Coluna 2915 - 17.07.2015 - edita@rnasser.com.br
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Motor Flex,
verdades, mitos e papos furados
Desde quando o
governo forçou os fabricantes de veículos leves a desenvolver os motores ditos
genericamente flex, e mais recentemente quando, sem estudo ou base
técnica, autorizaram o aumento da mistura do percentual de álcool ao gasálcool,
surgiram instruções, aconselhamentos, dicas e informações sobre estes engenhos
quase oníricos. Sua capacidade de consumir qualquer proporção de
gasolina+álcool anidro; ou álcool hidratado; fez surgir um desencontro de
informações sobre seu uso.
A Coluna lista
alguns tentando colaborar e tentativamente sanar dúvidas.
1. Nova mistura é
coisa boa?
apenas para os usineiros. Seu carro
não está preparado para aproveitar os 2 ou 4% a mais em álcool. O motor
consome, porém não produz rendimento proporcional;
2. Quando usar.
Use o gasálcool, ou o álcool hidratado, agora dito
etanol, quando você quiser.
3. Qual usar
Se você tem preocupação econômica, para encontrar a
operação de menor custo, despreze o imutável índice oficial de 30% como
diferença de consumo entre um combustível e outro. Combustível alternativo no
Brasil não é política para o usuário e, assim, tal número é balela oficial,
pois o percentual não é padrão e varia de carro para carro. Para saber, use um
tanque cheio com gasálcool, outro com álcool e meça o consumo de cada um,
chegando à diferença percentual do seu carro.
A diferença entre os consumos entre cada um dos
combustíveis é grande, de 50%, 40%, 25%, 20%, 15% ... Dependendo da idade do
projeto, ou da atualização do motor. Assim, a verdade para você é a verdade do
seu carro. Apenas sabendo a diferença de consumo você terá condições de
calcular qual a operação mais econômica.
4. Gasolina, só
aditivada.
Esta é uma verdade econômica. Funcionar, os motores
o farão com a mistura derivada de petróleo ou com o combustível vegetal. Mas
para o uso de gasolina prefira a aditivada. Ela mantém o sistema de alimentação
– coletor, válvulas, guias, etcccc - livre de impurezas. A gasolina comum, não
aditivada, deixa detritos, resíduos, uma poeiras importantes capazes de reduzir
o rendimento e aumentar o consumo. Gasálcool, só aditivado;
5. Estrada.
Opte pelo combustível vegetal. Ele aumenta os
resultados em torque e potência, aparecendo melhor nas acelerações,
ultrapassagens, subidas e, você sabe, disposição é segurança. Mas cautela. O
álcool é muito falsificável pois sua característica higroscópica – a capacidade
de absorver água – permite mistura com água e, ainda assim, fará o motor
funcionar, apesar do rendimento cair e o consumo aumentar na medida da
falsificação. Desta maneira, para não virar estatística no rol dos motoristas
enganados, prefira os postos grandes, das maiores distribuidoras e, de
preferência exibindo, na bomba, certificado de inspeção recente. Portam,
também, um filtro capaz de indicar, por cor, a pureza do álcool. Um alerta.
Como o consumo com álcool é maior, você parará mais vezes para abastecer.
Considere este dado.
6. O tanquinho.
O tal de tanquinho de gasolina para partida a frio
é um breve contra a tecnologia. Um desrespeito ao consumidor. Finalmente tende
a desaparecer pela existência de tecnologias atualizadas, embora não aplicadas a
todos os veículos porque as montadoras não querem pagar a mais pelo sistema
diminuindo o lucro unitário na venda do veículo ou repassando ao preço final,
por entender, não será bem recebido como acessório.
O injetor de gasolina funciona automaticamente em
temperaturas de meio ambiente abaixo de 15 graus centígrados, entretanto, mesmo
não utilizado com frequência, você deve mante-lo abastecido para não ressecar o
sistema. Em sendo gasolina, use a Petrobrás Podium ou
equivalente da Shell. Têm vida maior – até seis meses – contra os 60 dias das
gasolinas comum e aditivada. A gasolina vencida é mau combustível, com
dificuldade para ser queimada, e a falta de cuidado com este adjutório será
sentida, exatamente na fria manhã, quando você estiver atrasado ou na saída da
festa pela madrugada congelante, com um carro recusando-se a
funcionar. Aliás, embora desnecessário, lembro, carro com injeção de
combustível não deve ser empurrado para funcionar. Faze-lo pode danificar o
catalisador, peça necessária – e cara. Idem, carro com câmbio automático
não pega empurrado, por mais que insistam alguns teóricos em
mecânica;
7. Puro ou
misturado ?
