmente carregada em 45 minutos.
Uma novidade
absoluta para a temporada 5 da categoria é o “brake-by-wire”, sistema de freios
de acionamento eletrônico que substitui o anterior, mecânico. O controle de
freios e da transmissão para o eixo traseiro são independentes e também
eletrônicos. O balanço de freios tem, por consequência, sua distribuição sempre
otimizada, o que beneficiou o sistema de recuperação de energia. Como na
Fórmula 1, o piloto senta em um monocoque feito de fibra de carbono,
desenvolvido para satisfazer os padrões de segurança da FIA.
Estruturas de
CFRP (sigla em inglês para fibra de carbono reforçada com polímeros) na
dianteira, traseira e laterais fornecem maior segurança. Também novo – e
similar ao da F-1 – é o halo instalado no cockpit para garantir proteção
adicional à cabeça dos competidores. O peso mínimo do carro é de 900 kg
(incluindo o piloto). Este carro elétrico acelera de 0 a 100 km/h em 3,1 segundos.
A velocidade máxima atingida é de 240 km/h.
Sem asa
traseira – Um destaque
é que a nova geração do Audi e-tron FE05 não possui asa traseira – uma raridade
no automobilismo. Em seu lugar, a downforce é gerada por um grande difusor
situado na parte de trás. “O carro possui um layout bastante futurístico e
passa a todos que o vêm a impressão de uma máquina realmente agressiva e
versátil”, comenta Di Grassi. “Acho que acertaram nesse desenho. Teremos 22
carros no grid e tenho certeza de que a visão deles alinhados para a largada
vai agradar muito aos fãs de corridas, que curtem muito desenhos ousados como
este”, completa o brasileiro.
Treze corridas
em 12 grandes capitais do mundo estão agendadas para a quinta temporada. Entre
a primeira etapa, em Ad Diriyah, e a rodada dupla final em Nova Iorque em julho
de 2019, o campeonato fará provas em locais como Marrakesh (Marrocos), Cidade
do México, Hong Kong (China), Roma (Itália), Paris (França), Mônaco e Berlim
(Alemanha). Cada corrida terá 45 minutos + uma volta, com a maioria delas
realizadas em pista de rua temporárias no centro destas metrópoles. Além da
equipe oficial Audi, a britânica Virgin Racing contará com dois e-tron FE05
pela primeira vez. Esta parceria é nova e pretende que uma competição saudável
entre os dois times resulte no aumento contínuo do nível de desempenho.
Um teste
conjunto entre todas as equipes do Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E está
previsto para meados de outubro em Valência, na Espanha. Depois disso todos os
carros e equipamentos serão transportados para a Arábia Saudita, local da
primeira etapa da nova temporada.
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