terça-feira, 6 de maio de 2014

Wagner Gonzalez em Conversa de pista - Cortando o que não deve


Wagner Gonzalez


Na busca pela contenção de custos grupo estratégico da F-1 dá passo errado e discute redução de treinos. Equipes menores devem apresentar opções para evitar redução do grid. Temporada prossegue domingo com o GP da Espanha

Paixão e razão raramente andam no mesmo ritmo ou cantam no mesmo tom, afirmação tão nova quanto andar para a frente. Nem por isso os exemplos que confirmam essa clássica lei da vida deixam de aparecer com regularidade assustadora; desta vez aconteceu em um encontro de representantes de equipes de F-1 para discutir possíveis soluções para cortar gastos. Ainda que economia e automobilismo de competição sejam reconhecidos antônimos, a escalada de custos que o circo do Tio Bernie vive há anos já chegou a nada lisonjeiros “nunca antes na história desta categoria”.  A primeira sugestão apresentada por Ferrari, Mercedes e Red Bull foi, no mínimo, um contra-senso: cancelar a primeira sessão de treinos livres, atividade que acontece nas manhãs das sextas-feiras, exceto em Mônaco, onde os carros vão à pista na quinta-feira.


Segundo Toto Wolff, bam-bam-bam da Mercedes na F-1, a dificuldade de um acordo está na diferença de estrutura e finalidade entre as grandes e pequenas equipes, segundo sua declaração dada ao semanário especializado Speed Week, dos EUA:




“Sejamos honestos: há uma grande diferença na agenda dos times. Enquanto algumas representam marcas globais outras estão na F-1 apenas para correr.”


Nada tão simplista: qual seria o apelo de um GP com apenas 10, 12 carros de grandes equipes? Mais: cancelar a sessão de treinos livres nas quais pilotos jovens tem a chance de treinar e assimilar a dinâmica de trabalho não parece ser a melhor maneira de economizar, mesmo porque não é raro as equipes principais treinarem pouco nessas sessões. 


Para os chefes dos grandes times a economia de um treino a menos se justificaria através do congelamento de especificações e setups: é comum que entre sexta-feira e sábado algumas fábricas construam e despachem, por via aérea, peças construídas após a análise dos resultados dos primeiros treinos. É por estas linhas que Wolf, Montezemolo e Dennis - e os demais responsáveis pelas grandes equipes - pensam e funcionam.  Quem sabe reduzindo o número de funcionários por equipe, o volume de equipamento nos boxes e o tamanho dos motorhomes as consequências poderiam ser mais práticas e eficientes.

Ironicamente o grupo estratégico da F-1 reúne apenas as equipes grandes da categoria: Ferrari, Lotus, McLaren, Mercedes, Red Bull (que leva de carona a Toro Rosso) e Williams. Caterham, Force India, Marussia e Sauber, as que mais sofrem com a falta de recursos, não opinam. As mudanças no regulamento só podem acontecer com os votos desse grupo, da FIA (Federação Internacional do Automóvel) e da FOM (Formula One Management), situação questionável, especialmente quando se nota que a Force India ocupa a terceira posição entre os construtores.  

McLaren põe ordem na casa
A chegada de Eric Bouiller à condição de diretor de competição da McLaren não encerrou a arrumação na casa: enquanto não fica esclarecido onde Dan Fallows vai realmente trabalhar (o chefe de aerodinâmica da Red Bull teria aceito convite para trabalhar em Woking mas desistiu de honrar o compromisso e resolveu ficar na equipe de Milton Keynes), o espaço vago será ocupado por Tony Salter (ex-Sauber) e Guillaume Cattelani (ex-Lotus). Além disso o organograma do time foi alterado para facilitar a comunicação interna e os processos de trabalho, algo que aumentou as responsabilidades de Tim Goss e Matt Morris, respectivamente diretores técnico e de engenharia.

