Coluna 0814 20.02.2014- edita@rnasser.com.br
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De Fiat, Jeep e Alfa
Alfista Casé me
ligou: o 4C está no autódromo! Fui tomar chuva na tarde de
domingo. Lá, um comboio no circuito brasiliense: Freemonts, Iveco RAM, caminhão
tanque para combustível, três protótipos como os mostrados pela Coluna
0514. Dois engenheiros da Fiat Brasil, técnicos e mão de obra local, e o
Alfa 4C Este, projeto de brilho desenvolvido em tempo recorde, aqui já
explicado, é esportivo, motor entre eixos traseiro, 1.8, 240 cv, transmissão
automatizada com duas embreagens e seis velocidades.
Muda tudo
A camuflagem mascarava os carros para testes.
O grande furgão azul é da nova geração de Ducatos para o mercado norte
americano, lá vendidos como Ram – marca Dodge. Dentre os produtos, o conhecido
Alfa 4C, e os demais com base no Fiat 500 e plataforma maior, a L, que no
México dá base ao 500 4 portas. Um deles será produzido como Jeep em Goiana,
Pe, pequeno utilitário esportivo. Protótipos estrangeiros, porém com
intervenções da Fiat Brasil em traços, adequações e acertos para enfrentar
mercados agrestes. O know how da Fiat Brasil é invejável neste
quesito.Os veículos rodavam em constância, sem
emoção. Disse-me uma das fontes incomodadas no Domingo, não era teste dinâmico,
mas de resistência, para somar quilometragem. Com equipe italiana carros tem
rodado nas estradas brasileiras, e seus motores exudam três vibrações
diferentes, de 1.6, 1.8, e pequeno diesel. Outro incomodado dominical lembrou,
os carros serão feitos em Goiana e em Melfi, na Itália.
Diesel, aqui ?
Outro consultado escorregou na resposta
quando indaguei se, pelo fato de a legislação brasileira permitir o uso de
motor diesel em veículos com tração nas 4 rodas, o teste no Brasil do
futuro Jeep com pequeno motor diesel, significaria tê-lo em
nosso mercado. Contestou com fraca veemência, permitindo imaginar sua produção
– além das unidades para exportação à América Latina, pois a usina brasileira
será polo de remessa a outros países.
Mais
Curiosidade na avaliação do Alfa 4C, produto
promocional, feito para manter a marca Alfa Romeo no noticiário, enquanto a
Fiat não apresenta um plano para a marca, hoje restrita aos modelos MiTo e
Giulietta – de vendas em queda.
Série inicial, definida em 500 unidades, o
interesse logo ampliou-a a 1.000, limite para encerrar, como ocorreu com outros
Alfa promocionais, os 8C e 8C Cabrio.
O 4C foi apresentado no Salão de Genebra,
2011, e provocou celeumas e encomendas, muitas. Em 28 meses o grupo Fiat
viabilizou produção na fábrica Maserati, mesclando o fornecimento externo do
chassi em fibra de carbono, e construção doméstica do motor 1.750 de quatro cilindros,
injeção direta, turbo, fazendo quase 250 cv movendo peso de 900 kg, e da
transmissão automatizada.
Fatores exógenos mudaram os planos. A
inimaginada demanda, demonstração de apreço e interesse pela marca, o adiamento
de anúncio sobre os planos de negócios para a marca Alfa Romeo, o rendimento, a
condução sanguínea, sem frescuras freando a esportividade – e o preço, igual ao
de Toyota/Subaru e Porsche Boxster -, aceleraram as
encomendas, elevando produção a 3.500 unidades anuais, capacidade da fornecedora
dos chassis.
A curiosidade do teste de resistência é o
novo motor, quatro cilindros, 2.0, 16 válvulas, injeção direta e turbo
alimentador, gerando 320 cv, de possível anúncio no mesmo Salão de Genebra,
próximo mês, junto com as boas notícias da ampliação da capacidade produtiva
dos fornecedores.
