terça-feira, 4 de junho de 2019

Wagner Gonzalez em Conversa de pista

Wagner Gonzalez

Diferenças entre categorias e categorias

Na F-1 Mercedes segue favorita; no Brasil acirra a disputa entre CBA e Stock-Car.

Indiferente a isso, o esporte a motor paulista prossegue com três eventos.


O fim de semana promete grandes emoções para quem acompanha o automobilismo: no Canadá prossegue o Campeonato Mundial de F-1 e em terra-
brasilis continuam o Campeonato Brasileiro de Stock Car, em Londrina (PR); indiferente a isso, o esporte a motor paulista prossegue com a quinta etapa do Campeonato Paulista de Velocidade no Asfalto, prossegue em Interlagos (SP) e outros dois eventos. Se na primeira categoria a liderança da Mercedes é incontestável, entre nós ainda não se sabe quem lidera o campeonato que continua na pista paranaense e quem venceu a última prova disputada, há dez dias, em Goiânia. Na terceira via desse cenário, prossegue a prática do automobilismo raiz.

Apesar das seis vitórias consecutivas nesta temporada a Mercedes desembarca em Montreal preocupada com o rendimento do seu motor. Falando sobre a corrida de domingo o austríaco Toto Wolff , líder do time, comentou:
“A esta altura do campeonato estamos começando a enxergar mais claramente os pontos fortes e fracos do nosso carro. Nas últimas seis corridas fomos rápidos nas curvas e lentos nas retas, o que significa que o GP do Canadá será um desafio enorme para nós. As características de Montreal favorecem nossos adversários: longas retas e poucos curvas onde podemos ganhar tempo.”

A declaração de Wolf é a ponta de um iceberg que dificilmente atingirá a F-1com consequências semelhantes à que provocou o desastre do Titanic. Nessa guerra fria  entre equipes a Ferrari diz que o problema que a impede de materializar a esperança de bater a grande rival é a dificuldade de fazer os pneus dos seus carros atingirem a temperatura ideal de funcionamento. Montreal está longe de ser um destino turístico marcado pelo Sol, algo que misturado à falta de áreas de escape e o famoso Muro dos Campeões - situado na entrada da reta de largada, após um S que não perdoa erros mínimos - é receita para surpresas e decepções, o que inclui outros personagens.

Traçado que utiliza as vias de circulação normal da Ilha de Nossa Senhora, o circuito Gilles Villeneuve tem um asfalto que permite utilizar os compostos mais macios disponibilizados pela Pirelli. Levando-se em conta que o arrojo de Max Verstappen e a boa funcionalidade do chassi Red Bull RB15, talvez o holandês seja a grande ameaça ao Reino de Mercedes. A exemplo dos rivais alemão e italiano, Verstappen também desconversa sobre suas chances:
“É uma pista gostosa de guiar: pelo menos aqui você tem onde ultrapassar. A aproximação às chicanes e como você ataca as zebras são os principais pontos a evitar se você não quiser errar. Estamos pronto para conseguir o melhor resultado possível, mas acho que a Ferrari vai ser mais competitiva no Canadá”.

A corrida tem a largada confirmada para as 15:10 de domingo, pelo horário de Brasília. Dois dias antes, os canadenses terão motivo extra para companhar o iníco dos treinos livres (a partir das 11:00, sempre pelo horário de Brasília): o piloto local e líder da temporada de F-2 Nicholas Latifi vai participar do entrar na pista a bordo de um Williams FW42-Mercedes. Outro assunto que poderá movimentar mais as conversas do paddock à beira da raia olímpica de Montreal será as possíveis implicações da aliança entre a FCA e a Renault: a possibilidade dessa união pode formar uma outraaliança política na F-1, entre a Ferrari e o time francês.

Se por lá fala-se sobre temas que irão acontecer, em Londrina o assunto será, novamente, um assunto do passado: a Stock Car chega ao traçado paranaense ainda sem saber quem venceu a primeira prova da rodada de Goiânia, situação que alonga um período de desclassficações e apelos envolvendo vencedores nessa etapa e na anterior, no Autódromo Velo Città, em Nova Louzã (SP). O resumo dessa ópera é um desgaste cada vez maior nas relações entre a Confederação Brasileira de Automobilismo, responsável pelo pessoal técnico e desportivo que atua no campeonato, e a Vicar, organizadora e detentora dos direitos comerciais do evento.

Por mais que tais fatos sejam recorrentes no automobilismo nacional, a maneira como tais falhas têm se repetido não é algo positivo para o esporte e, principalmente, para os muitos empregos gerados pelo investimento de grandes patrocinadores e equipes profissionais. Nos últimos dias o presidente da CBA, Waldner Bernardo (afilhado político do antecessor Cleyton Pintiero, que esteve no cargo por dois mandatos) rebateu as críticas de Carlos Col (presidente do conselho da Vicar), que atacou o fato dos comissários da entidade atuarem de forma amadorística.

A alimentar tal discussão corrobora o fato de que esses comissários definitivamente não se dedicam integralmente ao automobilismo desportivo e deverão ter, neste fim de smena, um novo integrante, Leandro de Almeida. Além dos aspectos técnico e desportivo, Col apontou a maneira como a CBA tem divulgado suas decisões ao comentar que "teve gente nos recriminando porque a gente não divulgou punição (a Ricardo Zonta) que não nos cabe divulgar”. Bernardo acusou o golpe e apontou o dedo para sua própria assessoria de imprensa, que, segundo ele “houve uma falha da CBA no alinhamento da comunicação. Isso é fato.”

Paralelamente e, em busca de atender aos que procuram praticar um automobilismo menos profissional e mais passional, o automobilismo paulista se movimenta neste fim de semana, quando o destaque é a quinta etapa do Campeonato Paulista de Velocidade no Asfalto, que acontece em Interlagos com portões abertos ao público; os treinos iniciam na sexta-feira – quando os boxes terão acesso livre, oportunidade excelente para os fanáticos de plantão -, e estão programadas corridas para sábado e domingo. Em Taubaté prossegue o Campeonato Paulista de Arrancada com treinos e corridas no sábado e domingo. Ainda no sábado prossegue a Copa São Paulo de Kart na pista da Granja Viana.

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