Misture, dizem algumas
pessoas. Ou não, dizem os técnicos. Faça como quiser. O sistema não
é refinado ou exigente em paladar. Uma vez sim, outra não, para não
desacostumar o sistema, insistem alguns. Conversa boba. A escolha é sua e
você pode alternar ao seu agrado, apenas para o sistema ser forçado a
identificar e se auto-regular para o uso de um e outro. Sistema é igual músculo.
Sem uso, estraga;
8. Gastar um
combustível para abastecer com outro ?
Cascata, papo furado, conversinha. Os
motores são ditos flex exatamente por permitir utilizar qualquer um deles em
qualquer proporção de mistura. Não se preocupe, em pouco tempo de funcionamento
os sensores do motor identificam as características do líquido a consumir e
mudam as regulagens automaticamente;
9. Use gasolina
pois o álcool corrói o motor.
Sem escolha. Ambos corroem a longo prazo e quilometragem;
10. Motores flex
devem usar aditivos.
Depende, para qual finalidade ? Se você usar
gasolina comum, trocando-a pela aditivada, após 400 ou 500 km de funcionamento
os bicos de injeção serão limpos. Na gasolina o único aditivo adequado é para
aumentar a octanagem e, consequentemente, o rendimento – mas isto aumenta o
custo operacional;
11. Antigamente
os carros eram mais econômicos.
Normalmente a referência está ancorada em tempos
quando os motores eram individualizados, queimando apenas gasolina ou apenas
álcool. É uma realidade. Desenvolvidos para operar com um ou outro, havia
melhor aproveitamento. Para criar um ponto misto de equilíbrio permitindo a
capacidade, ambos os extremos perderam para que o meio fosse alcançado, mas o
consumo aumentou bastante.
Com disse com ácida sabedoria o eng Sérgio Habib,
maior revendedor do país e sócio na implantação da chinesa JAC, Motor
Flex é igual ao pato: anda, voa e nada – mal. Mas esta é a escolha que
fizeram para você.
Roda-a-Roda
Arranjo – Ante as baixas
vendas do Focus e do monovolume C-Max no mercado norte americano, Ford avisou
encerrar e transferir sua produção em Detroit, EUA. Não disse para onde,
deixando no ar a dúvida sobre ser verdade ou apenas parcela de negociação com o
sindicato de metalúrgicos. Se o C-Max for para o México, poderá ser fornecido
ao Brasil.
Continua – Dia 1o.
Herbert Diess, ex BMW, assumiu a presidência mundial da marca Volkswagen e
anunciou planos: seguir o projeto de reduzir custos, aumentar margem de lucros,
ultrapassar a Toyota, tornando-se líder mundial.
Demanda – Honda iniciou
produzir a novidade HR-T na pequena fábrica de Campana, na Argentina, calçando
a fabricação nacional em Sumaré, SP.
Bolsa – Uma conquista da
administração Marchionne na FCA, separar a Ferrari e vender ações, caminha para
viabilizar-se. Companhia prevê nos próximos dias colocar 10% do capital
acionário em bolsa. Calcula o valor da Ferrari em Us$ 11B. Ótimo reforço
de caixa.
Para sempre – Buscando
aumentar vendas nos EUA sino sueca Volvo – capital chinês, marca originária da
Suécia -, faz promoção consistente: as peças de reposição e mão de obra não
serão cobradas. Deixa a dúvida: é reconhecimento de qualidade, ou bancará a
assistência para conquistar mercado ? Brasil fora da promoção.
Imagem – PSA Peugeot Citroën
deu passo importante para mostrar-se superando a crise interna: enfatizará a
história das marcas e da recente DS, funcionando em seus museus com ações para
mostrar sua tradição. Seu presidente, Carlos Tavares, resume: Não
existe uma marca forte, sem uma história forte.
