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Coluna 1913 08.05.2013
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Prefeitos, corram
És prefeito de cidade no Sudeste, Sul ? Tens
interesse em implantar fábrica de automóveis em seu município ? Acha que será
bom para todos, incluindo para as próximas eleições ? Então,
prezado alcaide, corra.
A
Mercedes-Benz iniciou tabular dados para escolher local para sua próxima usina,
e produzir a nova família Classe A. Foca na região Sudeste e Sul considerando
logística, facilidades de transporte, rapidez para instalação - mas,
naturalmente, considera incentivos.
Rio de
Janeiro não quer perder a vez de ampliar o polo automobilístico de Resende e
Porto Real e acena, sugerindo se instale ao lado da fábrica da Nissan, em
implantação. O governo de Minas, onde em Juiz de Fora está a antiga fábrica do Classe
A e agora de caminhões, idem, sugerindo Montes Claros. Mas a Mercedes não quer
ir para o norte, preferindo menor distância de portos.
Fosse eu
prefeito de Joinville, SC, exumaria a proposta feita há década e meia, quando a
cidade estava cotadíssima para receber a fábrica, perdendo-a, na mesa de
decisão, para os mineiros. Alemães da Mercedes estão cismadíssimos com a
decisão da BMW, seu competidor frontal em automóveis, em instalar-se em
Araquari, onde o governo federal prometeu fazer aeroporto intermodal, para
passageiros e carga, e estrada direta ao porto de São Francisco do Sul.
Não será
apenas uma fábrica, mas a fábrica de
automóveis Mercedes na América Latina. Considere-se o presidente mundial, de
mandato renovado para retomar a liderança em vendas de automóveis, e o novo
presidente local, um homem de automóveis, ex diretor mundial de marketing do
setor. Não virá a passeio, nem para encerrar carreira.
Assim,
prefeitos, aviem-se, pois decisão em máximos três meses.
- O Touro, cinquentão, filho da raiva
- A Lamborghini comemora nesta semana 50 anos como fabricante de automóveis de grande performance. Italiana, indústria de trocadores de calor e fabricava pequeno trator, o Carioca. Dizem as lendas de época, que Ferrucio Lamborghini, número 1 do negócio, bem sucedido, proprietário de Ferraris, teria procurado Enzo idem, outro industrial, com o mesmo perfil, self made man e igualmente cabeça dura, para reclamar de alguns pontos do carro e sugerir mudanças. Não foi bem recebido, e Ferrari ter-lhe-ia dito que, se não gostasse, construísse um carro a seu gosto.
- Lamborghini não gostou, e foi à contestação. Reuniu o de melhor em projetistas de motores, chassis e carrocerias, sugeriu a logo como sendo um touro espanhol Miura, capaz de acabar com cavalinhos empinando na porta de Ferrari e Porsche.
- O primeiro modelo foi o 350GT, logo substituído pelo 400.
- Cresceu bastante, fez variável curiosíssima de veículo todo terreno. Nos primeiros quarenta anos, a média de 250 unidades/ano, marcando-se em especial pelo talhe vigoroso das linhas e as marcantes portas articuladas a 90 graus do Countach. Há anos se meteu em problemas financeiros por desídia com a base do negócio, os tratores, dedicando-se aos automóveis e seu mundo charmoso.
- Há tempos a Volkswagen a adquiriu através da Audi, manteve a engenharia, a criatividade, mas botou ordem no produto e na construção. É o melhor dos mundos automobilísticos: desenho italiano, construção alemã.
- Para comemorar o aniversário, evento de porte: 350 unidades da marca, numa fila de 4,4 km, percorrem 1.200 km na Itália, de Milão a Sant’Agata Bolognese, onde fica a fábrica, reunindo amplo leque. Do pioneiro 350GT ao Calà, protótipo de 1995, e o Veneno, recém lançado e festivo em exclusivas três unidades.
