Wagner Gonzalez |
Brabham, o Black Jack
Falecido aos 88
anos, australiano deixa legado de criatividade e genialidade em uma categoria
cada vez mais à mercê a tecnologia. John Arthur Brabham foi o piloto a
conquistar o título mundial de pilotos com seu próprio carro
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John Arthur
nunca soaria tão forte quanto Jack e absolutamente nada marcante como Black
Jack, os dois apelidos que tornaram famoso o sobrenome Brabham, uma lenda na
história do automobilismo mundial. Piloto de mão cheia, Jack Brabham gravou seu
nome no esporte ao ocupar páginas não apenas como o Campeão Mundial de 1959/60
e 66, mas também pela sua maneira peculiar e bem sucedida em abrir novos
caminhos na construção de carros de competição na base de soluções simples e
confiáveis. Fora das pistas também conquistou fama e amigos pela maneira
tranquila de encarar a vida e compartir seu tempo com quem quer que se
aproximasse para um bate papo ou pedir um autógrafo. Primeiro automobilista a
receber o título de “Sir”, ele foi exemplo pelos poucos erros cometidos ao
volante e pelas muitas idéias que desenvolveu ao lado do fiel amigo e
conterrâneo Ron Tauranac.
Australianos e
neo-zelandezes têm algo em comum com brasileiros e argentinos: todos
desenvolveram suas histórias nas pistas com base na criatividade e paixão. Após
servir à Real Força Aérea Australiana – onde aprendeu mais do que as bases
sobre mecânica e eletricidade -, e desenvolver suas habilidade de piloto em
provas de ovais de terra, em 1955 decidiu emigrar para a Inglaterra, de onde
seu avô partiu no início do século passado em direção à Austrália. Um resumo de
sua carreira e do impacto do seu primeiro título, em 1959, podem ser vistos neste
video produzido
pela imprensa australiana. Na “ilha” (como os brasileiros referiam-se à
Inglaterra) Jack se encaixou como piloto de John Cooper logo após uma
experiência com um Maserati 250F particular. Com um pequeno Cooper T51,
derivação do modelo 45 que lançou o motor traseiro, Brabham conquistou os
títulos de 59 e 60 e lançou a semente da MRD (Motor Racing Developments), uma
das mais bem sucedidas fábricas de automóveis de competição: mais de 500
monopostos construídos em menos de uma década.
Em 1961 Brabham
levou seu pequeno Cooper ao Brickyard de Indiana onde reinavam os mastodônticos
Watsons, Epperlys e inúmeros outros “Specials” equipados com motores
Offenhauser de 4 cilindros. Ainda que lento nas retas, a performance nas quatro
curvas de Indy mostrou aos norte-americanos o caminho a seguir a partir dessa
aparição. Brabham voltaria à famosa pista em outras ocasiões (1964/69 e 70),
então ao volante de um carro com seu nome e usando os famosos motores Offy e
até uma variação do Repco, mas nunca obteve o sucesso esperado.
Falando em nome,
ao fundar a Motor Racing Developments com Tauranac ambos optaram por uma marca
que não levasse o nome de nenhum deles porém, alertados pelo jornalista Gérard
Crombac abandonaram o acrônimo que em francês soava como “Merde”… No entanto, a
sigla BT, de Brabham e Tauranac, batizou todos os carros da marca fabricados
mesmo após a venda do time para Bernie Ecclestone e, posteriormente para
Joachim Luhti e o grupo Middlebridge. O que pouca gente sabe é que existiu a
possibilidade de um grupo brasileiro assumir a operação, que sob o comando do
australiano funcionou em uma esquina de Cox Lane, em Slough. Um
assunto para ser destrinchado em breve neste espaço.
Entre as
inovações tentadas por Jack Brabham várias são curiosas: a caminho do terceiro
título mundial (1966), quando se tornou o primeiro e único piloto a conquistar
esse título a bordo do próprio carro, explorou conceitos marcados pela
simplicidade e criatividade. A associação com a Honda para dominar a F-2 e a
instalação de uma transmissão de variação contínua com equipamentos da DAF
holandesa são outras. A melhor delas, porém, é o pulo do gato que o consagrou
na F-1. Quando a categoria adotou motores de 3 litros em 1966 Brabham e seu
fiel parceiro Ron Tauranac voltaram-se para a Repco (Replacement Patrs
Company), uma retífica australiana, para desenvolver um motor V-8 com base no
bloco de alumínio desenhado para equipar o natimorto Buick F-85. Com apoio do
projetista consultor Phil Irving (famoso pelas motocicletas Vincent) eles
optaram por construir um propulsor mais confiável do que potente e isto
garantiu os títulos de 66 e 67, neste ano com o neo-zelandês Denny Hulme.
