Representada pelo Hupmobile 1925 que pertenceu a Og Pozzoli, a Fundação Lia Maria Aguiar – FLMA descerá a serra rumo ao 6º Encontro Brasileiro de Autos Antigos. De 20 a 23 de junho, a Praça Adhemar de Barros que é o cartão postal de Águas de Lindóia será o palco para a exposição de diversos modelos que farão brilhar os olhos dos amantes de carros antigos.
Conhecida pelo trabalho de inclusão social realizado há mais de 10 anos com crianças e jovens de Campos do Jordão (SP), a instituição também mantém viva a memória do antigomobilismo e já traça planos para o município. Em breve, o acervo que foi do maior colecionador de carros antigos do Brasil – e hoje pertence à Fundação – será eternizado em um museu.
A paixão pelos veículos nasceu com a fundadora Lia Maria Aguiar. Aos 81 anos, Dona Lia não esconde seu apreço por carros antigos, como o Hupmobile 1925 que foi um dos primeiros a integrar o acervo de Og Pozzoli.
Enquanto isso, realizando mostras itinerantes ou participando de grandes eventos como o 6º Encontro Brasileiro de Autos Antigos de Águas de Lindóia, a Fundação apresentando uma parte da história que guarda com carinho.
Após trabalhar para diversas empresas automobilísticas como Ford, Oldsmobile e Regal, Robert C. Hupp decide oferecer ao mercado uma nova proposta de veículo popular. Fundada em 1908, a Hupp Motor Car Company nasceu em uma fábrica alugada na cidade de Detroit, Michigan, Estados Unidos.
Apresentado no Salão de Detroit em 15 de fevereiro de 1909, o protótipo do Hupmobile, batizado de Modelo 20, atraiu imediatamente a atenção do público presente, tanto pelo preço quanto pelo harmonioso desenho. O carro, um pequeno Runabout para dois passageiros e motor de quatro cilindros refrigerado a água, gerava pouco mais de 15 cavalos de força. O sucesso de vendas foi tão grande que com o passar do tempo novas opções de carrocerias foram adicionadas ao catálogo: Coupé, Torpedo, Utility e Delivery Wagon aumentavam a gama dos Hupmobile. Até 1912, último ano de produção, cerca de 14.500 unidades foram vendidas, muitas delas exportadas para países distantes como Austrália e Nova Zelândia.
Seu sucessor, o Modelo 32, continuou em produção até 1915. Destacava-se pela utilização de aço na manufatura da carroceria, novidade mundial para a época. A partir da metade da década de 10, outras opções estavam disponíveis para a clientela: os modelos K, N e R foram apresentados conforme os melhoramentos das técnicas de construção automotiva, porém sem perder a essência da popularidade e simplicidade de costume.
O Modelo R foi o quinto tipo de automóvel produzido pela Hupmobile. Feito entre 1917 e 1925, sua motorização era a evolução do motor de quatro cilindros originário do Modelo 20.
Em 1926 dois novos chassis substituem a produção do Modelo R. As novas séries, denominadas de E e A, eram equipadas com motores de oito e de seis cilindros, respectivamente. Após estes lançamentos, foi encerrada por completa a produção de motores Hupmobile de quatro cilindros.
A marca cresceu significativamente durante os anos 20, chegando a produzir mais de 50.000 veículos em 1929. Entretanto, os efeitos da Grande Depressão, a recessão econômica e greves generalizadas, atrapalharam a comercialização de seus avançados produtos na década de 30, culminando no fechamento da fábrica e no desaparecimento da Hupmobile em 1940.
O exemplar exposto é um Hupmobile Modelo R com carroceria Touring de quatro portas. Produzido em 1925, foi importado 0km pelo representante oficial da marca no estado de São Paulo, João Jorge Figueiredo & Cia.
Outros modelos R participaram de eventos e corridas de época como o Raid São Paulo – Buenos Aires em 1924 e a Prova “Washington Luiz”, realizada pela Associação de Estradas de Rodagem em 1926.
Considerado raro no país, fez parte do acervo do saudoso colecionador de carros clássicos Og Pozzoli.
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