Ventos de Detroit
O NAIAS 2016, Salão de Detroit, fez
marca curiosa: apesar do mercado norte-americano ter tido recuperação
formidável – de retração absoluta em 2008 para recordes de venda em 2015 -, a
mostra organizada pelos revendedores de Michigan teve ausência e falta de
atrações de Bentley e Mini, marcas da Volkswagen e da BMW, e Land Rover. Dentre
os maiores destaques, poucos serão importados ao mercado nacional.
Mercedes Classe E 2017 – Segue a linha estética aplicada aos
irmãos de linha C e S, e as novas formas e largo conteúdo eletrônico – descrito
pela Coluna passada – o rotulam como semi
autônomo. Mantém a motorização 2,0 turbo. No Brasil até o final do semestre.
Razões diversas, gostaríamos de fazer como a Mercedes: pular e esquecer 2016.
Ford Fusion – Dificuldade para a Ford foi
modificá-lo, melhorar aparência, confortos, e manter preços e liderança no
segmento, onde supera Honda Accord e Toyota Camry. A versão Sport, motor L4,
2,3 litros, 330 cv, emprega tração nas quatro rodas, caixa automática com seis
velocidades, suspensão continuamente monitorada para rodar confortável, piloto
automático, detector de pedestres, e ParkAssist para vagas perpendiculares.
Acima, Platinum, com revestimento em couro, rodas liga leve, 19” e grade
personalizadora.
Versão híbrida desenvolveu software para melhorar eficiência. Produzido no
México, é importado sem pagar impostos de importação. Primeiro semestre.
Lincoln Continental 2017 – Apresentado para ocupar espaço no
mercado e fazer promessas em suprir a lacuna aberta pela marca ao retirar a
geração anterior de produção. Foi o último Ford com chassis e tração traseira e
liderava o mercado de frotas com motorista.
Novo modelo emprega motor V6, 3,0
litro, dois turbos e 410 cv, inesperadas regulagens
motor/transmissão/suspensão/freios para opcional condução esportiva. Tração
frontal ou nas 4 rodas. Mais detalhes durante o ano, lançamento em 2017 para
comemorar 100 anos da marca.
Honda
Civic – Nova
geração, apuro em estilo e aerodinâmica. Em importância supera simples
substituição no meio do ano, pois será o primeiro produto Honda a receber novo
motor, reduzido a 1,5 litro, e com turbo. Reduz peso, aumenta potência e
torque, reduz consumo e emissões.
Chrysler
Pacifica –
Re invenção da mini van de vida fugaz há uma década. Carro novo sobre a
plataforma do sedã Chrysler 200. Mimos de uso familiar como aspirador de pó –
famílias mal educadas tem grande aptidão a colecionar detritos –, e as boas
ideias Chrysler para arranjo com os bancos. Primeira híbrida do setor, com dois
motores elétricos. Não híbridos com motor V6, 3,7 litros, 290 cv. Importação
possível.
Chevrolet
Cruze - Imagem anteriormente divulgada pela
GM argentina - e exibida pela Coluna
- em providências de
finalização pela GM do vizinho país. Além do produto, de base e projeto
coreanos, introduzirá a novidade de família de motores 1,4 litro, 16v, turbo.
Virá em versões sedã e hatch.
BMW M2 – Foi mostrado em outubro e apareceu
em Detroit em versão final. Ganhou trato de equipamentos como os largos pneus e
adjutórios para manter no chão a carroceria pequena e leve escondendo suspensão
por alumínio ultra leve, e motor L6, 3.0 dois turbos, produzindo 370 cv. Será
importado.
Force
1 V10 –
Bicho novo no cenário norte-americano de veículos esportivos, soma de
competências entre Henrik Fisker,designer dos elétricos com seu nome, Ben
Keating, competidor e fanático por Dodge Viper, e Robert Lutz prolífico
executivo ex Ford, ex Chrysler, ex GM.
