As mudanças no
Regulamento Técnico do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) para a
temporada 2014 podem ser consideradas uma revolução. Pela primeira vez, a
potência dos carros não estará mais sujeita a restrições específicas. Ao invés disso,
as limitações serão impostas ao consumo de energia permitido em cada volta.
Dessa forma, a vitória nas 24 Horas de Le Mans do próximo dia 15 de junho será
uma recompensa à criatividade e à capacidade técnica das equipes em produzir
carros mais eficientes, já que novos recursos de engenharia serão liberados.
"A classe de carros protótipos LMP é o palco ideal para a Audi demonstrar sua eficiência tecnológica", enfatiza Dr. Wolfgang Ullrich, chefe da Audi Motorsport. "Essa categoria está sistematicamente envolvida com tecnologia de ponta. Os mais complexos modelos de competição do mundo são desenvolvidos para ela. E as novas metas de eficiência estabelecidas para a LMP1 se encaixam perfeitamente no que a Audi tem como compromisso para seus modelos de passeio".
Desde que a marca das quatro argolas estreou na LMP1, em 1999, a eficiência dos
protótipos de Ingolstadt e Neckarsulm tem sido desenvolvida continuamente. As
principais evoluções no trem de força incluem a introdução do sistema TFSI de
injeção direta de gasolina (2001), a tecnologia TDI de motores a diesel (2006)
e a tecnologia híbrida do e-tron quattro diesel (2012). Além disso, houve
inúmeras otimizações em outras áreas dos carros."Em 2014, porém, o pensamento foi fundamentalmente
modificado", explica Dr. Martin Mühlmeier, chefe de tecnologia na Audi
Sport.
"Tradicionalmente, os regulamentos técnicos no automobilismo são
focados em limitar a potência do motor. Alguns exemplos para isso são os
limites cúbicos de capacidade, restrições relativamente rígidas para sistemas
de turbo-alimentação ou o uso de restritores na entrada de ar para o motor. Por
outro lado, a quantidade absoluta de combustível disponível para a corrida
normalmente não sofre limites, e este também era o caso da LMP1. A partir de
agora, a quantidade máxima de energia a ser utilizada por volta foi
especificada e nós teremos que tirar o máximo dela. Ao dar este passo, a FIA
(Federação Internacional de Automobilismo), o ACO (Automóvel Clube D'Oeste) e
todas as partes envolvidas nas 24 Horas de Le Mans conseguiram um regulamento
inteiramente focado na eficiência, sem deixar de lado a emoção do esporte e das
corridas."
Em linhas gerais, as novas regras desafiam os participantes a fazer o melhor
uso de uma quantidade prescrita de combustível em cada volta, com o objetivo de
cobrir a maior distância dentro de um determinado espaço de tempo (como a
duração de 24 horas característica da corrida em Le Mans). Um gráfico mostra a
quantidade de energia alocada para cada item do trem de força.
São permitidos os motores movidos à gasolina e a diesel. Para os competidores
com estruturas de fábrica, sistemas híbridos são previstos em quatro classes
diferentes de desempenho. A quantidade máxima de energia é definida para
cada uma delas.Isso resulta em uma
condição esportiva emocionante.
"Somente aqueles que tiverem o controle
ideal do consumo e se aproximarem do limite de energia permitido, obviamente
mantendo uma condução rápida e eficiente, serão competitivos", avalia
Chris Reinke, chefe da divisão LMP da Audi Sport.
Se a quantidade de energia disponível por volta não for totalmente consumida,
ela será perdida, já que não é possível acumular este montante para a volta
seguinte. Esta é a principal diferença em relação aos regulamentos anteriores, que
não limitavam o consumo na prova inteira.A partir deste ano, os engenheiros têm, claramente, mais liberdade no
que diz respeito às soluções permitidas para atingir esse novo objetivo. Nesse
sentido, a Audi optou por um novo motor V6 com sistema TDI (diesel) e tração
quattro e-tron.
Nesta emocionante batalha de conceitos, a marca das quatro argolas aposta no
Audi R18 e-tron quattro como trunfo para sua 13ª vitória em Le Mans.
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