sábado, 28 de março de 2015

Conheça o veleiro que será usado pelas tripulações no Mitsubishi Motors Soto 40 World Championship

A praia de Jurerê, em Florianópolis (SC), será palco da 3ª edição do Mitsubishi Motors Soto 40 World Championship entre os dias 12 e 16 de abril. Durante as 10 regatas previstas, grandes nomes da vela, medalhistas olímpicos e campeões mundiais, como Torben Grael e o argentino Mariano Parada, participarão da competição no conceito de one design, com veleiros idênticos que tem como objetivo destacar o talento de cada uma das tripulações na hora de definir o vencedor.

"O que torna a classe Soto 40 especial é que os barcos são completamente iguais. Nenhuma tripulação entra com vantagem de equipamento. Com isso, o trabalho das equipes é destacado", explica Roberto Martins, do veleiro Carioca 25, que já conformou presença no mundial.

Desenvolvido pelo renomado projetista argentino Javier Soto Acebal e construído no estaleiro MBoats, na Argentina, o veleiro S40 conta com tecnologia inovadora que trouxe um conceito revolucionário para a vela oceânica. Com linhas que são o resultado de um extenso estudo sobre a busca de velocidade e equilíbrio, construção fácil e vários componentes em fibra de carbono, o Soto 40 é a classe one design mais moderna da vela oceânica.

"É um veleiro bastante rápido, moderno e financeiramente muito atrativo. Ele não precisa de adaptações por parte das equipes, que conseguem disputar regatas em igualdade", explica Mariano Parada, tático do veleiro argentino Patagonia e hexacampeão mundial de vela.

"O S40 traz uma sensação muito boa para a tripulação, além de ser muito veloz", comenta o gaúcho Samuel Albrecht, do Crioula 29, tricampeão brasileiro de Oceano, que também garantiu presença. Devido a essas características, o veleiro é usado por equipes na Inglaterra, França, Alemanha, Portugal, Chile, Argentina e Brasil. 

Características do veleiro: 
Desenvolvido para encontrar a melhora relação entre velocidade e equilíbrio, o Soto 40 conta com uma série de diferenciais que o tornam um barco único na vela de oceano.

Casco - As quinas na popa e a geometria das seções verticais do casco propiciam controle e potência em altas velocidades. Com a aba na lateral, é possível colocar o peso da tripulação mais para fora e permitir que a escora fique mais eficiente e o barco mais potente. As principais marcas ficam por conta dos 12,3 metros de comprimento, somados aos 1,4 metros do gurupés - e dos 3,75 metros de extensão lateral máxima.

Convés - A geometria da coberta foi cuidadosamente estudada para permitir um espaço completo de trabalho na navegação. O S40 foi projetado com um convés aberto, sem cobertura- e um cockpit grande e profundo, com baixo centro de gravidade, contribuindo para que se tenha uma boa altura de trabalho na zona das catracas. Estas, por sua vez, foram reposicionadas com o intuito de melhorar o equilíbrio entre a proa e a popa (o uso do pedestal para as catracas não é permitido na classe).

Aparelhamento - Com mastro de carbono e retranca de alumínio, o S40 traz a seguinte configuração: duas adriças de tope para balão; uma adriça fracionada para balão, que também pode ser usada como segunda adriça de genoa; uma adriça de genoa; e uma adriça de grande.

Navegando no contravento, o S40 tem cerca de 100 metros quadrados de superfície de vela, com genoas sem sobreposição e mestra com tope quadrado (como na America´s Cup). Esta última traz maior eficiência ao plano de vela sem tornar o mastro muito alto. A tensão do estai de proa em condição de vento e onda é ajustada por dois estais volantes de popa.

Construção - O barco é de construção relativamente simples, com custos reduzidos e fácil medição, além do rigoroso controle de peso das diversas partes para seguir as regras da classe.

Casco e convés - A construção é em molde fêmea, com núcleo de espuma core-cell e resina epóxi aplicada a vácuo. A matriz recebe toda a estrutura interna e fica pronta para receber o convés.

Estrutura interna - A estrutura interna é construída no molde fêmea, com biaxiais de fibra de vidro tipo "E" e unidirecionais de fibra de carbono nos reforços. A estrutura é composta de longitudinais centrais, reforços de quilha e bancadas laterais, além de ter cavilhas e divisórias de interior tipo "L".

Apêndices - A quilha e o leme têm alta relação de aspecto com perfis otimizados. O leme é oco, o que ajuda a manter o centro de gravidade mais baixo, permitindo agregar mais peso ao bulbo. Além disso, ele é profundo, construído em carbono/epóxi com seu extremo quase quadrado. Esta é uma área que trabalha muito nos ventos folgados e também em grandes ângulos de adernamento, por isso se optou por ganhar sustentação nesta zona crucial, apesar de incrementar a resistência.

FICHA TÉCNICA S40

Comprimento total: 12,3m
Boca máxima: 3,75m
Calado: 2,6m
Área Vélica: 100m²
Deslocamento: 4,2ton 
Peso Máximo de Tripulação: 770kg
Projetista: Javier Soto Acebal
Material do Casco: Fibra de vidro e carbono

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