13 de maio, o Dia do Automóvel
Poucos sabem, mas o 13 de maio além de marcar o fim
da escravatura, também assinala o Dia do Automóvel, data séria e
formal, como define o Decreto 24.224, de 11 de maio de 1934.Razão é a inauguração, à data e em 1926, da
primeira estrada pavimentada no Brasil, ligando a Raiz da Serra, proximidades
de Xerém, Duque de Caxias, a Petrópolis, RJ. O ato, assinado por Getúlio
Vargas, ditador, pegava carona em iniciativa alheia. A estrada pavimentava a
ligação da baixada a Petrópolis através da serra. Dita a Cidade Imperial, pois
lá o Imperador Pedro II tinha casa de veraneio e de ausências às intrigas
da Corte. Era, então, local chique, distinguido para veraneio e fuga
do calor carioca.
A estrada, copiando as estadunidenses, não
utilizava asfalto – que o país não produzia -, mas placas de concreto – cujo
cimento o país também importava, era iniciativa do Automóvel Clube do Brasil,
sociedade montada para reunir e promover o uso dos veículos automotores, então
misto de símbolo de poder com equipamento de locomoção.
O Rio de Janeiro era a Capital Federal, tinha
poder, e o exerceu sobre Washington Luíz, paulista, presidente, cujo lema, à
época do país sem ligações rodoviárias, vinha sendo o vitorioso "Governar
é construir estadas."
Com frota de quase 20 mil veículos - 3/4 de
automóveis e o restante de caminhões -, para que o carioca de posses fosse a
Petrópolis, ou vencia os lamaçais da Baixada Fluminense, as valas e as crateras
da Serra, ou apelava para a incoerência da praticidade: colocava o automóvel
numa prancha da Estrada de Ferro Leopoldina - também pioneira -, usava o vagão
Pullman e fazia a viagem de trem.A imprensa desancou o governo que apoiou o
investimento dos sócios do Automóvel Club e a estrada foi feita.
A data vinha sendo comemorada, quando instituída
durante o "IV Congresso Nacional de Estradas de Rodagem", realizado
no Rio de Janeiro na última semana de 1926, e o Chefe do Governo Provisório dos
Estados Unidos do Brasil, nome para explicar o estado ditatorial, aproveitou a
oportunidade e instituiu a data, como "Dia do Automóvel e da Estrada de
Rodagem". Com o tempo sobrou apenas para o automóvel. As mazelas da
construção e desconstrução, os escândalos do setor não merecem festa.
Roda-a-Roda
Chegou – A Ford anunciou
outro motor da família turbinada EcoBoost. É 1.5 quatro cilindros, todo em
alumínio, 16 válvulas com variador de abertura, injeção direta e turbo.
Produção na Ásia. Migrará para o Brasil na dependência de projetos de
exportação, ou por exigências legais de baixas emissões
.
Padrão – A Polícia de
Dubai incorporou outro veículo apto a perseguições no país de elevada renda e
capacidade aquisitiva: Aston Martin One-77 – apenas este numeral produzido.
Motor V12, 7.3 litro, 750 cv de potência.
Falta - Na frota há
Lamborghini Aventator, Ferrari FF – tração quatro rodas, Bentley Continental
GT, Mercedes-Benz SLS AMG. Próximo ? Imagine Bugatti Veyron … Coisa
proporcional à renda.
Canhão – A Audi inicia
vender localmente o que chama de “veloz
perua”, a Avant RS4. R indica
disposição extra, S a tração nas 4
rodas. A combinação, motor V8 4.2, injeção direta, 420 cv, turbo, câmbio de
duas embreagens e sete velocidades, acelera de 0 a 100 km/h em 4,7s. R$ 438,7
mil.
O que é, o que é ? – Ante falta de agenda ou de interesse da presidente Dilma ir à
pedra fundamental ou festividade no canteiro de obras da fábrica Fiat em
Goiana, Pe, Sergio Marchionne, presidente mundial veio a ela.
Para o que ? - Coisa
contida, levou papel espartano, informando turbinar investimentos no Brasil: R$
15B entre 2013 e 2016.
O que ? – Sem declarar
produtos, franciscano comunicado sequer informou a decisão de fazer fábrica de
colheitadeiras em Montes Claros, nordeste de Minas.
