A Ford inaugurou um centro de manufatura avançada em
Redford, nos Estados Unidos, para desenvolver as tecnologias das fábricas do
futuro. No local, que parece ter saído de um filme de ficção científica, cerca
de 100 especialistas trabalham com equipamentos como máquinas de impressão 3D,
óculos de realidade virtual e robôs colaborativos, testando novas formas de
produção. O investimento na instalação foi de US$45 milhões.
“Há mais de 100 anos, a Ford criou a linha de montagem
móvel e mudou para sempre a produção dos veículos em massa”, diz Joe Hinrichs,
presidente de Operações Globais da Ford. “Hoje, estamos reinventando a linha de
montagem, testando tecnologias do futuro que até agora só eram imaginadas
no cinema para aumentar nossa eficiência e qualidade de produção.”
A Ford está abrindo caminho para o futuro da impressão 3D
na indústria automotiva. Em 1988, a empresa adquiriu a terceira impressora 3D
fabricada no mundo e hoje possui 90 desses equipamentos para a produção de
peças e ferramentas. Os engenheiros do seu Centro de Manufatura Avançada
trabalham com 23 máquinas de impressão 3D e dez empresas especializadas nessa
tecnologia para desenvolver aplicações com diferentes materiais – desde areia e
pó de náilon a carbono. Apenas uma das aplicações em estudo tem o potencial de
gerar uma economia de mais de US$ 2 milhões para a empresa.
Peças impressas em 3D já começam a ser usadas na produção
de carros da marca. O Shelby Mustang GT500 que será lançado no Salão de Detroit
em janeiro traz duas peças do freio impressas em 3D. A F-150 Raptor fabricada
para a China também tem um componente da cabine feito dessa forma. Com a
disseminação da tecnologia, será cada vez mais comum encontrar esse tipo de
peças nos carros.
A impressão 3D também é usada para a produção de
ferramentas e peças de reposição para a própria linha de montagem, economizando
tempo e dinheiro na encomenda de componentes que poderiam demorar semanas para
ser fabricados.
A maioria das pessoas conhece o uso da realidade
aumentada em shows e videogames, mas na Ford ela serve para simular e projetar
linhas de montagem. Com essa tecnologia, os especialistas do Centro de
Manufatura Avançada da Ford podem melhorar a segurança e o fluxo de trabalho de
uma linha de produção muito antes da sua construção.
A realidade virtual e aumentada também permite que os
times de manufatura de diversas regiões do mundo trabalhem juntos para ajustar
o processo de montagem de um veículo global que será produzido em fábricas de
vários países.
A Ford tem feito grandes avanços no uso de robôs
colaborativos – também conhecidos como “cobots” –, com mais de 100 unidades
operando em 24 fábricas ao redor do mundo. Esses robôs são menores e podem
trabalhar com segurança ao lado das pessoas, sem a necessidade de gaiolas de
proteção.
Na fábrica de transmissões de Livonia (em Michigan, EUA),
por exemplo, um cobot é usado em um trabalho de ergonomia tão difícil que os
operadores só podem executá-lo durante uma hora por turno. Os estudos
desenvolvidos no Centro de Manufatura Avançada da Ford permitem identificar e
resolver possíveis problemas de produção antes que os cobots sejam instalados
nas fábricas.
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