Quem ficou em São Paulo durante o final de semana e
feriado de aniversário de São Paulo pode conferir de perto o maior encontro de
carros clássicos nacionais do Brasil, com a exposição de 120 automóveis, no
Clube Hípico de Santo Amaro. Hoje, último dia do evento, os carros participantes
foram avaliados pelos juízes Adonis Lykouropoulos, Gabriel Marazzi, Fabio
de Cillo Pagotto, Portuga Tavares, Reynaldo Scalco JR, Lincoln Gomes de
Oliveira e Paulo José Meyer Ferreira e os mais originais de cada época dentro
das respectivas categorias, de acordo com a orientação da FBVA - Federação
Brasileira de Veículos Antigos – foram premiados. Considerando, entre outros
quesitos, originalidade e importância histórica.
Na categoria JK, veículos fabricados até 1960 e
que retrata a infância da nossa indústria automobilística, com os primeiros
modelos fabricados no Brasil, ainda com algumas, ou muitas, peças importadas e
similares aos modelos de origem das matrizes das fábricas, o premiado foi a
Romi Isetta 1959 – João Carlos Bajesteiro.
A categoria Tropicalismo são os veículos entre 1961 e 1966. Com
o desenvolvimento da indústria brasileira, os veículos passaram a ter alto
índice de nacionalização (mais de 90%) e isso incrementou a indústria de
autopeças nacionais. Projetos, alterações e modelos brasileiros exclusivos
surgiram, consolidando o parque industrial. Nessa categoria os premiados foram
o Aero Willys 1962 – Claudio Adolfo; Willys Interlagos 1965 – Jorge Lakatos;
DKW Fissore 1966 – Ricardo Prado; DKW Malzoni 1966 – Renato Malcotti e o Bino
Mark I – Recriação 1966 – Ana Maria Alencar.
A Categoria Milagre
Brasileiro são os veículos entre 1967 e 1973. Nesta fase
aconteceu um grande desenvolvimento, devido a diversos investimentos das
fábricas, fortalecendo ainda mais a indústria nacional. Isso durou até a crise
mundial do petróleo, no ano de 1973. Os premiados foram Chrysler Esplanada 1969
– Paulo Galluzzi; Opala Luxo Sedan 1970 – Ricardo Ghigonetto; Dodge Charger R/T
1971 – Lincoln de Oliveira Gomes; Furia GT 1972 – Automóveis do Brasil;
Galaxie 500 1972 - Antonio Tavares; Variant 1972 – Ricardo Jacob e
Puma 1972 – Fernando Hormain.
A categoria Geração
Disco são os veículos entre 1974 e 1982. Dois
fatores importantes marcaram esta época, o lançamento de uma nova geração de
carros médios, menores e mais econômicos. Uma forma encontrada para
sobreviverem a crise do petróleo e o fechamento do mercado para importações de
automóveis a partir de 1975. Isso mudou todo o cenário de produtos e do mercado
brasileiro nessa década. Os premiados foram a Kombi Luxo 6 portas 1974 -
Marcelo Henrique Gama das Chagas; Maverick SuperLuxo Coupe 1974 – Garage Vaz;
Opala SS-41974 – Sylvio Luis Pinto e Silva; Puma GTB 1975 – Odil Porto Junior e
Dodge Charger R/T 1977 – Pedro Horn.
Receberam premiações
especiais ainda o Maverick Perua 1976 - Garagem Vaz, o
Caravan Comodoro 250 S 1980 – Marcio Valente e o Gurgel E400 - Itaipu 1982 -
Museu Jorm . E foram homenageados o Galaxie LTD/Landau 1971 – Roberto Costa
(Veteran Car Clube de Brasilia); o fotógrafo Claudio Larangeira e o jornalista
Gabriel Marazzi.
Quem ficou com o Troféu Fábio Steinbruch foram os carros: Romi Isetta - 1959 -
Claudio Romi (comemoração 60 anos Romi Isetta); Fúria Alfa - 1970 - Antônio
Villas Boas e Opala Las Vegas - 1972 - Jefferson Pereira. Recebeu uma homenagem
especial o Fittipaldi FD 01 de Wilson Fittipaldi JR. Por fim o ganhador do jogo
de rodas Scorro S242 foi Thiago Monteiro Pimentel. E foram sorteados com kits
Cral: Maurício Batica, Sérgio Enoque, Jaime Menino dos Santos, Maria Aparecida
de Andrade, Juvenal Cunha Costa, Elis Rocha, José Luiz Martins e Carla Martins.
O 2º Clássicos Brasil contou com várias
atrações como a presença e sessões de autógrafo de Wilson Fittipaldi durante
todos os dias do evento e o lançamento surpresa do Chevrolet Opala Las Vegas 1973, um carro intocável e dos sonhos na
época, que participou do Salão do Automóvel de 1972 e ficou em um caixa de
madeira gerando grande expectativa durante o encontro.
Outras novidades marcaram o encontro como primeiro
carro de Fórmula 1, Fittipadi FD 01,produzido no Brasil há
40 anos da equipe Fittipaldi. E o Opala campeão da primeira
temporada da Stock Car em 1979. A categoria foi lançada com o total apoio
e incentivo da General Motors do Brasil. O piloto Paulo Gomes foi campeão da primeira
temporada com este carro. A primeira corrida ocorreu em 22 de
abril, no Autódromo de Tarumã/RS, e contou com a presença de 19 carros, todos
do modelo Opala com motores de seis cilindros de 4 100 cm3.
O 2º Clássicos Brasil contou
também com espaço para comercialização de automóveis antigos nacionais, espaço
mulher, espaço kids, praça de alimentação e um bar central. O evento,
referência no antigomobilismo, tem a chancela da FBVA e
como embaixador Fábio de Cillo Pagotto. Além dos 120 clubes
espalhados pelo Brasil, os números do segmento impressionam e mostram ainda 150
mil colecionadores por todo o país. “Nós, colecionadores, acreditamos muito na história do carro
nacional. Todos, de alguma forma, temos alguma lembrança ou um laço com um
carro. Certamente, quem tem mais de 30 anos tem uma história para contar”,
destaca José Ricardo de Oliveira, da ZR Soluções Automobilísticas, empresa
organizadora do evento.
O encontro teve o apoio
institucional do Clube Hípico de Santo Amaro e Federação Brasileira de Veículos
Antigos. Contou com o patrono Chrysler Clube do Brasil e apoio das marcas
Camargue Asset Management, Cral Baterias, Brasc Construções e Incorporações e
Scorro Rodas.
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