A Fórmula E, primeiro campeonato composto por carros 100%
movidos a eletricidade, inicia neste final de semana a primeira temporada de
sua história. Com dez equipes e 20 pilotos, o circuito de rua de Pequim,
capital chinesa, recebe a etapa inaugural da categoria.
E para Lucas di Grassi, um dos três brasileiros inscritos na disputa, o pontapé
inicial da F-E representa uma realização pessoal e o início de uma nova fase
tanto em sua carreira como também para o automobilismo em geral. "No meu
caso são duas expectativas para o fim de semana", diz o paulistano de 30
anos, também piloto oficial da Audi no FIA WEC, o Campeonato Mundial de
Endurance.
"A primeira realização é ver tudo funcionando, aquela expectativa para a
primeira corrida da categoria, já que estou envolvido com a Fórmula E há dois
anos e vi o nascimento, o crescimento e tive a felicidade de ser parte no
desenvolvimento", destacou Lucas. Há exatamente dois anos, ele passou a
atuar trabalhar em eventos promocionais de demonstração, e também tendo atuado
como embaixador da série. No início do ano, ele se afastou das funções para
viabilizar sua participação na categoria.
"E a segunda expectativa é relacionada ao meu próprio desempenho. O grid
está cheio de pilotos com passagem pela Fórmula 1, pela Indy, GP2 e outras
categorias top. Então é uma disputa que tem tudo para ser extremamente
acirrada. O campeonato vai ser equilibradíssimo, e é importante começar muito
bem", disse o brasileiro, que compete pela Audi-Sport ABT Formula E Team e
terá ao seu lado o jovem alemão Daniel Abt.
Em 2014, Lucas já obteve um feito histórico ao terminar em segundo lugar no
geral as 24 Horas de Le Mans a bordo do Audi R18 e-tron quattro, guiado ao lado
do dinamarquês Tom Kristensen e do espanhol Marc Gené. Di Grassi igualou o
resultado alcançado na prova em 1973 por José Carlos Pace, sendo o melhor
resultado de um brasileiro na mais tradicional prova de endurance do mundo.
O grid da Fórmula E é um dos mais equilibrados do automobilismo internacional,
com vários pilotos que já passaram pela F1, Indy, GP2 e em atividade, por
exemplo, no próprio WEC, como são os casos do suíço Sébastien Buemi, dos
franceses Stéphane Sarrazin, Nicolas Prost e Franck Montagni, dos espanhóis
Jaime Alguersuari e Oriol Servia, o italiano Jarno Trulli, o alemão Nick
Heidfeld, entre outros.
"Nos testes já pudemos ver que o grid vai andar muito próximo. Embora
tenhamos testado em um circuito normal, em Donington Park, e vamos correr em
circuitos de rua, os acertos são completamente diferentes, mas já deu para ver
que os tempos de volta serão muito próximos", disse Lucas.
A Fórmula E terá dez etapas, todas disputadas em circuitos de rua, iniciando
neste fim de semana e com seu término programado para junho de 2015. Uma das
curiosidades da categoria se dá nos pit stops: em vez de trocar a bateria, ou
recarrega-la, o piloto troca de carro durante a prova.
No Brasil o canal por assinatura Fox Sports transmite todas as provas, e a
etapa inaugural terá o treino classificatório e a corrida transmitidos ao vivo
pelo canal, à uma hora e às 4h30 da madrugada de sexta (12) para sábado (13),
respectivamente. Todas as atividades das etapas ficam concentradas em apenas um
dia para diminuir o impacto nas cidades.
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