Diz, inovará;
desenvolverá novos produtos e tecnologias; melhorará processos; expandirá a
capacidade produtiva; construirá novas linhas de produção.
Quem ? – Do encontro
também nada surgiu em resposta a versões sobre a aposentadoria de Cledorvino
Belini, no. 1 da empresa para América Latina. Diz-se, quer emprego mais calmo,
tipo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, onde corre
uma de suas invenções, o Inovar Auto. Substituiria o ministro Fernando Pimentel
se candidato ao governo de Minas.
Mineirês -
Curiosamente, seu projetado substituto, Vilmar Fistarol, estava na reunião com
Marchione e Belini. Autoridade, mas presença tematicamente graciosa, e nada a
ver com o encontro – ele comanda as compras mundiais. Coisa de Minas, onde tudo
pode acontecer, inclusive nada ...
Grande – Segmento no Brasil considerado de veículos grandes,
o do Ford Fusion retornou à liderança. Vendeu 924 unidades em abril, 61,3% da
classe. Equilíbrio entre o motor 2.0 turbo e o 2.5 flex, separados por R$ 7
mil. Consumidor pouco entende do riscado. O Turbo deveria ter enorme vantagem.
Mudança- Fiat Freemont muda em junho. Transmissão automática com 6
velocidades. Nada muda e muda tudo. As duas marchas adicionais melhoram
substancialmente o prazer em dirigir.
Dançamos – A indefinição do governo brasileiro quanto ao
programa Inovar Auto foi razão citada pela Audi para optar pelo México para sua
fábrica latino americana, onde declarou ter encontrado clima ideal, relata o
bom sítio Autofato.com.br.
Situação – A decisão considerou os temores dos índices atuais,
inflação sem gestão, balança comercial deficitária, mas o principal parece
inconsistência em planejamento, o excesso de palpites e a ausência de densidade
em planos e projetos para o futuro. No México a Audi quer fazer 150 mil
unidades anuais.
Mercado – Curiosidades do mercado argentino. Vendas de
abril mostraram líderes Peugeot 207 e Renault Clio, modelos antigos desbancaram
outro mais antigo, o Chevrolet Classic. Única novidade, Ford EcoSport, 4º. em
vendas.
Alfa – Para cutucar alfistas brasileiros, sem acesso
à marca, informa-se, os hermanos
compraram 70 Alfa Romeo entre MiTo e Giulietta no mês passado.
Varejo – Na arrancada de promoções buscando incumprida
projeção de vendas, nova campanha de varejo, “Todas em Uma Chevrolet”, o ator Rodrigo Faro chama atenções para
os 10 novos modelos lançados em ano e meio. Criada pela agência Salles
Chemistri, da rede Publicis.
P’ra valer – Hoje maior montadora de caminhões
na América Latina, a MAN implanta Parque de Fornecedores para facilitar
processos e aumentar capacidade industrial. Meritor e Suspensys estão em 10.000
m2 nas instalações da MAN, e Maxion, Master e Rassini irão até o fim do ano.
Processo – A MAN comprou a VW Caminhões,
que em Resende, RJ, implantou sistema prático de montagem de veículos, o
Consórcio Modular. Por ele o fornecedor se instala na fábrica do cliente e agrega
seus componentes ao produto. Quer produzir 100 mil unidades/ano.
Ao quadrado – Em Curitiba, Pr, a segunda concessionária
brasileira para vender produtos AMG. É dos melhores mercados nacionais para
artigos caros. AMG é o braço esportivo-performático da Mercedes-Benz,
melhoradora da disposição dos carros da marca. Mercedes AMG é o charme do
charme.
E agora ? - Dentre as irresponsabilidades acobertadas da administração pública
está o fim do autódromo do Rio de Janeiro. Seccionado, mutilado, inutilizado,
foi tomado pelo Estado para fazer alguma arena esportiva para as Copas. Copa é
palavra mágica.
Solução – A enorme área na valorizada Barra da Tijuca e arredores, foi trocada por campo suburbano, do Exército.
