O
piloto brasileiro Oswaldo Negri Jr. conquistou neste domingo, 27, o pódio na
“24 Horas de Daytona”. Em parceria com o inglês Justin Wilson, o australiano
Marcos Ambrose e os norte-americanos John Pew e AJ Allmendinger, Negri ajudou a
Michael Shank Racing a concluir a maratona em 3º lugar, ao completar 709 voltas
pelo circuito misto do Daytona International Speedway.
Para
que esse triunfo pudesse ser comemorado, duas batalhas de superação tiveram de
ser travadas simultaneamente. Enquanto o time teve de trabalhar forte para
superar uma desvantagem inicial em número de voltas, o brasileiro precisou
lutar muito para correr, mesmo se recuperando de uma fratura. A participação de
Ozz Negri, como é conhecido nos Estados Unidos, foi intensa dentro e fora das
pistas. Desde o acidente em dezembro com Mountain Bike, que resultou na fratura
da fíbula da perna direita, ele iniciou um forte trabalho de recuperação
visando a participação na prova.
O
resultado se mostrou mais especial ainda porque, já na primeira hora, o Ford
Riley #60 precisou ir ao pit para sanar um problema da suspensão dianteira. Já
ocupava a 5ª colocação com Allmendinger ao volante, quando um tirante se
rompeu. Isso comprometeu todo o alinhamento do carro, mas não o bastante para
impedir o início de uma recuperação. Tal tarefa parecia impossível, visto que o
carro já acumulava uma desvantagem de sete voltas em relação ao líder.
Negri
assumiu o carro no segundo turno da prova, quando o quinteto ocupava a 34ª
posição na geral. Em quase duas horas de pilotagem noturna, o brasileiro
empreendeu ritmo competitivo e com o mesmo tempo dos ponteiros, inimaginável
para alguns em função de sua contusão. O resultado foi a entrega do carro a
John Pew em 14º na geral e na categoria, colocando o #60 no mesmo agrupamento
da categoria, a Daytona Prototype (DP), principal da competição.
Cumprida
essa primeira fase de reposicionamento, promovido por Negri, a estratégia
estabelecida foi no sentido de andar sempre muito forte e permanecer na pista o
máximo de tempo possível depois das paradas dos líderes. Uma a uma as voltas
foram sendo derrubadas e, na arrancada final, o 3º lugar foi um prêmio, apesar
de o carro ter estado por várias voltas na liderança no momento decisivo.
Para
não correr o risco de eventualmente atrapalhar o ritmo do quinteto e colaborar
mais ainda para o bom resultado, Negri não voltou à pista depois da sua tocada
noturna, mas esteve no comando das operações estratégicas, ao lado do chefe de
equipe Michael Shank. “Não
era um momento para bancar o herói ou ter sentimentos de vaidade. Consegui
superar esse grande obstáculo, ajudei a equipe como pude e, certamente, essa
prova vai ficar para sempre no meu coração. Não vencemos, mas mesmo assim foi
um resultado muito especial”,
disse Negri, que a partir desta segunda-feira, em Miami, onde reside,
prosseguirá com o tratamento fisioterápico para estar 100% para o restante da
temporada.
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