quinta-feira, 22 de maio de 2014

Roberto Nasser - De carro por aí

Coluna 2114 22.05.2014   edita@rnasser.com.br  


Argentina lidera acordo Mercosul + EU
Sem maior publicidade exumaram-se as tratativas para realização de acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.  Assunto se arrasta há anos, tropica quando empaca o fluxo negocial entre Argentina e Brasil, maiores parceiros no bloco. Estava  há década no fundo de alguma gaveta sul americana.

Membros do Mercosul acordaram, em encontro no Uruguai ao final de abril, listar produtos europeus factíveis à negociação para importação com desoneração tributária, estabelecimento de cotas ou volumes, relação de trocas. A relação incluirá entre 87 e 90% da lista de produtos dos grupos carnes, frutas, vegetais, trigo, lácteos, vinhos, eletrodomésticos e veículos. De princípio, têxteis e de informática ficam fora.

Mauro Borges, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na comissão de frente. A União Europeia faz dever de casa, listando produtos negociáveis. Após, costura concreta para cruzar concedidos e proibidos.Enfim, abrir as portas e portos. A retomada, óbvia e surpreendente, é tocada pela Argentina, terceiro fornecedor de alimentos à Europa, sólida parcela em suas exportações, arrepiada com concorrência com subsidiados itens agrícolas europeus. Mas, como o Brasil, seja por incompetência, queda de produtividade, perde mercado de frutas – e em nosso caso, até castanha de caju ... – para os africanos.

Recentemente, propelida por crise econômica, coordena, instiga por seus ministérios de Economia e de Relações Exteriores retomar negociações com os 22 países membros da UE. Na prática não é o reduzir a dependência comercial com o vizinho – nosso caso -, mas e principalmente re inserir a Argentina em âmbito internacional para obter financiamentos e captar investimentos.A UE, ao contrário, está aberta a novos negócios e fornecedores e, quando moldada, a proposta do Mercosul estará junto das tratativas em curso com os EUA. A CNI, Confederação Nacional da Indústria, manifesta-se favoravelmente, mudança histórica.

Na relação de produtos desonerados de parte a parte, caso da Coluna, Veículos, facilitará para as marcas operando no Mercosul, permitindo complementariedade com auto peças, e trazer modelos e versões - e exportar os nossos - para ampliar a gama das marcas, com produtos hoje de importação inviável ante os óbices tributários.

EconFort, 40 mudanças nos Mercedes
Com produtos recentes, a Mercedes criou e aplicou tecnologia em suas linhas extra pesadas Axor e Actros, estendendo-o ao semi pesado Atego.
Como as mudanças são pouco vistas, a Mercedes promoveu amplo test drive com a rede de revendedores e clientes no autódromo gaúcho Velopark.

Nome sintético, EconFort engloba Economia, Conforto, Força/Desempenho, e se aplica aos produtos dos maiores – e mais rentáveis segmentos do mercado de caminhões, Extra pesado 40% e Semi pesado, 30%. Esqueça o meio ambiente inóspito, a exigência de força, o desconforto da temperatura e do barulho do motor. Caminhão de respeito hoje é em nível superior, confortável via facilidades eletrônicas e mecânicas, como o gerenciamento do motor, a automatização do câmbio – como um sistema Dualogic parrudo -, eletrônica de segurança para os freios. A eletronização amplia facilidades para gestão, imediata e à distância, pela transportadora, do trabalho do veículo e motorist.

Philipp Schiemer, presidente e CEO da Mercedes na América Latina, explica ser mais de 40 novidades nos três modelos, e com elas voltar à liderança na venda de caminhões no país. As mudanças ocorrem por desenvolvimento de tecnologia dentro do maior plano de investimentos por empresa de veículos comerciais no país: R$ 2,5B entre 2101 e 2015. A Mercedes crê no crescimento do país, na expansão de negócios, na demanda por veículos de trabalho.