Agora descobriram, é local de exercício de fogo de guerra, contém incontável
número de bombas não detonadas, classificado como de risco máximo de explosão.
E ? - É um perigo angolano enclavado no Rio de Janeiro. Militares calculam
18 anos de riscos para limpar a área, e ninguém falou em devolver o autódromo
antigo, em terreno doado por particular para o específico fim. A propósito, o
projeto do governo carioca, sem trocadilho, é uma bomba.
Escola – Indicação entre 35 mil universitários de todo o país, o Hyundai HB 20
foi escolhido o “Carro Universitário do
Ano”. Antes foram Peugeot 206, VW Fox, GM Agile e Fiat Novo Palio.
Ó Dúvida – Tens Ferrari com alguns
anos de uso, quilometragem mínima, e não sabe o que fazer para não ser apagado
em charme e atração pela compra de modelos mais novos por seus amigos e turma ?
Leve-a a Pebble Beach.
Clareando – Não para estar exposto no super concurso
de hiper elegância, pois aí brasileiros nunca expuseram. Mas há quebra galho
latino: Concorso Italiano, um dos
eventos do fim de semana na festiva península de Monterey, Ca, EUA.
Fácil – O Concorso, aberto a
carros italianos é, dir-se-ia, meia boca,
mezza bocca, e aceita-os até 2004. Você inscreve o seu automóvel, embarca-o
em avião da Delta ou Korean Airlines, pousa em Los Angeles, pega a Route One e
bordeja a costa californiana, fazendo charme com a brasileira placa de licença.
Charme - Para dar mais sustança à aventura, inscreva-o para ser julgado.
Júri profissional, regras das associações Ferrari, o relatório custa apenas US$
35. À volta, entre dizer que seu Ferrari esteve em Pebble Beach – mesmo tenha
sido no estacionamento – e charutos, conhaques, e o desconhecimento da turma,
você pode, descuidada e como quem nada quer, deixar o papel sobre a mesa. A
prova do charme. A fim ?
www.concorso.com
Gente – Eduardo Hiroshi, 35, jornalista, foi-se. OOOO Profissional de qualidade, editava o
suplemento Máquinas do paulistano jornal Agora, com larga experiência em
assessorias de imprensa. OOOO
Invulgar capacidade analítica e surpreendente competência para fazer graça,
mesmo sendo contido, comportado e nissei. OOOO Decidiu ir-se antes do combinado. OOOO
O Senhor Volkswagen
Wolfgang Sauer assumiu a
presidência da Volkswagen do Brasil em 1973. Vinha da Bosch e deveria se
dedicar ao futuro da empresa. Sucedia a Fritz Schultz-Wenk, implantador da
marca; Rudolf Leiding, promovido a presidente mundial, e Werner Schmidt, de
breve passagem, eleito diretor na matriz.
Tinha então 37 anos. Simpático,
objetivo, articulado, a missão era manter liderança, crescimento e lucros.
Recebeu o lançamento do Passat, acertou as inconsistências da primeira série,
esticou a vida dos produtos com motor refrigerado por ar, incluindo fazer o
Variant II, inexistente no mundo.
Corajoso, bancou criar nova
família automobilística para o Brasil, inexistente no mundo, a do Gol. Projeto
local e líder por décadas, garantidor de bons resultados para a montadora e sua
rede. É o primeiro projeto exclusivo no país.
Fez negócios interessantes.
Entrou num ônibus, cruzou o deserto e exportou Passats 4 portas para o Iraque,
pagos em petróleo à Petrobrás. Depois, quando o mercado dos EUA se decepcionou
com o Yugo, levou o Voyage aos estadunidenses. É o único carro brasileiro para
lá exportado em larga escala. Aqui não teve êxito para fazer o jipe VW 181.
Era interlocutor confiável,
assim visto pelo governo como referência no setor. Juntou VW e Ford na
Autolatina, e conduziu a empresa até 1993.
Foi-se recente e subitamente, em
pleno gás e novos negócios, como a construção de fábrica de semi condutores
para o grupo de Eike Batista. Dias antes havia lançado livro sobre sua história
e com o título da matéria.
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