O piloto italiano aos comandos não dirigia
competitivamente, fazia-o com cuidado e afastando riscos. Ao seu lado, outro, on line com a fábrica transmitia dados de
reação do automóvel quanto a pressão atmosférica, umidade do ar, rugosidade do
asfalto, irregularidades. No 4C, além do motor mais sonoro, chamava atenção a
rapidez na troca de marchas.
Sem papo o comboio deixou Brasília e,
segundo fonte qualificada, média na hierarquia do transporte manual de malas em
hotel, foi-se à beirada mineira do Rio São Francisco. Após, Betim e porto.
Mercado, novidades
Ano atípico: fevereiro pleno, Carnaval em
março, Copa do Mundo em junho, eleições e Salão do Automóvel em outubro,
eventos suspendem lançamentos e detém o mercado. Assim não se podem esperar
vendas recordistas – exceto carros comprados com recursos de caixa dois aplicados
em campanhas eleitorais, e os caminhões, ônibus, tratores, moto niveladoras
oferecidos pelo governo federal como mimos a prefeitos. Resultado, lançamentos
se agruparão em abril/maio e julho/outubro, limite ao Salão do Automóvel –, e
todas as novidades surgirão antes da mostra. Parte do que vem por aí:
Linea 2014 e meio
Quem não tem produto novo, faz festa com
versão. Líder
há 12 anos, a Fiat encara grande desafio: manter posição, vendas e lucros para
reforçar o caixa da matriz italiana, e criar atrações sem ter produtos novos –
hoje, tempos, recursos, talentos, totalmente dedicados aos produtos a ser
feitos no condomínio industrial em implantação em Goiana, Pe.Sem produtos novos, a Fiat mostrará o Linea
2014 e 1/2. Mudanças na dianteira, interior, painel – e motorização contida no
1.8.
Maior novidade, mudança de posicionamento do
mercado. Deixará de apontar para o Honda Civic – sem chances pela menor
distância entre eixos. E focará sobre outro Honda, menor, o City. Dimensões
atualmente assemelhadas. Neste, 4,40m em comprimento e 2,55m entre-eixos, mas a
próxima geração, a surgir até o final do ano, a medida crescerá 6 cm. No Fiat,
respectivos 4,56m e 2,60m. A alteração deve reduzir preço. O City, motor 1600
cm3, 115 cv, transmissão automática de 5 velocidades, topo da lista, sugeridos
R$ 64.000. Versão inicial, transmissão mecânica, R$ 50.000.
Renault Sandero
Mudanças prontas para renovar o modelo.
Alterações usuais, frente, traseira, grupos ópticos. Para contemporizar
despede-se com a Série Tweed. Em abril.
Lentoster, o fim
Indica o Hyundai Veloster. Linhas polêmicas,
talvez provindas de pesadelo em estudante não aprovado em vestibular de design.
Não é veloz, como sugere o nome e mentiam anúncios de lançamento atribuindo-lhe
140 cv de potência - tinha 120 cv. Agrada ao mundo Funk, mas sem futuro na vida
real. Fim de importação anunciada por Antônio Maciel, presidente da
distribuidora CAOA, executivo provado e festejado, hábil em fazer limonadas.
Importação parou.
Corolla, careta
Na alternância de liderar vendas no
segmento, a Toyota, em segundo lugar, quer assumir a frente do Honda Civic com
o novo Corolla.
Perdeu a ocasião de impor ritmo no setor, ao
optar pelo modelo europeu, desenho morno, sem personalidade, sugerindo simbiose
entre Hyundai e Honda Accord. Versão EUA, marcante, tem mais estilo, coragem,
atrevimento. Logo pós Carnaval.
Pimenta
Fiat importará
versão Abarth do 500. Atrevido, estrutura mecânica – freios, direção, suspensão
– adequada à performance obtida no combinar veículo leve com 160 cv, gerados
pelo motor T-Jet 1.4, o 1.400 cm3 turbo. Transmissão Aisin. Abril. (não é
mineira, e Aisin num é fio do Aí, dono de ficina grande.)