Como as mudanças são pouco vistas, a Mercedes promoveu amplo test drive com a rede de revendedores e clientes no autódromo gaúcho Velopark.
Maiores mudanças na linha Atego, interface de categorias: mudança na curva de torque, câmbio automatizado, novo eixo traseiro sem redução, nova suspensão da cabine, e do banco do condutor.

A troca do sistema de redução nos eixo traseiro dá-se por conta de eliminar atritos e abrasões fomentando aumento de consumo, em especial nos trechos utilizados sem carga. Economia grande, até 10% em volume. Aspecto técnico curioso, para economia a eletrônica permite que o motor volte à marcha lenta toda vez que, abaixo dos 40 km/hora não tenha demanda. Saudosistas se lembrarão da Roda Livre, sistema mecânico para reduzir consumo, aplicados pelos DKW Vemag na década de ’50 e ’60.

Vale tudo para vender
Mercado patinando por condições várias, incluindo a Copa do Mundo e consequências, como mês e meio monopolizando atenções; receio das reações populares ao volume de dinheiro dos impostos gasto em obras incompletas; crescimento de pífios 1,6% nas vendas do último mês; indústrias e importadores criam soluções para vender.

Santiago Chamorro, entre contido e desconhecido presidente da GM no Brasil, foi à tela das tvs anunciar o projeto mais objetivo: vendas diretas ao consumidor, o Preço de Funcionário. É atrativo: da tabela deduz-se a margem bruta do revendedor, mais o desconto funcionário.

O valor de tais parcelas é informada pelo vendedor, que não tem, exatamente, fé pública. Parcelas variam de acordo com os veículos. Dizem os concessionários. num hipotético Cruze LT, margem de lucro é de 10%, e o desconto do funcionário R$ 2.000. Na prática, redução de R$ 9.806, líquidos R$ 67.990 – uns 15%. No Ônix 1.4, a R$ 48.300, queda menor: dita margem da revenda R$ 3.846; desconto funcionário R$ 1.000. Corte de R$ 3.850, líquido final a R$ 43.450 – ou 8% menos.

A mágica da aritmética é vender direto, sem investimentos pelo concessionário, que receberá comissão por organizar os papéis, e pelas revisões em garantia. Como os valores não são lineares, mais ?  www.ofertaschevrolet.com.br.

Citroën e Peugeot fazem operação financeira: 50% de entrada em financiamento de 24 meses sem juros.

Ford, pouca atração, sem sintonia com os gritos das ruas e sussurros do mercado: opção entre pequena facilidade de pagamento, revisões. Pouco apelo.

Audi em fugaz Open House, até dia 25, em suas revendas. Tri motivação: vender, manter os recordes obtidos em 2014, dobrar as vendas de 2013, marcar a gestão positiva de Jörg Hoffmann.
Quer visita aos revendedores, abertos até mais tarde, integrando clientes Premium com as casas da marca. 20 anos no Brasil, reduziu preços; financia com 50% de entrada e 20 parcelas sem juros; 20% de desconto no primeiro ano do seguro, 20 meses de manutenção programada gratuita para A1 e Q3. 

Modelo
Era
É 
A1 Kult

R$ 79.900
A3 Sportback
R$ 93.500
R$ 86.500
A3 Sedan

R$ 94.800
Q3
R$135.600
R$129.900
A4
R$ 129.200
R$114.900
A5
R$ 159.400
R$145.000 

Suzuki renova atenções sobre o Jimny, feito no Goiás desde novembro de 2012, aplicando mudanças sugeridas por clientes: estribos, novos para choques, facilitando limpeza e permitindo a exceção de possuir engate dianteiro. Polivalente, leque de usuários desde profissional das lides de campo, ao fazendeiro para deslocamento, gente em busca de dirigir em posição superior, andar na cidade sem problemas com buracos ou tamanho de vagas em shoppings.

4 versões: 4ALL uso na cidade; 4SUN – cidade durante a semana e fim fora dela, curtindo o teto solar panorâmico; 4SPORT – fora de estrada, mais alto e com snorkel, a tomada de ar elevada para a injeção de combustível; 4WORK– produção personalizada a frotistas, com interior lavável.
Ampla variedade de cores alegres, incluindo, acredite, Rosa.