GP da Russia subiu no крыша

A julgar pela declaração de Richard Ottaway, presidente da Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara dos Comuns britânica, ao jornal londrino The Times, parece que o GP da Russia subiu no telhado. Não bastassem as dúvidas sobre o propalado patrocínio de empresas russas à Sauber – até agora longe de ser um fato consumado –a corrida marcada para o dia da criança (12/10) poderá ficar no sonho: segundo Sir Ottaway “por causa da possibilidade cada vez maior de uma guerra entre Rússia e Ucrânia, a realização dessa corrida é terrivelmente irreal”.  Pressão ou realidade, as restrições mundiais à transações financeiras com bancos russos igualmente não ajuda a amenizar a situação.
Morre Nigel Stepney
Nigel Stepney, que ganhou fama como vilão no maior caso conhecido de espionagem na F-1, faleceu no final de semana, vítima de um acidente rodoviário.  Stepney, que tinha 56 anos, trabalhou com Ayrton Senna em 86 e 87 e com Nelon Piquet, na Lotus, Benetton e em uma equipe de F-3000 montada para o monegasco Olivier Beretta. Quando Senna trocou a Lotus pela McLaren Stepney tentou convencer o brasileiro a leva-lo junto, algo que não aconteceu. Apaixonado por futebol e automobilismo e um tanto irascível, Nigel Stepney foi considerado culpado de espionagem industrial por ter copiado centenas de páginas de um dossiê técnico da Ferrari e repassado o material à McLaren. Além de recomendar às equipes que não contratassem Stepney por dois anos, a FIA também multou a McLaren em U$ 100 milhões e cancelou seus pontos na temporada de 2007, ano em que o fato aconteceu.

Raikkonen vivo?
É impossível não pensar que se trata de uma animação ou uso de um robô ao ver a mensagem publicitária de Kimi Räikkönen às vésperas do GP da China. Clique aqui para ver o vídeo produzido para um patrocinador chinês da Scuderia.

Stock anuncia Corrida do Milhão par Goiânia
Ainda em fase final de acabamento para sua reinauguração, o autódromo de Goiânia já garantiu duas datas na temporada 2014 da Stock Car: além da quarta etapa (dia 1. de junho), o circuito da capital goiana também será palco da Corrida do Milhão, dia 3 de agosto. No calendário original a competição que acontece pela sexta vez, estava provisoriamente marcada para acontecer em Interlagos. A última vez que a Stock disputou uma prova em Goiânia foi em 2001 e teve uma das chegadas mais disputadas da história da categoria: Chico Serra derrotou Ingo Hoffmann por apenas 0”222.
JP Oliveira vence e lidera no Japão
O brasileiro João Paulo de Oliveira venceu a segunda etapa do Campeonato Japonês de GT (Autobac Super GT Series), em dupla com Hironobu Yasuda e tripulando o Nissan GT-R da equipe Calsonic. Com a vitória nos 500 Km de Fuji a dupla lidera o certame na categoria principal. A próxima prova, 300 Km de Autopolis, está marcada para o dia 1. de junho. “Foi uma prova extenuante e a vantagem que abrimos no início da corrida desapareceu com a entrada do Safety-Car. Tinha tanta borracha solta na pista que eu ouvia quando esses pedaços batiam na frente do carro, em especial no canto direito da suspensão. Cheguei a temer por algum problema mais sério por causa disso, mas chegamos ao final e agora lideramos o campeonato”

DTM começa com 23 carros
Audi (8 carros), BMW (8) e Mercedes-Benz (7) começaram no fim de semana passado a disputa de mais uma temporada do DTM, o Campeonato Alemão de Turismo, o mais sofisticado certame desta categoria em todo o mundo. O Brasil é representado por Augusto Farfus, piloto oficial da casa bávara e que ficou em oitavo lugar na prova que aconteceu em Hockenheim. “Perdi duas posições na última volta, mas considerando que larguei lá atrás esse oitavo lugar não foi tão ruim assim”, declarou o curitibano após a corrida que marcou a primeira vitória de Marco Wittmann (BMW). Um resumo da prova você assiste clicando aqui. A próxima etapa do DTM está marcada para o dia 18 em Oschersleben.

Quase tudo em família
Além do DTM, Hockenheim teve também a segunda rodada do Campeonato Europeu de F-3, que é liderado com autoridade pelo francês Esteban Ocon, com 107 pontos, contra 67 do italiano Antonio Fuoco e do inglês Tom Blomqvist, filho de Stig Blomqvist, sueco que sagrou-se campeão mundial de rally em 1984. A corrida de domingo, que você pode ver na integra aqui, foi vencida por outra dinastia automobilística: Max Verstappen, filho de Jos Verstappen, que disputou 107 GPs entre 1994 e 2003.  Felipe Guimarães é o único brasileiro nessa disputa, que prossegue no fim de semana no circuito de rua de Pau, França.
WTCC: Muller e Morbidelli vencem na Hungria
O italiano Gianni Morbidelli conseguiu  acabar com a supremacia da equipe Citroën no Campeonato Mundial de Turismo ao vencer a sexta etapa, disputada domingo em Hungaroring, próximo a Budapeste. A vitória na quinta etapa , cuja largada você assiste clicando aqui, foi do francês Yvan Müller…da Citroën.




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