Vale lembrar que
o sucesso de Brabham abriu portas para outros valores da Oceania, como Bruce
McLaren, Chris Amon e o próprio Hulme. Este último soube aproveitar a decisão
de Jack em dedicar a temporada de 67 para avaliar soluções para o ano seguinte
e acabou como campeão mundial com duas vitórias e cinco pontos de vantagem
sobre o “patrão”, que também venceu duas corridas nessa disputa. Vale lembrar
que confiabilidade foi o que faltou ao antológico Lotus 49, que estreou com
vitória no GP da Holanda. Entre as novidades testadas destaca-se aquela
avaliada nos treinos para o GP da Itália um para-brisas envolvente para
explorar a aerodinâmica em um circuito de alta velocidade média, ideia que a
equipe Vanwall testara no mesmo circuito em 1958.
Aposentado das
pistas no final de 1970, Jack Brabham confessou anos mais tarde que se sentia
em condições de pilotar mais quatro ou cinco anos, algo que não aconteceu por
pressão da família, especialmente do seu pai e de sua primeira esposa, Betty. A dinastia
Brabham teve continuidade com seus filhos Geoff, Gary e David (filhos do seu
primeiro casamento, com Betty) e prossegue com os dois netos Matthew (estreante
do ano em 2013 na Formula Mazda, EUA) e Sam (que disputa a F-Ford na
Inglaterra). Após separar-se de Betty em 1994 casou-se no ano seguinte com
Margareth, com quem viveu desde então em Golden Coast, oeste da
Austrália.
Na F-1 Jack
Brabham (*1/4/1926, Sidney; ∞19/5/2014, Golden Coast) disputou 126 GPs com
carros das marcas Cooper (, Maserati (1), Lotus (6) e Brabham (80), venceu três
títulos mundiais (1959/60/66), 14 GPs e marcou 261 pontos.
Participou de quatro edições das 500 MIlhas de Indianapolis (1961/64/69/70) e
cinco edições da Copa Tasmaniana, onde obteve cinco vitórias.
Sir Jack
Durante os quase 20 anos que acompanhei a F-1 de perto tive várias oportunidades de conversar com Jack Brabham. Lembro que uma ocasião, na fábrica de motores de John Judd, o saudei com um “Good morning, Sir!”, o que valeu um sorriso descontraído e brilho naquele olhar sempre focado, detalhes que marcaram esse momento e lançaram uma aura de magia no espaço que o australiano ocupa em minhas memórias. Nunca contei a ele que, em meus tempos de ginásio na Escola Técnica Carlos de Campos,desenhei o emblema de sua equipe no centro de um prato que era o exercício em gesso das aulas de modelagem.
Piloto rápido,
fazia o gênero do perseguidor implacável, característica que Stirling Moss
sempre menciona ao falar daquele que foi um dos seus maiores rivais.
Curiosamente, seus poucos erros foram cometidos quando liderava corridas, como
o GP de Mônaco de 1970, quando deixou seu carro escapar demais na última curva
da última volta e terminou em segundo lugar, atrás de Jochen Rindt. Sempre
tranquilo e afável Brabham também era gentil e cuidadoso com seu automóvel;
dirigia com tranquilidade e ao final das provas era comum descer do carro sem
ostentar uma única gota de suor.
Prost, Jabouille e Renault em Mônaco
O Grande Prêmio
Histórico de Mônaco torna-se mais especial a cada edição: em sua nona
realização, este ano, nada menos que Alain Prost e Jean-Pierre Jabouille
aceleraram dois carros lendários da história da F-1, respectivamente os Renault
RE 40 e RS 01. Este carro também foi pilotado por Damon Hill para a gravação de
um video para a Sky Sport, registro que você vê clicando aqui; nele é possível notar que a famosa
depressão no trecho em frente ao bar Tip Top foi eliminada, o que permitirá
voltas mais rápidas na prova deste ano. Na temporada em que a categoria voltou
a usar a solução turbo é sempre bom lembrar o esforço da marca francesa em
consolidar esta tecnologia com seus antológicos motores turbo V6.
No próximo fim
de semana a Renault tenta quebrar a hegemonia da Mercedes na atual temporada:
entre as armas para realizar essa missão impossível estão uma nova formulação
de gasolina e melhoramentos que no recente GP da Espanha ajudaram a diminuir a
desvantagem para os carros alemães.
