A praia de Jurerê, em
Florianópolis (SC), será palco da 3ª edição do Mitsubishi Motors Soto 40 World
Championship entre os dias 12 e 16 de abril. Durante as 10 regatas previstas,
grandes nomes da vela, medalhistas olímpicos e campeões mundiais, como Torben
Grael e o argentino Mariano Parada, participarão da competição no conceito de one design, com veleiros idênticos que tem como objetivo destacar o
talento de cada uma das tripulações na hora de definir o vencedor.
"O que torna a classe Soto 40 especial é que
os barcos são completamente iguais. Nenhuma tripulação entra com vantagem de
equipamento. Com isso, o trabalho das equipes é destacado", explica
Roberto Martins, do veleiro Carioca 25, que já conformou presença no mundial.
Desenvolvido pelo renomado projetista argentino
Javier Soto Acebal e construído no estaleiro MBoats, na Argentina, o veleiro
S40 conta com tecnologia inovadora que trouxe um conceito revolucionário para a
vela oceânica. Com linhas que são o resultado de um extenso estudo sobre a
busca de velocidade e equilíbrio, construção fácil e vários componentes em
fibra de carbono, o Soto 40 é a classe one design mais
moderna da vela oceânica.
"É um veleiro bastante rápido, moderno e
financeiramente muito atrativo. Ele não precisa de adaptações por parte das
equipes, que conseguem disputar regatas em igualdade", explica Mariano
Parada, tático do veleiro argentino Patagonia e hexacampeão mundial de vela.
"O S40 traz uma sensação muito boa para a
tripulação, além de ser muito veloz", comenta o gaúcho Samuel Albrecht, do
Crioula 29, tricampeão brasileiro de Oceano, que também garantiu presença.
Devido a essas características, o veleiro é usado por equipes na Inglaterra,
França, Alemanha, Portugal, Chile, Argentina e Brasil.
Características do veleiro:
Desenvolvido para encontrar a melhora relação
entre velocidade e equilíbrio, o Soto 40 conta com uma série de diferenciais
que o tornam um barco único na vela de oceano.
Casco -
As quinas na popa e a geometria das seções verticais do casco propiciam
controle e potência em altas velocidades. Com a aba na lateral, é possível
colocar o peso da tripulação mais para fora e permitir que a escora fique mais
eficiente e o barco mais potente. As principais marcas ficam por conta dos 12,3
metros de comprimento, somados aos 1,4 metros do gurupés - e dos 3,75 metros de
extensão lateral máxima.
Convés -
A geometria da coberta foi cuidadosamente estudada para permitir um espaço completo
de trabalho na navegação. O S40 foi projetado com um convés aberto, sem
cobertura- e um cockpit grande e profundo, com baixo centro de gravidade,
contribuindo para que se tenha uma boa altura de trabalho na zona das catracas.
Estas, por sua vez, foram reposicionadas com o intuito de melhorar o equilíbrio
entre a proa e a popa (o uso do pedestal para as catracas não é permitido na
classe).
Aparelhamento -
Com mastro de carbono e retranca de alumínio, o S40 traz a seguinte
configuração: duas adriças de tope para balão; uma adriça fracionada para
balão, que também pode ser usada como segunda adriça de genoa; uma adriça de
genoa; e uma adriça de grande.
Navegando no contravento, o S40 tem cerca de 100
metros quadrados de superfície de vela, com genoas sem sobreposição e mestra
com tope quadrado (como na America´s Cup). Esta última traz maior eficiência ao
plano de vela sem tornar o mastro muito alto. A tensão do estai de proa em
condição de vento e onda é ajustada por dois estais volantes de popa.
Construção -
O barco é de construção relativamente simples, com custos reduzidos e fácil
medição, além do rigoroso controle de peso das diversas partes para seguir as
regras da classe.
Casco e convés -
A construção é em molde fêmea, com núcleo de espuma core-cell e resina epóxi
aplicada a vácuo. A matriz recebe toda a estrutura interna e fica pronta para
receber o convés.
Estrutura interna -
A estrutura interna é construída no molde fêmea, com biaxiais de fibra de vidro
tipo "E" e unidirecionais de fibra de carbono nos reforços. A
estrutura é composta de longitudinais centrais, reforços de quilha e bancadas
laterais, além de ter cavilhas e divisórias de interior tipo "L".
Apêndices -
A quilha e o leme têm alta relação de aspecto com perfis otimizados. O leme é
oco, o que ajuda a manter o centro de gravidade mais baixo, permitindo agregar
mais peso ao bulbo. Além disso, ele é profundo, construído em carbono/epóxi com
seu extremo quase quadrado. Esta é uma área que trabalha muito nos ventos
folgados e também em grandes ângulos de adernamento, por isso se optou por
ganhar sustentação nesta zona crucial, apesar de incrementar a resistência.
FICHA TÉCNICA S40
Comprimento total: 12,3m
Boca máxima: 3,75m
Calado: 2,6m
Área Vélica: 100m²
Deslocamento: 4,2ton
Peso Máximo de Tripulação: 770kg
Projetista: Javier Soto Acebal
Material do Casco: Fibra de vidro e carbono
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