Reflexo – Tavares,
português do sul, deveria repetir isto no Brasil, onde fábricas ou montadoras
ou importadoras passam ao largo do assunto. Aqui Fiat junta veículos de
sua história, VW salva carros de engenharia e testes, Mercedes preserva
caminhões e ônibus antigos. E só. Museu de fabricante ? Nenhum.
Pouco - Toyota Etios 2016
limitou atração apenas às versões topo de linha: sistema de áudio e display.
Não corrigiu a falta de atração visual nem a errônea distribuição de ventilação
no interior, privilegiando o passageiro frontal. Esforços para as mudanças
exigida pelos consumidores estão em curso.
Turbo – Raciocínio corrente
na Volkswagen quanto ao surgimento do up! com motor turbo em agosto: apresentar
o equipamento como ferramenta de uso agradável e de economia, fugindo da imagem
de esportividade e velocidade.
Segurança – Testes pela
LatinNCAP, entidade aferidora de segurança dos carros feitos ou vendidos na
América Latina, foi aos extremos: deu cinco estrelas, nota máxima, ao
Renegade cinco pontos para segurança dos passageiros dos bancos dianteiros e
traseiros. É o mais seguro dos nacionais.
Noutro extremo,
novo Chery IQ, sucessor do QQ, teve zero estrelas.
Balança – Enquanto as
vendas de carros novos tem caído à média de 20%, a dos usados sobem em número
assemelhado. Carros com até três anos de uso são os queridinhos da vez. Ilídio
do Santos, presidente da Fenauto, federação setorial, feliz. Deveria buscar
facilidades de financiamento com governos. Usados significam serviços e peças –
e empregos e impostos.
Compensação –
Legisladores de Portugal criaram conta ao contrário: em vez de perder pontos
por infrações de trânsito, motoristas podem ganhá-los assistindo aulas sobre o
Código de Trânsito e procedimentos, para abate-los de outras penalidades.
Espécie de banco de pontos.
Tecnologia – Para se harmonizar
com o Mustang Shelby GT350R, o mais potente em cinquenta anos, Ford equipou-o
com pioneiras rodas em fibra de carbono. Mais leves, melhoram o trabalho da
suspensão. Para isolar o material do calor gerado pelos freios, aplicou
revestimento em plasma cerâmico utilizado nos ônibus espaciais.
Adicional – Sistema de
rastreamento 3T lança assistência técnica 24 horas: guincho, mecânico,
chaveiro, borracheiro para automóveis ou motos.
Negócio – Enquanto os
aficionados enxergam a Fórmula 1 como disputa esportiva, a bilionária
movimentação não passa de atividade comercial bem explorada pela detentora de
seus direitos, incluindo transmissão.
Interesse - Empresário
norte-americano, Stephen Ross, 75, investidor e dono do time de futebol Miami
Dolphins, associado à Quatar Sports, quer comprar 35,5% das cotas da CVC
Capital Partners, e os 5% detidos por Bernie Ecclestone, 84, mandão da
Fórmula 1. Valor da proposta, 6,2B Euros.
Fangio – Restos
mortais de Juan Manuel Fangio, primeiro penta campeão mundial de automobilismo,
serão exumados após 20 anos de sua morte. Há dois candidatos a herdeiro
buscando comprovação através de exame de DNA. Fangio nunca se casou ou teve
filhos reconhecidos, e seus herdeiros foram os sobrinhos.
Explicação – Diz-se em
círculos argentinos, receio dos atuais herdeiros levou-os a vender patrimônio –
como o Torino Gran Routier usado pelo penta.
Gente – José
Eduardo Luzzi, engenheiro, presidente da MWM, novo presidente e CEO da Navistar
International. OOOO Sucede Waldey Sanchez, referência de
longevidade no setor. OOOO Armando Rodriguez Borda,
executivo da Cummins, motores diesel, promovido. OOOO Diretor de
fornecimento. OOOO Fez bom trabalho de racionalidade e redução de
custos ocupando a área de logística nos EUA. OOOO Adriano Silva,
engenheiro, promoção: gerente de desenvolvimento da rede assistencial da FPT
Industrial. OOOO Cledorvino Belini, presidente da FCA America
Latina, homenagem. OOOO Presidirá o SIMEA, encontro internacional
de engenharia automobilística. OOOO
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