Carpenter pole em Indy
O norte-americano Ed Carpenter vai largar na pole position para a edição 2014 das 500 Milhas de Indianapolis, uma das competições mais tradicionais do automobilismo e aquela que com a maior premiação em dinheiro. Os brasileiros Helio Castro Neves e Tony Kanaan largam, respectivamente, em quarto e décimo-sexto. Simon Pagenaud, piloto frances que vai ocupar o quinto lugar no grid, vai correr usando um capacete que remete às cores do usado por Ayrton Senna. A prova será transmitida pela TV Bandeirantes em seus canais aberto, a cabo e no portal de internet. O grid de Indy 2014 é este:
Posição / # do
carro / Piloto / Chassi-Motor / Tempo / Média horária em milhas
1.. (20) Ed Carpenter, Dallara-Chevy, 02:35.7992 (231.067)
2.. (27) James Hinchcliffe, Dallara-Honda, 02:35.9528 (230.839)
3.. (12) Will Power, Dallara-Chevy, 02:36.0488 (230.697)
4.. (3) Helio Castroneves, Dallara-Chevy, 02:36.0812 (230.649)
5.. (77) Simon Pagenaud, Dallara-Honda, 02:36.1049 (230.614)
6.. (25) Marco Andretti, Dallara-Honda, 02:36.1526 (230.544)
7.. (34) Carlos Munoz, Dallara-Honda, 02:36.4224
(230.146)
8.. (67) Josef Newgarden, Dallara-Honda, 02:36.5946
(229.893)
9.. (21) JR Hildebrand, Dallara-Chevy, 02:37.3938
(228.726)
10. (2) Juan Pablo Montoya, Dallara-Chevy,
02:35.8396 (231.007)
11. (9) Scott Dixon, Dallara-Chevy, 02:35.8930
(230.928)
12. (26) Kurt Busch, Dallara-Honda, 02:35.9913
(230.782)
13. (98) Jack Hawksworth, Dallara-Honda, 02:36.1779
(230.506)
14. (19) Justin Wilson, Dallara-Honda, 02:36.3480
(230.256)
15. (7) Mikhail Aleshin, Dallara-Honda, 02:36.4881
(230.049)
16. (10) Tony Kanaan, Dallara-Chevy, 02:36.5750
(229.922)
17. (11) Sebastien Bourdais, Dallara-Chevy,
02:36.6259 (229.847)
18. (16) Oriol Servia, Dallara-Honda, 02:36.6905
(229.752)
19. (28) Ryan Hunter-Reay, Dallara-Honda,
02:36.7132 (229.719)
20. (15) Graham Rahal, Dallara-Honda, 02:36.7756
(229.628)
21. (18) Carlos Huertas, Dallara-Honda, 02:37.0328
(229.251)
22. (63) Pippa Mann, Dallara-Honda, 02:37.0521 (229.223)
23. (14) Takuma Sato, Dallara-Honda, 02:37.0671 (229.201)
24. (68) Alex Tagliani, Dallara-Honda, 02:37.1038 (229.148)
25. (6) Townsend Bell, Dallara-Chevy, 02:37.1990 (229.009)
26. (83) Charlie Kimball, Dallara-Chevy, 02:37.2376 (228.953)
27. (5) Jacques Villeneuve, Dallara-Honda, 02:37.2400 (228.949)
28. (33) James Davison, Dallara-Chevy, 02:37.2977 (228.865)
29. (41) Martin Plowman, Dallara-Honda, 02:37.3333 (228.814)
30. (8) Ryan Briscoe, Dallara-Chevy, 02:37.4028 (228.713)
31. (22) Sage Karam, Dallara-Chevy, 02:37.5931 (228.436)
32. (17) Sebastian Saavedra, Dallara-Chevy, 02:37.8335 (228.088)
33. (91) Buddy Lazier, Dallara-Chevy, 02:37.9501 (227.920)
Totti vira carga pesada na F Truck
O paranaense
Leandro totti venceu a terceira corrida consecutiva na temporada de FTruck,
domingo, em Interlagos, e disparou na liderança dos campeonatos brasileiro e
sul-americano. O resultado da prova foi o seguinte: 1º) Leandro
Totti (PR/Volkswagen-MAN), RM Competições, 55min27s548; 2º) Felipe
Giaffone (SP/ MAN), RM Competições, a 2s583; 3º) Wellington Cirino
(PR/Mercedes-Benz), ABF Santos, a 7s911; 4º) Adalberto Jardim (SP/Volkswagen-MAN),
RM Competições, a 10s676; 5º) Roberval Andrade (SP/Scania), Ticket Car
Corinthians Motorsport, a 11s253; 6º) Geraldo Piquet (DF/Mercedes-Benz),
ABF Santos, a 13s261
A pontuação do
Campeonato Brasileiro após três etapas é a seguinte: 1º) Totti, 92 pontos; 2º)
Giaffone, 50; 3º) Cirino, 49; 4º) Piquet, 43; 5º) Andrade, 38. Pelo Campeonato
Sul-Americano, que terá sequência no dia 20 de julho em Cascavel (PR), a
temporada passa a ter a seguinte classificação: 1º) Totti, 63 pontos; 2º)
Andrade, 36; 3º) Giaffone, 29; 4º) Piquet, 28; 5º) Cirino, 24; Na competição
entre as seis marcas participantes, a classificação do Campeonato Brasileiro de
Fórmula Truck é esta: 1º) MAN, 136 pontos; 2º) Mercedes-Benz, 108; 3º) Scania,
57; 4º) Volvo, 35; 5º) Ford, 12; 6º) Iveco, 11. Pelo Sul-Americano: 1º)
MAN, 88; 2º) Mercedes-Benz, 71; 3º) Scania, 47; 4º) Volvo, 16; 5º) Iveco, 11;
6º) Ford, 4.
Benz, 71; 3º) Scania, 47; 4º) Volvo, 16; 5º)
Iveco, 11; 6º) Ford, 4.
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