Bons
resultados e próximos carros da Renault
Balanço mundial da Renault e início do fim
do ciclo “Mude a Direção”, mostra surpresa: superou o fluxo de
caixa acumulado, entesourando 2,5B de Euros. Cresceu a internacionalização
vendendo 50% de sua produção fora da Europa – em 2010 eram 38%. Brasil é seu
segundo mercado, Rússia terceiro.Metas para 2017 – faturar 50B de Euros;
margem operacional de 5%; fluxo de caixa livre positivo a cada ano. Resultados
atestam foco acertado, incluindo produtos: o novo Clio – três gerações à frente
do aqui vendido -, número 1 da França e 3º. na Europa; pequeno utilitário
esportivo Captur, mais vendido na França e 1º. no segmento na Europa. E cumpriu
a promessa de ser bom partícipe do mercado de carros elétricos.
De produtos, sucessores para a van Espace;
Scénic; Mégane, todos em plataformas a servir à Renault e à Nissan. Na América
Latina, o suv Captur; carro menor, de entrada – no espaço do
Clio -; picape sobre o Duster – aqui anunciado antecipadamente. E picape
concorrente a Toyota Hi Lux, GM S 10, Ford Ranger, VW Amarok – um Nissan Frontier
com cara Renault. Na Europa, pretensões: ser segunda mais vendida, fazer sub
marca Dacia, liderar sua classe.
Roda-a-Roda
Mais – Em projeto de crescer nas vendas
mundiais, e tendo os EUA como escada necessária, Hyundai anunciou criar nova
marca de luxo. Motor dianteiro e tração traseira, concorrendo com BMW,
Mercedes, Cadillac ATS.
Idem – Como Hyundai novo utilitário
esportivo, pequeno, abaixo do Tucson – no Brasil dito I35 -, concorrente de
Honda Vezel – aqui antecipado mundialmente, será o EcoSport da Honda, sobre
plataforma do novo Honda Fit.
Fundo – Montevidéu é o cenário utilizado
para as tomadas do divertido filme de apresentação do up!
Como cá – Ante a consciência da
incapacidade da estrutura oficial em remover toda a neve entupindo ruas e
impedindo circulação, a população dos EUA quer colaborar. Nova geração do
picape F 150 terá opcional para remover até 220 kg de neve em cada arrastada.
Dúvidas – A adesão da chinesa Donfeng e
do estado francês ao leque de acionistas da PSA – Peugeot Citroën, em
finalização, preocupa segmentos da economia francesa. Alegam, os freios
estatais tendem a imobilizar a companhia. Além do governo francês, o chinês
controla a Dongfeng.
Questão – Balanço da AvtoVAZ, maior
fabricante russo, registra perda de US$ 196M e queda de vendas em 19%. Com a
união Renault-Nissan assumindo o controle, haverá o nunca visto em empresa
quando estatal: 2.500 demissões.
Evidência – Início de vendas da
sino-uruguaia Geely no Brasil faz-se por pequena rede, maioria dividindo
espaços nas revendas Volvo.
Opção - A Geely é dona da marca sueca e a
postura alivia os concessionários. Sem fábrica no Brasil os Volvo sofrem
imposição de adicionais 30% de impostos, declinando vendas, nublando o futuro.
Gato – Quem não tem cão, caça com
gato. Sem rede de postos de combustível, francesa Total criou a Troca
de Óleo Rápida. Opera em centros automotivos e, na troca, conferem 15 itens dos
veículos. Líquidos, palhetas do limpador de para brisas e extintor.
Visão – Patrocínio de escola de samba não é
novidade. Mas a Nissan inovou em seu apoio à carioca e famosa Salgueiro. Quer
mesclar e trocar conhecimentos de design, projeto, logística, entre
a preparação de uma Escola e de um automóvel.
