Alta Roda nº 960/310 – 28 /09 /2017
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Um modelo fabricado no Brasil, inteiramente novo, estrear
praticamente em sincronia com a Europa é caso raro. O novo Polo, no entanto,
vai bem além disso ao se tornar referência entre os compactos oferecidos aqui.
Não se trata de opção para a base desse segmento, mas no extrato superior onde
já trafegam Ford Fiesta, Citroën C3, Peugeot 208, Honda Fit e o mais recente,
Fiat Argo.
O compacto da VW se destaca pelas dimensões, em especial largura (1,71 m) e
distância entre eixos (2,56 m), além do volume do porta-malas (300 litros).
Supera ou no mínimo empata com qualquer dos rivais. Oferece ainda três opções
de motor: 1 litro aspirado (84 cv), 1,6 aspirado (117 cv) e 1 litro turbo (128
cv). Distribuição das vendas deve se situar em 5%, 25% e 70%, respectivamente.
Todas as versões de maior potência terão sempre câmbio automático com conversor
de torque de seis marchas.
A marca aposta tanto no modelo que até fez pequenos retoques estilísticos na
frente e na traseira para diferenciá-lo levemente do homônimo alemão e atender
o consumidor brasileiro. Até o túnel central foi levemente rebaixado. Há saídas
de ar-condicionado e entradas USB para os passageiros do banco traseiro,
características de modelos mais caros. Oferece ainda um inédito quadro de
instrumentos de 10,3 polegadas que projeta o mapa de navegação em tela cheia,
se assim for configurado, além do conjunto multimídia central embutido no
painel e inclinado para o motorista.
Seu estilo destaca vincos laterais ousados, além de faróis e lanternas
traseiras de traços marcantes. Cuidados com segurança passiva e ativa o colocam
no topo dos compactos produzidos aqui. É o primeiro a atingir nota máxima
(cinco estrelas para adultos e crianças) dentro dos novos protocolos do Latin
NCAP. Na classificação total somou mais pontos que o Corolla nacional de sete
airbags (Polo inclui quatro).
Outra quebra de paradigma da marca alemã é posicionamento de mercado
competitivo pelo que oferece. Começa em R$ 49.990 e vai a 69.190. Incluídos
opcionais mais sofisticados do topo de linha, o preço promocional de lançamento
alcança R$ 73.650. Custo somado das três primeiras revisões anuais é de R$ 999,
dentro de um pacote agregado ao preço inicial de venda. Primeiras entregas, só
no início de novembro.
Primeiras impressões da versão de topo e motor mais potente, em trechos urbanos
e de estrada, confirmou o esperado de um projeto moderno. Posição de dirigir,
visibilidade, respostas imediatas do conjunto motor-câmbio automático, carga
ideal na direção, suspensão de nível superior (um pouco menos dura em relação
aos padrões da marca) e freios bem dimensionados formam um conjunto quase
imbatível no cenário atual. Banco bem dimensionado, de maciez correta e
regulagem longitudinal superior à média do segmento proporciona viagens sem
cansaço. Quem se senta atrás tem ótimo espaço para pernas, ombros e
cabeça.
Também surpreendeu a versão de câmbio manual com motor 1,6 litro de quatro
cilindros (os outros dois são tricilindros) pela elasticidade e
suavidade.
Pontos fracos, poucos, existem. Materiais poderiam ser mais sofisticados, como
o resto do carro. Não existe nenhuma alça de apoio no teto (Argo, por exemplo,
tem três).
RODA VIVA
COMO ANTECIPADO pela coluna, Toyota anunciou produção no Brasil da versão
tailandesa (dimensões maiores do que a europeia) do hatch Yaris. Sedã Vios
também virá, porém a empresa preferiu adiar o anúncio para não fazer “sombra”
ao Corolla atual (novo será maior, em 2019). Yaris chega ainda no primeiro
semestre de 2018, embora a fábrica tenha anunciado segundo semestre.
CÓDIGO de Trânsito Brasileiro em vigor completou 20 anos agora em
setembro. Recebeu várias emendas, algumas para melhor e outras para pior. Uma
mudança necessária é o prazo curto demais (15 dias) para indicação de um
condutor que não tenha sido responsável pela infração. Não existe razão justa
para isso. E os Correios se distanciaram da antiga confiabilidade.
AUDI RS5 chega ao Brasil em abril de 2018. Em primeira avaliação, nos
arredores de Munique (Alemanha), o cupê médio-grande se destacou não somente
pelo desempenho do seu motor V-6 de 450 cv e espantosos 61,2 kgfm de torque.
Tração quattro garante segurança e precisão de trajetória. Peso diminuiu em 60
kg. Acelera (mesmo) de 0 a 100 km em apenas 3,9 s.
VOLTA da Ssangyong comprova: nenhuma marca esquece o mercado brasileiro,
que foi o quarto maior do mundo. A sul-coreana (controlada pela indiana
Mahindra) tem especialização em SUVs: Tivoli e XLV (compactos), Korando e
Rexton e picape de cabine dupla Actyon Sports. Vendas, à exceção do Rexton, só
no começo de 2018. Previstas 3.000 unidades/ano.
MERCADO de conserto rápido de pequenos amassados (até 50 cm) e de
“martelinho”, a preços até 40% menores, tende a se expandir. A rede Disk
Reparo, que também atende em domicílio sem queda de qualidade, foi adquirida
pela Carglass, do grupo inglês Belron, e assim ganha fôlego. Estará em todas as
capitais brasileiras, além das atuais em SP, RJ, MG, PR, RS e DF.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em
assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua
coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma
rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no
Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:
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