Quanto
4 SPORT
R$ 64.990
 4 SUN
R$ 62.990
 4 ALL
R$ 58.990
4 WORK
          sob demanda

Do Banco do Brasil a mais efetiva atração em mercado de compradores com bolso em pânico: taxas especiais; carência de 6 meses para iniciar o pagamento; dois meses em branco a cada ano do período. Solução inteligente, espera-se seja a colaboração oficial ao pedido dos fabricantes de veículos: fomenta as vendas sem reduzir impostos.

Roda-a-Roda



Mérito – Nova Classe C aprovada com louvor nos testes de colisão NCap: cinco estrelas de proteção a ocupantes e crianças. É a nota máxima, obtida não apenas por estrutura deformável, mas pela inclusão de muitos equipamentos de segurança. No Brasil vendas em outubro.


Razão - Nacional, sem participação acionária da Mitsubishi, um dos segredos do êxito da MMC foi divulgar a marca no uso das habilidades dos produtos, em especial rallies, competindo com marcas e equipes mundiais.

Evolução – Desenvolveu tecnologia, componentes, importou partes, modificava os carros em pequena empresa próxima à sua fábrica, em Catalão, Go. Porém expansão da marca exigiu crescimento proporcional.

Ralliart – Criou, na fazenda onde tem autódromo, o Velo Citá, Mogi Guaçu, SP, área para projetar, desenvolver, fabricar, preparar, customizar veículos às corridas – de pista e fora do asfalto -, picapes, automóveis, SUVs. Representa o rótulo Mitsubishi na atividade: Rallyart.

Condução – À frente, Guilherme Spinelli, vencedor piloto da marca, e apoio de escritório francês de Thierry Viadort, líder da Ralliart japonesa por 26 anos – por 12 ganhou o Rallye Dakar.

Na prática – Competidor deixa seu carro aos cuidados da Ralliart para acertos, desenvolvimento e a logística das corridas. Ou aluga serviços e veículo para a temporada, resumindo-se a chegar, recebe-lo pronto, competir. É grande evolução no panorama das corridas no Brasil. Já tem quase centena de clientes!

Esporte – Ford fará centro de desenvolvimento de carros de corrida e apoiará sua presença nas provas de Nascar, Tudor, Ima, NHra e Global Rallly Cross.

Indústria – Negócio, acelerar desenvolver tecnologia e rápida migração às versões espertas dos carros de série. Lembrando, a Ford surgiu de uma corrida.

Aliás – Quem entender um pouco sobre a companhia e suas experiências no desenvolvimento de produto no Brasil ?
O  http://autoentusiastas.blogspot.com.br/ tem publicado textos do eng Carlos Meccia, ex Ford durante   anos, contando histórias e mostrando protótipos que não vingaram. Uma aula.

Refinamento – Em versão coupé, aqui desconhecida, a Renault Sport reincide série especial e limitada, a Mégane RS: motor 2.0, 275 cv; amortecedores Öhlins, pneus Michelin, escapamentos Akrapovi?. 38.000 Euros. Brasil, não.

Menos – Aqui, em lugar dos 275 cv, o motor 2.0 e 143 cv estão na série especial Fluence GT Line, estendida à linha Dynamique. É a versão da versão. Câmbio automático, 6 velocidades, spoiller frontal, ocioso aerofólio no porta malas, R$ 78.990,00.

Troller – Ford encerrou produção do jipe Troller, e iniciou fazer a modelia 2015, de base mostrada no Salão do Automóvel de 2012. Como a Coluna já contou, é um mini picape Ranger, com simbiose de peças e nova carroceria de jipe. Pós Copa.

Graça – A Citroën faz humor com anúncios em TV, com três histórias de gente que faz de tudo para evitar sujar o carro. Uma campanha na contra mão do mercado para valorizar os carros da marca, diz Alexander Greif, gerente de publicidade da marca. Das agências Havas e Havas Digital.

