Wagner Gonzalez |
Na busca pela contenção de custos grupo estratégico da F-1 dá passo errado e discute redução de treinos. Equipes menores devem apresentar opções para evitar redução do grid. Temporada prossegue domingo com o GP da Espanha
Paixão e razão raramente andam no mesmo ritmo ou
cantam no mesmo tom, afirmação tão nova quanto andar para a frente. Nem por
isso os exemplos que confirmam essa clássica lei da vida deixam de aparecer com
regularidade assustadora; desta vez aconteceu em um encontro de representantes de
equipes de F-1 para discutir possíveis soluções para cortar gastos. Ainda que
economia e automobilismo de competição sejam reconhecidos antônimos, a escalada
de custos que o circo do Tio Bernie vive há anos já chegou a nada lisonjeiros
“nunca antes na história desta categoria”. A primeira sugestão
apresentada por Ferrari, Mercedes e Red Bull foi, no mínimo, um contra-senso:
cancelar a primeira sessão de treinos livres, atividade que acontece nas manhãs
das sextas-feiras, exceto em Mônaco, onde os carros vão à pista na
quinta-feira.
Segundo Toto Wolff, bam-bam-bam da Mercedes na F-1, a dificuldade de um acordo está na diferença de estrutura e finalidade entre as grandes e pequenas equipes, segundo sua declaração dada ao semanário especializado Speed Week, dos EUA:
“Sejamos honestos: há uma grande diferença na
agenda dos times. Enquanto algumas representam marcas globais outras estão na
F-1 apenas para correr.”
Nada tão simplista: qual seria o apelo de um GP com
apenas 10, 12 carros de grandes equipes? Mais: cancelar a sessão de treinos
livres nas quais pilotos jovens tem a chance de treinar e assimilar a dinâmica
de trabalho não parece ser a melhor maneira de economizar, mesmo porque não é
raro as equipes principais treinarem pouco nessas sessões.
Para os
chefes dos grandes times a economia de um treino a menos se justificaria
através do congelamento de especificações e setups: é comum que entre
sexta-feira e sábado algumas fábricas construam e despachem, por via aérea,
peças construídas após a análise dos resultados dos primeiros treinos. É por
estas linhas que Wolf, Montezemolo e Dennis - e os demais responsáveis pelas
grandes equipes - pensam e funcionam. Quem sabe reduzindo o número de
funcionários por equipe, o volume de equipamento nos boxes e o tamanho dos
motorhomes as consequências poderiam ser mais práticas e eficientes.
Ironicamente o grupo estratégico da F-1 reúne
apenas as equipes grandes da categoria: Ferrari, Lotus, McLaren, Mercedes, Red
Bull (que leva de carona a Toro Rosso) e Williams. Caterham, Force India,
Marussia e Sauber, as que mais sofrem com a falta de recursos, não opinam. As
mudanças no regulamento só podem acontecer com os votos desse grupo, da FIA
(Federação Internacional do Automóvel) e da FOM (Formula One Management),
situação questionável, especialmente quando se nota que a Force India ocupa a
terceira posição entre os construtores.
McLaren põe ordem na casa
A chegada de Eric Bouiller à condição de diretor de
competição da McLaren não encerrou a arrumação na casa: enquanto não fica
esclarecido onde Dan Fallows vai realmente trabalhar (o chefe de aerodinâmica
da Red Bull teria aceito convite para trabalhar em Woking mas desistiu de
honrar o compromisso e resolveu ficar na equipe de Milton Keynes), o espaço
vago será ocupado por Tony Salter (ex-Sauber) e Guillaume Cattelani (ex-Lotus).
Além disso o organograma do time foi alterado para facilitar a comunicação
interna e os processos de trabalho, algo que aumentou as responsabilidades de
Tim Goss e Matt Morris, respectivamente diretores técnico e de engenharia.
GP da Russia subiu no крыша
A julgar pela declaração de Richard Ottaway,
presidente da Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara dos Comuns
britânica, ao jornal londrino The Times, parece que o GP da Russia subiu no
telhado. Não bastassem as dúvidas sobre o propalado patrocínio de empresas
russas à Sauber – até agora longe de ser um fato consumado –a corrida marcada
para o dia da criança (12/10) poderá ficar no sonho: segundo Sir Ottaway “por
causa da possibilidade cada vez maior de uma guerra entre Rússia e Ucrânia, a
realização dessa corrida é terrivelmente irreal”. Pressão ou
realidade, as restrições mundiais à transações financeiras com bancos russos
igualmente não ajuda a amenizar a situação.
