Uma corrida cheia de desafios e muita chuva culminou na
primeira e emocionante vitória de Augusto Farfus nas 24 Horas de Daytona.
Convocado de última hora pela BMW para cobrir Tom Blomqvist - que teve
problemas com seu visto -, o brasileiro não participou dos treinos
preparatórios, mas chegou ao fim de semana da corrida com boas expectativas.
Durante a prova, Farfus mostrou grande desempenho ao lado de seus companheiros
na equipe BMW Team RLL, e coube ao brasileiro fazer as ultrapassagens que
garantiram a primeira posição na categoria GTLM na parte final da prova. Na
sequência, a forte chuva ocasionou mais uma bandeira vermelha faltando cerca de
duas horas para o fim. Sem condições adequadas de segurança, a corrida foi
encerrada, e Farfus comemorou o triunfo ao lado de Connor De Phillippi, Philipp
Eng e Colton Herta.
O resultado foi ainda mais especial, por ser uma
homenagem para Charly Lamm, grande amigo de Farfus e ex-chefe da equipe BMW
Team Schnitzer, pela qual o brasileiro competiu inúmeras vezes,
com destaque
para a conquista do título da Copa do Mundo de GT no fim do ano passado. Lamm
faleceu inesperadamente na última quinta-feira, o que foi um choque para
Augusto e todos da BMW, e a vitória em Daytona foi dedicada a ele.
O quarteto largou na 8ª posição na categoria e foi
avançando na primeira metade da corrida, disputada com pista seca. Porém, na
segunda parte da prova as condições climáticas mudaram drasticamente, com uma
forte chuva atingindo o circuito e interrompendo a prova com bandeira vermelha
no início da manhã no horário local.
Após a relargada, Farfus fez um longo
stint sob chuva e conseguiu a ultrapassagem sobre a Ferrari que estava na
liderança, e assumiu o primeiro lugar. Mais uma bandeira paralisou a corrida
faltando duas horas para o fim. Com o relógio correndo, a organização da prova
analisou constantemente as condições da pista, e decidiu declarar a corrida
encerrada. A vitória geral ficou com o Cadillac DPi #10 da equipe Wayne Taylor
Racing, formada por Fernando Alonso, Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger
van der Zande.
Depois de ser vice-campeão em 2015 com a BMW, Farfus
celebrou de forma emocionada sua primeira vitória nas 24 Horas de Daytona.
Agora, o brasileiro já segue para a Austrália, pois no
próximo fim de semana (1º a 3 de fevereiro) disputa pelo segundo ano consecutivo
as 12 Horas de
Bathurst. Ele correrá pelo BMW Team Schnitzer, com o alemão
Martin Tomczyk e o australiano Chaz Mostert, a bordo da BMW M6 GT3. Em 2018,
Farfus marcou a pole position, mas o trio teve de abandonar prematuramente por
conta de um acidente.
Embalado pelo ótimo início da temporada, Augusto Farfus
segue confiante para seus próximos desafios, num ano que ele estará focado nas
principais provas de longa duração com a BMW. As atividades de pista em
Bathurst começam na sexta-feira, com os treinos livres. No sábado, acontece a
classificação e o “Top 10 Shootout”, que define o grid de largada da prova. A
corrida acontece no domingo, entre 5h45 e 17h45, no horário local australiano.
Augusto Farfus:
“Essa vitória foi mágica, e teve um significado muito
especial para mim. Há alguns dias, perdi um amigo próximo, uma pessoa muito
importante para mim e para toda a família BMW, e fizemos essa corrida pelo
Charly Lamm. Tenho certeza que ele estava comigo nessa, então esse resultado é
para ele. Finalmente conseguimos essa vitória, e essa talvez foi uma das
corridas de 24 horas mais duras que eu já fiz. As condições estavam muito
difíceis, estava extremamente molhado, mas eu sabia que tinha que buscar a
liderança e dei o meu melhor para isso. Quero agradecer a BMW por ter me
confiado essa missão, e ao Team RLL pelo ótimo carro que nos deram. Tínhamos um
grupo de pilotos muito forte, e nosso carro estava muito bom. Agora vou para
mais um desafio, nas 12 Horas de Bathurst, e espero manter essa ótima sequência
de resultados, após o título da Copa do Mundo de GT em Macau e das 24 Horas de
Daytona”.
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