Identidade - Levou carnavalescos à área de
projetos, na Califórnia, e trouxe de lá designers para se
enturmar na escola de samba. Diz, todos têm a ganhar. Quatro filmetes no
A Nissan, aquecendo a produção, quer ser a
maior japonesa no país.
Solução ? – Francisco Nicolas
Lopes Filho, engenheirando de produção da Faculdade Anhanguera, criou
vaporizador elétrico para combustível. Diz capaz de reduzir consumo e emissões
em números fantásticos – entre 20 e 30%. Permite o aumento da taxa de
compressão a 20:1, otimizando o ciclo, resultados, cilindrada e volume do
motor. Em processo de patenteamento.
Ocasião – Presidente do Sest/Senat,
Senador Clésio Andrade mandou desenvolver projeto para formar 50 mil novos
motoristas para caminhões e ônibus. Inclui despesas para obter a Carteira
Nacional de Habilitação. A jovens com renda familiar de até três salários
mínimos. Mais ? www.sestsenat.org.br ou
pelo 0800 728 2891.
Antigos – Mais divertido, familiar e
nivelado evento antigomobilístico, o Pé Na Tábua – o piso dos
carros antigos era em madeira ... – realizado em Franca, SP, último final de
semana, reuniu recordistas 65 automóveis e motocicletas. Uma alegria, dois dos
veículos – Fords T 1909 e 1913 – tinham mais de um século ...
Tri – Tri campeão mundial de Fórmula 1,
Nelson Piquet, sempre focado, preparou-se para vencer, e o fez pela terceira
vez a bordo em baquet Lincoln de 1927. Conduz com elegância
aos concorrentes, sem disparar na frente. Tentar bater Piquet provoca grandes
preparações e desenvolvimentos de tecnologia por outros concorrentes.
Família – Mais novo Piquet nas pistas,
Pedro Estácio, 15, foi de Ford Roadster, e motor Ford V8. Ganhou na
categoria Modificados – em tempo melhor ao do pai tri campeão:
37s29/100 x 39s42/100 no circuito de 1.400m.
Devagar – Equipe Uai, de
Uberaba, vitoriou na prova da Marcha Lenta – anti corrida,
ganha o mais lento para percorrer 100m. No caso, 1’18” – uns 10 km/h.
Gente - Adriano
Resende, marqueteiro, mais trabalho. OOOO Além de diretor da marca
Jeep para a América Latina, será diretor de marketing do Chrysler Group do
Brasil. OOOO Negócios de Chrysler, todos sabem, é com sua
controladora integral, a Fiat. E lá se trabalha - muito. OOOO OOOO Carlos Tavares, português, executivo, desafio
- grande, enorme. OOOO Deixou a segunda posição na rentável Renault, e
assume a primeira na crítica PSA Peugeot Citroën.OOOO Deve localizar e comandar o porto de
vitória, cruzando mar proceloso entre o vermelho atual, a sociedade com direito
estatal da Dongfeng chinesa e o governo francês, e empréstimos bancários. OOOO A PSA tem bons produtos, bons
planos e precisa de bom comandante para chegar a bom porto. OOOO Tavares nasceu em Lisboa,
correu em automóveis, formou-se na França, fala quatro idiomas, conduziu a
Renault e a Nissan nos EUA. OOOO Dizem velhos conhecidos que ele, como vitoriosos
navegadores e conquistadores portugueses, em caso de dúvida tomam ares na
corrente fria e úmida do Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa. OOOO Cabral e Vasco da Gama
turbinavam-se assim. OOOO Camões
dizia ser o ponto onde acabava a terra e começava o mar - nada como visão
poética. Netuno certamente diria o contrário. OOOO Imagem proposital, Tavares
tem oceanos de problemas e desafios à frente. OOOO Sucesso, ó pá. Que o novo emprego lhe seja porreiro. OOOO
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