Fábrica nova, VLF Automotive, perto
da Chrysler em Auburn Hills, Mi, dois lugares, todo em fibra de carbono,
suspensão ativa para dirigibilidade e segurança ante o motor V10, 8,4 litros,
750 cv, o mais poderoso entre aspirados, rodas em liga leve, pneus Pirelli
PZero, freios Brembo. 0 a 100 km/h circa 3s, velocidade final em 350 km/h.
Interior em couro e alcântara
costurados à mão, e coisas curiosas como porta garrafa de Champagne – pelo visto não será vendido no
mercado escandinavo
... Produção em abril, entregas a partir
de setembro. 50 unidades da série inicial, e compradores automaticamente
inscritos em duas corridas anuais.
Preço ? US$ 268.500. A interessados, www.vlfautomotive.com
Empresa também fará o Destino V8.
Depois
do Dieselgate, o Renaultgate ?
Você acha possível fiscais do Ibama e
do Ministério do Meio Ambiente adentrar em planta da Petrobrás, mandado na mão,
para aferir se produtos poluem acima da regra oficial ? Nem pensar. Há anos a petroleira
desrespeitou determinações, acordos, mantinha em produção o diesel S 500,
veneno a nós e ao meio ambiente. Governo federal nunca se importou em fazê-la
cumprir.
Entretanto na França o interesse
público é superior ao poder do acionista maior. Semana passada, na França,
autoridades e polícia foram a escritórios e fábricas Renault buscando algum
método, sistema, peça ou aparato eletrônico para burlar o controle das
emissões. Missão contra possível versão francesa do Dieselgate, invenção da
Volkswagen alemã para seus motores diesel, poluindo acima das regras norte
americanas.
Impacto grande, repercussão idem, fez
cair o valor de suas ações e da concorrente PSA, e o fato de um executivo de
proa ter vendido, em dezembro, 750 mil euros em ações da empresa, deixou a
impressão de saber ou antever problemas e perda de valor nestes papéis.
Governo francês, maior acionista, com
20% da empresa, emitiu nota sobre o aqui apropriadamente chamado Renaultgate dizendo não ter
relação com o da VW, nem se descobriram dispositivos para falsear os testes de
emissões com os modernos motores 1,6 bi turbo diesel – serão aplicados pela
Renault no picape Alaskan a ser feito no Brasil em 2018. Como o leitor da Coluna soube em primeira mão, é picape tri
partite, agregando Nissan e Mercedes no projeto. Quando lançado, há dois anos,
tal motor reduziu consumo e emissões em 25% relativamente a um motor 2,0.
Questão
Ante o Dieselgate o governo francês
implantou grupo técnico independente, a Comissão Royal, para aferir veículos e
certificar operação quanto às emissões. Primeiros resultados favoráveis à
Renault mas, em paralelo, a Direção Geral de Concorrência, Consumo e Controle
de Fraudes, resolveu também investigar.
Marca é uma das três melhor
classificadas em esforços para reduzir poluição.
Porém
Com aferição oficial Renault faz re call de 18.800 Captur – SUV médio a ser
feito no Brasil -, com motor diesel de 111 cv, por conta de emissões maiores
sob temperaturas fora do protocolo dos testes, e ofereceu software de
atualização a 700 mil diesel em carros da marca. Tipo prevenção. Em
valores perdeu 3.3B de Euros – 3,6B US$, aproximados R$ 15B.
Outras
Ford, Mercedes e PSA também tem
auditados veículos leves com motores diesel. Peugeots 208 e 508 foram testados
pelo órgão francês de ecologia, atestando-os conforme regulamentos e valores.
PSA emprega sistema de tratamento “BlueHDi” entre o coletor de descarga e o
filtro de partículas, eliminando até 90% dos óxidos de nitrogênio, poluente dos
diesel.
Roda-a-Roda
De volta – Picapes Jeep voltarão ao mercado.