Morre Nigel Stepney
Nigel Stepney, que ganhou fama como vilão no maior
caso conhecido de espionagem na F-1, faleceu no final de semana, vítima de um
acidente rodoviário. Stepney, que tinha 56 anos, trabalhou com
Ayrton Senna em 86 e 87 e com Nelon Piquet, na Lotus, Benetton e em uma equipe
de F-3000 montada para o monegasco Olivier Beretta. Quando Senna trocou a Lotus
pela McLaren Stepney tentou convencer o brasileiro a leva-lo junto, algo que
não aconteceu. Apaixonado por futebol e automobilismo e um tanto irascível,
Nigel Stepney foi considerado culpado de espionagem industrial por ter copiado
centenas de páginas de um dossiê técnico da Ferrari e repassado o material à
McLaren. Além de recomendar às equipes que não contratassem Stepney por dois
anos, a FIA também multou a McLaren em U$ 100 milhões e cancelou seus pontos na
temporada de 2007, ano em que o fato aconteceu.
Raikkonen vivo?
É impossível não pensar que se trata de uma
animação ou uso de um robô ao ver a mensagem publicitária de Kimi Räikkönen às
vésperas do GP da China. Clique aqui para ver o
vídeo produzido para um patrocinador chinês da Scuderia.
Stock anuncia Corrida do Milhão par
Goiânia
Ainda em fase final de acabamento para sua
reinauguração, o autódromo de Goiânia já garantiu duas datas na temporada 2014
da Stock Car: além da quarta etapa (dia 1. de junho), o circuito da capital
goiana também será palco da Corrida do Milhão, dia 3 de agosto. No calendário
original a competição que acontece pela sexta vez, estava provisoriamente
marcada para acontecer em Interlagos. A última vez que a Stock disputou uma
prova em Goiânia foi em 2001 e teve uma das chegadas mais disputadas da
história da categoria: Chico Serra derrotou Ingo Hoffmann por apenas 0”222.
JP Oliveira vence e lidera no Japão
O brasileiro João Paulo de Oliveira venceu a
segunda etapa do Campeonato Japonês de GT (Autobac Super GT Series), em dupla
com Hironobu Yasuda e tripulando o Nissan GT-R da equipe Calsonic. Com a
vitória nos 500 Km de Fuji a dupla lidera o certame na categoria principal. A
próxima prova, 300 Km de Autopolis, está marcada para o dia 1. de junho. “Foi
uma prova extenuante e a vantagem que abrimos no início da corrida desapareceu
com a entrada do Safety-Car. Tinha tanta borracha solta na pista que eu ouvia quando
esses pedaços batiam na frente do carro, em especial no canto direito da
suspensão. Cheguei a temer por algum problema mais sério por causa disso, mas
chegamos ao final e agora lideramos o campeonato”
DTM começa com 23 carros
Audi (8 carros), BMW (8) e Mercedes-Benz (7)
começaram no fim de semana passado a disputa de mais uma temporada do DTM, o
Campeonato Alemão de Turismo, o mais sofisticado certame desta categoria em
todo o mundo. O Brasil é representado por Augusto Farfus, piloto oficial da
casa bávara e que ficou em oitavo lugar na prova que aconteceu em Hockenheim.
“Perdi duas posições na última volta, mas considerando que larguei lá atrás
esse oitavo lugar não foi tão ruim assim”, declarou o curitibano após a corrida
que marcou a primeira vitória de Marco Wittmann (BMW). Um resumo da prova você
assiste clicando aqui. A
próxima etapa do DTM está marcada para o dia 18 em Oschersleben.
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Quase tudo em família
Além do DTM, Hockenheim teve também a segunda
rodada do Campeonato Europeu de F-3, que é liderado com autoridade pelo francês
Esteban Ocon, com 107 pontos, contra 67 do italiano Antonio Fuoco e do inglês
Tom Blomqvist, filho de Stig Blomqvist, sueco que sagrou-se campeão mundial de
rally em 1984. A corrida de domingo, que
você pode ver na integra aqui,
foi vencida por outra dinastia automobilística: Max Verstappen, filho de Jos
Verstappen, que disputou 107 GPs entre 1994 e 2003. Felipe Guimarães
é o único brasileiro nessa disputa, que prossegue no fim de semana no circuito
de rua de Pau, França.
WTCC: Muller e Morbidelli vencem na Hungria
O italiano Gianni Morbidelli conseguiu acabar
com a supremacia da equipe Citroën no Campeonato Mundial de Turismo ao vencer a
sexta etapa, disputada domingo em Hungaroring, próximo a Budapeste. A vitória
na quinta etapa , cuja largada você assiste
clicando aqui, foi do francês Yvan Müller…da
Citroën.
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