Eletrônica – BorgWarner produz no Brasil embreagem viscosa para ventoinha dos motores diesel. Coisa já vista em motores Ford no Brasil, inova por gestão eletrônica. Vantagem? Deixa de ser peso morto gastando potência do motor e só engata quando necessário. Reduz consumo e emissões.

Charme – Das provas mais charmosas do antigomobilismo brasileiro, Rallye Internacional 1000 Milhas Históricas Brasileiras. 4ª edição, 6 a 10 de agosto. Automóveis produzidos entre 1919 e 1980, motos entre 1931 e 1978, competidores nacionais e Mercosul.

Turismo – Não é corrida, mas curtição, camaradagem, boas estradas, bons hotéis. Sai e chega em S Paulo, e Angra dos Reis, RJ, Caxambu, MG, Campos do Jordão, SP.

Exposição – Museu da Audi, em Ingolstadt, Alemanha, faz mostra-homenagem ao Brasil: “Ordem e Progresso – A DKW Vemag e o novo amanhecer do Brasil”. 21 de maio a 21 de setembro. Mostra a mudança do país, implantação da indústria automobilística, construção de Brasília, a explosão do futebol e da bossa nova.

Mais – Ilustra com três veículos construídos no Brasil, importados para o acervo: sedan Belcar, o mítico Fissore e o surpreendente Malzoni. Pela primeira vez fabricante de automóveis ressalta a presença e exibe produtos desenvolvidos pelo franqueado, longe da matriz.

Alfazoni, um Alfa que a Alfa não conhece.

Abelardo achou de fazer uma limonada com os dois limões.No princípio das corridas com carros nacionais, sentar-se num JK, o FNM 2 000, feito sob licença Alfa Romeo, era começar bem, com o melhor conjunto mecânico.

Abelardo Aguiar, corredor em tudo, incluindo o JK vencedor com Antonio Carlos Avallone dos 1.000 Km de Brasília, 1962, Renato Peixoto – de Petrópolis, artista da lata, - e Carlos Bravo, piloto e preparador da marca, combinaram fazer um carro a partir do JK.  Menos peso e motor 6 cilindros Alfa 2600 cm3. Sem êxito, capotou. Mesma prova no extinto Autódromo do Rio, idem com o carioca Celso Gerbassi, com o GT Malzoni – motor de DKW Vemag 1.0.

Abelardo achou, os dois limões dariam limonada. Comprou os restos da jeitosa carroceria de fibra de vidro do GT Malzoni, reduziu a plataforma Alfa à sua distância entre eixos, vestiu-a com as linhas esportivas e italianadas. Único e, pela ficha técnica, de grandes possibilidades esportivas, no somar performance da mecânica Alfa, motor levado a 2.200 cm3, dois carburadores Weber 45, duplos horizontais, novidadosos freios a disco. Cinco marchas, excelente relação de peso, potência, aerodinâmica, a proverbial resistência dos motores Alfa. Da soma, o nome: Alfazoni. Não deu certo.

Não se sabe se por desacerto da suspensão frontal e direção, se a curta distância entre eixos tornava-o arisco nas curvas. Abelardo desistiu. Os irmãos Moraes assumiram com verba para os sonhados resultados de performance. Sem êxito, cansaram-se, foram-se às corridas na Europa. O Alfazoni sumiu.

Na década ’90, exumado por Pedro Paulo Viola, de ateliê carioca de restauração, em cuidados de antigomobilista, recebeu up grading em equipamentos, confortos, mecânica, evoluída para a do Alfa 2.300, então de fácil achar. Trato de bom gosto, vertente de atualização e cuidado na decoração.

É único no mundo, cara de Ferrari e Maserati em escala. E, coisas de um Brasil então distante do cenário mundial, desconhecido pela Alfa Romeo. Pode ser, chame atenção na retomada histórica da marca no plano quinquenal da Fiat.



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