Crescendo em produção e lucros, marca, parte da FCA, fará sobre plataforma do
Jeep Wrangler – como o original ao fim da década de ’40.
Aqui - No Brasil foi feito nas décadas de
’60 – montado na fábrica da Willys no mesmo Pernambuco -, e metade de ’70. Foi
picape Jeep, picape Willys e F 75. Na releitura, intensivo uso de alumínio.
Apresentação Salão de Detroit, 2017.
Surpresa – GM deu passo positivo em relação
aos veículos elétricos. Mostrou o Bolt EV, arquitetura para uso familiar e 320
km de autonomia, grande conquista sobre um dos pontos fracos de suas
tentativas.
Mais – Na confusão em que a Volkswagen se
meteu com motores diesel emitindo acima das normas, já enfrenta 450 ações movida
por proprietários e sem número por entidades de governo e estado.
Em casa – Agora, escritório de advocacia
anunciou reunir centenas de acionistas nos EUA e Inglaterra para acioná-la
judicialmente na Alemanha sob outro aspecto. Não é perda com produto, mas
compensação por queda do valor das ações, causada ante redução de vendas e
lucros.
551 – FCA acelera para energizar os
projetos do X1H, carrinho para ser degrau de entrada da marca, abaixo do Uno, e
a projetados R$ 29 mil, e no 551, SUV para substituir atuais Compass e Patriot.
Será apresentado em junho, sem nome definido. O 551, no Salão de Nova Iorque,
03.abril.
Como é – 551 é baseado na multi ajustável
plataforma Small Wide, mesma de Renegade e Toro, medidas superiores em
conforto, refinamento interno, em relação ao Renegade. Motores 2,4, 190 cv, a
gasolina, e 2,0, 170 cv, diesel.
Mercado – Novidade na questão, Pernambuco
exportará para os EUA, pois a retração local criou ociosidade industrial e
ocasião para o Brasil fornecer o ainda pagão 551. Lá, em 2015, produtos a ser
substituídos, venderam 250 mil unidades, capacidade da fábrica em Goiana. Pe.
Negócio – BMW atualizou o sedã Series 3
produzido no Brasil, e acelerou os preços. Versão de entrada, 2,0 litro, turbo,
184 cv, subiu de R$ 140 mil para R$ 163 mil. Na sequência, 328i, mesmo motor
produzindo 245 cv a R$ 208 mil.
... II – Mercedes anuncia últimas unidades
do Classe C 2015/2016, a R$ 147.900. Estoque antigo. Acabando, aumento entre 6
e 10% nos preços.
Rápida – Com a suspensão do embargo econômico
ao Irã, enquanto alguns projetam eventuais negócios, alemães agem: Audi trata
para ter representação no país; parte de caminhões da Daimler já assinou carta
de intenções para joint
venture com a Khodro Diesel e o Mammut Group. BMW estuda.
Negócio – FedEx, poderosa de entregas
rápidas, assumirá este braço da concorrente TNT. Comissão Europeia já
concordou. Finalização durante o ano. E racionalização e sinergias, com óbvios
cortes entre mão de obra e ativos.
Comportamento – Curioso o manifesto pró-réus por
advogados criminalistas contra os processos aplicados pela Polícia Federal e
sob o juiz Sérgio Moro. Vago, sem indicações precisas, deixou no ar rótulo
repelido pela sociedade – bandido bom é bandido solto. Tênue linha separa o
exercício de defesa ao direito dos acusados, e a defesa dos manifestamente
culpados, pode empurrar tais advogados para lugar ao lado dos bandidos, como
inimigos da sociedade.
Menos um – Findou-se o Autódromo Internacional
de Curitiba, nas beiradas rurais de São José dos Pinhais. Expansão do município
levou donos a incorporar condomínio residencial e empresarial. Circuito apenas
a eventos privados.
Antigos – Para quem gosta de história bem contada e de veículos
antigos, mandatório ler a de Nicolau, 88 e sua Vemaguet, 51. Aqui
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