Alta Roda nº 732/83 – 09/05/2013 |
Fernando Calmon |
Maior rigor com
a qualidade do ar acaba de ser estabelecido pelo Governo do Estado de São
Paulo. O objetivo é monitorar, especialmente, a região metropolitana da capital
paulista que se aproxima de 20 milhões de habitantes, inclui 38 outros
monitores e frota real de 6,5 milhões de de veículos ( leves, pesados e
motocicletas)
Trocou-se o
“termômetro” da poluição ao aproximar as concentrações máximas daquelas
preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), conhecida pela severidade
de posturas. Maioria dos países deixa de cumprir ou tem sua própria legislação.
Na realidade, a regulamentação ainda está 40% aquém da OMS, porém acima da
recomendação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Aumentará o número
de dias por ano em que a região enfrenta níveis de atenção, alerta e emergência
(nesse, nunca entrou), com as respectivas providências. Ozônio é o principal
poluente, mas seu nível de toxicidade não se compara ao monóxido de carbono,
que se mantém abaixo dos limites.
Administração estadual, bem intencionada, falhou ao deixar em aberto o futuro
e, principalmente, por ignorar veículos de municípios periféricos. Eles
circulam livremente pela capital sem exigência de inspeção. Essa frota, mais
envelhecida, exige controle. Basta seguir o novo esquema: primeira inspeção
para veículos com três anos de uso, depois a cada dois anos e anual a partir de
10 anos de uso. Esse arranjo, incluindo inspeção de segurança, poderia se
estender a todo o País. No Rio de Janeiro, por exemplo, periodicidade e
metodologia fogem bastante de padrões de outros países: distorções evidentes do
que se poderia chamar de inspeção técnica.
No recente seminário sobre emissões veiculares, organizado pela Associação
Brasileira de Engenharia Automotiva, os palestrantes se empenharam em
demonstrar os avanços que ainda podem ser alcançados. “Nosso ar pode ser
melhor” foi enfoque deste ano. Apesar de boas intenções, infelizmente não se
ouviram vozes suficientes a favor de que a racionalidade deve estar em um dos
pratos dessa balança de interesses, que rege a preservação do meio ambiente.
Enquanto se apresentaram propostas objetivas, mais fáceis ou difíceis de
programar, soou mal atribuir relevância ao tuning e seus “males” provocados à
atmosfera. No caso, o impacto nas emissões totais por motores modificados é
desprezível, no contexto geral. Por outro lado, a baixa efetividade da inspeção
atual, sem rolos movidos pelas rodas (simula condições reais) não foi
criticada, mas é melhor do que nada.
Por outro lado, seria bom adotar, como na Europa, consumo (ligado a emissões)
em vez de cilindrada para definir impostos. Bem mais racional.
RODA VIVA
PLANOS ambiciosos da Fiat na nova fábrica de
Pernambuco, prevista para final de 2014. A coluna antecipa o cronograma de
início de produção (vendas, três meses depois). Janeiro de 2015: SUV compacto
(projeto 338) e picape média (projeto 226), esta baseada na mesma arquitetura
de médio-compacto que originou o Viaggio. Dezembro de 2015: dois modelos Jeep,
um SUV compacto derivado do Fiat (projeto 520) e outro SUV (projeto 546),
baseado na picape média.
MAIS Fiat: em janeiro de 2016, SUV médio-compacto (projeto XSU)
sobre mesma base do projeto 546, da Jeep. O sedã médio-compacto Viaggio
(projeto 343), sobre a versátil nova arquitetura que já originou o Dodge Dart,
terá início de produção em maio de 2016. Não se contemplam produtos com marcas
Chrysler e Dodge, entre seis modelos previstos. Jeep tem imagem mais forte.
NÚMEROS recordes de produção e vendas de veículos, em abril e
no primeiro quadrimestre de 2013, sobre os mesmos períodos de 2012, devem-se em
grande parte a uma base comparativa fraca no ano passado. Tanto que a Anfavea
manteve sua previsões para o ano inalteradas. Nos 12 meses encerrados em abril,
comercializaram-se 3,89 milhões de unidades.
PORSCHE 911 TURBO, em duas versões, estreia em setembro, no
Salão de Frankfurt, mas a fábrica liberou informações. Destaques para motor de
até 560 cv (Turbo S), aceleração de 0 a 100 km/h em 3, 1 s e um sensacional
sistema de direcionamento do eixo traseiro que mudará o modo de conduzir – ou
pilotar – o carro. Depois virão versões conversíveis.
TOYOTA acertou a mão na nova geração do RAV4. Totalmente
reformulado, estilo refinado com rara precisão, motores de 2 litros/145 cv e
2,4 litros/179 cv, tração 4x2 e 4x4, dois tipos de câmbio automático, interior
mais espaçoso, painel ousado e moderno, o SUV médio-compacto mostra
dirigibilidade de automóvel. Preços de R$ 96.900 a R$ 119.900. Senão: tampa
sobre o estepe (agora interno) gera ruídos.
MICHELIN captou que pneu “verde” (baixa
resistência à rodagem) não é único atrativo para os motoristas. Novo Primacy 3
mostra desempenho destacado nas frenagens, em piso seco e molhado, e aderência
maior em piso molhado, condição em que a marca francesa tem tradição. Ainda
conseguiu 2% de redução no consumo de combustível.
PERFIL
Fernando
Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967,
engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas
automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda
começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e
revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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através do twitter: www.twitter.com/fernandocalmon
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